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Perigo a expreita

Camus e Milo finalmente conseguiram avisar a vila próximo a tão preocupante área de Verbena, o carro não passaria dali, pois o caminho era areioso e estreito, por isso precisaram continuar a pé.

Milo carregou uma das mochilas consigo, enquanto Camus carregava a outra.
Naquele instante, era o lupino que os guiaria, mas não é como se fosse impossível, o cheiro de ervas medicinais entregava perfeitamente aonde o caçador centenário morava.

Os dois seguiram para a direção, porém o lupino parecia nervoso, olhando a todo o momento ao redor e farejando algo além do cheiro de humanos nas cabanas velhas e do caçador na casa fedida a ervas, não era anormal, um lobo odiava aquele cheiro.

– Tem algo estranho. – disse Milo, segurando o braço do caçador, o arrastando um pouco mais rápido, precisavam apertar os passos – Não estamos sozinhos aqui.

– Tem alguém nos olhando? – o aquariano questionou, recebendo uma negação como resposta – Então o que foi?

– Têm fedor de lobo na vila inteira. Perceba... As casas estão praticamente escancaradas, portas e janelas... Não há pessoas... Tem algo estranho. – murmurou, tentando farejar algo além.

– Será que Albafica está bem? – Camus questionou, recebendo apenas um murmuro.

Milo sabia que dependendo da situação, Albafica não ficaria bem, ele estava desprotegido sem seus poderes de caçador, ele estava frágil e era preocupante, qualquer ataque desprevenido era o fim do azulado.

– Espero que sim. Estamos perto, essa vila não é grande. – apenas mais alguns minutos de caminhada, Milo e Camus estavam diantes da única casa cujo janelas e porta estavam fechadas, a casa cheirava a ervas medicinais, isso até Camus percebeu, então imagina um lobo, que possuí o fucinho sensível.

Os dois respiraram fundo, uma vez que entrassem, aquele cheiro iria no mínimo tirar todo o olfato do lupino, por isso o mesmo já estava se arrependendo de ter nascido lobo.

– Vamos bater? – o caçador questionou, porém o lupino o fez sem confirmar, dando leves toques na porta.

Demorou um pouco, a casa parecia vazia do tão silenciosa, porém logo um rapaz que não parecia ter mais de 1,60 de altura atendeu.
Os fios azuis claros batiam até a bunda, seus olhos eram do mesmo tom dos cabelos, a roupa era leve, velha e suja de terra e um líquido esverdeado esquisito, provavelmente vinha das misturas doidas de ervas que o ex-caçador costuma preparar.

– Alba? Você está ótimo! – o lupino sorriu, entrando sem ao menos ser convidado, enquanto Camus esperava no lado de fora, diante do olhar surpreso do centenário – Você não precisa de permissão para entrar, Camus. O Alba não morde.

– Faz um tempo que não te vejo. – Albafica murmurou, sorrindo para o caçador com carinho – Degel está bem?

O caçador teve a sua vez de arregalar os olhos, antes de sua expressão mudar para uma dolorosa, vazia e triste.
Naquele instante, Albafica percebeu que um amigo havia o deixado para sempre.

– Ele faleceu um pouco antes do meu sobrinho completar um ano, deixando ele sobre minha tutela... – suspirou – Er... Posso entrar?

O azulado permitiu, porém quando entrou, toda sua força pareceu sumir de seus braços que seguravam a mochila com força, a deixando cair sobre o chão.

Na sua frente, Milo parecia apavorado no canto da parede, enquanto no sofá estava um rapaz loiro e baixinho desconhecido, que rosnava para Milo, enquanto Christopher parecia tentar apaziguar, mas... Ele não era mais um humano como havia o visto.

O coração do caçador disparou, seu sobrinho antes era sua preocupação, pois talvez ele estaria em perigo, mas agora, ele tinha total certeza.
Jisung estava em perigo e precisava salva-lo.

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