Os lobos estavam a um passe de derrubar a porta, aquela estrutura não aguentava a força de tantos lobos de grande porte como estes.
O Kim mais velho percebia o estado deplorável aonde se encontrava, entre monstros assassinos e seus amigos.

Quando seus olhos pousaram sobre seu irmão mais novo, a dor atingiu seu coração.
Não podia perder mais alguém.
Em um ato de coragem, salvaria cada um se fosse necessário.

– E como vamos sair daqui, criatura? – o Seo questionou querendo saber até aonde Seungmin pensou, mas pela cara de desânimo do rapaz, estava na cara, nem ele sabia. – Vamos esperar eles entrarem e aceitar a morte? O que faremos? Pelo que eu entendo, só eu sei lutar aqui.

– No caso, só você sabe tirar arma do cu e ainda assim, somos quatro purês acordados e uma anta desmaiada. – Jeongin apontou para o Hwang, este que parecia preso em um estado vegetativo, não acordava de forma alguma – O baixinho ali disse que se o vampiro estivesse longe, então Hyunjin tentaria se defender e se sentiria ameaçado, mas sinceramente não sei se prefiro ele arisco ou o vampiro que vê a merda acontecendo e não faz nada.

– E nem vai fazer. Um humano mordido não tem cheiro atrativo, então quando os lobos entrarem, nós todos morremos, menos esse aí. – o Seo explicou o óbvio, revirando os olhos.

O som dos uivos soavam cada vez mais alto, até que mais ecoaram, parecia que estavam chamando reforços.
O Seo sabia se virar, mas não conseguiria proteger aqueles pesos vivos consigo, suas habilidades de Auto-defesa também não eram as mil maravilhas.

– Cadê o Woojin? – Jeongin perguntou.

Os rapaz se calaram, olhando ao redor, não havia um sinal de que o Kim esteve com eles, não havia barulho de nenhum humano, mas ninguém o viu sair, nem nenhum lobo o levando.
Aquilo não fazia sentido.
Isso é, até ouvirem um som do lado de fora, como um vidro quebrando e isso vinha do andar de cima.

O Seo foi o primeiro a correr escada a cima, entrando na única porta aberta, a tempo de ver uma sombra saltar para fora a toda velocidade.
O Seo tentou alcançar o que quer que seja aquela pessoa, pois seu interior dizia quem era, mas o tempo nem sempre ajudava.

O Kim saltou sobre o colchão que jogou pela janela, caindo em uma cambalhota perfeita e já começando a correr pelas casas.
Não seria louco de ver se os lobos estavam em sua cola, pois sabia que estavam.
O Seo viu de camarote, os lobos abandonando a casa aonde estavam para correr atrás da isca viva.

Aquilo foi a distração necessária para o Seo voltar ao andar de baixo e destrancar a porta.

– Torçam que seu amigo sobreviva e corram para fora desse lugar o mais silencioso possível. – o Seo olhou para dentro da casa, vendo Seungmin lutando contra as lágrimas e Jeongin lutando contra o peso do Hwang, já que tentava levá-lo. – Eu levo o saco de sangue. Corram logo. Peguem o caminho da ponte e sigam sempre reto.

– Mas não viemos de lá? –  o Yang questionou.

– E é para lá que vão voltar. Os lobos não passam dos pergaminhos da floresta. Só me digam que estacionaram longe da floresta... – o Seo tentou, de forma que implorava um pingo de consciência na cabeça desses humanos, mas pela cara confusa, era a resposta negativa – Porra... Okay, vamos para o castelo.

– Você sabe aonde fica?

– Confie em mim, tem um momento que fica impossível não saber.