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Lee Know

As orbes castanhas encaravam as orbes em tom vinho com curiosidade, a iluminação era uma porcaria naquele lugar, então como um reflexo humano, sua lanterna do celular foi a resposta, mesmo que o aparelho lutasse com seus 18% por ser um Samsung de bateria viciada, pelo menos a porcaria da lanterna ligava e de brinde apontou bem na cara do estranho, que gritou se virando de costas.

– És um bruxo! Está me amaldiçoando com suas magias! – gritou o estranho, com o braço tampando o próprio rosto enquanto estava de costas para o humano, que o encarava confuso.

– Poxa, moço... Eu estava de boas aqui e do nada você chega no breu! Não tem como eu enxergar no escuro... Mas aqui, eu achei já o interruptor da casa pode virar para mim já. – o rapaz dizia calmo e com um sorriso, vendo o homem belo se virando lentamente na sua direção, olhando com aquelas orbes únicas para o humano – Pelos deuses, que lente foda!

– Meu compatível seria louco? – o de fios castanhos perguntou com um ar de deboche, recebendo um olhar confuso do humano – Me chamo Minho... Lee Minho...

– Oh, como nas obras dos irmãos Lee? Na versão tailandesa lembro que era Lee Know... Na versão americana era Lee Ehibo... – o garoto contava nos dedos, se lembrando de cada uma das obras que havia lido, se aprofundando preciosamente na história envolta – Só falta o seu irmão.

O vampiro levantou uma sobrancelha, o rapaz repentinamente havia perdido o ar engraçado e brincalhão, sendo consumido por um olhar sério e de brinde seu par de braços estavam cruzados.
Minho sorriu, um sorriso sarcástico, enquanto a névoa rubra cobria os chaos e lentamente a porta era trancada pelo completo nada.

– Meu irmão está atrás do seu amigo... E eu... Me interessei muito por você... – o Lee comentou aos ventos, vendo que o humano ficou apenas mais atento do que antes, não parecia tão assustado quanto deveria – Vai me dizer que não sabe o motivo de ter a minha presença para você?

– De acordo com a versão Grega, você apareceria para alertar o tempo de vida dos moradores da vila para entregar algo que querem. – o Han se lembrava claramente, sua mente funcionava melhor do que a de um robô, talvez se não fosse pela personalidade de um bocó na maior parte do tempo, poderia ser considerado um nerd ao extremo.

– Isso... E você saberia o que queremos?

O Han engoliu seco, cada versão, cada país, cada estado, cada região escrevia a sua imagem sobre a lenda, inventava, mudava, retocava e rebocava, escolhendo modos e meios melhores para atrair compradores para o livro, porém não saberia qual estaria certo, estaria em meio termo entre a versão Grega ou Romana.

– Estariam buscando um humano para sacrificar e purificar a alma de todos os sobrenaturais, os transformando em vampiros? – o Han chutou a versão Romana, pois a grega falaria sobre sangue de virgem e coração de carneiro, então seria fictício, mas o vampiro negou com a cabeça, para o seu completo desespero.

– Tenta a versão européia... Espanha, tenta essa... – o Lee jogou a informação, esperando que o humano soubesse e pela expressão apavorada que se tornou mais nítido do que anteriormente estava, a feição beirava o desespero do tanto que o medo lhe corrompeu – Oh... Então você sabe...

– Quer usar a lua roxa para transformar os compatíveis em saco de sangue ambulantes, assim conseguirão alguém para arrancar o selo da bruxa que os prende nessa floresta e poderão se vingar de vez e tomar a posse de toda a humanidade... – Jisung metralhou palavras, a versão espanhola havia se tornado um tabu entre as obras dos irmãos Lee, ninguém sabia a razão, o autor original havia falecido dois dias após o estouro do sucesso de vendas da obra, os fãs que compraram desapareceram do mapa, foram quase desesseis mil pessoas desaparecidas, na época a biblioteca da cidade não existia, mas alguns anos depois a versão pirateada foi parar nas estantes por doação.

– Excelente... Então sabe o motivo que vim atrás de você... – o Lee lambeu os próprios lábios, os caninos afiados marcaram presença naquele rosto magnífico, arrancando um suspiro contraditório do rapaz – Me permita te morder... Eu quero você... E em troca seus amiguinhos estarão livres.

O rapaz não correu, ele não gritou, não implorou perdão, pelo contrário, simplesmente se aproximou do homem, com um sorriso sarcástico, tocando suavemente o queixo do vampiro que não sabia o que esperar do mortal a sua frente.

– Escuta aqui, Batman... Eu posso até ser um saco de sangue e estou até brincando com o perigo aqui. Mas eu não dou nem o cu de graça. Se quer meu sangue vai fazer por onde. – o olhar do humano não parecia brincadeira e o vampiro estava em um colapso, aquele humano estava falando sério.

– E o que deseja? – o vampiro sabia que se arrependeria de perguntar, principalmente ao ver o sorriso nada casto do homem a sua frente.

– Você vai adorar descobrir, morceguinho...

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