Vallerryan decide se entregar
Paramos em uma chácara, com uma casa velha, caindo aos pedaços.
Jacira mostrou a identificação, pagou o dono da casa a estadia de um dia, o dinheiro era uma quantia alta, que foi o suficiente para deixar os moradores felizes.
Não que Jacira andava com dinheiro, mas a estrela de identificação havia um chip de aproximação vinculado a conta bancária dela.
Como capitã, Jacira é rica, muito mais do que eu, que sou comandante.
Ela não queria conversar comigo, descansamos um pouco, passamos a noite e às quatro da manhã, partimos para mais uma caminhadaa pé.
O Brasil inteiro estava protegido por um campo de força elétrico.
Mines disparava mísseis no nosso campo de força, era inútil as tentativas deles, mas o exército brasileiro estava tão confiante, que relaxaram, enquanto o inimigo gastava seus arsenais.
Aos meio-dia, uma nave da força aérea passou voando, Jacira havia entrado em contato com o comandante, e foi mandado para nos buscar em um campo próximo daquela chácara que passamos a noite.
No dia vinte e seis de setembro do ano de dois mil e quarenta, na quarta-feira, estávamos dentro do estado de Rio de Janeiro.
Estávamos na cidade de Duque de Caxias (RJ).
Os tamanduás já estava passando fome, porque os tiros assustavam os animais e eles não podiam comer formiga em paz.
A galinha já não botava ovo direito. Mines disparava míssil sem parar, parecia que eles eram burros e não entendia que o Brasil estava protegido por um campo de força invisível.
Bem, invisível não, mas uma energia elétrica que não dava para ver com os olhos.
Pássaros caíam assados do céu, todos os dias!
Os coitados já tinha três dias de cativeiro.
Não demorou muito para o povo reclamar com o primeiro-ministro sobre o preço alto dos ovos, o frango estava um absurdo, os bois estavam cada vez mais magros.
Nestes três dias, bastante brasileiros foram embora para Portugal.
Se acham que as coisas estão feias...
Jacira passou três dias evitando conversar comigo.
Então, no terceiro dia, ela estava passando sozinha no corredor da base de operações militares, neste momento, abri a porta e puxei ela para dentro do cômodo que eu estava.
Deixei ela assustada.
- Vallerryan! O que está fazendo?
Beijei ela, mas fui empurrado, pois, ela me afastou com suas mãos.
- Não toque em mim.
- Por causa de quê? Somos um casal! Marido e mulher!
- Estamos protegendo o nosso reino e o Brasil.
- E daí?
- Não podemos nos relacionar emocionalmente, estamos em guerra.
- Estamos em guerra, ou você quer me deixar por que sou ameaçado pelo Tupã?
Ela abaixou a cabeça, depois olhou nos meus olhos e disse:
- Tupã é o meu deus, tenho minha religião, se você é jurado de morte por Tupã por ser um monstro lendário, não quero que minha alma pare nas mãos de Anhangá. Você cristão Vallerryan, um mestiço não é? Se eu fosse filha do tal diabo, me teria por mulher?
Ela conseguiu calar a minha boca.
- Vou te mandar para Mines, mas você vai como espião, não sei porque querem você, se é para libertar os sete monstros lendários ou não, tem que ganhar tempo para nossa invasão. O rei vai falar hoje com o nosso inimigo, mande sinal através de ondas de rádio, você vai conseguir fazer, caso fique em lugares que um rádio velho.
Ela abriu a porta, e quando foi sair, bati a porta, fechando-a.
Jacira me encarou, furiosa.
- Não ligo para o seu olhar de onça, só quero saber algo importante.
- O que é?
- Nosso casamento acabou por causa de uma religião?
Ela fez uma cara feia.
- Não é religião, é real.
- Acabou tudo entre nós?
- Você salvou minha vida na correnteza de um rio e eu te salvei de um pajé louco, então acabou! Não vou te chamar de monstro.
Deixei ela sair.
Quando a porta foi fechada, sentei no chão daquele cômodo vazio, deixei lágrimas cair no chão.
Sozinho no mundo, em um país, na qual as pessoas pensam que sou uma espécie nova de demônio.
"Homem não chora." Pensei. "Soldado, levante-se, erga a cabeça e mostra quem és."
- Eu sou Vallerryan!- Levantei do chão, saindo de dentro do cômodo escuro.
26/09/2040
10:00 AM.
Cidade Duque de Caxias (RJ)
O rei, estava em uma sala, de frente com uma tela enorme.
Ao seu lado direito, estava o marechal, o primeiro-ministro, ministro da defesa, dois duques, um barão e os capitães, que é a Jacira, capitã do exército de forças terrestres; Caio, capitão da força aérea; Otávio, capitão da marinha.
Os poderes militares foram mudados no ano de dois mil e vinte e cinco, igualando os nomes das posições hierárquicas do exército brasileiro, junto com Tupi Guranis.
O rei andava de um lado para o outro, eu, como comandante, assistia tudo no meu canto.
Estava pensando na possibilidade de cancelar meus cartões de conta, já que Jacira se separou porque sou um monstro, então tinha que arrumar um jeito de pagar minhas contas.
Foi neste momento que o rei viu a cara do cacique de Mines no telão.
Ele parou, com raiva e disse:
- Não teme a morte em enfrenta uma potência militar cacique Tseré?
O cacique respondeu por videoconferência:
- Não tenho medo do Brasil, já que entregou as terras de bandeja aos nossos povos, evitando conflito e guerra, agora queremos ver se seu reino sustenta essa guerra.
- Temos energia de sobra, isso inclui energia solar, hídrica, térmica, nuclear... - O rei estalou os dedos das mãos. - ... Veja só, petróleo!
- Temos estratégia militar muito bem planejada Dom Pedro Henrique, em menos de um ano, seu reino vai deixar de existir.
- Somos uma nação de nível superior do que qualquer país do mundo inteiro. Brasil venceu a Segunda Guerra Mundial, Guerra das Américas do sul e tem um acordo comercial com Inglaterra, Portugal e Os Estados Unidos. Vendemos as melhores armas militares.
- Não dei a cara no vídeo para falar das riquezas. - Disse o cacique. - Quero algo simples e paro a guerra.
- Vocês querem um homem! - O rei parecia nervoso. - Porque daria um homem de guerra do meu reino?
- Porque este homem de guerra é nosso informante.
Assustei com a declaração caluniosa do cacique de Mines.
O rei me encarou, todos naquela sala sabia que o cacique queria apenas eu.
- Ele não é informante, se fosse, vocês já teriam invadido o Brasil há anos!
- Vou quebrar essa barreira de proteção, se não me mandar Aetler Vallerryan.
- Não. - Disse o rei.
- Estou com dois mil tanques na divisa, a ponto mandar abrir fogo.
- Por mim tudo bem, abre o que quiser, só não chore depois.
- General, solta a bala!
O general do cacique pegou o comunicador e ordenou o ataque.
Então, só ouvimos barulhos na barreira de proteção.
- Vai gastar munição a toa Tseré! Rende-se e se torne parte do Brasil, igual o cacique de Tupi Guraranis.
- O erro seu é se sentir confiante demais, o que acha de detonar uma bomba nuclear em cima da sua cabeça.
- Tente a sorte! - Disse o ministro da defesa, entrando no meio. - Barreira de proteção serve para proteger a cidade de todos os tipos de radiações e ataque. O raio de destruição de uma bomba nuclear vai ir à direção de Mines.
- Ouviu meu ministro? - Perguntou o rei. - Aquele que se levanta contra o Brasil, marca um encontro com a morte!
- Não se eu derrubar a barreira! - Cacique gritou. - Me entregue Vallerryan.
- Eu sou rei, acha mesmo que entregaria um homem de guerra ao meu inimigo? O que o povo diria sobre o seu rei? Ter que reinar até o final da minha vida, vendo a cara triste do povo e sabendo que eles pensam que o rei venderia os seus súditos?
- Rei não presta, nem manda nada no Brasil, você é controlado pelos ministros que você próprio elegeu. Veja só, os brasileiros têm que votar em qual homem será o primeiro-ministro, e você vira um fiscal que vai vigiar o primeiro-ministro sobre a forma de governar e fazer o bem para o povo! Patético! Nós caciques, mandamos e desmandamos, simples e fácil.
- Da mesma forma não entregarei Vallerryan.
- Veremos!
O cacique pegou o comunicador e disse:
- Oficial da marinha, nova coordenada, quarenta e sete, leste e setenta e quatro sul, solte a arma PEM.
O rei olhou para o ministro da defesa.
O ministro ficou desesperado, pegou o comunicador e disse:
- Comandante do destroyer dois quatro sete, alfa, temos um inimigo nas águas do Rio de Janeiro. O ataque será una arma PEM. Fiquem atentos para atacar imediatamente, repito: fiquem atentos.
Era tarde demais.
Uma caixa com uma tecnologia de pulso eletro-magnético apareceu boiando no mar do Rio de Janeiro.
Assim que emergiu, soltou ondas eletromagnéticas.
O escudo de proteção do Brasil inteiro caiu.
Celulares pifaram.
Redes de comunicação estavam inutilizadas.
A energia elétrica acabou.
Apenas na base continuava a energia.
O cacique de Mines começou a rir, se divertindo.
O rei deu um murro na mesa, abriu uma gaveta e lá ia apertar um botão azul.
Jacira segurou o braço do rei, para impedir dele apertar.
- Agora não majestade.
- Me solta, tenho que apertar.
- Não!
- Me solta!
Outros homens, veio ajudar Jacira.
O rei, enfurecido, bateu a testa no botão.
No Rio de Janeiro, saiu da água um imenso canhão.
Virou para direção de Mines.
O rei encarou o cacique, que estava curioso para saber o que o rei estava fazendo.
As tropas inimigas já estava invadindo.
Estávamos cercados, os inimigos já estavam atacando pelo mar.
O rei começou a dizer:
- Vai tomar no...
O canhão disparou um poderoso míssil na direção do cacique.
O rei apertou o botão amarelo.
A energia do Brasil inteiro voltou a funcionar.
Pois, o rei ativou um gerador movido a gasolina.
Uma maneira de queimar o petróleo em plena guerra.
Eu, assistia tudo, com braços cruzados, no meu cantinho.
O rei apertou o batão verde e gritou para o cacique:
- Aqui é o Brasil!
Então, mais canhões surgiram, alguns saíram da terra, outros das águas.
Era tiro de mísseis para todo lado.
O míssil que ia à direção do cacique foi destruído no meio do caminho.
Dois mísseis teleguiados foram disparados naquela mesma direção.
O cacique começou a desesperar, gritando como louco para seus comandantes:
- Não recuem! Vamos mostrar quem manda aqui!
- Mas cacique, já perdemos a metade dos nossos tanques de guerra...
O cacique desligou a videoconferência.
O rei estava alegre, o céu brasileiro parecia estar ficando cinza de tanta fumaça dos mísseis.
O homem apareceu, já estava nervoso.
- Tenho um raio da morte, ainda posso destruir o Brasil.
- Será? Temos dez! - Respondeu o rei.
- O meu é mais poderoso!
Cacique não apertou um botão, ele deu foi uma tapa no botão.
O raio da morte dele foi ativado.
Lançado na nossa direção.
Em questão de segundos, cada um dos nossos canhões estavam sendo destruídos.
- Toma essa!
O rei foi apertar o botão prateado, mas foi interrompido por todos que estavam na sala.
- Majestade, apertando esse botão, vai declarar guerra a todos os países, iniciará uma terceira guerra mundial.
- Eu me entrego! - Gritei.
Todos olharam para mim.
- Já chega! - Disse o rei. - Mate Aetler Vallerryan.
Jacira foi a primeira a apontar a arma para mim.
Todos apontaram.
- Não faz isso Dom Pedro Henrique! - Gritou o cacique, que parecia estar morrendo por minha causa.
- Você quer esse homem, vai ter ele morto, ou pare o ataque imediatamente!
- Vai se arrepender por isso! - Disse o cacique.
- Pare ou Vallerryan morre.
Encarei Jacira. Percebi que uma lágrima escorria do seu rosto, mas ela mantinha firme.
- Não vou parar!
Cacique destruiu mais um canhão.
- Atirem! - Ordenou o rei.
Jacira foi a primeira a atirar.
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