O início da batalha.
Tiramos nossos uniformes, e vestimos a farda de guerra, quando estava preparado, Jacira me deu um soco no braço direito.
–Isso logo vai acabar Aetler!
Ela fixou seu olhar nos meus, tive a sensação que estava lendo a mente dela.
Veio na minha mente, a voz dela:
–Eu te amo Aetler!
Isso passava na minha mente, até que ela perguntou:
–Você ouviu?
–Você não disse nada...
–Falei pela mente.
–E o que você falou?
–Que eu te amo.
Fiquei surpreso, pela nossa ligação mental, eu li os olhos dela, como se ela falasse normalmente.
–Vamos soldado, temos uma missão a cumprir!
Bati continência para ela, e fui para fora do museu, se reunir com a tropa de arco e flecha.
Quando me apresentei na frente da minha tropa, eles estavam em formação, com seus arcos preparados e flechas tecnológicas.
As vezes, pode achar que não tem necessidade de arco e flecha na era moderna, mas os arqueiros não foram dispensados pelos Tupis Guaranis, em vez disso, modernizaram os arqueiros, colocando granadas e bombas de fumaças nas pontas da flecha, o arqueiro mirava estrategicamente, e disparava a flecha, quando acerta o alvo, aperta um botão no arco, e a flecha recebe um sinal e dispara. Pode ser disparada até gás venenoso.
Era uma grande ajuda numa guerra, granadas não eram jogadas, mas sim, disparadas, podendo destruir até tanques de guerra, se caso jogar flecha de granada dentro do canhão.
–Sentido! – Gritei para a tropa.
Os arqueiros, colocaram o arco na frente dos seus rostos, prepararam as flechas e ficaram prontos, como se fossem atacar.
Passei no meio deles, dando algumas instruções.
–Hoje, arqueiros, serviremos ao nosso país e ao nosso império brasileiro, vamos proteger algo importante e decisivo nesta batalha, o museu, nele tem a oitava maravilha do mundo, uma tecnologia que é cobiçada pelos nossos inimigos, hoje, é seus momentos de glória, amanhã, será o dia das vossas honras!
Na medida que fui andado, os soldados iam virando, ficando sempre de frente pra mim, com o arco apontado na minha direção.
–Ficaremos na retaguarda, mas protegeremos quem está na linha de frente, os comandos são os mesmos, não há nada especial desta vez, lembre-se do treinamento, do sol escaldante nas suas costas, e vocês dentro da lama, obrigados a mirar no alvo, mesmo com a mangueira de água sendo jogados no rosto de vocês, então eu pergunto, quem são vocês?
–Somos arqueiros! – Disseram todos, em uníssono.
–E a quem servimos?
–Servimos ao Brasil!
–E o que fazemos como os nosso inimigos?
–Ferimos com flechas, que matam mais do que um fuzil!
–Então hoje é o dia de provar o que falamos arqueiros!
Com o braço direito, apontei para o lado leste, na direção de Mines.
Todos os arqueiros viraram ao mesmo tempo para aquele lado que apontei.
O comandante recém promovido, responsável pela defesa, ordenou que os soldados com os escudo eletromagnético hexagonal ficassem em formação, preparados para a defesa, um outro, ordenou que as zarabatanas ficassem preparados para atirar, fora as metralhadoras que nós tínhamos.
Ficamos preparados, defendendo o museu.
Jacira pegou o comunicador e disse:
–Pare de matar o nosso exército Anhangá, a casa já caiu. Estamos te esperando!
Não teve resposta.
Minutos depois, um míssil estava vindo na nossa direção!
Tupã, fez um grande favor, disparou uma flecha de raios na direção do míssil, atingindo-o em cheio, ocorreu uma grande explosão no céu.
–Formação! Muralha! – Gritou o comandante da defesa.
Os soldados ativou o magnetismo dos seus escudos, e começou a encaixar um no outro, formando uma muralha na frente deles.
–Tensão, um teravolts! – Gritou o comandante.
Todos os soldados da linha de frente ajustou a energia dos seus escudos para operar um teravolts, uma alta voltagem!
Os escudos, ligados um com outro, contando que cada escudo tem um bobina de tesla dentro, mesmo operando com uma bateria de nióbio com doze volts, a bobina estava transformando aquela corrente para teravolts.
Dava para perceber o campo de energia passando na frente da muralha, raios de plasma passeavam tranquilamente, como se fosse a morte, esperando alguém aparecer, para matar.
Tanques de guerra começaram a aparecer, sabíamos que não estavam muito longe e já vinham na nossa direção.
Cem tanques de guerras, alinhados um ao lado do outro, em um desses tanques, saiu um soldado, que era idêntico a mim.
Do outro, saiu a filha do cacique de Mines que havia morrido, e um soldado, que com certeza, era Anhangá.
O soldado que foi o primeiro a sair, disse com voz fina:
–Ora ora, se não é o povo que irão virar esterco das plantas e jantar dos urubus!
Parei para pensar, neste ano, os urubus devem que comeram muito bem, no céu, não havia nenhum voando, talvez, eles devem estar fazendo um belo banquete neste momento.
O rei, ficou próximo da linha de frente, e disse aos berros:
–Chega de guerra, se continuar, vamos lutar pela paz, e vocês se arrependerão!
–Já tomamos os territórios brasileiros, para desistir nestas alturas, Dom Pedro Henrique. – Disse a filha do cacique.
–E cadê o seu pai criança? – Perguntou o rei.
–Você vai se encontrar com ele em breve!
O rei virou para nós e disse:
–Matem esses desgraçados!
A ordem dele, foi o suficiente para a Jacira dizer:
–Zarabatanas, atacar!
Então, as balas começou a voar no ar, por cima das nossas cabeças, Potira levou um tiro, que conseguiu perfurar a farda.
O desfarce de Tejú sumiu, ele pulou para dentro do tanque e apontou o canhão na direção da Jacira.
–Atenção, arqueiros, trinta e cinco graus! – Ordenei.
Os arqueiros prepararam o arco.
–Flecha, granada, com a velocidade de quarenta e cinco quilômetros!
Os arqueiros prepararam as flechas.
O canhão mirou certeiro para a Jacira, é claro que as balas das zarabatanas não fariam muito efeito nos tanques brindados.
–Dispensar! – Ordenei.
Os arqueiros dispararam, na direção dos tanques.
Mais de mil flechas de granadas, foram detonadas bem próximas aos canhões, fazendo uma enorme explosão.
Os tanques foram arremessados para longe.
A linha de frente, com seus escudos tecnológicos, conseguiram conter o impacto da explosão, por causa do campo elétrico formado.
Ouve muita fumaça, e quando ela começou a ser dispersada pelo vento do mar, ficamos assustados em ver Anhangá e Tejú Jagua de pé, na nossa frente, de braços cruzados.
–Gastamos munições. – Disse Jacira pelo comunicador.
Senti medo, pela primeira vez, tudo não passava de uma ilusão.
–Isso é tudo? – Perguntou Anhangá, rindo logo em seguida.
Tejú mostrou o livro e disse com a voz fina dele:
–Tanto o exército de Mines, como do Brasil, estão todos mortos, logo, este universo e estes mundo também será nosso, e assim, dominaremos mais um universo!
–A peste tem voz fina da porra! – Disse um soldado, ironizando o inimigo.
Tejú fez uma cara, que dava impressão que sua cabeça ia estourar logo logo.
Jacira ordenou mais um ataque de tiros, dessa vez, a muralha abriu uma passagem para os tiros das metralhadoras.
Todas elas estavam destinadas ao Anhangá e pelo jeito, ele continuavam em pé.
–Esse bicho do satã nunca morre general? – Perguntou o rei.
Aquele Anhangá desapareceu, surgindo no meio dos destroços, um novo Anhangá, bem sorridente.
–Vallerryan, Dom Pedro Henrique, não está esquecendo de algo? – Perguntou Anhangá.
–Por Deus General, o que esquecemos?
–Não sei majestade. – Respondeu general, pegando o comunicador. – Almirante, há algum movimento do inimigo pelo mar? Qualquer navio desconhecido?
–Não há nada general. – Disse o almirante. – O sonar não mostrou nada que seja alarmante.
–Força aérea, alguma movimentação de aeronave inimiga? – Perguntou o general.
–Aqui é o marechal-do-ar Montenegro, nenhum sinal no radar.
–Ele só pode estar blefando. – Disse Jacira.
–Se não lembra, eu vou lembrar! Anhangá começou a rir.
–Isso não é nada bom. – Disse Jaci, se aproximando de Tupã.
–Maldito Anhangá! Não me diga que você... – Tupã não completou a frase, pois logo, começou a surgir do meio dos destroços, mais seis formas monstruosas, que desapareceram logo em seguida, como um vento.
–Isso mesmo Tupã, tenho o meu exército, o filhos de Kerana!
–Como é? – Perguntou o rei. – Então satanás saiu do inferno com seus súditos?
–Não só saiu. – Disse Jaci. – Anhangá usou Vallerryan para libertar Tejú, Vallerryan achou que tinha prendido Tejú, mas ele fingiu que entrou na caverna, e Tejú libertou os outros seis.
–Então você se lembra Jaci! – Anhangá cruzou os braços. – Os monstros que Tupã prendeu, para impedir de que destrua estas terras.
–Agora fudeu! – Disse Tupã. – Vocês não estão preparados para isso. – Disse ele para o rei. – Recuam com suas tropas para dentro do museu.
–Não tememos quem adora a própria morte. – Disse o rei, bem alto.
–Não temem? – Gritou Anhangá. – Conheçam o Mboi Tu'i, monstro das criaturas aquáticas!
No mar, no meio dos navios, sai do mar, uma serpente vermelha com bico de papagaio, logo após a sua aparição, a marinha abriu fogo contra o monstro, e as balas dos canhões não feriu nem um pouco a pele do bicho.
Fiquei horrorizado, a espécie de monstro, é um absurdo.
Ela veio rastejando até a areia da praia, e logo, começou a encolher, se transformando em um homem alto mas nu.
–Otários! – Disse ele abriu sua boca.
–Todos tampam os ouvidos! – Gritoi Jaci, tampando os dela.
Mboi deu um grito, que alguns soldados começou a ter sangramento pelas orelhas e outros caírem mortos por causa da frequência de som. Quem estava na linha de frente, não podia tampar ouvidos, largou o escudo conectado com os outros e caíam mortos.
Mboi começou a flutuar no ar. Eu tampava os ouvidos, e via o desespero no olhar dos soldados, que ainda estavam firmes, de pé.
Mboi parou de gritar. Um dos soldados olhou nos olhos do monstro, então ele entrou em pânico e começou a gritar, com medo de alguma coisa, pegou sua própria arma e se matou.
O rei começou fazer um sinal da cruz nele, e a rezar.
Parecia um inferno.
Anhangá estava rindo, se divertindo.
–Moñai! – Chamou Anhangá, abrindo os braços.
Outra serpente, que veio rastejando do meio das árvores que ainda restavam, com dois chifres na cabeça e longos dentes afiados saindo para fora.
Ele se enroscou em uma árvore e exibiu seus olhos de serpente.
Tupã e Jaci fecharam os olhos. Todos nós fecharam os olhos.
–A linha de frente Vallerryan! Ajude a linha de frente! – Gritou o coronel.
Abri um pouco os olhos, os soldados da linha de frente, estavam hipnotizados pela serpente que estava se enrolando na árvore.
Anhangá não parava de rir.
Um soldado hipnotizado virou para o outro que estava de olhos fechados, e deu um tiro no seu colega de farda.
O desespero tomou conta de mim.
–Meu Deus, o que será de nós! – Exclamou o rei, abrindo um pouco os olhos.
Uma luz desceu dos céus, fazendo Anhangá e todos os outros três monstros ficarem cegos momentaneamente.
–Guaraci! – Disse Tupã, aliviado.
–Consegui o que me pediu, meu cacique!
Guaraci entregou as espadas de madeira para Tupã.
–Pensa que Tapwane vai nos parar Guaraci? – Anhangã bateu a mão direita na terra. – Venha para mim, Boitatá!
–Não! – Disse Guaraci. – Recuem agora!
–Não vamos recuar! –Gritou o rei.
Uma serpente de fogo saiu das chams das explosões de granadas, ela parecia ser cheio de olhos pelo corpo.
–Ninguém para o Boitatá! – Disse Tupã, preparando uma flecha.
–Tem razão! – Respondi. Minha farda começou a se transformar em uma armadura azul. – A vida toda me chamaram de monstro, mas agora, eu posso provar ao contrário.
Passei entre as tropas, olhei para a Jacira, ela sorriu pra mim.
Isso foi o suficiente para me dar coragem.
Fiquei na frente da linha de frente, senti o gosto metálico na boca e a tensão elétrica das muralhas.
–Aganipe! – Disse Boitatá.
–Jaci Jateré! – Gritou Anhangá.
Um menino loiro pulou de uma árvore, tinha olhos azul, sem pupila, com um cajado na mão.
Ele apontou o cajado para mim, eu fiquei paralisado, imóvel.
–O cajado de Jaci Jaterê, o quarto monstro, ele te paralisa.
Jaterê começou a desaparecer, ficou completamente invisível.
–E fica invisível! – Disse Tejú. – Olha Aganipe, nós temos uma pena sua! – Tejú mostrou uma pena azul. – É a chave da esfera armilar.
–Você é uma ameaça para nós, para ficar fácil, Jaterê que irá te matar! – Disse Anhangá. – E você não vai ver o momento que irá morrer.
–Não temas, soldado! – Jacira falava no comunicador. – Comandante, não tema, morra pelo seu país! – Ela parecia desesperada.
–Não se preocupa capitã, eu também sou um monstro, que luta contra outros monstros!
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