Jacira controla o raio da morte
— Não se mexe, senão, atiro!
Esse é o grito da minha heroína, enquanto pajé, ficou pálido, com os olhos ameaçando em sair da sua cara.
— No chão, mãos na cabeça e deitado no chão!
— Não. — Respondeu o pajé, sorrindo. — Tenho uma bomba dentro de mim, se eu apertar, vai tudo pelos ares, tenho uma missão a cumprir.
— Mentiroso! — Jacira chegou rugir de raiva. — Me mostra, abre esta porcaria de jaleco!
Pajé abriu o jaleco lentamente, mostrando um botão vermelho que saia de dentro da carne da sua barriga.
— Dentro de você? Tu és louco?
Jacira ficou sem reação, o pajé tinha uma bomba dentro do seu corpo, colocou seu dedo em cima do botão vermelho.
— Não aperta! — Jacira deu um tiro no teto, assustando o pajé e chamando atenção de um soldado do acampamento.
Pajé riu, sua gargalhada era estridente.
— Não me importo de morrer, não estou sozinho nessa empreitada! — Disse pajé.
Chegou um soldado e apontou uma arma para a cabeça de Jacira.
Mesmo que tentasse, não conseguia me mexer.
— Traidor! — Disse Jacira. — Soldado Torres, está traindo a sua nação! Como ousa!
— Ofereceram para mim uma passagem para outro mundo, capitã!
Jacira riu de deboche.
— Quero ver você rir depois que a bala atravessar sua cabeça.
— Não é eu que estou tentando ir para outro mundo!
— Não é o que você pensa, o mundo é diferente daquele que você está prestes a ir.
Estava tentando me mexer.
— Então me mata logo. — Jacira me encarou e apontou para a cabeça do pajé. — Você morre soldado, morro, pajé morre, talvez Vallerryan fique vivo.
Comecei a ficar desesperado, Jacira parecia que estava se despedindo de mim.
— Vall, eu te amo. — Disse ela, com lágrimas nos olhos.
Quando o soldado foi puxar o gatilho, Jacira deu um golpe com a arma dela, na arma do soldado, fazendo o tiro pegar alguns fios do cabelo dela e acertar a parede, Jacira deu um giro incrível, deu um tiro na cabeça do pajé, enquanto o soldado, assustado, atira nela.
O tiro pegou de raspão em cima do ombro da minha heroína.
Ela deu um tiro na cabeça do soldado, fazendo ele cair morto no chão.
Pajé já estava sem vida, o impacto, iniciou uma contagem regressiva da bomba.
— Pajé louco! — Disse Jacira, descontrolada, passando a mão no seu ferimento. — Homem dos infernos! Por Tupã, parece terrorista!
Jacira pegou seu comunicador, e desesperada, disse:
— Abortar a missão, é uma emboscada, estamos comprometidos! Abortar comandante Gomez!
Uma voz masculina respondeu:
— Capitã, disse abortar a missão?
— A missão foi comprometida!
— Capit…
Jacira ouviu as últimas palavras do comandante Gomez, logo em seguida, um som de explosão.
Jacira me colocou nas suas costas, segurando meus braços e saiu comigo, se esforçando o máximo que conseguia, mesmo sentindo imensa dor.
— Credo Vallerryan, este tempo que ficou no Brasil, engordou tanto, que agora pesa mais do que chumbo!
Ela conseguiu chegar em um tanque de guerra, abriu a porta, colocou eu deitado no banco, me prendendo com uma corda que estava ali dentro, nem sei porque colocaram cordas dentro do tanque!
Jacira entrou, fechou a porta e disse pelo comunicador.
— Atenção, todos os pajés, enfermeiros e doentes, tem uma bomba dentro de um pajé morto, saiam daí e entrem nos tanques imediatamente. Não estou disposta a abrir um homem e cortar um fio de bomba acidentalmente!
O povo entrou em desespero. Alguns soldados foram deixados para atrás, os que estavam acordados, foram carregados para dentro do tanque.
Logo em seguida, a bomba detonou!
Uma explosão, fez os tanques serem jogados na distância de vinte metros, caindo no chão, dando uns amassados na lataria, porque eles eram brindados.
— Meu Tupã! — Exclamou Jacira, abrindo a porta e saindo por cima do tanque, gemendo de dor no ombro.
Tinha sido aberta uma enorme cratera na terra, fogo e destroços ainda caia do céu.
— Capitã, está na escuta?
Era um soldado falando no comunicador.
— Se identifique soldado!
— Soldado Batista, da quarta divisão da infantaria, tenho permissão para falar?
— Prossiga!
— Boa parte do agrupamento entraram em um campo minado, comandante Gomez morreu, agora, recuamos, estamos perdendo território. Está vindo centenas de caminhões cheio de soldados, pedimos permissão para continuar recuando.
— Negado. — Disse Jacira, mal-humorada. — Resista soldado, porque agora o bicho vai pegar!
— Sim capitã.
Jacira olhou para mim, me viu ali no banco, todo amarrado, imóvel.
— Se tivesse podendo andar Vallerryan, as coisas estariam melhores…
Ela apertou um botão azul no comunicador.
Logo em seguida, disse:
— Major Otaviano, me dê a permissão para acionar a arma secreta de defesa.
— Senha? — Disse a voz masculina do outro lado do comunicador.
— ASD37N59, lado norte, perto do sul de Mines.
— Identifique-se.
— Capitã Jacira.
— Número de identificação?
— RI09676.890.
— Acesso confirmado, capitã!
Levantou da terra, cento e dezoito torres de ferro, de cinco metros, logo em seguida, raios elétricos saíram, e foi ligando cada um, formando uma cúpula, uma barreira de proteção.
Os caminhões inimigos pararam. Um dos soldados atiraram na barreira, a bala foi pega pelo choque elétrico de mais de mil volts.
A bala derreteu.
Os soldados, que estava do outro lado, montaram barreiras de escudos e ficaram em alerta.
Logo em seguida, um avião passou voando e jogou míssil no território inimigo.
Ouvi dizer que foi o momento mais horrível de todos, explosão seguindo de gritos de dor.
— Capitã Jacira, está na escuta?
Jacira pegou o comunicador e disse:
— Identifique-se.
— Ministro da defesa, tenho uma péssima notícia.
— Não me diga!
— Mines invadiu três cidades no norte de São Paulo, está chegando agora em Ribeirão Preto.
Jacira perdeu a paciência, deu um grito e disse:
— Permissão para acionar todas as defesas.
— Capitã, não podemos fazer isso!
— Quer perder território? Estamos em menos número, precisamos planejar, para contra atacar!
— Vou liberar o protocolo delta capitã, fique na linha.
Jacira pulou para dentro do tanque, pegou uns curativos, molho um algodão em um galão de gasolina e colocou no seu ferimento, sentindo imensa dor. Depois, colocou o curativo.
Minutos depois, o Brasil inteiro estava protegido por uma cúpula de energia.
— Estamos em defesa capitã! — Disse o ministro da defesa.
— Quero o controle do raio da morte.
Raio da morte é uma antena bem alto, feito em uma torre de trinta e oito metros, que fica na cidade de Bebedouro (SP).
É uma bobina de Tesla, mas do tamanho de oito metros de comprimento, com doze metros abaixo da terra, estende sua antena até acima da torre.
Solta um imenso raio elétrico, na direção desejada pelo seu operador.
— Capitã, tem computador?
— Não ministro, estou em um tanque, o computador do tanque está funcionando.
— Vou usar sua localização para você operar o raio.
Jacira sentou na cadeira do tanque, meio tombada para o lado esquerdo.
Ligou o computador e disse no comunicador:
— Pode liberar.
O ministro da defesa liberou o controle para Jacira, agora ela estava com um raio da morte nas suas mãos.
— Agora morram seus idiotas!
Jacira escolheu um local no mapa apertou a tecla enter, o raio da morte foi disparado.
Saiu um imenso raio, na direção do exército de Mines.
O raio acertou nos soldados, matando todos eles eletrocutado.
Jacira estava empolgada, escolheu outro ponto e apertou a tecla, disparando outro raio.
Fez mais dois disparo, dava para ver os raios voando pelo céu azul, com poucas nuvens.
Jacira preparou um quarto disparo, escolhendo uma grande vila do reino de Mines.
Então, foi aí que a guerra apertou!
Outro raio veio da direção de Mines, se chocando contra este raio, fazendo um enorme estrondo e caindo no lugar errado.
O lugar que caiu, matou alguns dos nossos soldados e queimou algumas árvores.
Jacira ficou paralisada, pegou o comunicador e disse para o ministro da defesa:
— Entre em contato com o cacique de Mines, fala que a capitã vai negociar.
— Negociar? Quem deve fazer isso é o rei!
— Eles não querem território, querem apenas um homem.
— Como assim?
— Eles querem Aetler Vallerryan!
— E como Aetler Vallerryan vai parar a guerra? Um homem!
— Não vai parar, mas vai dar tempo para atacarmos de surpresa.
— Vou convencer o rei, espero que você esteja certa Jacira, senão, pode ser pior para você.
— Já passei coisas piores…
O ministro da defesa desligou.
Jacira olhou para mim, pulou para o fundo do tanque e ficou fazendo carícias no meu cabelo.
Neste exato momento, consegui falar.
— Porque vai me entregar para nossos inimigos?
— Porque você é o herói. — Disse ela.— Sei que você chegando lá, vai descobrir o que eles estão tramando, então entrarei naquele inferno e tirarei você de lá, já que a esfera armilar está no Rio de Janeiro.
— Não faz isso, se eles me quer lá, não é melhor eu ficar aqui e você me proteger?
— É estratégia de guerra, não é só questão de proteção, vamos aproveitar o momento e capturar as terras do reino de Mines, derrubar o governo deles e expandir o território brasileiro.
— Vou morrer, você sabe.
— Não vai. — Respondeu, me dando um beijo.
Depois do beijo, eu disse:
— Tupã me disse que se despertasse o meu poder, ele me matará.
A expressão facial de Jacira mudou, ela se afastou de mim.
— Jacira, não faz isso comigo!
— Todos que Tupã ameaça de morte, são monstros…
— Não Jacira…
— Por isso todos te chamam de monstro!
— Não Jacira, não fala isso, não diga isso!
— Os sete monstros lendários só podem acordar se um monstro usar seu poder para abrir a porta da caverna, minha mãe contava sempre esta história para mim!
— Jacira, não sou um monstro!
A raiva fez meus olhos mudarem de cor.
Jacira saiu do tanque, se afastando mais rápido que podia.
— Jacira! — Gritei, chamando por ela, todo amarrado na cadeira daquele tanque.
Uma hora depois, Jacira voltou, com lágrimas nos olhos e disse:
— Me perdoa Aetler, sinto muito!
Ela começou a me desamarrar, levantei e saí do tanque.
Estava horrível lá fora, fogo para todo lado.
Ela jogou uma roupa de guerra em mim. Não disse nada.
Vesti a roupa.
Estava ainda meio tonto, quase caindo no chão.
Ela me ajudou a calçar as botas, depois, e disse:
— Porque não me disse antes? Evitaria que eu amasse um homem ameaçado pelo grande Tupã.
— Então eu não teria você, estaria sozinho.
— Vamos andando.
Segui Jacira, na direção do oeste, indo para o lado do rio de Janeiro.
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