Fim do Brasil?
O buraco de minhoca estava crescendo, cada vez mais rápido, já dava para ver um outro mundo do outro lado, com árvores de folhas vermelhas, um belo mundo, com a terra rocha e mato com folhas azul.
Tinha um exército preparado para atravessar o buraco de minhoca, lanças de madeira, arqueiros, utilizando tecnologia totalmente diferente, e tudo envolvia madeiras e penas.
–Os Kurumins! – Jaci disse, e começou a usar o seu poder, fazendo a lua aparecer no céu, aos meio–dia, aproveitando a escuridão das nuvens e os raios que desciam na direção da esfera armilar.
As águas da praia se levantaram uns trinta metros de altura, eram enormes paredes de água, e estavam cercando a esfera armilar, com todos nós lá, presos pela parede de água.
–Somos a resistência. – Disse Tupã, largando o seu arco no chão e pegando raios em cada uma das suas mãos, me lembrando de Zeus, da mitologia grega.
Ele se preparou para lutar. O rei se levantou do chão, disse no comunicador.
–Marechal‐do-ar, está na escuta?
Uma voz respondeu o rei.
–Mande todos os reservistas, pela força aérea, disponibiliza toda a tecnologia que temos, liga todos os raios da morte e dispare contra o museu da arte.
–Mas majestade, pretende se matar? Seu filho não está pronto para governar.
–Regência trina marechal, Pedro II só tomou o trono na maioridade, assim será com o Eduardo.
–Majestade, deve haver outro jeito!
–Eu ordeno! – Gritou o rei.
–Pai? – A filha do rei falou no comunicador. – Não morra pai! Eu te amo!
A princesa Amélia estava aos prantos de choro.
–Escuta uma coisa Amélia, um monarca preocupa com o futuro do seu país, e a herança que deixa para os filhos, se fosse como uma república, assim como os Estados Unidos, o Brasil teria presidentes, e talvez, cada um preocuparia com seu próprio benefício. Morro hoje, deixando a esperança e salvação para as futuras gerações.
O rei desligou o comunicador, deixando um silêncio total, que deu impressão que a dona morte estava perto de nós.
–Jacira? Está bem?
O braço da Jacira estava roxo e inchado. Usei os elementos da terra, retirando o minério e usei para proteger o seu braço, como se tivesse sido engessado.
No lugar de gesso, era metal, alumínio, muitas coisas misturadas.
–Você nunca desiste? – Perguntou Anhangá. – Rendam-se, e teremos misericórdia.
Aeronaves começaram a aparecer, soldados da reserva, desciam pela corda, por dentro da parede de água.
–Reforços? – Riu Anhangá. – Olha Tejú, idiotas, que vieram se matar!
Soldados desciam e faziam formação de defesa, com seus escudos hexagonal.
Apenas eu era o comandante dele, alguns ali já me conhecia, pois dei treinamento para eles.
O baraco de minhoca teve o tamanho suficiente para humanos passarem. O exército inimigo atravessaram e ficaram na frente da esfera armilar.
Não tinha proteção, talvez, seja mais uns daqueles seres que são feridos apenas com madeira.
Abriram passagem para um ser, de dois metros e trinta.
Tão alto que era, suas pisadas tremia a terra. Parecia ter uma força descomunal.
Neste momento, Caipora veio rastejando pela terra, em direção ao Tupã.
–Cacique... – Disse ela para Tupã. – Se tirar a pena da máquina, a esfera desliga?
–Isso! – Disse Tupã. – Alguém tem que tirar a pena lá de cima da máquina, enquanto lutamos e vamos conter o avanço.
–Eu faço isso. – Disse Jacira.
–Você não está em condições. – Falei para ela.
–Eu quero Vallerryan.
–Mas não pode, porque você?
–Eu não vou poder lutar contra alienígenas, sou mais fraca do que eles agora, você contenham a invasão, eu preciso que Tupã me coloque lá em cima, daí eu pulo e retiro a pena.
–E você vai cair.
–Mas vou estar viva, é só Tupã aparecer lá no momento, usando o teletransporte e me colocar em um lugar seguro.
–Não vou deixar, se eu perder você, não serei ninguém!
–Você não precisa de mim para ser alguém... – Disse ela, passou a mão no meu rosto. – Comandante, eu sou sua capitã!
Tupã pegou na mão dela, desapareceu, apareceu no topo de um pedaço de concreto quebrado, na direção da máquina, ela tinha que pular na direção exata para alcançar o computador, arrancar a pena que estava enfiada como se fosse uma chave no buraco de uma fechadura e o Tupã tinha que pegar ela antes de cair no chão.
Anhangá se curvou diante do homem de dois metros, Tupã parecia estar tremendo, esse homem olhou para Tupã e sorriu.
–Meu querido Tupã, quanto tempo? Desde a nossa última batalha?
–Jurapari... – Os raios de Tupã aumentaram de tamanho, Tupã saiu do lado de Jacira e apareceu na frente dos soldados.
–Pai, não! – Jaci estava desesperada, ela foi segurada pelo seu marido, Guaraci.
–E vamos matar a saudade! – Disse Jurapari. – Saudade de provar o seu sangue!
–Arrrrghhhhhhhhhhh! – Tupã correu em direção a Jurapari, sem temer pela própria vida, o primeiro ataque de raios, acertou Jurapari, mas ele pegou no mesmo raio de Tupã, girou ele no ar e tomou o outro raio da mão dele. Atingiu Tupã com seu próprio raio, acertando na sua barriga.
Tupã foi arremessado contra os soldados, que abriram passagem para Tupã cair sem derrubar eles.
–Formação, muralha! – Gritei para os soldados.
Eles encaixaram os escudos um nos outros.
–Ativar raio da morte, agora! – Ordenou o rei, ligando de novo o seu comunicador.
Raios começaram a bater na esfera armilar, nunca vi tanta energia,chegava dar medo.
Alguns soldados inimigos eram atingidos e estavam caindo mortos.
–Atacar! – Ordenou Jurapari.
Anhangá, Tejú e os soldados, vieram na nossa direção, com imensa fúria, parecendo animais carnívoros, famintos!
–Firmes! – Gritei para os soldados.
Em questão de segundos, comecei a ouvir batidas no escudos, gritos de aliens morrendo, sendo eletrocutado pela alta voltagem.
O cheio de queimado subia, e quando menos esperava, Anhangá pulou por cima dos escudos.
Ele deu um soco em Jaci, feriu Guaraci na costela, Tupã estava levantando, ele deu um soco no nariz de Tupã, fazendo ele cair.
Fui ajudar Tupã, atingi Anhangá, com um chute na cara, fazendo ele recuar para atrás, dei alguns saltos pra traz, fiquei parecendo um macaco furioso, voltei correndo na direção dele, fiz um salto estrela e conseguir atingir um chute em baixo do seu queixo, fazendo um dente dele se quebrar.
Anhangá cuspiu sangue, Tupã levantou e acertou Anhangá com um raio, Jaci veio correndo e começou a dar uma sessão de soco na barriga dele, queixo e olho.
O rei, mirou no olho de Anahngá e atirou, atingindo seu olho.
Um grito de dor saiu da boca dele, mas então, o disfarce acabou, não era Anhangá, mas sim, Tejú.
Caipora, vendo o Tejú, tomada em fúria, foi mancando até ele, deu um chute na sua perna direita, fazendo ele abaixar, segurou sua cabeça nas suas mãos e disse:
–Isso é por ter matado a minha onça!
Ela girou a cabeça dele, dando um estalo, um som de ossos quebrando.
Tejú caiu morto, perdendo o restante das suas cabeças.
Caipora sentou no chão ao lado do corpo do Tejú, parecia estar chorando.
Tupã, demonstrava medo, olhou para mim, esperando que eu fizesse algo, ou falasse alguma coisa.
–Me perdoe Vallerryan. – Disse Tupã. – Você não é um monstro, mas sim um guerreiro corajoso.
–Tupã! – Gritou Jurapari. – Você matou minha mãe Ceuci, por ela ter ido ao meu universo! Por sua causa, eu dominarei todos os universos.
–Você já queria isso! – Gritou Tupã. – Essa luta começou quando sua mãe comeu o fruto da árvore da vida, o fruto do bem e do mal! Surgiu você, e você queria se tornar um deus supremo! Ela estava sentindo sua falta, ela iria para o seu lado, abriria portais para outros universos, e você chegaria ao seu objetivo! Olha só, quantos Brasil você destruiu, falou para os índios, que não necessitava evoluir e ter conhecimento, vieram os portugueses, depois o Brasil cresceu, agora as reservas indígenas foram destruídas, veja só Jurapari!
–Alien conquistam mundos, humanos conquistam terras, deuses conquistam universos, este mundo, este país e este universo, serão meus!
Jurapari bateu as duas mãos no chão, a gravidade mudou, começamos a flutuar.
A muralha de escudos foram desfeitos.
Neste momento, Jacira correu, pulou para pegar a pena.
A mão dela estava quase perto, ela já tinha encostado o dedo na pena.
Mas Boitatá tinha conseguido se soltar.
Boitatá já estava pequeno, tinha diminuído de tamanho para se soltar da corda de Caipora, mas ainda era grande, mas nem tanto.
Ele veio, enroscou na Jacira, e passou no pescoço dela, enforcando-a.
A cabeça de Boitatá estava na região do coração.
O tamanho dele agora, era de uma sucuri.
Sem Boitatá não tinha fogo, não naquele tamanho.
Jacira estava pendurada, próximo da pena, Boitatá estava com a calda enrolada em vigas de ferro do concreto.
A gravidade voltou ao normal.
Nós caímos, olhei para Jacira, pendurada, com um único braço bom tentado tirar a pena, e Boitatá tentando matá-la.
–Vallerryan, atira na cabeça do Boitatá.
–Não! – Respondi.
–Eu vou morrer do mesmo jeito Vallerryan! Pega o arco de Tupã e atira!
–Não Jacira!
–Atira, só assim vou conseguir tirar a pena.
–Você vai morrer!
Jurapari havia pegado Tupã pelo pescoço, levantando ele para cima, dando socos no Tupã, jogou ele na direção do rei, e veio para cima de mim.
Manipulei todos os gases, jogando na direção de Jurapari, transformando esses gases em pedra, atingindo ele, atrapalhando sua visão.
Havia uma borduna no chão, peguei e atingi Jurapari, no braço, fazendo um corte, mas ele me deu um soca na cara e ainda ganhei um chute na barriga, me fazendo cair perto do arco de Tupã.
–Por favor Vallerryan... – Jacira implorava.
Parecia que tudo ficou em câmera lenta, via tudo passar lentamente, era estranho essa sensação.
Então comecei a lembrar, que uma arara-azul ficava n gaiola, gigante, feito de madeira, fazia de tudo para se soltar, e Jurapari mantinha ela dentro da gaiola.
As araras-azul, tem uma parceira pelo resto da vida, com a Aganipe não foi diferente, ele tinha sua parceira, mas ela estava fora da gaiola, ia ser sacrificada por Jurapari, para um banquete.
Sua parceira, não tinha o poder da Aganipe, Jurapari preparou o arco, atirou a flecha.
Atingindo sua parceira, matando o amor da sua vida.
Aganipe, furiosa e sentindo a dor insuportável, conseguiu quebrar a gaiola, começou a deformar a terra e destruir tudo que ela vinha na sua frente, havia um portal aberto, para o universo de Tupã, Aganipe atravessou e foi fazendo a maior destruição.
Nada tirava a dor da Aganipe.
Por isso, Tupã, para proteger seu universo, teve que matar Aganipe.
Meu dedo encostou no arco, com uma mão, fiz um jato de metal derretido atingir Jurapari, quando assustei, minha outra mão havia pegado o arco e uma das flechas de Tupã.
Olhei para Jacira, virei as costas para ela, mirei em Jurapari.
–Não vire as costas pra mim Vallerryan, eu te amo, eu te pedir isso, eu falei que você teria que me matar!
–Vallerryan... – O rei gritava. – Pense no seu país! Ouve a Jacira.
Dei um passo, mas de novo a Jacira disse, quase sem voz.
–Fui voluntária, eu estava pronta para este momento... Vai me deixar,morrer sem cumprir a minha missão? Comandante, meu amor... Me mata, por favor...
Isso foi o pior momento da minha vida.
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