A Decisão de Kaguya
Asgard. Antes de a guerra começar.
Após verem Kaguya despertar e cair no chão desmaiada, Amaterasu e Skuld correram para ajudar, aos poucos foram segurando o corpo de Kaguya, Skuld a carregou no colo enquanto Amaterasu pegou Gungnir e a carregou segurando em suas mãos. As duas caminharam pelo corredor até encontrarem o buraco da onde caíram quando chegaram. As duas voaram até o solo do Cofre das Armas e caminharam para fora dele, ao chegarem ao centro do palácio, as duas viram uma grande movimentação na cidade caída.
Thor estava reunindo algumas Valquírias e soldados para partirem pra guerra. Skuld após mais uma breve olhada, carregou Kaguya para a ala médica do palácio colocando-a deitada em uma das camas, Amaterasu deixou Gungnir cravada no trono de Odin, o golpe fez com que o trono se partisse em dois, e logo depois seguiu Skuld.
Urd já estava recuperada por completo, estava em pé olhando alguns papéis quando chegaram, Skuld pediu para Urd ajudar na recuperação da deusa kaguya, a Valquíria junto com Skuld começou a curar Kaguya, o processo estava sendo mais rápido com duas Valquírias ajudando, Amaterasu apenas observava a irmã, deitada na cama, do lado de fora, pôde ser ouvir os gritos dos soldados asgardianos correndo para a batalha.
Após partirem, e depois de algumas horas finalmente Kaguya havia acordado. Aos poucos, a deusa abria seus olhos olhando ao redor do lugar, não fazia ideia de onde estava, para ela, sua última lembrança era de estar lutando contra o Rei do Vazio.
- Onde... Eu estou? – perguntou Kaguya.
- Minha irmã. É tão bom revê-la novamente. – disse Amaterasu pegando as mãos de Kaguya com lágrimas nos olhos.
- I-irmã? – questionou.
- Você está em Asgard Kaguya. Vamos lhe contar tudo. – respondeu Amaterasu.
Amaterasu contou tudo o que havia acontecido durante o tempo em que Kaguya passou selada e Skuld se apresentou contando o que estava acontecendo atualmente e como poderia ter ajuda de Kaguya. A deusa ficou ainda mais confusa, era muita coisa para processar, havia acabado de acordar após um longo tempo presa.
- Eu... Eu não entendo... Esta época... Este lugar... – disse Kaguya confusa.
- Calma Deusa Kaguya, sabemos que é muita coisa para processar em pouco tempo, mas precisamos que compreenda. – afirmou Skuld.
- Compreender? Eu achei que tivesse morrido dentro daquele selo. Passei tanto tempo presa, e agora tenho que escutar tudo isso, como eu poderia compreender? – questionou Kaguya com raiva.
- Calma minha irmã! Não precisa se forçar a nada. – disse Amaterasu preocupada.
- Calma? Vocês... Eu não entendo! – gritou Kaguya emitindo uma rajada mágica pelo corpo.
A forte rajada fez com que Amaterasu, Urd e Skuld fossem lançadas para trás, Kaguya se levantou chorando e saiu voando do quarto atravessando e destruindo as paredes do palácio. Ao sair, Kaguya contemplou o céu de Asgard por alguns minutos, após um momento flutuando, Kaguya conjurou um portal atravessando-o, e logo em seguida, sumindo da terra dos deuses.
Amaterasu e as Valquírias saíram correndo, mas já era tarde demais, Kaguya já não estava mais em Asgard. Logo em seguida, Skuld havia recebido a informação sobre uma grande luta acontecendo perto de um vilarejo ao norte de Midgard, Thor estava envolvido na batalha, Skuld, Amaterasu e Urd seguiram para o local usando um portal conjurado por Urd. Amaterasu estava preocupada com sua irmã, não fazia ideia de onde ela poderia ter ido. A deusa do sol seguiu as Valquírias pelo portal, porém não conseguia deixar sua preocupação de lado.
A deusa Kaguya saiu do portal chegando há um lugar que conhecia bastante, porém ele havia mudado, a cidade de Yamato estava bem diferente do que lembrava, Kaguya se emocionou e entrou na cidade, ao entrar, viu grandes árvores de cerejeira, rios e muitas casas, mas também viu guerreiros se espalhando, protegendo a cidade. Um deles se aproximou e abordou Kaguya sacando uma espada.
- Quem é você? Uma invasora? Responda! – disse o Samurai.
- E-eu sou Kaguya. A Deusa Kaguya irmã de Amaterasu, Tsukyoumi e Susano – respondeu Kaguya.
- Eu não conheço nenhuma deusa com este nome. Está tentando se disfarçar não é? – retrucou o samurai.
- Não! Estou falando a verdade! – disse Kaguya.
- Eu não quero saber. Morra! – gritou o samurai partindo para o ataque.
Kaguya fechou os olhos e deixou que o samurai a cortasse, o samurai ficou surpreso com o ato de Kaguya, sangue jorrou pelo chão, Kaguya sentiu uma forte dor devido ao golpe, o samurai estava sem entender nada.
- P-porque? Porque não desviou? – questionou o samurai.
- E-eu não vou... Machucar meu povo... – respondeu Kaguya derramando lágrimas.
- O que esta acontecendo aqui? – disse uma voz ao longe.
Rapidamente o samurai olhou para o céu e com uma cara de espanto se ajoelhou em respeito. A cima deles estava Susano, o Deus das Tormentas.
O deus das tormentas possuía cabelos azuis e olhos dourados, usava uma roupa toda branca com detalhes em azul e dourado, em sua cintura havia um laço de metal dourado, suas botas eram pretas e vermelhas. Em suas mãos possuía o segundo dos três tesouros sagrados de Yamato, a espada Kusanagi no Tsurugi.
Nas lendas de Yamato, a espada foi encontrada após Susano cortar a quarta cauda da serpente de oito cabeças conhecida como Yamata no Orochi. Era uma relíquia lendária com alta resistência e um alto poder de ataque, originalmente quando a encontrou, Susano a chamou de Ame no Murakuno no Tsurugi, que significa: “A Espada que Colhe as Nuvens do Céu”, porém posteriormente teve seu nome alterado ficando conhecida como Kusanagi no Tsurugi.
Susano havia retornado a Yamato após muito tempo longe, estava em uma missão em um lugar distante de Midgard, resolvendo assuntos sobre criaturas místicas atacando alguns vilarejos, Susano não queria enviar seus soldados para resolver algo tão complicado e foi pessoalmente.
- S-senhor, eu sinto muito! Esta mulher disse que era uma deusa irmã do senhor! – respondeu o samurai.
- Uma deusa? – questionou Susano.
Ao olhar mais precisamente viu do que se tratava, o deus das tormentas ficou surpreso e logo lançou uma magia de cura em Kaguya, Susano explicou para o jovem guerreiro que realmente Kaguya era uma deusa e sua irmã, o soldado se desculpou profundamente por ter agido de tal forma, afinal não teria como saber, são dois seres de duas épocas diferentes, alguns jovens de Yamato que nasceram nesta geração não conheciam a lenda da Deusa Kaguya e de como ela lutou bravamente no passado. Susano levou a irmã para o palácio real de Yamato, estava com lágrimas nos olhos, não podia acreditar que realmente sua irmã estava ali, em seus braços.
Chegando ao palácio, Susano preparou um quarto e deixou com que Kaguya se trocasse, após a deusa tomar um banho, O deus das tormentas deixou que Kaguya primeiro descansasse um pouco, a final tinha acabado de retornar para casa, Susano sabia que ela poderia estar confusa ao despertar em outra época. Logo depois de um tempo, os dois se sentaram e começaram a conversar, Kaguya começou contando à história que sua irmã lhe contou mais cedo, o deus das tormentas ficou surpreso com o que Odin tinha feito.
Susano tinha suspeita sobre a energia das armas, mas nunca pensou que realmente seria a energia de kaguya. Susano confirmou então a história que Amaterasu e Skuld lhe contaram sobre o que aconteceu desde que Kaguya havia sido selada. Kaguya estava surpresa, não estava acreditando em tudo que estava acontecendo.
- É impossível acreditar nisso tudo logo de cara. Eu acabei de acordar de um longo sono. Porque eu teria que lutar? Eles já não têm armas com meu poder? – questionou Kaguya.
- Pelo que eu soube através dos soldados, as armas foram usadas ao máximo impossibilitando seu reuso. – respondeu Susano.
- Mesmo assim! O mundo está diferente daquela época. Porém uma coisa nunca muda, as guerras. Eu fui selada no fim de uma para ser acordada ao começo de outra. E no final todos só querem meu poder. – disse Kaguya cabisbaixa.
- Não diga isso Kaguya! Nunca pensaríamos em você como uma arma! – afirmou Susano.
- Então porque eles querem a mim? Não poderiam pedir a você ou outro ser? – questiona Kaguya.
- Eles não querem seu poder, não querem te usar como arma, eles não são Odin. Eles querem ajuda de todos que puderem ajuda-los, não podemos vacilar contra este inimigo, precisamos de todos que puderem lutar. – responde Susano.
- Eu me sinto culpada por tudo isso, as armas tinham meu poder...
- Eu sei, deve estar sendo difícil para você toda essa situação após muitos anos selada.
- Sim...
- Mas, Kaguya. Você não precisa lutar por eles, ninguém precisa, mas suas irmãs estão lá no campo de batalha, dando suas vidas para proteger os nove reinos. Você não precisa carregar esta culpa sozinha, de certa forma todos temos uma parcela de culpa nisso principalmente eu.
- Mas irmão você não sabia...
- Não importa! Eu devia ter notado mais cedo sobre a energia das armas. Kaguya, nos deixe ajuda-la a carregar seu pecado, se é que você pensa assim. Divida conosco sua angústia e tristeza, e então nos ajude a proteger os mundos uma vez mais! - Disse Susano abraçando a irmã.
Kaguya derramou algumas lágrimas, se sentia confortável nos braços do irmão. Após tanto tempo estava em casa novamente, Susano deu um pequeno beijo na testa da irmã e se afastou aos poucos de Kaguya, caminhando para a porta do quarto.
- Irmão. Aonde você vai? – perguntou Kaguya.
- Preciso levar uma coisa para Tsukyoumi. E também. Irei para o campo de batalha, como irmão mais velho de vocês não posso deixar elas sozinhas no campo de batalha. – responde Susano.
- Entendo... – disse Kaguya fechando seus olhos por um momento pensando na situação.
- Não se preocupe. Pode ficar aqui até se sentir melhor. Você saberá onde nos encontrar. – disse Susano saindo.
Kaguya estava pensativa, sabia que seu irmão estava certo, Kaguya se levantou e caminhou até a sacada do palácio, já estava de noite, a lua cheia iluminava a cidade de Yamato, deixando as árvores de cerejeira com um brilho especial, a vista era bonita, podia se ver toda a cidade, os soldados no portão fazendo a guarda e mais alguns patrulhando a cidade. O vento gelado da noite batia no rosto de Kaguya fazendo seus cabelos voarem. A deusa fechou os olhos para sentir a leve brisa do vento, Kaguya pensou em todas as vidas que estavam em jogo nesta guerra, e todos que estavam lutando bravamente no campo de batalha e em suas irmãs.
Ao abri-los novamente, Kaguya viu Susano saindo voando pela cidade rumo ao campo de batalha. O Deus das tormentas estava carregando o que parecia ser o terceiro dos tesouros sagrados de Yamato em suas mãos.
Kaguya voltou a fechar seus olhos e após pensar por mais alguns minutos, se virou e andou até seu quarto, a deusa havia tomado sua decisão, Kaguya retirou seu Quimono de descanso, e colocou sua roupa de batalha novamente. Preparou algumas Kunais e as guardou em uma pequena bolsa presa em sua perna direita. Kaguya estava decidida, Mesmo com o sentimento de culpa ainda pairando por sua mente, a deusa que havia dormido por muito tempo estava pronta para seguir rumo ao campo de batalha ajudar seus irmãos, e proteger os mundos.
Kaguya avisou os soldados do castelo para onde ia, ao sair do palácio, a deusa caminhou lentamente por um corredor de árvores de cerejeira, as pétalas caiam ao chão graças ao vento, à noite e a luz da lua deixavam a cena mais bonita destacando a cor rosa das folhas, Kaguya começou a correr e saltou voando em direção ao céu noturno. Seu destino era o campo de batalha.
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