A surpresa tomou conta do rosto de todos, ninguém esperava a ajuda vinda do reino submerso de Ragwin, e nem de sua princesa Marmalade. As sereias por serem jotuns que viviam em baixo d'água, não gostavam muito de se relacionar com o povo da superfície, pelo menos não de forma direta e sem um bom motivo. E agora, elas tinham um motivo, o congelamento dos oceanos pela magia de Skadi e dos gigantes de gelo, fez com que a princesa do reino das sereias se irritasse. Skadi e Marmalade nunca foram amigas, as duas tinham uma pequena rixa que nunca foi resolvida. Por isso, quando Aegir se aliou a Skadi e a Surtur, as sereias ficaram de fora da batalha, alegando que não iriam interferir em nada com a batalha do senhor do fogo.

Após a queda de Aegir, as sereias ganharam ainda mais força nos reinos subaquáticos, tomando o controle de boa parte das cidades submersas que eram controladas por Aegir anteriormente. Atrás de Marmalade e dos lados, um exercito de sereias segurando armas mágicas e conjurando diversas magias surgiam seguindo sua princesa. Heavor ao observar a princesa, voou rapidamente ficando a frente da governante de Ragwin.

- Vou perguntar de novo... O que estão fazendo com o meu oceano? – questionou Marmalade.

- Princesa... Marmalade? – questionava Norn assustada.

- Princesa... Parece que Skadi atacou essas região, e pelo que pude perceber Asgard, Nordicia e Helheim se uniram para combater os jotuns. – dizia Heavor.

- Entendo... Então Skadi realmente retornou? Isso explica as águas do oceano ainda mais frias que o normal e também essa devastação toda. – afirmava Marmalade olhando tudo ao redor com raiva em seu rosto.

- Pelo que entendi, as outras precisam passar por isso e irem até o sul. – dizia Heavor.

- Isso... É verdade... Se puder nos ajudar... – afirmava Skuld se aproximando golpeando alguns monstros no caminho.

- Entendo... Eu vou ajudar vocês não por que eu quero, mas por que preciso. Eu não gosto do povo da superfície, por mim vocês poderiam lidar com isso enquanto ficávamos em baixo d'água tranquilas, porém eu odeio muito mais ter as criaturas de Skadi congelando as águas do meu oceano. Então estejam livres para passar. Eu e a Valquíria cuidaremos desta região. Mas não pense que isso é um sinal de amizade entre dois reinos e sim um acordo temporário. – dizia Marmalade.

- Eu compreendo e lhe agradeço princesa. – dizia Skuld que logo sinalizou para as outras a seguirem.

- Skadi... pelo visto ela não está na área... É uma pena, pois eu gostaria muito de derrota-lá eu mesma... - dizia Marmalade.

Grace usou de magia de vento enquanto corria para pegar impulso entre as casas, a princesa saltava desviando de monstros, se apoiando no ar ficando cada vez mais alta, com um giro de seu cajado, a princesa de Nordicia invocou um enorme pássaro de gelo, que aos poucos tomava forma com suas asas num tom de azul quase branco, Grace subiu as costas da criatura e partiu em velocidade.

Hel acompanhava Grace com velocidade, a deusa dos mortos afastava os jotuns próximos com rajadas de chamas negras que aos poucos, atingiam algumas casas em volta, Hel ainda conjurou uma enorme esfera de gravidade e a lançou em direção a um grupo de gigantes de gelo que se aproximava, os monstros foram sugados pelo buraco negro rapidamente, permitindo que Hel seguisse seu caminho.

Após se despedir de Heavor e Marmalade, Skuld e Norn sobrevoavam a área, afastando as criaturas aéreas com golpes precisos de suas armas, as duas Valquírias após varias acrobacias aéreas conseguiram deixar para trás o grupo das sereias, e partiram acompanhando Hel e Grace, aos poucos, o grupo de invasão a Egípcia começava a sumir no horizonte.

Enquanto isso Heavor segurou firmemente sua lança e seu escudo e se posicionou observando atentamente as criaturas que começavam a se aproximar.

- Heavor... Você cuida das criaturas em terra. e não se esqueça sobre aquele assunto. – afirmava Marmalade.

- Pode deixar princesa. Como guerreira Asgardiana é meu dever acabar com esses monstros. E honrar nosso acordo. – dizia Heavor.

- Atenção! Não quero ver nenhuma queda do nosso lado! Destruam completamente o gelo que cobre o restante das águas, e derrotem todos os jotuns de Skadi! Que a proteção das águas esteja presente com todas! Vão! – gritava Marmalade para seu exercito.

Em resposta as ordens de sua princesa, as sereias começaram a se movimentar, com suas mais variadas magias, as guerreiras aquáticas lançavam ataques massivos em direção aos jotuns, outras, começavam a destruir os blocos de gelo pelo caminho,facilitando a movimentação de todas em torno da costa de Ruud. Marmalade se afastou um pouco e com suas mãos conjurou uma enorme esfera de água com sua magia, à sereia levantou sua mão com a esfera sobre a cabeça e a lançou em direção ao meio da cidade, a esfera se chocou com força contra um gigante de gelo que explodiu no processo.

Heavor que ao observar tal cena, não ficou parada, com sua lança a frente, a Valquíria voava em grande velocidade golpeando os jotuns com força máxima, seus ataques com a lança eram precisos e derrubaram as criaturas que tentavam se aproximar do mar, após desviar de mais alguns golpes Heavor viu alguns jotuns correndo para fora de Ruud, indo à outra direção, porém a Valquíria não se mexeu, pois sabia que se concentrar em sua batalha em Ruud primeiro era prioridade.

Enquanto isso, Skuld e as outras guerreiras sobrevoavam o oceano a toda velocidade, Skuld e Norn pegaram carona no enorme pássaro de gelo de Grace a fim de descansarem suas asas por alguns instantes. Hel continuava sobrevoando ao lado das guerreiras com sua magia, a deusa dos mortos acompanhava sem esforço algum o pássaro mágico de Grace.

- Espero que esteja tudo bem nos outros pontos invadidos. – afirmava Skuld.

- Vamos confiar em Roveria e nos outros. Temos algo importante a fazer. Quando estivermos próximos, abrirei um portal mágico direto para o continente. Estejam prontas! – dizia Grace concentrada no horizonte a sua frente.

Enquanto a equipe que partia para Egípcia seguia seu caminho, a batalha em outros pontos de Nordicia começava. No leste algumas tropas de soldados enfrentavam as forças da deusa Bastet, as tropas de soldados batalhavam arduamente, enquanto a deusa egípcia observava tudo de longe, usando sua magia de reforço em todos os soldados, a deusa Bastet conseguia aumentar a moral de seus homens, os deixando brevemente mais fortes fisicamente.

No norte do reino, mais gigantes de gelo marchavam pelas terras de Nordicia, os reinos do norte do continente lutavam com ajuda dos magos do reino que foram enviados para auxilia-los, as tropas enfrentavam uma nova Skadi, e desta vez, a verdadeira, usando uma armadura nova feita do mais puro gelo com a joia entregue por Cleo acoplada em uma espécie e colar perto do pescoço. A rainha de gelo comandava suas forças no norte, enquanto através de sua magia ampliada pela joia, conseguia sentir suas forças também no sul, porém Skadi sabia que a magia do artefato mágico não duraria muito tempo, e logo teria que partir para o combate direto.

Na região oeste, para onde Roveria e Luca se dirigiram, Thoth comandava suas forças de invasão com diversos magos, suas magias eram variadas, porém usavam magia de areia para atacarem, Thoth também tinha uma tropa de magos voadores, que atacavam a distância, lançando rajadas de energia pelos céus. Aos poucos, pequenos vilarejos começavam a ser destruídos, pessoas corriam em meio ao caos sendo ajudadas por soldados de Nordicia, que tentavam de qualquer forma evacuar todos para um local seguro e longe da batalha.

Enquanto isso em alto mar, já era quase fim da tarde, os navios levando as tropas de Dielle em conjunto com os elfos e Siluria, se aproximavam aos poucos da região onde a enorme ilha dos Therians ficava, porém Dielle sugeriu irem a outro lugar primeiro. Todos os navios seguiram a ordem de sua comandante fazendo um desvio no percurso.

Não demorou muito para todos os navios da marinha de Nordicia atracarem em uma ilha um pouco mais para o leste de onde ficava a ilha dos Therians. Todas as guerreiras estavam reunidas na sala de comando do navio principal, olhando um mapa mágico que era projetado com magia da equipe responsável pelos radares. Os magos conseguiam projetar com exatidão, uma imagem exata do território dos Therians.

- Por que paramos aqui Dielle? – questionou Avencia.

- Estratégia... Eu queria fazer um ataque direto, porém o melhor é entrarmos sem sermos notadas primeiro. Vamos nos infiltrar na ilha. Siluria conhece o lugar melhor do que nós, ela será nossa guia. – respondia Dielle.

- Certamente... Existem entradas escondidas em cavernas marítimas na costa da ilha, será mais fácil entrarmos por uma delas. – afirmava Siluria apontando os locais no mapa.

- Entendo... Porém as tropas de Sekhmet devem estar atentas. Precisamos de uma distração de qualquer forma. – afirmava Avencia.

- Eu concordo... Se os mantivermos ocupados, quando entrarmos, poderemos realizar um ataque mais preciso. – dizia Lyrist.

- Sim. Manteremos os navios de ataque em frente a ilha e alguns pelos lados. Vamos tentar distrai-los o máximo possível. - dizia Dielle olhando para o mapa.

- Nesta caverna teremos uma melhor chance, podemos usar ela. Assim sairemos quase no centro da ilha. Ficando apenas a alguns quilômetros da entrada da cidade real. - afirmava Siluria indicando o local.

- A capital real deve estar cercada pelas forças de Sekhmet, não será fácil. – dizia Lyrist.

- Nós sabemos, por isso seremos os mais furtivos possíveis na entrada, para quando chegar a hora da batalha, nós irmos com força máxima. Com a magia dos elfos podemos criar um ataque inicial enquanto nos infiltra-mos em meio ao caos da batalha. – afirmava Dielle.

- Com isso, podemos ter maiores chances contra Sekhmet. E se não funcionar? – questionou Lyrist olhando para Dielle com duvida.

- Teremos que improvisar, teremos que realizar um ataque um pouco mais direto se possível caso nosso plano não funcione. – respondia Dielle.

- E quanto a possíveis reforços de Yamato? – questionou Avencia levando sua mão ao queixo pensando.

- Teremos que iniciar a operação de invasão sem eles. Se esperarmos mais, podemos perder nossa vantagem sobre Sekhmet e suas forças. – respondia Dielle ficando apreensiva.

- Então não podemos perder tempo. Precisamos começar. – afirmava Avencia olhando seriamente para Dielle.

- Certo. Metade das tropas realizara um ataque de frente, a outra atacara em lugares divididos, iremos dividir as forças, e então entraremos na ilha, seguiremos direto para a cidade real. Não se distraiam, não baixem a guarda contra este inimigo ou todos nós poderemos perder. Iremos sair em cinco minutos! Quero tudo pronto e sem demora! – gritava Dielle.

- CERTO! – respondia os soldados.

- Vamos nos preparar também, iremos iniciar a operação. – afirmava Dielle.

Rapidamente, Dielle, Avencia, Siluria e Lyrist caminharam para fora do navio, foram até as margens da ilha mais próxima, e de lá, iriam partir rumo à ilha dos Therians, enquanto isso, os barcos da marinha começavam a se dispersar seguindo as ordens de Dielle, a operação de invasão da ilha dos Therians havia começado.

Asgard. Próximo à entrada da Bifrost.

Na terra dos deuses, Freya começava a organizar as forças que mandaria para Midgard como apoio a Nordicia, após receber o aviso da invasão massiva de Egípcia no continente controlado por Nordicia, Freya começou os preparativos para a missão mais cedo que o previsto. Soldados e algumas Valquírias faziam parte do grande grupo liderado por duas bravas guerreiras de Asgard, uma delas era Thrud a deusa da batalha com seu poderoso Stormbreaker em mãos, a outra, era líder das tropas terrestres de Asgard, uma Valquíria chamada Randgrid.

Randgrid possuía cabelos castanhos, amarrados com duas longas tranças presas por acessórios de metal curvados para cima, formando quase que um par de chifres. Usava um vestido de batalha vermelho com detalhes em preto, branco e dourado, possuía botas pretas com detalhes em vermelho e longas braçadeiras de metal pretas com detalhes em dourado. A Valquíria possuía também um par de asas pequenas em suas costas e em suas mãos, carregava as Libras Gêmeas, armas que se assemelhavam a um escudo, porem com a magia de Randgrid se tornavam lâminas.

Randgrid era a atual responsável pelas forças terrestres, porém não participou das batalhas recentes por estar em missão em uma área remota de Midgard. Agora, com uma nova batalha se aproximando, a Valquíria poderia enfim lutar ao lado de suas companheiras. Randgrid usava magia Elemental de fogo.

- Thrud, Randgrid, vocês sabem o que deve ser feito. – dizia Freya com uma expressão seria no rosto.

- Pode deixar. Vamos com tudo para cima deles. – afirmava Thrud apoiando o Stormbreaker em seu ombro com um enorme sorriso malicioso.

- Vai ser divertido. Vamos derrota-los minha rainha. – disse Randgrid esbanjando confiança.

- Estejam prontas, e não subestimem seus oponentes. Egípcia pode ser tornar um continente perigoso se conseguir o que quer. – dizia Freya com um olhar sério.

- Sabemos disso. É por isso que não vamos pegar leve com eles. – afirmava Thrud.

- Eu soube que uma carta de Verdandi vindo do continente das druidas chegou aqui. O que ela dizia rainha Freya? – questionou Randgrid ficando curiosa.

- As druidas não vão participar da batalha, porém reforçaram suas defesas. Verdandi resolveu aguardar no continente delas por um tempo e se necessário ela ajudaria em batalha. – respondia Freya com um olhar serio.

- De qualquer forma, podemos resolver isso com nossas forças. Deixaremos as Druidas em paz. – afirmava Thrud.

- Atacar reinos assim é loucura. Mas de qualquer forma, iremos impedir o avanço de Egípcia. – afirmou Randgrid com raiva em seu rosto.

- Confio em vocês. No pior dos casos irei preparar outra equipe como reforço se necessário. Certo? Tyr? – questionava Freya se virando para ver o Deus da Guerra se aproximar com uma pequena tropa de soldados.

- Sim. Irei proteger a ponte caso aconteça uma tentativa de invasão e se necessário, irei ao campo de batalha com meu grupo. – respondia Tyr.

- Ótimo! Então que comece a operação de apoio a Nordicia! – gritou Freya.

- CERTO! – responderam todos, indo em direção a Bifrost.

- Boa sorte... – afirmava Freya voando até o palácio real de Asgard com um leve sorriso no rosto.

Aos poucos os guerreiros de Asgard começavam a sumir no horizonte, atravessando a Bifrost rumo ao campo de batalha mais uma vez, rumo a mais uma missão para proteger o reino de Midgard.