Noite Sombria
Helheim. Terra dos mortos.
A terra dos mortos estava agitada, soldados corriam pelo mundo dos mortos sob ordens de sua rainha Hel, outros faziam guarda no castelo e na fronteira. Dentro do castelo dos mortos, Hel vasculhava cada registro mágico de entrada de almas desde que a guerra contra Surtur teve início. Viu registro de vários anões, elfos e principalmente humanos, os números eram enormes já que grande parte da batalha ocorreu em Midgard.
Hel a principio pensou que a alma de Skadi, Surtur ou Aegir havia achado alguma forma de escapar de Helheim, a deusa dos mortos ativou uma magia para verificar se o selo que pôs em tais almas ainda fazia efeito, sua magia mostrou um grande portão cercado por um rio extenso de água tóxica, a água era tão perigosa que borbulhava soltando um pouco de fumaça, quem se aproximasse do rio provavelmente sofreria as consequências por adentrar uma área perigosa, e ainda por cima, o grande portão era protegido por um selo criado por Hel, tal lugar se localizava nas profundezas de Helheim, atrás do portão estavam guardadas as almas dos três jotuns que causaram a guerra.
Hel se sentiu aliviada, pois sabia agora que a alma que sumiu não seria de nenhum deles, afinal quebrar o selo que os prendia era impossível do lado dentro, já do lado de fora teria que passar pelo perigoso rio, quebrar a barreira, mas antes teria que primeiro passar pela temível governante de Helheim.
Após mais alguns momentos olhando finalmente percebeu o que estaria errado. Hel havia encontrado a alma que estava faltando. Para ter certeza de sua hipótese, a deusa dos mortos ativou um enorme circulo mágico, tal magia fazia com que Hel pudesse ver o rosto de cada uma das almas que passaram por Helheim, foi então que teve sua confirmação. A alma de Urd não estava em Helheim.
Hel se perguntou como a alma de alguém que já estava morto escapou de seu mundo? Como deixou passar algo assim? A deusa dos mortos se irritou e ordenou que seus soldados triplicasse a segurança no reino dos mortos, Fenrir foi solicitado no castelo ficando de guarda caso algo acontecesse novamente. Hel partiu em disparada saindo de Helheim, estava decidida a procurar pela alma de Urd antes que alguma coisa de ruim acontecesse.
Midgard. Antes de a Serpente ser libertada.
O vento soprava bem forte, as nuvens no céu estavam escuras, chovia bastante em uma área de campina ao norte de Nordicia, os céus trovejavam, raios caiam com bastante intensidade, e gritos podiam ser ouvidos. Gritos de criaturas sendo golpeadas constantemente por uma arma, o barulho da chuva não conseguia apagar totalmente os rugidos dos jotuns, que partiam correndo para atacar seu inimigo, uma bela mulher loira com asas e um poderoso martelo em suas mãos, Skuld.
A Valquíria estava lutando com os jotuns há um pouco mais de uma hora, as criaturas tinham atacado um vilarejo pequeno, e Skuld foi chamada para derrotar os monstros. A Valquíria pulava e girava seu corpo golpeando os jotuns com muita intensidade, a cada golpe dado por Mjionir, os jotuns caiam no chão com dor e desacordados, para completar, a cada golpe, um raio descia dos céus e acertava o corpo do monstro o fazendo se tornar cinzas. As criaturas não paravam, porém estavam quase no fim, a chuva que caia havia sido invocada por Skuld, com o objetivo de apagar as chamas que destruíam a cidade.
Skuld girou Mjionir e o lançou deixando que acertasse as criaturas restantes, o martelo golpeava os jotuns perfurando-os e ao mesmo tempo, Skuld conjurava uma magia de ataque causando pequenas explosões, derrotando assim os jotuns. Skuld esticou sua mão e o martelo retornou. A Valquíria usou sua magia para dissipar as nuvens de chuva deixando que o céu se abrisse novamente.
- Finalmente... Achei que essa horda de Jotuns não fosse acabar nunca. –
disse Skuld aliviada por finalmente ter acabado com as criaturas.
Skuld suspirou, seu corpo estava encharcado por causa da chuva, seus cabelos estavam molhados e água escoria por seus dedos e pela armadura da Valquíria. Skuld caminhou até o vilarejo, aos poucos, os moradores que estavam escondidos nos arredores foram surgindo, agradecendo a Valquíria por ter derrotado os monstros. Skuld ajudou os moradores até o cair da noite e depois se decidiu seguir viajem.
Estava decidida a voltar a Asgard e ver como as coisas estavam por lá. Ao levantar voou, a terra começou a tremer de repente, Skuld ouviu os moradores gritando novamente, e voltou para ajuda-los, depois de alguns minutos de tremores, o terremoto parou, todos estavam assustados, com muito medo.
Skuld acalmou a todos e olhou em volta, havia algumas rachaduras pela terra e ao olhar para o céu, viu luzes brilhantes sumindo no horizonte. A Valquíria estava desconfiada que alguma coisa estivesse acontecendo, e agora mais que nunca, estaria disposta a investigar, Skuld primeiro garantiu que as pessoas do vilarejo ficariam seguras e mais uma vez, levantou voou e saiu indo em direção onde acreditava ser a origem dos tremores.
Midgard. Agora.
Os desastres causados pelos tremores e tsunamis afetaram uma boa parte de Midgard, em alguns lugares os danos eram mínimos, mas os locais perto da costa marítima estavam parcialmente destruídos, foram onde os estragos haviam sido um pouco mais severos. As armas que haviam sido liberadas por Jormungand, sumiam de Midgard aos poucos, cada uma seguiu uma direção diferente, caindo em reinos diferentes, uma foi para Nidavelir, duas foram em direção para Alfheim, outra arma seguiu para Svartalfheim também conhecido como o Mundo Sombrio, e a última estava indo em direção a Vanaheim. As armas sabiam exatamente para onde ir, pois estavam banhadas pela magia da Serpente de Midgard.
Jormungand, juntamente com Urd e Nautica, saiam do templo e começavam a caminhar lentamente pela floresta, aos poucos os soldados de Nautica que haviam se espalhado pela floresta começavam a surgir vendo sua comandante andando com um uniforme negro e acompanhada por mais dois seres.
- Almirante Nautica! O que está acontecendo? Quem são esses? – questionou o soldado.
Nautica se manteve em silêncio, os três pararam olhando para os soldados de Nautica.
- Faça... – disse Jormungand.
Nautica sacou sua espada e rapidamente se dirigiu aos soldados, Nautica pegou o primeiro de surpresa perfurando com a espada, os outros se assustaram com a cena, não estavam acreditando no que sua comandante havia feito, perceberam que tinha algo errado com ela e logo imaginaram que estava sendo controlada por um dos dois outros seres que a acompanhavam.
- A-atirem nos outros! Agora! – gritou um dos soldados.
Todos apontaram suas armas e começaram a disparar disparos mágicos em direção a Jormungand e Urd, porém a Valquíria caída invocou um escudo mágico protegendo a ela e seu mestre. Os soldados se assustaram e começaram a se espalhar ainda mais evitando contato direto com seus oponentes. Nautica olhou em volta e seguiu os soldados caçando-os com sua espada, aos poucos Nautica foi acertando golpes e mais golpes golpeando-os um por um.
- P-porque... A-almirante... P-por favor... A-acorde... – disse um dos soldados enquanto era perfurado por Nautica.
A almirante aos poucos viu a vida de seu soldado acabando, porém não teve reação alguma, era como se Nautica agora não conhecesse e não se importasse com mais nada. Nautica retirou a espada e a guardou em sua bainha e voltou a ficar ao lado de Urd.
- O medo... A sensação de desespero é o mesmo para qualquer ser independentemente do reino. Esta sensação... Deixa-me ainda mais forte. – disse Jormungand sentindo o medo percorrendo toda Midgard.
Aos poucos Jormungand foi sugando a energia do medo das pessoas que era gerado devido aos terremotos e tsunamis causados por sua libertação, logo, seu quimono verde foi dando espaço para uma armadura de guerra bem parecida com as que os asgardianos usavam em batalha, com tons em verde e detalhes em preto.
Jormungand sorriu e logo depois de assumir sua nova aparência, voltou a tomar a forma original da serpente de Midgard, seu corpo foi crescendo ficando ainda maior, sua cauda e seu corpo se esticaram sendo cobertos pelas águas do oceano e indo ainda mais além. Os moradores da ilha próxima viram a grande serpente se erguendo na escuridão na noite. Jormungand sentiu o medo se espalhando por cada ilha próxima. Os moradores tentaram correr se escondendo da enorme criatura.
A frota de Nautica que estava atracada perto da costa começou a disparar contra a serpente, porém os tiros não tinha efeito, cada vez mais, o medo dos moradores alimentava Jormungand o deixando mais forte. A serpente então disparou raios mágicos em direção aos barcos os destruindo completamente. Depois, se virou para as ilhas e fez o mesmo destruindo parcialmente todas no processo.
A noite foi iluminada pelas chamas das explosões, a visão das pessoas correndo desesperadas fazia Jormungand sentir um enorme prazer. Jormungand invocou um enorme circulo mágico e ao voltar a ficar em sua forma humanoide, o atravessou junto com suas servas e logo em seguida, os três desapareceram deixando para trás seu rastro de medo e destruição.
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