[...]

— Nunca pensei que me arrependeria de vir comprar roupa com você... Você demorou tanto!

— Eu tive que experimentar. Algumas ou não cabiam, ou eram largas.

— Ninguém mandou ter bunda maior que algumas garotas.

— Yuta! Sério que você anda olhando assim para mim?

— Não. Vi no espelho. 

— Seu idiota! — Bateu-lhe no braço e respirou fundo, vendo-o rir. — Olha aqui, não ri! Eu não vou deixar isso passar! Você olhou! 

— Eu esqueço que você é uma inocente do caraças. Aish, porque tem que ser a Butrakham, Deus?

— Está me xingando?

— Porque xingaria?

— Hm... Mas vamos acabar isso, mas saiba que ao menos eu tenho.

— Tem o quê?

— Bunda.

— Como eu falei... Pera... Você está falando que eu não tenho bunda? 

— Exatamente.

— E porque está olhando minha bunda?

— Você também olhou para a minha. Estamos quites, japonês. 

— Vou deixar passar. — Saíram da loja e voltaram para o hotel. Bu se enfiou no banheiro para trocar de roupa e vestiu o pijama que tinha comprado. Já Yuta se encontrava sem a blusa na cama, tapado e com seus fones, vendo seu anime favorito.

— Yuta! Vista algo ou não vou dormir com você.

— Eu não gosto de dormir com blusa. Sinceramente eu durmo só de box, mas vou tentar manter as calças.

— Você não é daqueles que dorme com a roupa e acorda sem... Ou é?

— Não me acontecesse muito isso. Mas um facto é, eu gosto mais de dormir só de box. Mas como eu estou fazendo meu máximo para não dormir no chão, vou dormir de calças. 

— Mas... Aish... — Bu acabou corando ao olhar o tronco nu do garoto, tapando seus olhos.

— Você nunca viu seu irmão sem blusa? Pelo amor de deus.

— Já! Mas é diferente, ok? Já vi até o YangYang, mas novamente, é diferente.

— Não vejo nada de diferente. Ok, seu irmão pode-se considerar, mas não acho muito porque ambos somos homens. Eu sinto-me à vontade com você, você pode-se sentir comigo também.

— Eu prefiro ter a roupa no meu corpo.

— Não falei que precisava tirar a roupa, mesmo que pensando nisso, me fez imaginar.

— Yuta! 

— Ai desculpa! Porra, Bu, eu não tenho culpa se te acho linda, fofa e sobretudo gostosa, ok?

— Repete o que disse.

— Eu não tenho culpa se te acho linda, fof... — Bu o interrompeu.

— Sim você tem culpa, pois claramente está cego.

— Cega é você que não consegue ver isso.

— Eu posso ser tudo do mundo, menos fofa. Eu quase te mando à merda a cada cinco segundos. Uma pessoa totalmente fofa não faz isso.

— Eu não gosto desse tipo de gente, eu apenas falei que te acho fofa. Seu jeito irritado me deixa com um sorriso bobo porque é isso que eu acho fofo. Essas pessoas aí, maior parte é forçado e olha que eu sou japonês e já namorei várias pessoas, até mesmo ocidentais.

— Também qual pessoa de vinte e cinco anos não namoraria nem que fosse só uma vez?

— E você? Já namorou? 

— Não. Nem sequer beijei.

— Você está brincando, não é? Nunca beijou? — Yuta estava com uma feição inacreditável. Como que Butrakham pode ser tão inocente? Isso passou na sua mente na hora.

— Ei! Calma! Selinho sim. Agora aquele beijo de língua e coisos não. Para mim beijo é isso.

— Você sabe que pode dar beijo sem língua, não sabe? Além que... Para mim selinho é beijo, mas não sou muito de ficar em selinhos.

— Não lembro se já beijei assim, sem língua e tals... Mas de língua nunca beijei. 

— E nunca namorou, certo?

— Nunca. 

— Hm... — Yuta estava meio pensativo, tanto que a garota notou a mudança repentina.

— Por quê essa cara?

— Posso te fazer uma pergunta e promete não querer me matar?

— Depende... Qual seria a pergunta?

— Se eu te beijasse, você parava ou continuava?