Dedico esse capitulo a linda @GiannyAlvarenga6,que está de aniversário hoje. Parabéns sua linda.

Elayne

Júlio ficou comigo até a uma hora da manhã, quando consegui me acalmar, me encheu de carinho, beijos e fez com que me sentisse segura, coisa que com Marcos, em oito anos de relacionamento, nunca me senti verdadeiramente. Quando ele saiu, tomei um banho, coloquei um pijama confortável e fui dormir. As lembranças do que quase aconteceu na sala me fizeram demorar para pegar no sono, mas quando consegui, sonhei com beijos quentes e palavras doces.

– Sol, acorda minha filha, não vai trabalhar hoje de novo, menina? - Ouço a voz de Sô me acordando.

– Não, só irei dar uma passada rápida no escritório e resolver algumas pendências, logo em seguida tenho que encontrar com meu 

pai, Marcos apareceu aqui e disse que não estamos separados legalmente. Tenho que saber o que fazer, estou perdida. Se essa história for verdadeira, terei que voltar para o Brasil e me separar de verdade, eu acho, nem sei o que tenho que fazer. Ai Sô, porque as coisas são tão complicadas?

– Aí, minha menina, Júlio me contou... Ele estava muito nervoso quando chegou em casa, preocupado com você, e vai te ajudar, tenho certeza, mas vai, levanta daí e vai conversar com seu pai, talvez ele possa te orientar no que fazer.

– Sim, vou tomar um banho, um café e ligar para ele.

Assim fiz, mas meu pai estava passeando com a esposa, afinal, eles estão de lua de mel, então combinamos de jantar juntos mais tarde. Resolvi ir para o serviço depois da ligação e durante toda manhã, tudo foi muito tranquilo e passou muito rápido. Revisei alguns contratos e organizei tudo o que estava pendente. Estava me preparando para comer no escritório mesmo quando recebi uma SMS do Júlio para almoçarmos juntos, no mesmo instante, um enorme sorriso apareceu no meu rosto.

Nos encontramos em um restaurante próximo ao escritório dele, cheguei ao local indicado, e avistei ele sentado em uma mesa, estava vestindo um terno preto, uma camisa branca e uma gravata rosa claro, estava muito charmoso, e por algum motivo desconhecido, lá estava o sorriso bobo novamente, estou igual a uma adolescente. Notei que ele estava sério, parecia nervoso e quando notou minha presença, deu um sorriso que fez todos os cabelinhos do meu corpo se arrepia e quando eu digo todos, são TODOS.

– Oi, meu Sol, estava ansioso que chegasse.

– Por que? O que aconteceu? – Perguntei apreensiva.

– Bom, primeiro porque estava morrendo de saudade. - disse, me dando um selinho. - E segundo, porquê quero te perguntar uma coisa.

– O que queres saber, Júlio?

– Nosso Amor, achei que iria me dizer que estava com saudade, que também não via a hora de me ver, como você é romântica. – Brincou fazendo biquinho igual criança.

Amor? Sério? Ele me chamou de Amor? Esse homem ainda me mata.

- Para! Dá para falar sério? O que tens para me dizer, estou ficando nervosa, aconteceu alguma coisa?

- Calma, Lany, tens que se acalmar, estava só brincando, relaxa um pouco. – Disse com uma cara de decepção.

– Desculpa, é que ando, nervosa. E é claro que senti sua falta, seu bobo.

Nessa hora vi um sorriso, que me contagiou me fazendo sorrir também.Júlio me falou que não poderia ser meu advogado, porque queria ser meu namorado e isso poderia ser um problema em júri. Porque com certeza ele iria querer quebrar a cara de Marcos.

– Gostaria de sua permissão para levar seu caso a outro advogado, conheço um de confiança.

Espera aí... Ele está me pedindo permissão? Se fosse o Marcos, não iria nem me escutar, muito menos pedir minha opinião. Marcos nunca deixou eu me expressar em nada, com certeza, ele não é nada parecido com meu Ex.Júlio era muito diferente do que estava acostumada, mas eu confesso que estava amando o jeito que estava sendo tratada, ele era atencioso, carinhoso? se preocupava comigo, e fazia tão pouco tempo que a gente se conhecia, me sentia completa perto dele, coisa que nunca senti antes, quando era casada. Penso que estou apaixonada, e aquela insegurança de me arrepender começa a bater.

– Lany? Lany? Está prestando atenção mulher? Onde está com a cabeça? – Disse ele, me trazendo de volta de meus pensamentos.

–Sim, desculpa! Estou meio distraída, é claro que você pode falar com o advogado, precisarei de orientação do que devo fazer. Será que irei conseguir? De repente, me sinto triste.

- Não Lany não fique triste, minha intenção não era te ver triste, desculpe! É que, às vezes, me pergunto o porquê de não ter te encontrado antes nessa minha vida. Saber o que esse cara te fez passar, me dá vontade de matar ele, mas vamos trocar de assunto, vamos comer logo, pois quero te levar num lugar muito especial para mim.

Dei um meio sorriso para ele e comecei a comer, ele já tinha feito os pedidos, por isso, não demorou para chegar. Terminamos e fomos em direção ao local, ele estava muito empolgado, como se fosse uma criança indo tomar sorvete, deixamos meu carro no estacionamento do restaurante e fomos no seu. Entramos numa praça, onde se encontrava muita gente, fazendo uma fila enorme, pessoas de todas idades estavam nessa fila. Segui ele sem entender nada, quando chegamos no começo dessa enorme fila, notei que haviam panelas muito grandes e algumas pessoas ajudando a servir quem estava na fila, e logo ao lado, algumas pessoas pegavam os nomes de cada um que estava ali, registrando um por um. Olhei para ele com uma cara como se dissesse: O que estamos fazendo aqui? Eu já comi! Ele entendendo minha cara, começou a gargalhar.

– Amor, te trouxe aqui porque esse é o lugar que me faz mais feliz. Isso aqui é o que me dá sentido na vida, para mim, sei que não é muito, mas eu gosto de ser voluntário aqui duas vezes por semana, para ajudar, me faz sentir útil. Existem muitas pessoas, que não tem nem o que comer, nem família, nem casa, e isso é o mínimo que posso fazer. Gostaria que passasse a tarde comigo aqui, você me ajuda?

– Claro! – Disse com a voz baixa e um pouco preocupada, não saberia se iria gostar de ficar ali.Eu nunca fui do tipo solidária, sempre fui do tipo, penso somente na minha família e em mais ninguém, mas passar a tarde com o Júlio ali, me fez ver a vida com o olhar diferente, pude conversar com muitas pessoas ali, e notei que muitas delas nunca tiveram a oportunidade de saber o que era um lar, e mesmo assim estavam com um sorriso no rosto.

Me fazendo enxergar, que minha dor não era nada comparada a muitos. Eu tive a oportunidade de conviver com uma criança maravilhosa, a qual me chamava de mãe, eu tinha tudo, não me faltava nada, apenas o que me faltava era coragem de seguir em frente, e eu achando que essas coisas só existiam no Brasil, estava enganada, e a cada minuto que passava ali com ele, me sentia mais conectada a ele, atraída por ele e, sinceramente não via a hora de estar nos seus braços, e poder sentir ele por completo.

–Amor, vamos? Você está bem?

– Sim, estou me sentindo muito bem. Obrigada por me trazer aqui, compartilhar isso comigo, estou me sentindo mais leve, obrigada mesmo.

Ele sorriu e pegou minha mão, me fazendo arrepiar, voltamos para o restaurante e pego meu carro. Em seguida, fomos para meu apartamento, Sô já tinha ido para casa, então o convidei para entrar, assim que entrou, eu disse para ele se sentir vontade e fui para cozinha, pegar um vinho.

Já eram seis horas da tarde, sentamos no sofá conversando, rindo, até que do nada ele fica sério, me olhando com uma expressão que não consigo decifrar. Se aproxima devagar e cola seus lábios no meus, me beijando calmamente, aproxima seu corpo do meu, e a cada movimento de sua mão por minhas curvas, transmitia uma sensação magnifica, algo que nunca tinha sentido. Me fez ficar mole em seus braços, e minha calcinha cada vez mais encharcada, estou completamente entregue aos seus beijos e carícias.

Não consigo pensar em mais nada, aos poucos ele me deita no chão da sala trazendo seus beijos para meu pescoço, me fazendo gemer baixinho com sua respiração quente sobre meu ouvido dizendo que me desejava, que me queria por completo, nessa hora já não ligava para mais nada, queria mesmo ser dele, então comecei a retribuir seus beijos com mais intensidade, gostava do jeito com que ele estava conduzindo o momento, era diferente, era único.

Aos poucos ele foi se despindo, eu a mim, e logo estavamos apenas de roupas intimas no chão da sala, ele me admirava e tinha um brilho em seus olhos. Depois de me deixar completamente nua e em chamas, colocou a camisinha e se deitou sobre mim, apoiando seu peso sobre os braços, devagar e com muitos beijos pelo meu pescoço, falando o quanto ele me desejava, entrou em mim, me fazendo ficar em êxtase, já não eramos mais os mesmos, estava perdida nele e ele em mim, nos tornando apenas um no chão da minha sala e, naquele momento, eu tive a certeza de que ele me completava.

Depois de algum tempo, estávamos lado a lado, tentando recuperar o fôlego, Júlio acariciava meus cabelos, ainda me admirando, tinha sido incrível e eu queria repetir, mais e mais vezes.

– Linda. – Disse ele.

Apenas sorri com a respiração agora mais controlada.

– Você me completa, Lany, eu sinto que nascemos para ficar juntos, que eu nasci para te proteger, para te amar, eu sinto uma necessidade enorme de estar sempre perto de você, me promete, que não vai dar ouvidos para esse cara? Ele está disposto a te reconquistar, e eu não quero te perder agora que te achei, promete para mim? - Sua voz estava angustiada.

Eu estava preste a responder e dizer que sim, que eu prometia, que meu EX não era mais nada para mim, que eu me sentia da mesma forma que ele, mas a campainha me interrompeu. Levantei coloquei minha roupa, Júlio fez o mesmo e eu gritei para pessoa que tocava a campainha sem parar esperar um pouco. Até que consegui me recompor e abrir a porta, dando de cara com pai muito zangado. Minha cara parecia um pimentão vermelho.

Puts! Tinha esquecido que iria jantar com ele. Droga!

– Lindo, dona Elayne, me deixando plantado no restaurante, achei que fosse mais responsável! – Olhou para o Júlio que estava do meu lado com uma cara de assustado.

Já vi tudo, lá vem os questionamentos, coitado meu príncipe azul, vai sair correndo.