Bônus.
Júlio
Deixei Lany no carro, entrei às pressas em casa e, meu Deus, que dia louco! Estou encantado por ela desde o dia que vi na porta da casa de Paulo. Tinha feito algumas perguntas para Rayssa sobre ela, porém, a única informação que consegui foi que ela era meio fechada, que tinha passado por algumas coisas na vida e que não conseguia seguir em frente, então, tentei me aproximar dela no dia da praia e conversei com ela por horas, realmente, ela era diferente, rimos muito, e era nítido, pelo menos para mim, que existia um tensão entre nós dois, mas também uma barreira, tinha algo nela que eu não conseguia entender. Existia um sorriso lindo em seus lábios, no entanto, eu percebia que ele não era completo, faltava algo ali e havia um traço de dor, sendo assim, compreendi que não iria conseguir avançar, porque ela não permitiria, por isso, me convenci em ser apenas seu amigo.
Ela foi para casa, e eu continuei ali por algum tempo, estava acostumado com esses tipos de festas na praia e nunca ia embora sozinho, e não foi diferente desta vez, me juntei ao pessoal e sai dali com Mônica, tínhamos esse lance de ficarmos sem compromisso de vez em quando, estava convencido que Lany não era para mim.
Depois de uma noitada daquelas, fui para casa, entrei no meu quarto e me peguei pensando em Lany. Como ela era linda, cabelos cor de mel, pele branquinha igual a neve e olhos verdes, seu corpo era enlouquecedor, apesar de não ter dormido com ela, eu imaginava que seria assim ou até melhor do que minha imaginação era capaz de criar, apostava que era uma perdição. Me repreendi em pensamento, esfregando as mãos no rosto, nem parecia que estava com Mônica horas atrás, pois nem assim ela saiu da minha mente. Fui para a cozinha comer algo, porque pensar nela estava me tirando o sono, o que não era normal. Deparei-me com minha mãe no cômodo, eu moro com ela, não porque não tenho condições de viver sozinho e sim porque não tenho coragem de deixá-la sozinha, já estava com uma idade avançada e não tinha coragem de abandoná-la.
– Filho? O que faz acordado às quatro da manhã? – A voz da minha mãe inunda a cozinha, fazendo-me despertar.
– Nada não, mãe, só estou sem sono.
– Desde quando você chega da noitada e fica sem sono, Júlio? O que está acontecendo?
– Nada mãe, só pensando. – Não queria dizer os meus motivos, sabia que ela iria surtar.
Lógico que ela não acreditou em minhas palavras, me torturou até soltar o que acontecia comigo, eis ai uma pessoa que, mesmo eu sendo um advogado, não conseguia argumentar com ela e foi inevitável dizer que estava sem sono por causa de uma mulher que tinha conhecido, e isso foi o estopim para que ela se entristecesse, o que causou uma discussão entre nós. Ela insistia em dizer que eu tinha de conhecer a tal de Sol e, se antes eu tinha certeza sobre querer distância dela, depois que conheci Lany, tive a confirmação de que além dessa Sol, eu não iria querer saber de mais nenhuma outra, nem Mônica foi capaz de mudar isso essa noite.
O que eu não contava era que ao ter essa discussão com ela, eu descobriria no outro dia, de uma forma inusitada, que Lany e Sol eram a mesma pessoa. Para o alívio de minha mãe, que me conhecia muito bem, e para meu desespero, que agora sabia do que se tratava a barreira dela. Eu ouvi por anos a fio sobre essa mulher, e no fundo eu tinha pena dela, quando minha mãe falava sobre o seu passado e agora eu tinha era muito ódio do idiota do ex-marido dela. Isso é estranho, já que nem o conheço.
Porém, de uma coisa eu tinha certeza, demorei quatro anos para conhecê-la, mas não irei levar mais que alguns dias para entrar de vez na vida dela, porque se existia um motivo para estar solteiro até hoje, esse motivo não existe mais, porque minha mãe tinha razão, eu só precisava vê-la uma vez, para entender que ela era feita para mim.
Depois do passeio com Lany e de ter dado um beijo nela, que sei que a afetou - não é prepotência e sim constatação, ela ficou sim afeta com meu beijo -. Subi para meu quarto, peguei meu celular e vi que tinha duas ligações de Mônica, mas não retornei. Tomei um banho e fui para cama, fiquei lembrando daqueles lábios macios, carnudos, o cheiro de seus cabelos. Droga, estou perdido! – Pensei.– E se ela não me quiser realmente?Pela primeira vez na vida, estava nervoso, nunca me preocupei com um fora, já tinha recebido alguns, mas nunca tinha me importado, eu sempre partia para outra facilmente, mas algo me dizia que não teria essa facilidade dessa vez.
Acabei dormindo e sonhando com aqueles lábios que me deixaram mais instigado e encantado, acordei disposto a começar minha estratégia de conquistar Lany. Depois de um banho, tomei meu café, combinei algumas coisas com minha mãe, minha nova aliada para conquistar o coração de seu Sol e fui trabalhar.E nessa rotina, de longos dias de trabalho, seguiu-se uma semana, até que chegara o dia e não via a hora de sair para colocar meus planos em ação, estava empolgado com eles até o fim do expediente, quando estava me preparando para ir embora e meu telefone tocou, fazendo com que meus planos fossem ralo abaixo...
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