1:Quero o Divorcio.
Gente, esse foi meu primeiro livro, espero que gostem!!! Estou repostando com algumas alterações.Sua opinião é importante.
Boa leitura...
Capitulo não revisado.
Elayne
Cheguei em casa, coloquei minha filha de 5 anos no chão, as chaves do carro em cima da mesa e chamei por Marcos, meu marido, mas não o encontrei, senti meu coração apertar, já fazia algum tempo que ele estava estranho e não entendia o porquê.
Tentando esquecer os problemas que me rodeavam, tirei a roupinha da escola de Clara, dei-lhe um banho a vesti com sua roupa preferida: biquine. Já eram 5 horas da tarde, mas em Balneário Camboriú, ainda estava muito quente, pois estamos no verão.
Depois de prontas, peguei o carro para dar uma volta com minha filha. Passeamos pela linda praia de Balneário Camboriú sem preocupações, vendo minha filha correr pela areia da praia tranquila e sorridente, consegui relaxar um pouco. Clara era minha vida, vivia para ela e para meu marido, Marcos.
Era feliz desse modo, pelo menos era o que pensava... Ao chegar em casa, a realidade me fez acordar de uma forma brusca e descobri que essa felicidade nunca fora real, e talvez nunca seria. Descobri nesse momento que a vida nem sempre é um mar de rosas e que eu iria ter que ser muito forte para as pauladas que ela iria me dar
Assim que cheguei em casa, Clara correu para seus braços, observo meu marido enquanto ela narra todo o nosso passeio, ele era alto, corpo malhado, era um homem de 35 anos muito bonito, seus cabelos ruivos e olhos azuis chamavam atenção a quilômetros de distância.
Assim que ela saiu de seu colo, indo para seu quarto brincar, fui abraçá-lo porque estava com muitas saudades, mas me surpreendi quando ele se afastou e pediu para que desse um banho em Clara para tirar a areia, e disse que me esperaria no pequeno escritorio que tinhamos em casa, pois precisava falar comigo. Gelei da cabeça aos pés ao ouvir seu tom de voz.
Sabia que estava acontecendo algo, mas eu não conseguia ao menos imaginar o que era, então fiz o que ele pediu, enquanto dava banho na minha filha, pude perceber umas manchinhas bem pequenas em seu corpo, pensei que talvez teria se machuccado na creche ou algo assim. Essa semana irei leva-la ao médico para fazer uma bateria de exames, já está na época.
Depois que Clara estava vestida com seu pijama favoritos e ter dado algo para comer, coloquei minha princesa na cama, que já reclamava de sono, olhei no relogio e vi que eram 8 horas da noite. Clara acorda cedo, pois minha princesinha ruiva sai cedo para ir a escolinha. Dei um beijo em sua testa a cobri apenas suas pernas com um lençol, pois estava muito calor, fechei a porta do quarto com cuidado, para não acordá-la e fora do quarto, respirei fundo e caminhei até o escritório.
Entrei sem bater na porta, Marcos estava sentado em sua poltrona de frente para a janela que dava acesso ao Jardim, me aproximei e sentei em seu colo, passando meus braços por seu pescoço e levando meus lábios aos seus. Ele correspondeu meu beijo, passando suas mãos pelo meu corpo, o despertando com cada gesto e mordidas que dava em meu pescoço, mas de repente deu um pulo da poltrona, me trazendo junto com ele para logo me afastar e passar as mãos em seu cabelo, andando de um lado para o outro, frustrado, me aproximei mais uma vez e perguntei o que tava acontecendo.
— Marcos, o que está acontecendo? Problemas na empresa? — Questionei, já aflita com sua rejeição.
— Não. O problema está em nosso casamento! Elayne, eu quero o divórcio. — sua voz ecoava em minha mente, levei alguns minutos para processar o peso de suas palavras.
— Não compreendo, Marcos, nem de longe somos um casal de estar brigando ou ofendendo um ao outro, sou uma esposa e mãe dedicada. Não consigo compreender o porquê de você estar me pedindo o divórcio. — O amava muito e não conseguia compreender essa sua necessidade.
Ele respira fundo e me olha sério, passa as mãos no rosto mais uma vez e responde.
— Sim, sempre nos demos muito bem, temos uma vida tranquila, mas isso já está me cansando, sempre fomos muito sinceros um com o outro, dizendo sempre o que pensamos e sentimos e uma das coisas que sempre conversamos é que a pior coisa em uma relação e a traição, combinamos que se isso um dias passasse em nossas cabeças, que terminasse antes a relação. — Ele respira e continua. Sinto meu corpo tremer. Não podia ser real, estava tendo um pesadelo, só podia ser isso.— E-eu...eu... (gagueja) Acho que te amo ainda... Mas tenho pensado em te trair! Então, acho melhor colocarmos um ponto final nessa história, antes que eu ou você acabe quebrando a promessa da fidelidade e se um dia a vida quiser ficaremos juntos novamente. — Ele fala olhando fixamente em meus olhos.
Eu não sei definir o que eu estou sentindo. Raiva, mágoa, nojo. Como pode ser tão hipócrita? Ele fala como se fosse a coisa mais certa a se fazer, como se nossa relaçao não tivesse valor algum.
Fiquei em choque, não sabia o que fazer. Por mais que ele estivesse sendo sincero, era doloroso demais para mim, eu sempre amei Marcos mais que tudo, com exceção de nossa filha, e antes de casarmos, sempre aceitei muita humilhação, perdoei muitas vezes suas idas e vindas da minha vida quando bem pretendia, mas agora eu tinha uma filha, não poderia aceitar mais isso. Se era isso que ele queria; eu iria dar, mas dessas vez ele não iria me ter de volta depois.
As imagens de tudo o que sofri para poder ficar com ele passaran nesse momento em minha cabeça, as humilhações, as lágrimas derramadas e o orgulho que tive que engolir muitas vezes. Essas lembranças, me deram força para levantar a cabeça e fixar meus olhos nos dele e dizer:
—Bom, se é isso que você quer Marcos, por mim tudo bem. São oito anos de casamento, sempre me dediquei a ti a essa criança, a essa casa, com todo o meu amor e paciência. Não deixei faltar nada, me considero uma boa mãe uma boa esposa, amiga e uma ótima amante, nunca te neguei nada que você quisesse fazer na cama para querer me trair, mas tudo bem; eu aceito o divórcio.
— Obrigada Lany, por me entender. Eu sei que sempre foi uma ótima mãe e esposa, eu nunca disse o contrário, masms eu realmente tenho desejado outras mulheres, e não quero ficar preso em um casamento te fazendo de otária, você não merece isso, no entanto, quero que saiba que te amo, e você sempre vai estar no meu coração. Quem sabe um dia poderemos recomeçar. Temos que tratar agora sobre a partilha de bens. — Ouvi Marcos falando da partilha, sabia que isso era o ponto que o mais preocupava nessa conversa, mas quer saber? Que ele engula tudo! A raiva está me consumindo, me afastei quanfo fez movimento para me abraçar.
—Apenas quero o apartamento que temos em Araranguá que foi herança de meu avô e nada mais, e lógico a pensão que um juiz decretar que é justo para nossa filha. Não quero mais nada, sei que tenho direito a metade de tudo, afinal trabalhei duro para que chegássemos aonde chegamos e te ajudei a levantar tudo isso, mas quero deixar uma coisa bem clara; Marcos, eu não te quero mais, não pense que me terá volta, porque não terá. — Disse com sinceridade, outra tiraria até o último centavo dele, mas, de verdade, não quero nada. Cansei de viver assim. Quero nova vida, novas metas.
Ele me olha espantado.
-Sim, Lany, como o apartamento está em seu nome não haverá muita burocracia, terá que fazer a desistência do restante dos bens. Apenas me deixe comprar uma casa aqui perto da minha, quero continua perto da minha filha, continuar participando de sua vida e não abro mão da pensão, fique tranquila não irei esquecer de minhas responsabilidades. Bom, tenho que ir trabalhar, tenho uma reunião agora a noite de última hora. Tentarei agilizar o processo de divórcio. Espero que algum dia você possa me perdoar. Por favor, entenda, será melhor assim! — Diz como se tivesse tirado um caminhão de problemas das costas, me dá um beijo na testa e sai.
Ele foi para o quarto tomar banho e se arrumar para sua suposta reunião enquanto eu ainda estava parada no escritório tentando acalma o turbilhão de sentimentos dentro de mim.
Fingi indiferença, assim que saí e esbarrei com ele no corredor, fui para o nosso quarto. Esperei ele sair e as lágrimas começaram a cair como cascatas por minha face. Não entendia o porque ou o que tinha feito de tão errado para ser largada dessa forma.
Sempre fui muito apaixonada por ele, quando tinha 16 anos, tive meu primeiro namorado, chamava ele de Beto, mas seu nome era Roberto. Aos finais de semana eu sempre ia visitar minha avó paterna, sempre levava Beto, minha avó o adorava e sempre prepara sua torta de frango para ele, que comia até se lambuzar. Assim era nossa rotina todos os domingos.
Em um domingo desses, chegamos na casa de minha avó e Marcos estava lá, porque ele era muito amigo da família,mais precisamente amigo de um de meus tios, o André, filho mais novo de minha avó. Assim que chegamos, minha avó foi logo abraçar Beto, e já levá-lo para a mesa, pois a torta tinha acabado de sair do forno e estava quentinha e cheirosa. Meus tios sempre brincavam, dizendo que Beto tinha virado o xodó e que eles ficavam em segundo plano. Lógico que isso não era verdade, mas eles adoravam pegar no pé do dele.
Marcos foi diferente, nesse dia ele não implicava com Beto, ele implicava comigo! Tudo era motivo para pegar no meu pé, e isso me deixava com muita raiva, pois ele fazia questão de ignorar Beto, fingindo que ele não estava ali, e ainda fazia brincadeiras desagradáveis na frente do meu namorado, insinuando que eu merecia coisa melhor. No começo, eu tentava retrucar e responder a altura, mas Beto pediu que ignorasse ele. E foi isso que fiz, ignorei Marcos e com o tempo ele foi diminuindo sua implicância.
Quando eu e beto completamos seis meses de namoro, descobri que ele me traia (minha primeira decepção amorosa), terminei a relação no mesmo momento em que descobri, mas não me sentia destruída ou abalada como minhas amigas costumavam descrever quando elas passavam por um fim de relacionamento, eu me sentia tão bem que na mesma semana estava em uma balada, levantei minha cabeça e segui em frente.
Não era novidade pra mim, perder ou me decepcionar com alguém. Acontece isso em minha vida, desde que nasci, meus pai se separaram quando eu ainda era um bebê de colo e minha mãe casou-se com outro cara, desde então me deixava de lado. Saia para baladas, farras com o marido e me deixava na casa com meus avós maternos... Meu pai, quase não aparecia e a impressão que eu tinha era que eu nem existia para ele. Fui crescendo e cada dia vendo menos seu interesse por mim, e sua ausência em minha vida era cada vez maior.
Os anos foram se passando, e meu pai e minha mãe cada vez mais distantes, às vezes ela me olhava com ódio, e eu nunca entendi o porquê. Se já não bastasse a sensação de não ser amada por eles serem negligentes, quando completei 9 anos minha mãe faleceu e meu pai ao invés de ficar comigo, pegou um avião e foi para outro país, me deixando de vez. Soube depois de alguns anos que tinha montado uma empresa de limpeza nos Estados Unidos.
Fui criada desde então por minha tia, irmã da minha mãe, pois meu avô, dois meses após a morte de minha mãe, também veio a óbito. Herdei um apartamento no centro de Joinville, que seria parte da minha mãe. Minha tia cuidou de mim até eu ser de maior e me mudar para Balneário Camboriú. Desde cedo fui ensinada a persistir e lutar por meus sonhos, estudando e trabalhando para pagar minha faculdade de...
Sou arrancada de minhas lembranças com o chorinho da minha filha, noto que ela está queimando em febre. Coloco o termômetro e meço sua temperatura e logo em seguida lhe dou um remédio, um banho, e deixo ela sem sua roupinha, o remédio começa a fazer efeito e Clara volta dormir... Deito-me novamente ao seu lado, passando minhas mãos por seu rosto delicado. Minha filha parece um anjinho ruivo com sardinhas em sua pequena face. Sinto um aperto em meu coração, como se pressentisse que essa tormenta era apenas o começo da tempestade. Decido ir dormi também, porque amanhã tenho que dar um novo rumo a minha vida.
Tenho um sono agoniado, com gritos, choros e uma terrível sensação de perda.
*****
Gente, espero que gostem... não esqueçam de comentar e votar.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro