9: normal day, or not.
Um dia normal, ou nem tanto assim.
Jimin levantou-se às seis, fez seus higienes e as demais coisas que tinha obrigação de fazer, terminando tudo até antes das sete, saiu de casa, com a mochila nas costas, o peso de ser bonito, e a nula disposição que tinha pra ir ver as pessoas chatas da sua sala e de todas as outras.
Já dentro do automóvel que lhe esperava ali todas as manhãs, o motorista lhe deu bom dia e deu partida no carro, dessa vez, decidiu-se interiormente que não iria ficar quieto e colocar os fones de ouvido como sempre fazia.
— Bom dia, Namjoon.
O homem pareceu um pouco surpreso, Jimin notou sua reação engraçada pelo retrovisor e deu um sorrisinho, virando-se para o lado esquerdo da janela.
Um bom dia pra si não era nada, mas para os outros podiam ser.
O caminho não foi trabalhoso pois não haviam muitos carros e nem muito trânsito por estar um dia frio, então logo Kim deixou o loiro no portão do colégio, partindo em seguida com seu hyundai grandeur preto.
Chegando na entrada principal, muitos olhos caíram em cima de si no mesmo instante.
Jimin nunca foi de perceber muito os olhares que recebia, aliás, eram comuns na escola, mas dessa vez, começou a achar estranho porque literalmente todos estavam olhando, do primeiro ao terceiro, todos que estavam no corredor, olhavam.
Por um minuto baixou os olhos para sua roupa e procurou algo de errado nela, mas descobriu que não era ali que estava o problema, quando avistou a cara branca de Taehyung dobrando o corredor e indo ao seu encontro.
— Fodeu. — Foi só o que ele disse no curto período de tempo ao que chegou e parou em frente ao amigo. Antes que Park pudesse questionar, ele lhe estendeu o celular.
E Jimin olhou, olhou, e quanto mais olhava, mais não acreditava no que estava vendo.
— Que merda é essa?!
— Mandaram no grupo da escola, e dá pra saber que é você, porque está na frente da sua casa. — Tae levou os dedos até a boca e mordeu a pontinha da unha do indicador. — E sabem que é o professor, a pessoa que enviou, comparou as silhuetas.
— E quem foi esse puto?
"Park Jimin, comparecer a sala do diretor, imediatamente." O interfone alto soou pelo corredor inteiro, impedindo a fala de Kim.
— Vai lá, você precisa ir, depois eu te conto. — Ele acenou brevemente e saiu correndo pra sala, pois todos que estavam ali no corredor, já estavam em aula.
Mas, invés de ir para a diretoria, Jimin ficou estático no meio do corredor sem saber o que fazer, suas mãos nunca haviam suado tanto antes, mas elas estavam agora hiperventilando um litro de suor.
E antes que desse um passo para frente para provavelmente ser expulso da escola ou tomar uma suspensão gigante, uma mão envolveu seu pulso, puxando-o brutalmente para o lado oposto dali.
De início é claro que estranhou e se soltou, reclamando da indelicadeza que eram os dedos compridos que lhe apertavam as veias, mas, quando foi puxado novamente impacientemente pelo indivíduo, enxergou melhor e reconheceu as costas a sua frente. Seus ombros até relaxaram por uns segundos, isso até que ouvisse novamente a insistente voz da diretora chamar novamente por seu nome e agora junto ao seu, o do seu professor.
— Jungkook? — Decidiu chamá-lo, Ele ainda estava o puxando e mesmo que talvez não fosse essa sua intenção, estava machucando o suficiente para ficar a marca da mão em sua pele depois. — Jungkook, você tá me apertando, tá doendo.
Ele percebeu o que fez depois que chegaram em frente ao seu carro, mordiscou os lábios e olhou para o garoto com um olhar arrependido e ao mesmo tempo nervoso, e mesmo que não tenha emitido nenhum pedido de desculpas, o selar deixado onde ele estava apertando, valeu como um.
Jimin nunca foi de ser educado e tal, então o beijinho foi mais legal do que um pedido de desculpa.
Jungkook nada disse no curto tempo em que entraram dentro do carro e seguiram rumo para um lugar qualquer que não fosse a escola, estavam definitivamente fugindo de uma punição sendo que sabiam que do mesmo jeito teriam que pagar depois.
Imaturo, mas foda-se a imaturidade, a vida é feita de ações imaturas e maduras, e naquele momento, o professor só parecia querer sair dali.
— Kookie. — Jimin chamou, optando por um apelido que antes as vezes ouvia sua mãe chamá-lo, sabia que ele não ignoraria.
— Hm? — Ele imediatamente relaxou os ombros, como se tivesse se livrado de uma tensão. No caso, a que estava no ar, aquele silêncio todo de antes estava estranho.
— Porquê nós fugimos?
Ele não disse nada e engoliu a seco, seus dedos pareciam ter se firmado mais ao volante.
Estava óbvio do porquê mas Jimin queria ouvir dele.
— Porque eu estou de cabeça quente e não é uma boa que eu resolva as coisas dessa forma. — Falou, trocando a marcha do carro. — E trouxe você porque não queria que aguentasse tanta bronca sozinho, mas quem sabe você queira ter ficado lá?
— Não! É claro que não. — Murmurou, virando-se para a janela, encarando o pouco relfexo que via seu por ela, e menos ainda o de Jungkook ao seu lado. — Obrigado por pensar em mim.
— Não há de que. — Respondeu simplício, prestando atenção a sua frente.
Jimin não sabia e nem perguntou pra onde estavam indo, e isso também nem foi necessário, já que conseguiu reconhecer no mesmo momento os portões grandes que bloqueavam uma mansão mais ao fundo, era a casa dele.
Será que ele estava adiantando a visita, ou simplesmente é o único lugar que ele pensou? Vai saber, Jimin ficou confuso por ora, mas deixou isso pra lá. Adentrou a casa antes do homem que foi guardar o carro na garagem e viu o irmão mais novo do professor jogando vídeo game, como sempre. Não tardou em se jogar na poltrona ao lado do Jungkook junior, que percebeu a presença na mesma hora mas não se distraiu com ela.
— Eai. — Ele cumprimentou, não tirando muito sua atenção do jogo até que finalmente pausasse ele pra socializar com o indivíduo ao seu lado. — Como vai, senhorzinho?
— De boa, e você? — Respondeu, ele apenas assentiu e sorriu atravessado.
Jungkook entrou depois de um tempo, uma mão estava na sua nuca e a outra segurava sua maleta provavelmente com coisas da aula, ele parou no meio do corredor antes de subir para o segundo andar e olhou o loiro, que por mais que antes olhasse para a tv, retribuiu o olhar assim que o notou.
O moreno apontou com o queixo para cima e começou a subir as escadas, ele estava fazendo um convite para que ele fosse junto com ele então foi, se levantou e subiu as escadas, seguindo o barulho de papelada que ouvia.
— Toc, toc. — Mesmo que a porta estivesse aberta fez questão de bater, Jungkook apenas levantou o olhar pra ele por um momento e voltou a mexer nos papéis. — Ah vamos, seja mais descontraído.
— Você acha que o que tá acontecendo é brincadeira? — Ele se exaltou, Jimin até recuou um passo pelo susto.
— Eu não disse isso. — Murmurou, fechando a porta para evitar que futuros gritos dele não chegassem aos vizinhos. — Eu sei que não é e sei que você pode perder o trabalho.
— E você a escola.
— Ah para, você acha que eu me importo? — Riu baixo, como se tivesse ouvido uma piada. E na verdade, foi quase uma. — Não me conhece mesmo, ein?
— É seu último ano, devia se importar. — Ele voltou a dar atenção aos papéis. Jimin só queria saber o que tinha ali que tanto precisava de sua atenção, estava curioso, mas ainda sim não se deixou levar.
— Ano passado também era meu último ano e eu reprovei, que coisa né? — Sentou-se ao lado dele no pequeno sofá de dois lugares, cruzando as pernas. — Escuta, foda-se a escola, o que eu tinha pra aprender eu já aprendi, agora você, não quero que você perca o trabalho, vou me sentir mal depois, sacou?
O mais velho o olhou sem expressão, deixou a papelada no braço do sofá e virou o corpo na direção dele, imitando a mesma pose.
— Saquei. — Jimin deu um sorrisinho com a resposta. Jeon Jungkook quase nunca falava gírias e "coisas de adolescente" provavelmente ia chover e chover muito.
— Que bom, então vê se não perde o trabalho. — Lhe deu duas batidinhas no ombro direito.
Como se ele pudesse escolher entre perder e não perder, quem decidia isso era a diretoria.
Jimin se levantou e olhou em volta do escritório inteiro, encontrando a cadeira de rodinhas que estava procurando, não demorou que caísse em cima dela e ficasse perambulando pela sala.
É claro que em qualquer escritório tem uma dessas, era esperado.
Jimin ainda parecia uma criança agindo daquela forma, e pensando bem ele ainda tinha a disposição de uma e sua idade não estava longe demais para não ser considerado um.
Jungkook o considerava um moleque.
E ele é até fofo, só é uma pena que ele seja mal educado e não siga regras, mas isso Jeon poderia consertar, não é como se fosse a primeira vez lidando.
— Como estão suas notas nas outras matérias?
— Porque tá perguntando isso do nada? — Ele parou de girar, chegando perto do professor, bateu a rodinha da cadeira no pé dele de propósito e riu da careta de dor que ele fez. — Ops.
Jeon respirou fundo, bem fundo mesmo, e quando não achou isso suficiente para que mandasse sua raiva embora, respirou de novo e decidiu contar até dez lentamente, para aí sim voltar ao que estava falando e ignorar o que aconteceu.
— Estou perguntando porquê quero saber como seu professor, que outro motivo eu teria pra querer saber ou cuidar da sua vida? — Havia um tom de deboche na sua voz, E Jimin se sentiu intimidado então decidiu intimidá-lo também.
— Não sei, Jeonzinho. — Deu um sorrisinho, mais falso do que tudo, veneno escorria de sua boca. — É que você adorava saber da minha vida antes sabe? Saber até demais, até me seguiu em uma festa pra me vigiar, e ah é! Esses dias até perguntou quem era que salvei na minha lista de contatos, como se isso de repente interessasse você.
Ele se aproximou, colocando as duas mãos nas coxas do professor, apoiando-se nelas enquanto continuava sentado na cadeira.
— Se isso não é querer saber e cuidar da minha vida, o que é? Você gosta de mim? Ou quem sabe, você tem transtorno de possessividade? — Ele tocou a ponta do nariz do mais velho com o indicador e se levantou. — Vou ao banheiro, docinho, bye bye.
E ele saiu. Até seu jeito de andar transmitia deboche.
Jungkook ficou estático olhando para a porta recém fechada com um sorriso indignado no rosto, depois de um curto tempo ele se levantou e jogou os papéis em fúria de qualquer jeito em cima da mesa.
— Putinha. — ele murmurou consigo mesmo, ainda indignado. — Tsc.
Um bom tempo se passou dês de que ele disse que ia ao banheiro e não voltou, não que Jeon estivesse preocupado, mas ele saiu do escritório em busca do loirinho e quando foi perguntar ao seu irmão onde ele estava, apenas ouviu:
"Ah, ele disse que tinha que fazer uma coisa" Deu uma pausa pra mastigar o aperitivo que estava comendo. "Ele foi com o seu carro"
Fazia tempo que a pressão baixa de Jungkook não lhe dava um olá, e dessa vez ela disse olá em todas as línguas possíveis, sentiu até uma palpitação no peito.
— O que?! — O grito foi tão alto e estridente que os cachorros dos vizinhos latiram e seu irmão deu um pulo de susto que desconectou até seu controle.
— Meu deus, você tinha que ver sua cara. — Atrás de si, estava Jimin, rindo como um condenado, mal conseguia falar. — Isso foi ótimo, parabéns pela atuação Jungkook Junior.
— É Jongsik, Jimin.
— Tá bom, Jungkook Junior. — Jong revirou os olhos e reconectou seu controle, voltando ao seu jogo de corrida.
A raiva estava estampada nos olhos de Jungkook em forma de veias vermelhas, meu deus, como ele estava com raiva.
— Me responda Park, você se importa se eu bater em você? — Se virou, estendendo as mãos e fazendo garras com os dedos, como se estivesse se segurando. — Está fazendo de propósito?
— Uhum. — Ele respondeu na maior cara de pau, cínico. — Oh, você vai me bater, senhor professor?
É claro que não iria bater nele por mais bravo que estivesse, mas algo tinha que ser feito ou ele continuaria agindo feito um crianção.
Foi aí que um fio da sua consciência lhe lembrou de algo que pode servir.
— Não, na verdade eu pensei em algo melhor. — Sorriu completamente perverso, sádico. Andou até Jimin e parou ao seu lado. — Vamos testar as chicotadas que você queria, agora.
E ele passou por ele, voltando ao quarto.
Jimin estava fudido, mas ele meio que pediu por isso e agora tinha que pagar, e ia pagar bem caro.
oi gente rs 🥰🥰🤪
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