3: she's not my girlfriend
Bem, digamos que uma festa lotada e sem espaço nenhum para ficar quem não esteja acompanhado de alguém não seja bem o que Jimin esperava saindo com Taehyung, que aliás com sua bela consideração pelo amigo sumiu quando foi "pegar mais bebida" no barzinho.
Jimin estava plantado ali sentado em um canto há quase uma hora esperando Taehyung voltar, ouvindo e vendo as pessoas dançarem e fazerem demais coisas, admite que na verdade só queria sair de casa pra não ter de ir na cozinha e dar de cara com seu professor.
Sua intenção não era só ficar bebendo sentado, já era madrugada já que os dois sairam atrasados de casa onze e meia, seu celular tinha descarregado e parecia o fim do mundo, tudo estava contra si, até a bateria do seu celular.
Foi aí que de raiva deixou seu copo vazio na mesa, passou pela multidão e foi embora com a força do ódio de ter sido abandonado por provavelmente algum homem bonito que Taehyung achou. Caminhando sozinho de madrugada em uma, duas ruas desertas escuras, pensou que podia ser assaltado ou até assassinado, mas a festa não estava acontecendo muito longe de casa. Só queria chegar em casa descontar as mágoas em chocolate e ver alguns filmes, mesmo que sua casa não fosse mil maravilhas agora com o homem que queria que sua mãe não tivesse escolhido de todos os outros que ela levou pra casa, Pelo menos era melhor do que a festa chata que estava sem falar com ninguém.
Quando chegou, não via a hora de deitar na cama e descansar seus pés, tirou os sapatos quando entrou em casa e antes de subir as escadas, viu Jungkook de costas bebendo sozinho, provavelmente a mulher dele saiu com as "amigas".
Suspirou e pensou: "porque não?" Se fosse Jimin ali sozinho provavelmente não gostaria de beber olhando pra parede, deixou os sapatos no canto da escada e se sentou do outro lado da bancada, pegando um copo e se servindo com um pouco de whisky também.
- Você pode beber?
- Você quer mesmo me fazer essa pergunta sendo que eu voltei de uma festa? - Jimin o encarou como se fosse óbvio e revirou os olhos, ele era um garotinho mal e mimado aos olhos de Jungkook mas mesmo assim o chamava atenção.
- Na verdade não, eu sei que você bebe porque quer, mas queria ver se você iria responder com educação. - Ele disse bebendo a bebida como se fosse água, já estava provavelmente na quarta dose porque sua pupila estava encolhendo de tamanho.
Jimin assentiu e mudou de assunto, não estava ali para falarem da sua educação.
- E porque você está sozinho aqui na cozinha, professor?
- Porque sua mãe saiu e eu não tenho motivo pra sair como ela.
- Você sabe que ela saiu pra encontrar outros homens né? Não quero ser grosseiro mas acho que ela até deixa bem na cara. - Deu um gole da bebida. Não tinha se acostumado ainda com gosto de whisky então sempre fazia caretas, preferia vodka.
Jungkook deu uma risadinha daquilo antes de responder a pergunta lhe feita.
- Eu sei, fiquei com o filho dela muitas vezes, nós estamos quites.
Jimin não esperava essa resposta, ele franziu fraco as sombrancelhas e colocou as duas mãos debaixo do queixo as apoiando no móvel.
Jungkook não sabia mesmo com quantos homens sua mãe costumava ficar em uma noite só.
O professor parecia ser mais inocente que o aluno.
- Com certeza ela ficou com mais homens, vai por mim.
- Então é só eu ficar com o filho dela de novo. - Jungkook deu um sorrisinho cafajeste, terminando seu quarto shot.
Aquilo saiu em uma rouquidão tão gostosa que o garoto sentiu sua pele se arrepiar como se um vento frio tivesse passado, quem dera fosse por isso e não por ter lembrado dessa mesma voz sussurrando no seu ouvido alguns meses atrás.
Ah se Jimin conhecia aquele homem o suficiente, diria que aquilo não saiu da boca pra fora, ele disse de propósito e ainda como se não estivesse falando com o "filho dela" ali presente no momento.
- Nisso eu não posso te ajudar. - Falou minimamente, terminando sua bebida e levando o copo até a pia para lava-lo. Ouviu o barulho da cadeira atrás de si se arrastar no taco de madeira da cozinha, ele tinha saído do seu lugar e estava caminhando lentamente pelas suas costas, sem saber exatamente onde tocar.
- Sei que você está bravo, mas isso não durará muito tempo. - Ele disse abraçando a cintura de Jimin, que não se soltou porque, por mais que fosse orgulhoso, a sensação das mãos firmes daquele homem ainda lhe davam arrepios, suficientes para arrepiar até sua espinha.
- Isso o que? A relação falsa de vocês dois? Eu já sei que vocês não se gostam.
- Se é assim que você entendeu, então tudo bem. - Ainda abraçado a sua cintura, com uma das mãos ajeitou os cabelos arrepiados do loiro e colocou atrás da sua orelha, Jimin estava se sentindo seduzido e essa com certeza era a intenção. - Acha que eu nunca quis voltar a te ver escondido?
- Escondido. - Murmurou, se virando imediatamente quando acabou de lavar.
Estava bravo, confuso e mesmo assim ainda com muita vontade de se jogar nos braços daquele homem, era uma tentação quase que inegável mas estava começando a não se deixar afetar, estava sendo o famoso "garoto difícil"
- Você... não pensou em mim em nenhum instante não é? Eu ficava com você escondido no banheiro da escola, tudo bem, sem sentimentos envolvidos, da sua parte, e aí do nada uns meses depois vira o namorado da minha mãe sem mais nem menos? Isso é estranho pra qualquer, Jeongguk.
- Eu sei meu bem, sei que está com ciúmes, mas estou com sua mãe por uns assuntos em comum, só não posso te falar o que é.
- Ciúmes? Eu estou é muito indignado! E se eu fizesse isso com você? Você gostaria?
Ele ficou em silêncio.
Ambos ficaram em silêncio por curtos segundos, para Jimin os segundos pareceram-se minutos, minutos que aquelas orbes escuras lhe fitavam como se não tivesse feito nada de errado.
- Imaginei mesmo que ia ouvir nada mais que o seu silêncio, professor. - Se desfez de qualquer que fosse a aproximação que estavam e foi embora, pegou os seus sapatos na escada e caminhou em direção ao quarto no segundo andar, a porta foi batida de propósito.
No seu cômodo, se jogou na cama e foi tirando a roupa aos poucos até ficar só com a íntima, iria dormir daquele jeito e naquela hora, sem filmes, sem chocolate, poderia fazer outra hora.
Puxou os lençóis de seda branco por cima de todo o seu corpo e fechou os olhos, não estava cansado, mas se obrigou a dormir, uma hora foi, o álcool parecia até ter ajudado.
Pego pelo sono, não teve nenhum sonho, viu um tipo de fundo branco estranho e derrepente acordou, pareceu que foram dez minutos daquilo mas olhou para o relógio no lado esquerdo da cama e tinham se passado três horas, quando se virou para a direita tomou um susto e quando ia gritar, sua boca foi tampada.
- Quieto Jimin! Tem alguém na casa.
- O que? - Sussurrou ainda assustado com aquilo derrepente, colocou a mão no peito e suspirou quando a mão que lhe tampava a boca foi retirada.
Não sabia por quais dos motivos os batimentos estavam tão acelerados, ter se assustado por ter pensado que era algum estranho ou por ter tido sua boca tampada.
- Um ladrão?
- Possivelmente.
- Não tem nada de valioso, minha mãe guarda tudo, a maioria está no quarto dela e ela tranca.
- Sua porta tem tranca? - Indagou e Jimin respondeu que "sim" Jungkook caminhou até ela sem fazer muito barulho e a fechou, no mesmo instante ouviram algo cair no andar de baixo. - Fique quieto, vai pensar que não tem ninguém em casa.
- Eu já estou quieto. - Falou e o moreno assentiu em meio do escuro, não tinha definitivamente nenhuma luz no quarto então Jimin não estava muito preocupado em avisar que estava praticamente sem roupa debaixo do lençol.
- O que você quer fazer?
- Porque está perguntando pra mim?
- Porque você é o segundo dono da casa já que a primeira não está.
Antes de responder, ouviram risos de mulher e outra de homem, em dois piscares Jimin já tinha entendido o que era aquilo, negou com a cabeça e ligou o abajur, Jungkook o olhou confuso por instantes, mas também não demorou pra ligar as peças e entender o que estava acontecendo no andar debaixo.
- Parece que o ladrão é a dona da casa e um estranho que ela trouxe. - Falou dando uma risadinha, não era muito uma boa ele sair dali pra ver aquela cena, poxa, coitado.
- Porra.
- Olha a boca professor, é assim que você quer ser um exemplo pra mim?
- Tenho certeza que você nunca me viu como um exemplo, Park. - Falou, Jimin concordou, ainda bem que ele sabia.
Naquele momento de não saber o que fazer que Jeon notou que o loiro não estava com muita roupa, o garoto percebendo, puxou os lençóis rápido para cima, tampando-se.
Se não quis antes quando tava "fácil" vai ter que tentar a sorte no difícil.
- O que você vai fazer? Vai ter que dormir aqui?
- Você vai querer me expulsar pra eu ter que ouvir sua mãe gemer com outro cara?
- Ouvir? Ouvir você vai da mesma forma.
O loiro riu, não conseguiu segurar mais, aquilo era hilário e era uma das coisas que queria que acontecesse pra ele perceber que não era um bom partido namorar sua mãe.
Mesmo que ela fosse sua mãe, ah, não dava, ela realmente não era.
- Poxa, que dó, estou com muito dó de você. - Ironizou, deitando-se de lado na cama e batendo na parte vazia dela chamando-o pra se deitar ao seu lado já que não tinha outra escolha.
- Não faz isso, fica difícil conter. - Ele falou tirando os sapatos e abrindo um pouco os botões da sua blusa pra depois sim deitar não muito junto do loiro.
- Conter o que Jungkookzinho? A sua tara pelo filho da sua mulher?
- Ela não é minha mulher, eu já te falei.
Jimin assentiu revirando os olhos, é claro que não era sua mulher, mas parecia muito ser quando ouviu os dois gemerem juntos em uma madrugada.
Aquilo ainda era por assuntos em comum? Pessoas que namoram por interesse ou negócios raramente querem ficar juntas.
E na verdade era exatamente o que a Park estava fazendo, ficando longe e saindo com outros caras.
- Óh então você não negou sua tara por mim.
- Sou muito aberto em questões assim, por mais que você seja meu aluno e isso não seja muito certo, sim é isso mesmo, eu não costumo seguir padrões mesmo.
- Eu também não gosto de padrões, regras e nem coisas muito certinhas sabe, tipo as suas de não poder mexer no celular. - Jimin falou pegando na gravata frouxa na blusa do outro e mexendo nela.
Jungkook pegou na sua mão fazendo-a parar com o que estava fazendo, conhecia muito bem aquele tipo de chantagem misturada com sedução, Jimin era muito bom naquilo e funcionava sempre com qualquer um que fosse, e é por isso sempre conseguia o que queria.
Mas o moreno pareceu não se deixar levar.
- Se você estivesse no lugar da sua mãe iria ver como teria que seguir regras, as minhas regras. - Se sentou na cama e olhou meio de canto para o loiro que tinha o lençol até a metade do corpo, não iria conseguir dormir olhando pra ele. - Pelo menos em alguma parte do dia.
- O que quer dizer?
- Tem muitas coisas sobre mim que você não sabe, Park.
- Sim, claro, todos temos segredos.
Era verdade, qualquer pessoa em qualquer lugar pelo menos escondia uma coisa de alguém.
Mentir e esconder algo era a coisa mais normal, todo mundo fazia, não era crime pois se fosse estariam todos condenados. Nem ao menos sairiam ilesos policiais, juízes, padres ou o que quer que fosse.
Então, quem é que prenderia os mentirosos?
O pecado até parece ter sido feito pra ser cometido.
- Você vai dormir? - Jeon perguntou, o loirinho negou.
- Quando a barulheira lá em baixo começar eu vou ter que colocar os meus fones. - Sorriu pegando os fones brancos e grandes que estavam debaixo da cama. - Usei eles quando era você que estava lá embaixo fazendo os barulhos, mas me diz, o barulho de chicotada também era de lá?
Jungkook ficou em silêncio e se deitou de volta, encarando o rosto do garoto sem o responder por um bom tempo, pensando em algo pra falar que iria o fazer descobrir de cara a sua intenção com aquela pergunta.
- Pra que quer saber? - Perguntou em um sorrisinho de lado. Maldito sorriso que era atraente pra caramba, odiava.
- Nada é que...
- Não é porque você está curioso pra testar, né?
Jimin ficou em silêncio e engoliu a seco, Jungkook percebendo suas reações chegou um pouco mais perto e colocou as duas palmas da mão debaixo do próprio rosto, começando a se interessar pelas expressões que ele fazia.
- Pode me falar, não vou morder você.
- Não?
- Você quer que eu te morda? - Rebateu.
Jimin continuou em silêncio, não sabia exatamente o que falar, o que responder.
- Não vai ser fácil ter comunicação com você não falando comigo, meu amor.
- Eu não quero falar. - Disse puxando a borda do travesseiro para se distrair dos olhares que Jungkook estava dando para cima de si.
- O que quer fazer então? - Sussurrou bem pertinho do seu lóbulo, mordendo-o e puxando-o lentamente entre os dentes. - Hm?
Jimin mexeu os ombros e esfregou os braços arrepiados pra sensação passar, não queria ser seduzido, mas sem perceber já tinha sido há meses.
- Eu te odeio. - Murmurou baixinho. Jungkook deu um sorriso e se aproximou mais, tirando os fios que estavam nos olhos do loiro impedindo que visse o quanto eles eram lindos.
- Eu também odeio você.
- Me odeia porque não respeito suas regras?
- Te odeio porque mesmo isso não sendo uma qualidade muito boa, me atrai em você. - Falou passando a língua pelos lábios, umidificando-as. - É difícil lidar com loiros lindos e afrontosos como você mas eu gosto de desafios, alguns pelo menos.
- Ah é? Que pena, eu não facilito pra ninguém. - Jimin disse apontando para o peito do homem como se estivesse o intimidando. - Muito menos pra professores que pegam minha mãe.
- Ainda está pensando nisso? - Negou brevemente. - Vou falar com a sua mãe amanhã sobre o que está acontecendo lá em baixo, provavelmente ela não sabia que eu estaria aqui já que eu disse que também ia sair.
- O que? Porque?
- Eu queria testá-la, agora sei que ela realmente iria me trair em todas oportunidades que tivesse.
- Você imaginou o que?
- Sei do que ela é capaz Jimin, nós não estávamos em um relacionamento, não em um tradicional pelo menos.
- Como assim?
- Muitas perguntas, docinho. - Jungkook virou-se de costas e deixou Jimin com dúvidas do outro lado, não tinha nada haver com aquilo mas mesmo assim queria saber pois seu lado curioso apitava.
Tempo depois, não demorou muito para ouvirem o que acontecia no andar de baixo. Os dois estavam ouvindo e mesmo assim fingiam que não, o loiro pegou seus fones e colocou, não tinha música mas pelo menos abafava o barulho um pouco.
Com os olhos já fechados pra não ficar olhando a parede sem graça do seu papel de parede existente ali dês de a sua infância, sentiu braços fortes do homem ao seu lado o envolverem delicadamente.
- Tá fazendo o que? - Perguntou para o moreno que estava abraçado a sua cintura e com o rosto entre o seu pescoço, sentia a sua respiração quente ali e seus joelhos nas costas da sua perna.
- Te abraçando, eu acho, do que quer chamar isso?
- Acho que posso chamar de início de uma coisa que você queria estar fazendo mas não pode. - Jimin tirou os fones e se virou pra ele, ele tinha feito aquilo de propósito para ficarem com os rostos bem perto pra testar, apenas testar.
- Porque você faz isso?
- Porque eu quero. - Sussurrou de volta do mesmo jeito que o outro tinha feito e dessa vez foi a vez dele se arrepiar, era impossível com a voz doce e sexy que Jimin tinha.
O garoto começou a tirar o lençol de cima de si e deu um sorrisinho encolhendo suas pernas nuas na cama, Jungkook não tinha chegado ainda na etapa de vê-lo daquela forma então começou a admirar, até derrepente ele se cobrir de novo com os lençóis brancos.
- É uma pena professor, você só vai poder dar uma olhadinha. - Tocou na ponta do nariz do homem e sorriu afastando o rosto, se virando de volta pro outro lado.
Jimin parecia tão inocente quando se viram pela primeira vez, quem diria que já fazia muito tempo que ele não sabia o que era pureza.
Sempre foi muito rebelde durante toda a adolescência e mesmo estando quase no fim dela, ainda continua sendo.
Dês dos quinze frequentava festinhas e tinha alguns romances que não duravam muito, isso continuou por dois anos.
Com dezessete roubou bebida de uma conveniência com um grupo de amigos da escola, frequentou baladas com identidade falsa, bebeu e fez muitas coisinhas.
basicamente era um não exemplo.
Se fosse fazer um filme da sua adolescência, ele inteiro seria só de tragédias. Ah e seria melhor se ninguém da sua família o visse, seria constrangedor.
Mas é, mesmo com toda a loucura do passado, não se arrepende de nada que fez porque tudo foi muito bom, menos ter roubado porque lhe causou um pouco de dor de cabeça, mas nada que não se resolvesse, a adrenalina foi legal.
Com dezenove era um pouco mais sutíl em questão a festas, bebida roubos e os demais depois que repetiu anos na escola por causa disso. Não ligava muito mas se quisesse fazer faculdade não podia ficar faltando porque estava de ressaca ou porque não dormiu o suficiente pra conseguir forças pra levantar da cama.
Só que advertências não iam pro histórico na faculdade né? Estava tudo bem.
Jungkook começou a fazer carinho na sua cabeça e Jimin nem percebeu quando dormiu, estava tão bom que dormiu como o anjinho >reverso que era.
- Boa noite. - Desligou o abajur e o cobriu até os ombros.
👺n vai ter hot ainda
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