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Taehyung ficou chocado.

Mas ficou tipo, muito chocado.

Depois do choque, ele abraçou Jimin, porque querendo ou não, aquele homem tinha passado literalmente o rodo em todos que estavam presentes ali naquela casa. Exceto ele claro, que no caso estava ali como visita e "deus me livre" era o que ele pensava em questão a isso.

Deus me livre mas quem me dera, se não fosse o cara que seu amigo estava interessado, é claro que daria em cima, nunca se sabe quando terá outras oportunidades.

A vida não avisa não, ela sacaneia.

- O foda é que eu acho que faz tempo
que eles estão juntos. - Jimin murmurou, estava com uma raivinha interna, mesmo tendo passado boa parte dela depois que tomou água com açúcar e foi encontrar seu amigo.

Na realidade, Jimin não sabia se estava com raiva de descobrir que seu professor estava de rolo com sua "mãe" e agora era seu mais novo padrasto, ou se estava com raiva porque foi iludido.

- Você tem que esquecer isso, eu sei que não é fácil porque você meio que se atraiu por ele, mas não há nada que você possa fazer. - Taehyung comentou, cruzando as pernas em cima da cama.

- Eu sei, tem homens melhores.

- É isso aí garoto, já te disse quinhentas vezes. - Taehyung puxou os ombros do amigo e começou a mexer nos fios loiros do mesmo, Jimin sabia que ele adorava mexer no cabelo dos outros e principalmente o seu, então ele meio que cedia, cedia só até ele começar a sacanear e meter a mão pra bagunçar. - Tenho umas recomendações.

- Hmm, quem?

- Min Yoo-ngi. - Disse por partes com um sorrisinho maroto, Jimin arqueou as sombrancelhas e colocou o dedo na guela, de tantos garotos/homens na escola Taehyung foi recomendar logo o capitão do time de basquete da escola. - Ah qual é, ele é bonitão e parece estar te dando bola.

- Me darem bola é normal, o negócio é eu dar a bola de volta pra eles.

- Está bem Sr.competido, ache o seu homem sozinho e pare de pensar no professor então, minha melhor recomendação foi essa. - Taehyung deitou-se na cama e jogou o travesseiro que estava no caminho do seu conforto na cara de Jimin.

- Que ele vá se fuder e longe de mim.

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Detalhes, a noite foi um saco definitivamente, Taehyung teve que dormir junto com Jimin na mesma cama porque os colchões não estavam onde deveriam estar por alguma razão, e resumindo, Jimin não dormiu direito porque todas as vezes que tentava, tomava um chute, um soco ou às vezes Taehyung até subia em cima de si e lhe fazia de travesseiro.

- Bom dia, que rosto bonito, você geralmente acorda assim? - Taehyung deu um sorrisinho irônico abrindo as cortinas, Jimin já estava achando o quarto claro, imagine só quando os raios de sol que estavam escondidos atrás das cortinas escuras apareceram pelo vidro e bateram bem no seu olho, quase ficou cego. - Bora, pra que essa preguiça toda?

- Taehyung são sete da manhã e é sábado!

- Mas nós dormimos cedo e gente que dorme cedo, acorda cedo.

- Só se foi só você né, meu bem. - Murmurou entrando debaixo dos lençóis segurando-os em cima de si pra não ter risco de alguém puxar.

Dentro do seu próprio quarto, sua democracia, suas leis, Jimin não tinha poder nenhum quando Taehyung surgia, chegava a ser incrível e ao mesmo tempo inacreditável o quanto ele gostava de mandar.

- Não sei o que você quis dizer com isso mas eu dormi muito bem, aliás sonhei que estava montado em um pônei.

- Ah, isso explica os chutes. - Murmurou ainda embaixo dos lençóis, saindo logo depois por falta de ar, não ia adiantar nada mesmo, Taehyung não iria desistir de fazê-lo acordar.

- Que chutes?

- Os chutes que você me deu enquanto dormia! Eu não dormi nada e se dormi foi uns minutinhos. - Choramingou, batendo as mãos contra a cama. - Sinceramente se você conseguir um marido um dia, eu não vou desejar nem felicidades, vou desejar é sorte e muita paciência, dormir com um touro ou você é a mesma coisa, vou sugerir pra ele um adestramento.

- Ah para isso é coisa da sua cabeça, eu durmo que nem um anjo. - Deu de ombros indo se arrumar no espelho, vaidoso ele era e muito, mas sério, tinha que aprender a ser bonito dormindo também.

- A única coisa que tenho na cabeça são chifres do meu relacionamento passado, aliás você me fez lembrar disso agora. - Fingiu chorar e quando viu, realmente chorou, mas as lágrimas que caíram, foram aquelas matinais que sem querer saem depois de um bocejo.

- Nossa eu nem lembrava, desculpe pequeno corninho, vou tomar um banho e você pode dormir mais um pouquinho tá? uma horinha, preciso fazer a chuca. - Taehyung mandou beijinho no ar e entrou no banheiro, logo ele saiu de novo sem a metade da roupa pra buscar a toalha que tinha esquecido.

A família não é dona de uma empresa de luz mas o que se pode fazer, pelo menos quem sustentava a casa por enquanto tinha dinheiro pra pagar, isso quando não gastava tudo em roupas, jóias e sapatos caríssimos.

E ainda bem, Jimin conseguiu dormir pelo menos mais um pouco depois de sentir o calor invadir o quarto.

Taehyung saiu depois de horas se produzindo dentro da sauna que fez apenas com o banho quente que tomou.

- Olha, eu acabei de decidir que a gente vai sair. - Disse penteando mais o cabelo que já estava penteado e alinhado, pois, dizia que um homem com cabelo bonito, é um homem bonito.

Sem sentido, porque ele tem um rosto bonito, com um abacaxi mofado na cabeça, ele continuaria bonito.

- Sem a minha concepção? - Perguntou, ainda deitado.

- É, sem tua concepção porque aqui ninguém depende dela não meu filho.

- Entendi. - Levantou-se com preguiça e assentiu, abrindo a porta do quarto e saindo por ela. Taehyung foi atrás obviamente, e bem, era pra ser uma ida na cozinha normal como fazem de manhã, mas os dois travaram nos três primeiros degraus que desceram da escada.

Ou melhor, Jimin parou de descer e Taehyung empacou no caminho.

Jeon Jungkook, professor de artes, o mais novo padrasto na área, seus cabelos pretos estavam molhados e gotas pingavam pela sua testa e escorriam até seu maxilar, nada cobria seu dorso, e ele ainda estava molhado pois não parecia ter parado para se secar, ah e seu corpo, nada a declarar, para a infelicidade dos garotos, era sarado e bronzeado.

- Tomara que a toalha caia. - Jimin pensou em voz alta.

- Mas que porra de professor é esse? os outros vieram de Chernobyl e esse daí foi transportado errado só pode. - Taehyung sussurou e Jimin deu uma risadinha nervosa.

Ninguém podia negar o óbvio, ele era gostoso, negar só faria de todos mentirosos.

- Jimin por favor, não vá chorar por baixo. - Disse rindo da situação em que o amigo estava, basicamente meio incerto de onde ou qual lugar do corpo do homem olhar, estava perdido e não sabia se estava gostando ou não daquilo porque não conseguia parar de olhar pra ele, mais especificamente, para o seu corpo.

Jeon por ora muito esperto e com sua ótima audição a seu dispôr, virou-se direto para os dois garotos na escada pois obviamente ouviu os sussuros e as risadinhas.

Jimin nem pensou direito e já estava dentro do quarto, Já Taehyung não foi com ele e nem se importou muito com o surto do amigo porque considerava normal, então, ele desceu as escadas despreocupado.

- Eai professor, como foi sua bela noite?

- Não foi boa pra sua informação já que quer saber.

- Poxa que pena, ninguém mandou você escolher em específico esse membro da família para partilhar a cama.

- Eu dormi no colchão.

Taehyung franziu as sombrancelhas e riu incrédulo, tinha procurado aquele colchão até no sótão empoeirado e não achou, faltou só procurar no telhado, perdeu um tempão.

- Ah então foi você que roubou o colchão? Eu que durmo nele, quem foi que deixou?

- Você não deu falta dele, parece ter dormido muito bem. - Disse o olhando de cima a baixo tomando a água que tinha colocado no copo, Taehyung sentiu um ironismo na sua frase, tinha sim dormido muito bem, mas Jimin não, justamente porque o colchão não estava em seu devido lugar.

- Se você não fosse meu professor agora eu tinha te dado um soco, mas eu tenho muito respeito, coisa que o senhor não tem andando assim pela casa. - Taehyung apontou para o corpo semi nu do professor e deu uma risadinha anasalada, não era como se estivesse achando ruim.

O mais velho olhou si mesmo e saiu andando, já que se sentiam tão incomodados com metade do seu corpo a mostra, colocaria uma roupa decente.

Quem não aguenta a metade não aguenta inteiro, né?

Jungkook nunca foi de andar desprovido de roupas pela casa, mas por algum motivo ali e naquela hora sentiu que podia, estava tão silencioso e derrepente o silêncio se quebrou quando ouviu risadinhas dos adolescentes que estavam na casa, maldita a hora em que chegaram que poderia pensar no que diabos estava fazendo.

Não que não soubesse o que estava fazendo alí, sabia e muito, mas havia uma confusão em sua mente que por seu nome, o deixava confuso e muito.
Não em questão do seu "relacionamento", em questão do que construiu com o filho da mulher em que compartilha o relacionamento.

Não sabia exatamente, mas sentia uma tensão quando estava próximo dele e isso até mesmo nas aulas, Jungkook entendia muito bem das coisas e era bem resolvido da vida e das coisas que envolvem ela, então sabia que estava sentindo tensão sexual por seu aluno, e isso já há tempos antes de conhecer sua mãe.
Infelizmente ou felizmente tinha que parar com isso.

O relacionamento estava instável, já havia começado bem antes de se assumirem para o loirinho, Jungkook sabia das coisas e da situação, não podiam falar que se amavam porque não era o caso dos dois e nem teria dado tempo, havia um motivo para estarem ali juntos e não era o destino nem o amor que juntou, questões.

- Jimin, abre a porta porque você trancou? - Taehyung resmungou batendo na porta pendurando-se sobre ela, quase caiu quando ela foi aberta. - Nossa cadê a sensibilidade?

- Não sei, que merda.

- Ué, tá estressado?

Jimin nem precisou responder depois que o moreno viu seu olhar, assentiu quieto e sentou-se ao seu lado.

- Olha, pode jogar seu estresse em cima da bebida, que tal a gente ir em uma festinha? - Tae passou a mão nos cabelos de Jimin em forma de consolo, também meio que tentando o bajular.

- Que festinha?

- Uma aí, o povo do colégio vai dar, vamos? É só de noite mas eu já pego as pulseiras quando for passar lá em casa pra pegar as roupas.

- Tem que ter pulseiras é? - Indagou surpreso, geralmente ninguém fazia festa fechada, sempre era aberta pra quem quisesse ir. - Pensei que era festa de criança, já ia perguntar porque teria bebidas.

- Eu disse festinha, mas não é, podia ser de criança pra eu comer umas bolinhas de queijo e comer bolo mas não infelizmente não é, mas essa vai ser maneira de qualquer forma, vamos?

- Tá, pode ser.

rsrs

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