Throwback
“Eu sei que vou me apaixonar por você, amor
E não é isso que eu quero fazer
Eu espero que você nunca minta para mim.”
– Cry Baby, The NGHB
Mike não conseguira dormir naquela noite, muitas informações para digerir. No entanto, tudo parecia ficar claro agora. Talvez essa fosse a razão de Gwen ter ficado estranha na última vez que ele a encontrou. Ela tinha um olhar estranho, um semblante triste. Por que diabos ele não percebeu? Se ele tivesse sido cauteloso com os detalhes... Ah, tudo poderia ter sido resolvido ali mesmo.
O astro passou a noite em claro e só quando amanheceu, ele percebeu que o fuso horário não atrapalharia sua ligação. Ele odiava ter que fazer isso.
— Eu aceito. — o jovem disse antes do "alô" e escutou um "o quê?" como resposta. — Eu aceito, Jonathan. Eu aceito declarar que sou a porra de um viciado, por favor, me ajude com isso.
— Bom garoto, Michael. Onde você está agora? Vou mandar minha equipe de segurança te resgatar daí. — o homem pareceu satisfeito com a decisão de Mike. — Vamos discutir isso melhor pessoalmente.
[...]
Garrigton conversou com Peter sobre sua volta e o amigo prometeu ajudar como pudesse. O jovem se despediu de sua avó Judith que se recusava a ir morar na cidade grande com ele.
— Vá em paz, querido. Pense no que eu te falei. Se essa garota for o amor da sua vida, não deixe ela partir. Depois quero conhecer essa "gótica irritante" — a senhora sorriu e abraçou o neto — Volte sempre que precisar.
— Pode deixar, vovó. Eu vou recuperar tudo que perdi e vou trazê-las aqui, com certeza Gwen irá te adorar, assim como irá adorar conhecer sua estufa.
— Nas minhas flores ninguém toca, essa garota vai virar adubo se mexer nas minhas plantinhas amadas. Ninguém toca mesmo. — Mike sorriu e a avó fez o mesmo — Brincadeira. Pode voltar quando quiser. Mande um beijo para o Richard. Estou com saudades dele.
O astro assentiu e pensou em todas as coisas que havia dito com as pessoas que o amava, tudo guiado pela raiva e insegurança, esse era o preço da impulsividade.
Ao chegar em Manhattan o astro suspirou aquele cheiro estranho e familiar que ele tanto sentia falta. Jonathan já o aguardava em seu antigo apartamento, que agora abrigava Kalleb Cortez. Mike cerrou os punhos enquanto tentava não estragar aquele rosto babaca que agora estava com seu apartamento e com sua irmã, que simplesmente o ignorou.
— Vamos dar um jeito nesse visual de lobisomem adolescente, Garrigton. — Jonathan estalou o dedo e sua equipe de cabeleireiros surgiu.
— Tentem fazer o dinheiro que pago a vocês valer a pena. Esse aí não tem jeito. — o homem disse e saiu da sala enquanto sua equipe cortava os cabelos de Mike e fazia sua barba.
Logo a imprensa havia sido convocada, todos estavam no apartamento de Mike que agora era de Kalleb Cortez — não por muito tempo. O astro declarou seu vício em bebidas, jogos e sexo.
Os entrevistadores faziam várias perguntas que deixam Mike confuso, mas ele apenas respondia calmamente. O astro realmente iria para uma clínica de reabilitação, mesmo achando que não fosse necessário.
6 meses depois...
Os meses haviam passado rapidamente, Alisson começara a ter noites melhores de sono, não acordava tanta vezes e Gwen
dormia mais, agora era fácil identificar cada choro e cada reclamação. No começo foi difícil, ninguém havia dito que era tão cansativo assim. Cada dia que passava, sua pequena parecia mais com Mike e a loira às vezes se pegava chorando e pensando nele. Mike G estava na mídia novamente, alegou ter problemas com bebidas, fez tratamento, cortou os cabelos e parece ser um homem novo agora.
Pelo menos, por fora. O reality show havia sido exibido, Gwen sequer o assistiu, sabia que aquelas lembranças acabariam com ela. Mike parecia aos poucos recuperar seu território novamente e isso assustava a jovem mãe. Ninguém jamais iria tomar a sua filha. Nem mesmo Mike.
Algumas vezes durante a gravidez a loira pensava em tudo que eles poderiam ter feito juntos. Tyler era um bom companheiro, eles se beijaram outras vezes mas Gwen não tinha vontade de passar disso, ele não era o pai de sua filha e isso bastava.
Jessica e Rick brincava com a criança enquanto a gótica se arrumava para ir ao encontro que havia marcado.
— Vou sair. — ela anunciou para os dois que observaram seu visual.
— Vestida para matar. Mas quem será a vítima? — Rick brincou e recebeu uma tapinha de Jess.
— Não fala assim do meu bebê na frente do outro bebê. — todos sorriram.
— Fiz um mingau para ela, acho que a Alisson vai ter fome antes de dormir, agora ela está bem alimentada e gordinha. — Gwen foi até o seu bebê, tomando-a do colo de Rick.
Como ela amava aquela criança, era um sentimento inexplicável, como um sonho que ela jamais pensou em ter. Uma vida que iniciou-se de um antigo relacionamento, pelo amor, foi amor para ela, isso resultou no nascimento de seu bebê. Sua pequena Alisson.
— Preciso ir agora. Daqui a pouco eu volto. — ela sorriu e entregou a pequena para Jessica, antes de sair pela porta.
****
Gwen observou sua aparência pelo retrovisor do carro de Tyler e dirigiu até o local marcado. Era um motel qualquer na beira de estrada, numa parte distante de Charleston. A jovem suspirou fundo e desligou o motor, enquanto suas terminações nervosas mandavam a loira ir embora. Uma chuva insistente caía sem parar. O clima estaria dando um sinal também?
Não entre, vá embora. Não entre.
A parte sensata de sua mente alertava, porém, essa parte era menor do que sua teimosia. Gwen fechou a porta do carro e sentiu a chuva molhar suas roupas e cabelo. Droga, vou parecer uma gatinha molhada, quando na verdade sou uma leoa — a loira pensou.
Gwen sentiu o ranger da madeira assim que a mesma pôs os pés na entrada e solicitou pelo nome de seu acompanhante.
— Quarto 69. — dissera a recepcionista sem entusiasmo.
— Obrigada. — a gótica agradeceu e pegou a chave, indo com cuidado ao quarto indicado pela mulher.
Gwen Smith suspirou fundo diversas vezes antes de bater naquela porta. Ah, que inferno. Há mais de um ano que ela não o encontra. Isso mudaria alguma coisa? Aquele antigo amor já morreu, desde que ele a abandonou.
Ao sair de seus pensamentos e tomar coragem o suficiente para bater na porta. Ela ouviu um "Pode entrar" e seu coração pulsava velozmente quando aquela voz parecia cortar o ar e roubar, inclusive sua respiração.
— Gwen... Quanto tempo. Você está... Linda e molhada. Não quero ser o culpado pelo seu resfriado. Quer um cobertor? — Mike sorriu simpático enquanto esperava a garota adentrar no quarto.
— Não. Por que me chamou? O que você quer? — a gótica juntou todas as forças que ainda tinha, enquanto internamente seus sentidos travavam uma batalha. Ele está mais lindo do que antes.
— Gwen, eu posso explicar. — o astro gesticulou com as mãos enquanto a loira ficava longe o bastante para não fazer uma besteira. — Eu te amo.
— Você o quê? — a loira virou-se rapidamente e observou o rapaz caminhar em sua direção, numa tentativa falha de acalmar a fera.
— Eu amo você. E quero ver a minha filha, nossa filha. Tenho o direito de...
A frase foi interrompida quando a loira desferiu-lhe um tapa na bochecha esquerda que ardia com o impacto.
— Você não tem o direito de porra nenhuma! Você nos abandonou, Mike. Me abandonou, enquanto prometeu pôr o mundo aos meus pés, puxou o meu tapete.
O astro suspirou fundo enquanto sentia aquela maldita ardência no rosto, mas ele sabia que a dor física que ela causara jamais seria equivalente ao estrago mental que ele fez.
— Pode me bater, Gwen. O quanto você quiser. Me bata, diga todas as coisas que você sempre quis desde a última vez em que nos encontramos. Vamos lá. — Mike suspirou fundo e fechou os olhos, esperando que a loira o fizesse de saco de pancadas.
Gwen adentrou no quarto e fechou a porta usando o calcanhar. Agora eles irão ter uma boa conversa. De adultos.
— Você acha mesmo que te bater vai me fazer bem? Ah, Michael Garrigton. Nem se você tivesse dez vidas e eu te batesse em todas elas, seria suficiente para demonstrar o quanto eu te odeio.
— Você me ama. Você só odeia admitir isso, para você e para mim. Eu te... — a frase foi interrompida por um empurrão da loira e vários socos no peito do astro que ficou estático.
— Mentira! Não diga algo que nunca foi capaz de sentir por mim. Você me enganou, me iludiu, me usou... Só alimentou o que a mídia queria:
O cara famoso e a garota do interior.
— Não diga isso! Você acha que não doeu ver aquele filho da puta ao seu lado? Que não doeu ver que estava grávida e supostamente era dele? — Mike se pronunciou enquanto segurava os punhos cerrados de Gwen. — Se você também não for tão culpada quanto eu. Prometo ir embora e nunca mais voltar. Vamos, diga-me, sou o único culpado?
A loira se desvencilhou e ajustou seu cabelo úmido, enquanto tentava recuperar o fôlego que sequer notara que estava prendendo. Ele estava tão perto...
— Você é sim o único culpado. Pode ir. Não volte nunca mais. Obrigada. — Gwen deu as costas e começou a andar no sentido contrário, porém, Mike surgiu em sua frente e a loira virou os olhos.
— Diga que não me ama. Que não sentiu a minha falta nesses últimos meses, que toda vez que olha para a nossa filha, você não vê nela. Até o nome, eu o falei antes de sair do seu quarto. Alisson.
— Você vai precisar de algo mais convincente do que psicologia reversa, Michael. Eu não te amo mais. Quando você vai superar isso? Devo casar com Tyler para que isso fique claro? — a loira suspirou fundo, era tudo mentira.
— Você está transando com ele, Gwen? — Mike sentiu a dor na própria voz. — Você o ama?
— E daí, se eu estiver? Achou que eu iria me virar com os dedos, tendo um lindo moreno aos meus pés? Não mesmo. — Gwen desdenhou e revirou os olhos novamente. — Tem alguma coisa a mais para dizer? Preciso ir...
— Você está mentindo. Não pode ser tão cínica assim. Seu amor por ele é fachada. Quem poderia amar alguém tão desprezível? — o astro passou as mãos no cabelo, torcendo para que aquilo fosse mentira.
— Não sei. Me diz, como eu consegui amar você ? — Gwen suspirou fundo e o afastou da porta, indo até a garagem, ainda chovia mas ela precisava ficar longe dele.
— Para onde você vai? Não acabamos de conversar. — Mike foi na direção dela e puxou a mesma pelo braço. — Diga o que eu preciso ouvir para seguir em frente, Gwen Smith.
— Eu te odeio. Pronto? Eu odeio você, Michael Garrigton. Me deixa em paz. — ela virou bruscamente para abrir a porta do carro enquanto sabia que estava molhada o suficiente para estragar a bancada de couro.
Antes de entrar no mesmo, Gwen sentiu Mike puxando-a mais uma vez, porém, ao invés de palavras, ele a beijou de forma desprevenida enquanto colava seus corpos na lateral do carro. Para sua surpresa, ela não recuou, não o agrediu, apenas enlaçou seu pescoço com suas mãos.
Os dois foram embalados pela chuva e o movimento frenético de suas línguas se encontrando numa mistura líquida de saudades e ressentimentos.
— Por que você fez isso? — Gwen se afastou um pouco e sua respiração ofegante a entregava. Ela queria tanto quanto ele.
— Porque você queria isso e eu também. — Mike admitiu enquanto se afastava dela rapidamente, seu cabelo grudava em sua nuca em seu rosto.
A gótica ficou sem reação enquanto a chuva envolvia os dois, apenas os dois e a natureza os embalando numa melodia própria.
— Se eu disser o que você quer ouvir, você promete sumir da minha vida para sempre? — ela cruzou os braços enquanto o astro assentiu. — Eu amei você por meses, te esperei chegar em minha casa e dizer que me amava. Observei as mudanças das estações enquanto esperava milagrosamente que no verão, você trouxesse o calor do seu sorriso para aquecer o meu infindável inverno. Porém, você não veio, fiz das folhas secas a minha própria primavera. Enquanto você transava com várias garotas por aí. Ah, e como aquilo doeu. Eu jurei nunca mais olhar para o seu rosto novamente. — a loira limpava uma lágrima enquanto suspirava fundo.
— Por que você está aqui então? Por que veio? Me diz, por que tenho que desistir de você, Gwen? — o olhar de Mike suplicava por uma segunda chance.
— Porque você já fez isso, há um ano e meio. Acha que vai chegar aqui, me beijar e tudo ficar bem?! Não! Não vai. Eu nem gostei de beijar você. Foi estranho. Não gosto mais de você. — ela mentiu enquanto esfregava as mãos na camiseta fina, tentando em vão se aquecer. — Preciso ir.
— Você mente tão mal, sequer acredita nas próprias mentiras. — Mike bufou e negou com a cabeça — Não vou deixar você sair nessa chuva. E se acontecer alguma com você? Nunca vou me perdoar. Fique por favor. Eu te deixo dormir no quarto sozinha.
— Bem, você já me fez morrer por dentro, acho que já é o bastante, não é? — Gwen sorriu sem mostrar os dentes.
— Gwen... Por favor, fique e vá embora amanhã, está perigoso para você voltar. Eu insisto. — Mike se afastou e deu passagem para ela.
— Certo. Mas não vou fazer isso por você. Acho que não estou em saúde mental perfeita para dirigir. Acho que me roubaram o resto de sanidade.
— Quem? — ela lançou um olhar de "sério que você não sabe?" o astro apenas mordeu o lábio e caminhou com ela até o quarto 69.
— Eu preciso de um banho quente. Depois eu durmo em qualquer lugar. Se quiser, até dentro daquele carro. — o jovem suspirou fundo e tirou a camiseta úmida, revelando bem mais do que o tecido costumava esconder.
Gwen desviou o olhar para a lareira que crepitava de forma sensual e agradável, ignorando o calor interno, a loira foi até a fogueira e estendeu as mãos enquanto tentava se aquecer. Ela não virou até que tivesse certeza de que Mike estava no banheiro.
***
Após alguns minutos, o rapaz saiu do banheiro com uma toalha na cintura, Gwen o viu quando escutou a porta abrir, rapidamente ao vê-lo tão irresistível, ela desviou sua atenção e tentou não pensar em todas aquelas tatuagens e naquele abdômen definido.
Filho da puta, como ele consegue ser tão gostoso?
— Acho que já vou indo para outro quarto. Bem, se quiser tem tudo aí... — Gwen não deixou que ele terminasse a frase.
— Não precisa. O quarto é seu. Estou saindo. Posso sobreviver no quarto ao lado. — a loira se levantou rapidamente.
— Não aguenta permanecer no mesmo quarto que eu? Por quê? Quer reviver os velhos tempos? — ele sorriu sacana e a loira mostrou o dedo do meio.
— Quem disse isso? Consigo ficar no mesmo lugar que você. Seus joguinhos sexuais não vão funcionar. Prefiro alguns pelinhos no peito do que tantas tatuagens. — ela suspirou fundo e sorriu maliciosa. — Acho que é você quem deseja reviver os velhos tempos. Está com saudades de transar comigo? Que idiota...
— Eu não disse isso. Ah, quer saber. Pode ficar aí. Não faz diferença nenhuma para mim. Não senti falta de nada, principalmente algo que nem era tão bom assim. — Ok. Isso deve ter magoado. Gwen apenas virou as costas e foi em direção ao banheiro, batendo a porta com força.
Era estranho dizer que eles eram como água e óleo, tão opostos, tão insolúveis, porém, quando estavam juntos, eles eram mais do que composições químicas. Mike sentia todo o seu corpo indo em direção ao dela, como um ímã. Ah, que saudades ele estava... Por isso, tocou os próprios lábios enquanto tocou os lábios. Ele só queria sentir toda aquela adrenalina novamente, droga, como ele a amava, mesmo depois de tanto tempo afastados, as outras não causavam tanto efeito nele.
— Gwen. Me desculpa eu... — Mike foi interrompido ao vê-la sair do banheiro apenas com uma toalha branca em volta do corpo.
— Você o quê? — ela sorriu maliciosa quando viu para onde Mike mantinha sua atenção. — Gosta do que ver? — a loira gargalhou e tocou o queixo dele. — Se quiser que eu durma nesse cubículo, me empreste uma roupa. Se preferir eu posso dormir sem.
— Você...? O que...? — ele passou as mãos no cabelo, disposto a não cair nesses joguinhos. — Pode pegar, estão na minha mala. Ele suspirou fundo e virou de costas assim que ela pediu, o rapaz ouviu o barulho da toalha cair e conteve a vontade de olhar Gwen trocar de roupa.
— Prontinho. — a garota anunciou e começou a dar um jeito em seu longo cabelo loiro. — Você dorme no sofá e eu na sua cama.
— Você tem algum problema em dormir comigo? Não vou sentir nada dormindo com você. Podemos dormir de lados opostos. — ele suspirou fundo enquanto tentava não pensar no quão gostosa Gwen ficava naquela camiseta preta que caía perfeitamente em suas coxas.
— Tanto faz, Garrigton. Você pode dormir no tapete, não fará diferença para mim. — Gwen deu de ombros e deitou-se na cama observando Mike colocar mais lenha na lareira.
— Como ela é? — ele perguntou ainda de costas, não precisava ser objetivo para que Gwen entendesse sua pergunta.
— Linda. Ela é mais criança mais linda que já conheci. Todos amam a Alisson, cuidam dela o tempo todo. — a garota sorriu melancólica e Mike sentiu como se uma estaca tivesse sido cravada em seu coração.
— Eu gostaria de ter participado de tudo... Você me privou disso, Gwen. Nunca vou te perdoar, escondeu a gravidez de mim. — ele se virou e fitou a loira gótica.
— E o que você acha que fez comigo? Terminou por telefone! Não teve a intenção de me explicar porquê. Me afastou, não se explicou. Eu ia te contar naquela noite, mas para quê? Você já ia terminar comigo, não ia te prender com um filho, que você nem queria.
— Não diga isso! Como saberia se eu queria ou não? Sequer me deu o direito de escolha. Eu poderia ter ficado ao seu lado, mas ao invés disso, você o escolheu. Escolheu aquele filho da puta para ficar ao seu lado! Vai ver sempre foi apaixonada por ele. Só me usou para esquecer seu namoradinho.
— Você é um babaca! — Gwen levantou-se rapidamente e ficou cara a cara com Mike. — Não venha me culpar, eu não tenho culpa disso! Nunca vou me culpar, quando você terminou comigo por telefone. — ela vociferou e cruzou os braços — Eu nem deveria estar aqui, minha filha e meu namorado me esperam.
— Você não o ama! Pare de mentir! Você não ama aquele idiota. — Mike retrucou e ela ficou calada por alguns segundos.
— É mesmo? Como você sabe disso, Michael? — ela desdenhou e cruzou os braços rapidamente.
— Por isso. — rapidamente o astro enlaçou a cintura da loira e beijou-a, ela fingiu não querer aquilo tanto quanto ele, mas era tudo em vão.
Mike pegou-a no colo e encostou na parede ao lado da cama, enquanto a beijava com vontade, o astro sentia as mãos da loira em seu cabelo, puxando, envolvendo-o, Garrigton estava cansado desses joguinhos. Os dois se desejavam na mesma intensidade.
— Diga que não me quer, diga que prefere o Tyler. Eu paro com isso. Durmo em outro quarto. Me afasto completamente de você. Só diga o que eu preciso ouvir para ir embora.
— Eu não quero nada com você. Eu não amo mais você. Vá embora. — Gwen respondeu rapidamente, ela não queria dizer isso, mas era muito melhor do que se entregar facilmente.
— Certo. Eu entendo. Sei que perdi você. A culpa é minha. — ele suspirou fundo e pôs a loira no chão, se afastando gradativamente. — Foi um erro te beijar, desculpe por insistir em você, depois de tudo que fiz, sequer deveria me perdoar. — ele se virou rapidamente e foi pegar suas coisas.
— Michael... Eu não dormi com o Tyler, até quis mas... Não consegui fazer isso com ele, nem comigo... Você merecia mesmo... Sequer pensou em mim quando transou com aquelas garotas. Isso me dói tanto. Tanto... — ela secou as lágrimas na barra da camiseta dele. — Mas eu não sou você, não vou ter esse peso na consciência de ter transado com outras garotas, enquanto a sua garota se apaixonava por outro cara e cuidava de um bebê seu. A culpa é sim, toda sua. Agora já pode ir.
Ele entendeu aquilo como um ponto final, e doía, doía muito... Ele sabia que não se livraria daquela culpa, que jamais iria embora. Rick tinha avisado que ele perderia tudo. Por que ele não ouviu seus conselhos?! Mike suspirou fundo e foi para o quarto ao lado, enquanto se jogava na cama e sentia aquela dor o abater, ele nunca foi capaz de dar valor ao que tinha, exceto, quando perdeu tudo. E agora, talvez seja tarde demais.
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