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Runaway

Todos podem controlar a dor, exceto aquele que a sente.”
– William Shakespeare

Verão de 1988 ☀


     Na comemoração do fim de semestre, vários alunos faziam a coisa mais comum entre jovens naquela idade: beber até cair e esquecer o próprio nome. As festas das fraternidades eram marcadas por belas garotas, drogas e muita bebida. Com os amigos inseparáveis, não era diferente. Rick, John e Anne comemoravam a aprovação da garota que havia sido aceita em três faculdades importantes.

   Eles andavam pelo recinto com seus copos vermelhos de plástico na mão e sorriam com cada palavra sem nexo que Anne dizia por causa do efeito da bebida. Os três eram os "amigos perfeitos" que todos tinham inveja da relação tão afetuosa. Havia um equilíbrio, cada qual com sua respectiva habilidade e função. Anne era o coração do grupo. Simpática, animada, ela era o sonho de qualquer universitário.

   Seu sorriso contagiava todos, mesmo quando ela balançava tanto o rabo de cavalo que os fios castanhos batiam no rosto das pessoas. John era os músculos, a força, o jovem era o elo que mantinha todos unidos. Jonathan Wolfgang atual estrela do time de futebol, era idolatrado entre as mulheres e respeitado em todo o campus.

   A liderança nata emanava de seus poros e ele se encaixava perfeitamente na definição de sonho americano. Richard por outro lado, era o cérebro. Astuto, magrelo, seu corpo esguio carregava uma pessoa generosa, carinhosa e que sempre estava disposto a ajudar. No entanto, isso não fazia dele um fraco. Quanto necessário, Rick usava mais a razão do que a emoção.

   Ele partilhava bem mais do que uma linda amizade com Anne e Jonathan, o jovem nutria um amor secreto pela então amiga. Um amor que seria a sua ruína. Após chegar na festa e vagar pelos corredores em busca de um lugar tranquilo na casa, eles finalmente foram até os fundos.

   Anne balançava o rabo de cavalo e girava seu corpo num perfeito 360. Ela vestia roupas comuns de uma típica colegial dos anos 50. Sua personalidade forte e cativante fazia com que todos prestassem atenção em cada palavra que saísse de seus lábios.

— Vão ficar me olhando como idiotas? Vamos dançar! — Anne sorriu e era notável ver o efeito do álcool em seu organismo, nos olhos brilhantes e na face corada.

— Sem música? — John indagou sem interesse enquanto descia da mureta na qual havia sentado.

— Escolha uma música aleatório em sua mente, eu sei que você consegue. — Ela deu de ombros e dançou no ritmo dos anos 50 enquanto fazia passos desajeitados — Venha, Rick.

  Os dois sorriram e foram dançar com ela, era difícil não ceder aos encantos de Anne. Após fazerem um círculo, a jovem passou os braços no pescoço deles e sorriu animada.

— Eu amo vocês, com todo o meu coração. — Ela admitiu enquanto olhava fundo nos olhos de Rick que sentia uma leve esperança.

— Nós também te amamos, mas não dá para permanecer aqui. Estamos perdendo a festa.

***

  Após tanta relutância, eles voltaram para a concentração de jovens bêbados enquanto Richard torcia para ir logo embora. O rapaz não gostava de festas, seus únicos amigos são de longa data, desde o colegial.

— Rick, eu preciso te perguntar uma coisa. — John sorriu de forma exagerada e passou o braço no pescoço do loiro. — Você gosta dela?

— De quem? — Ele perguntou nervoso e deu uma breve olhada para se certificar de que Anne não estava ouvindo.

— Da Anne. Eu percebo o jeito que vocês se olham,  quer dizer... Como você olha para ela. Não queria te dizer isso mas acho que temos um lance. E eu gostaria de me certificar com o meu melhor amigo que está tudo bem entre vocês.

— Ah, claro. — Rick respondeu digerindo a informação. — Não gosto dela. Somos bons amigos. Por mim está tudo bem.

  Por dentro, Rick sentia como se a sua energia tivesse sido roubada, mas ele não queria atrapalhar. Afinal, que garota da faculdade iria preferir o nerd magrelo ao invés do atleta cheio de músculos?!

   Jonathan sorriu triunfante e deu um abraço forte no amigo dando leves tapinhas em suas costas. Ele foi na direção de Anne e sussurrou no ouvido dela, Rick manteve seus olhos na ação dos dois e viu o semblante da garota desfazer o sorriso, após alguns segundos ela voltou a sorrir e acenou para Rick antes de sumir  completamente com Jonathan, entre os jovens bêbados.

   Ele abdicou do amor de sua vida, deixando o caminho completamente livre para Jonathan. Semanas foram se passando, até que Anne e Jonathan começaram um namoro. Os dois estavam juntos o tempo todo e Rick inventava qualquer desculpa para estar com eles, sentir seu coração sendo partido em vários pedaços.

  Depois de um tempo, Rick tentara esquecer aqueles sentimentos e se juntou novamente aos amigos — únicos — que ele tinha. Novamente em uma festa, o loiro se perguntou quando aquilo iria passar. Chutando copos e pedras no caminho até os fundos, ele encontrou uma jovem com a cabeça apoiada nos joelhos e chorando sem parar. Chegando mais perto, ele pôde ver que era Anne.
Ela o abraçou imediatamente e contou o que havia acontecido, Jonathan havia traído ela com uma líder de torcida. Rick apenas ficou em silêncio ouvindo as lamentações e deixando que as lágrimas de Anne molhassem sua camiseta.

— Talvez você tenha um pouco de culpa, quer dizer, eu não te culpo por não me amar. Mas é que se fosse você, isso teria sido diferente... — Anne choramingou e Rick puxou o queixo dela, tornando-se o centro da atenção daquelas íris que mais pareciam esmeraldas.

— Do que você está falando, Anne? Eu te amo desde o baile do primeiro ano, quando você se fantasiou de Madonna. — Rick suspirou fundo e observou o cenho franzido e confuso dela.

— Mas... O Jonathan me disse que... Que você não queria nada comigo. — ela limpou as lágrimas na manga da camisa rosa e suspirou fundo. — Eu queria beijar você naquela festa, mas, Jonathan disse que você gostava de outra pessoa.

— Aquele filho da p... — Richard levantou-se rapidamente enquanto seu peito oscilava e o jovem cerrava os punhos. Desfigurar a cara de Jonathan era seu maior objetivo.

Anne protestou e impediu Rick de ir, ao invés disso, os dois ficaram abraçados e Rick pela primeira vez sentiu como se alguém tivesse levado uma luz para sua vida de escuridão. Anne era aquela luz em seu caminho. Ela virou a cabeça rapidamente na direção de Rick e um sorriso bobo surgiu em seus lábios rosados.

— Não diga mais nada, apenas me beije. — Ela sorriu para Rick que assentiu e com as mãos trêmulas tocaram um rosto da jovem, para se certificar de que isso não era um sonho.

Seus lábios se uniram rapidamente e o sabor das lágrimas e do gloss labial de morango se misturaram dando um sabor inesquecível para o primeiro beijo de Rick.

    Desde aquele dia os dois não se separam mais e aos poucos Jonathan tornou-se apenas uma pessoa do passado. Após alguns anos depois da faculdade, Anne e Richard encontraram Jonathan e aos poucos eles tentavam reestabelecer aquela antiga amizade. Os dois apaixonados não sabiam que essa proximidade resultaria na separação definitiva deles.

  Richard havia brigado com Anne após resolver estudar em outro país, foi nessa época que a jovem engravidou de Harry Styles, ou melhor, Michael Garrigton.

   Jonathan se aproximou e foi o apoio que Anne precisava, no entanto, ele tinha segundas intenções inventara mentiras para separar o casal. Fragilizada e sozinha, Anne acreditou em todas elas. E foi assim que teve o bebê sem Rick saber, Jonathan fora um apoio mas tudo mudou quando o bebê Harry completou 3 anos, foi nesse período que tudo mudou. E resultou em tantos danos causados por mentiras e ciúmes. Fazendo uma criança crescer insegura e sem amor, desde cedo destinado a aprender que o amor próprio é o único recíproco.

  Nosso estoque de mentiras para justificar a ausência da noiva no matrimônio havia esgotado. Gwen não estava mais lá, tudo que restara era o véu e aliança de noivado. Não tinha como esconder mais a verdade dos convidados, tampouco da imprensa.

  Alisson já estava cansada e seus vestidinho de daminha já estava sujo, peguei-a no colo e a minha pequena menina dormiu nos meus braços enquanto perguntava pela "mamãe". Eu juro que entendo as razões da Gwen, mas por que isso no dia do nosso casamento? Por que não esperar mais um pouco? Sei que Tyler fez tudo de caso pensado, ele sabia que teimosa do jeito que é, Gwen jamais iria hesitar. Eu entendo mas não significa que isso não doa. Dói. Dói bastante. Não só o fato de que serei piada nas redes sociais, muito menos alvo de tablóides por meses. Dói saber que ela não me amou o suficiente para acreditar em minhas palavras, que eu faria tudo por ela.

  Rick interrompe meus pensamentos quando dá um tapinha em minhas costas, um tapinha que serve mais do que qualquer palavra ou expressão. Ele sente muito, mas é necessário seguir em frente. Isso é exatamente o que farei a partir de agora. Nada mais irá fazer com que minha emoção tome conta das minhas atitudes. Ser pai. É exatamente o que eu preciso agora, minha filha precisa de mim. O mais engraçado é que Gwen tinha medo que eu brigasse pela guarda de nossa filha, jurou protegê-la, e hoje entregou-a em meus braços. Diferente dela, não irei mais soltar.

   Rapidamente, entrego a pequena para os braços de Jessica que parece tentar me dizer que tudo vai ficar bem, que Gwen foi impulsiva e tudo mais. Apenas meneio a cabeça e torço para que esse assunto seja esquecido, já terei tempo o suficiente para lidar com isso. Depois que todos estão na limousine que eu e Gwen usaríamos para sair depois de fazer um juramento de amor eterno ao outro, vou até a parte traseira e observo algo que não havia notado até então. "Recém casados" está escrito com uma tinta lavável no vidro, observo algumas latinhas e cordões que as mantém suspensas.

  Talvez seja o mais perto que os fãs tenham conseguido chegar do meu casamento. Ou melhor, fiasco de casamento. Sorrio de forma breve, antes de arrancar tudo de uma vez e jogar no lixo mais próximo. Certamente, essa atitude não estava sendo descartada pelos fotógrafos e jornalistas curiosos. Mas, aquilo não representava apenas minha raiva, simbolicamente, meu sentimento por Gwen Smith agora jazida em uma lixeira qualquer de Manhattan.

   A gótica apertou Tyler cada vez mais enquanto chorava sem parar, ela sabia que tomar aquela decisão não seria fácil. Mike jamais iria perdoá-la por fugir de seu casamento.

O moreno continuou de pulso firme seguindo em frente ao caminho pelo qual a gótica não conhecia. O seu vestido de noiva agora era um misto de poeira e tecidos esvoaçantes.

— Pare por favor. — Ela chamou a atenção de Tyler que apenas virou brevemente a cabeça e olhou Gwen por seus ombros.

— O que houve? — Ele tornou a olhar para a rodovia e percebeu que Gwen não parecia estar bem o bastante para prosseguir.

Tyler suspirou fundo e pegou o acostamento, rapidamente ele fez uma curva, para despistar alguns paparazzis e talvez pessoas perseguindo eles, o moreno parou embaixo de um viaduto.

— O que houve? — indagou enquanto tirav o capacete rapidamente e torceu para que Gwen fosse o mais breve possível.

— Eu... Eu preciso respirar um pouco. Só um instante, por favor.

A loira agachou-se rapidamente e sentia como se todos os seus órgãos estivessem sendo esmagados, talvez pela gravidade ou pelas ações que ela tomara. Será que vir com Tyler era mesmo uma boa ideia?!

— Gwen, preciso partir. Eu sei que vai ser difícil mas nós precisamos ir. — Tyler suspirou fundo e foi até a mesma, dando um abraço forte e envolvendo-a em seus braços.

— Você não sabe, Tyler. Não sabe o que é deixar tudo por algo incerto. E se não encontrarmos o meu pai? Mike vai continuar me odiando, ele...

O moreno segurou o rosto dela e por alguns segundos, pensou em colar seus lábios rapidamente mas sabia que essa não era a ocasião. Não era a forma correta de acalmar alguém que estava casando, lentamente dando um passo de cada vez ao futuro que agora havia se transformado em uma lembrança boa.

— Vamos. Precisamos sair daqui ou tudo será em vão. Só preciso de um lugar para dormir e ligar para a minha mãe. Quero saber como eles estão.

Tyler assentiu e pôs a chave na ignição enquanto estendia a mão para Gwen, ela sorriu fraco e logo voltou à sua posição inicial. Gwen segurou firme, tentando não pensar o que seria da sua vida daqui para frente. Como seria ver seu pai pela primeira vez depois de anos. 

[...]

  Depois de se certificar que não estavam sendo seguidos, Tyler parou em um motel qualquer para que os dois pudessem passar a noite. Gwen não se importava onde eles estavam, sequer poderia dizer que lugar era esse. Estava cansada demais para bancar o Google Maps, e arrasar demais para contestar qualquer coisa. Seu maior objetivo da noite era saber como todos estão e conversar com sua mãe, não seria enfrentar a fuga de um casamento, tampouco, seria fácil para Michael lidar com tudo isso sozinho.

  Ela permaneceu abraçada ao próprio corpo, na tentativa frustrante de se aquecer. Tyler pediu um quarto com duas camas e percebeu alguns olhares curiosos para a loira vestida de noiva. Os dois subiram alguns lances de escadas em silêncio até que o moreno resolvera quebrar o silêncio.

— Você estava muito bonita, digo, ainda está. Seria uma bela cerimônia, Gwen. — Ele forçou um sorriso e continuou subindo as escadas, no entanto, percebeu que ela havia parado.

— Tyler, você fez isso de propósito, não foi? Está mentindo para mim. Quis atrapalhar tudo com o Mike. — Gwen segurou no corrimão com força fazendo as juntas ficarem brancas. — Juro que nunca vou te perdoar por isso.

— Não, Gwen. Eu não fiz de propósito, mas sabia que você estava casando e sabia também que esse era o único jeito de chegar até você. Me desculpe se estraguei seu grande dia. Sinto muito. Ele vai te perdoar. Mike te ama. — Tyler suspirou fundo, odiando dizer aquelas palavras, odiando ser o mediador de uma conversa sobre amor. Sobre um amor que jamais seria dele.

— Eu... Só não quero que tudo isso seja em vão. Preciso que me explique, conte tudo. Não quero ter a certeza que de forma leviana perdi o homem da minha vida. Por favor, me dê isso.

***

  Tyler desceu os degraus que havia subido e enroscou a loira em um abraço, ela estava exausta, ele sabia que aquilo doía. Após alguns segundos ali, parados, eles voltaram a subir as escadas e quando a porta do quarto fora fechada, a loira sabia que deixando bem mais que Manhattan para trás. Ela havia deixado um amor que jamais imaginou que sentiria antes, um amor recíproco e sem inibições. Ainda assim, a garotinha de seu interior, implorava para que ela fosse atrás de seu pai. Então, a loira obedeceu e seguiu em frente, sem pensar nas consequências.

  Após um banho relaxante e tirar aquele vestido, Gwen usou algumas roupas de Tyler, camiseta e um short qualquer que ficava folgado mas era melhor do que permanecer com aquele vestido. O moreno pediu uma pizza para os dois, que era uma forma de relembrar os velhos tempos mas ela não conseguira comer.

   A gótica utilizou um telefone pré pago que logo após a ligação seria descartado, Tyler mantinha vários segredos mas ela não estava pronta para saber sobre nenhum. De forma trêmula, ela discou o número de sua mãe.

— Alô? — Jessica tinha um tom de voz cansado. — Gwen, é você? — Ela insistiu quando não obteve resposta.

— Mãe! — foi tudo que Gwen conseguiu dizer. — Por favor, tome conta dela. Cuide da Ali, eu vou voltar. Estou em busca do papai, mãe.

— Filha, seu pai está morto. Você precisa aceitar isso, meu bem. Tyler pode estar mentindo. Isso não é real. — Jessica suspirou fundo do outro lado da linha e Rick falou no lugar dela. — Gwendolyn, o que você fez com o meu filho está longe de ser definido por impulsividade. Michael está arrasado, ele não demonstra mas eu sei que está. Isso não se faz.

— Vocês não entendem... Eu... — Ela tentou justificar mas foi silenciada pelo tom grave na voz de Richard.

— Guarde suas desculpas para quem precisa delas. Espero que você encontre seu pai, que Tyler não esteja mentindo só para te afastar do Mike. Torço para que não seja tarde quando voltar. Torço para que Mike não tenha arrancado de seu coração o amor mais puro que ele já sentiu na vida.

  Richard encerrou a chamada e a única coisa que Gwen conseguia fazer agora é chorar. Ela chorou incansavelmente, borrando toda a maquiagem. Agora estava na hora de seguir em frente, lidar com suas consequências, Gwendolyn Smith não era mais a garota que havia sido antes de conhecer Michael. Estava na hora de ser outra versão de si mesma, enterrar de vez a doce garota do passado.

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