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Damage

"... O desespero tem suas formas próprias de trazer a calma..."
- Bram Stroker

❋⃝⸙ꦿ

   Na mitologia grega Midas era conhecido como o rei que ganhara um presente inestimável do deus Dionísio. Tudo que o rei tocava se transformava instantaneamente em ouro. Esse ''dom" também trouxera ruína e desespero para o rei que havia transformado a própria filha - somente com um toque - no mais puro ouro maciço. Por medo e aflição o rei implorou para que tudo voltasse ao normal e temia que jamais pudesse ver a sua filha novamente.
Após esse clamor tão desesperado o rei ganancioso obteve o seu desejo, não tinha mais maldição ou "dom"... Mike que outrora se identificava como fã de mitologia grega não sabia que tinha tamanha semelhança com o rei.

Os dois tinham o poder de destruir tudo que tocavam, temporariamente ou não...

   Mike seguiu seu caminho sem olhar para trás, após sair da casa de sua ex namorada ele observou as casas bem arquitetadas, a grama recém cortada dos vizinhos e pensou sobre os últimos meses. Talvez entrar na vida de Gwen tenha sido um erro. E se o destino dela sempre tivesse sido esse? Casar-se com o namorado de infância, ter um bebê com ele e viver feliz para sempre.

   O jovem havia sido apenas um breve empecilho, mesmo que a loira tivesse mudado sua vida. De todas as mulheres que passaram por sua cama, apenas uma foi capaz de permanecer em seu coração. E como sempre, ele havia perdido aquela oportunidade de ser feliz.

   No final, talvez as coisas tivessem que acontecer desta forma, ele ficou angustiado em vê-la com Tyler, daquela forma... Mas o astro não tinha o direito de reclamar, afinal, ele havia terminado com Gwen, tinha deixado-a ir e esse fardo pertencia apenas a ele.

   No aeroporto novamente, ele sorriu para o piloto do qual já conhecia. Suspirou fundo e sentou-se na poltrona macia. Talvez essa fosse a última viagem à Charleston e jamais esqueceria a dor que sentiu ao ver Gwen grávida e feliz com Tyler.
Sua única dúvida era: por que a loira chorava tanto? De uma certa forma, Mike pensou que ela estava em pedaços por causa da última conversa deles. A raiva talvez fosse tão grande que Gwen Smith sentiu apenas dor e sofrimento.

   O rapaz encostou a cabeça na janela e fez algo que achou ter esquecido, a primeira comunicação que um bebê tem como o mundo exterior: chorar.
Mike G chorou tal qual uma criança, um choro acumulado por meses. No fundo ele achou que Tyler ser o pai do bebê de Gwen seria uma coisa boa, afinal, como ele poderia ser um bom pai se nunca teve um exemplo de paternidade?! Mas por outro lado doía saber que ele perdeu a garota de seus sonhos por causa de seu orgulho.

****

   Michael acordou quando o avião decolou em seu destino final. Ele bocejou e desembarcou apenas com uma mala. Chamou Joshua para vir buscá-lo no aeroporto mas o rapaz não respondeu às suas ligações.
O astro pediu um táxi e foi para o seu apartamento, sonhando em ver um rosto conhecido, receber um abraço ou uma palavra amiga. Porém, ele sabia que no fundo não teria isso, afinal, seu orgulho expulsou todo mundo de sua casa.

   Ele adentrou na mesma e suspirou fundo, contemplando o vazio. Onde estariam seus empregados agora? Sua única família restante?! Mike sentou-se no sofá e ligou para o seu atual empresário, Jonathan Babaca Wolfgang, em resposta o homem disse que precisava falar com Mike pessoalmente. Então, o astro apenas aguardou pacientemente por uma explicação plausível. Uma leve batida na porta indicava que o homem havia chegado.

— Olá, Michael Garrigton. — Dissera o homem sem entusiasmo.

Mike cedeu passagem e o empresário adentrou no ambiente, observando cada detalhe e torcendo levemente o nariz ao ver Mike G.

— Você está péssimo hoje, Garrigton. Andou bebendo? — Wolfgang observou os cabelos desgrenhados, olheiras e a barba por fazer do rapaz. — Tenho boas e más notícias para você.

— Pode falar. — Mike suspirou fundo e afundou as mãos no próprio cabelo, logo voltou a atenção ao homem que mantinha sua habitual arrogância
— Cadê os meus empregados? Todo mundo sumiu.

— Para começar, as suas "férias" causaram tantos estragos que eu ainda nem tive tempo de quantificar. Por enquanto, seus funcionários foram realocados e estão trabalhando na casa de outra pessoa. — Jonathan sentou-se no sofá e abriu alguns botões de seu terno bem passado.

— Você está querendo dizer que eu perdi meus funcionários? — o rapaz respondeu irritado. — Quem deixou isso acontecer?

— Na verdade, foi você. — Jonathan retrucou. — Você sumiu por meses, Michael. Quem pagava o salário dos seus funcionários? — ele suspirou fundo. — Irão vetar a sua conta na Suíça. O apartamento. Seus carros comprados em suma com o dinheiro arrecadado com seus shows. Tudo está no contrato. Estamos preocupados com você, Michael.

— Eu vou perder tudo que me esforcei para ter? Isso é sério? — o jovem levantou a voz, um tanto irritado. — Vocês não podem fazer isso, comigo!

— Michael, nós podemos. Temos um contrato. Seu apartamento, seus carros, sua conta no exterior, podemos vetar tudo isso. Porém, tem uma condição.

— Qual? — Mike esticou-se no sofá confortável e aconchegou a cabeça na mesmo.

— Não iremos vetar seus bens, exceto, se você admitir que necessita de um tratamento de dependência química. Senão, iremos dar somente cem mil reais por enquanto, entenda isso como uma punição.

— O quê? Vocês não podem fazer isso! Não podem estar falando sério!! — Mike levantou-se num sobressalto e jogou alguns itens decorativos no chão, estilhaços voaram para toda parte.

— Sim. Nós podemos. Está tudo no contrato. Ou você não se deu ao trabalho de ler? Sua diversão nos rendeu milhões, foram mais de cinco meses de curtição. Não foi só isso, Michael. Acha mesmo que agredir um fotógrafo não iria custar nada? Estamos há meses cobrindo seus rastros, a lama suja que você derrama por onde anda.

— Jonathan, não julgue sem me conhecer! Você não sabe das coisas que passei nesses meses. — Mike retrucou de uma forma agressiva.

— Não. E também não quero saber. Sou pago para ser o seu empresário, não seu psicólogo. Para isso, procure o Richard. Ah, lembrei que você o dispensou, porém, não pode fazer a mesma coisa comigo. — Wolfgang ajustou seu terno e fechou um dos botões. — Sabe por quê? Porque você é problemático. Você está destruindo tudo que ama assim como as pessoas ao seu redor. Ninguém quer ser seu empresário, seu ataque de estrelismo está causando mais danos a nossa empresa do que você pode imaginar.

— Escuta aqui... — Mike levantou o dedo em protesto mas Wolfgang o impediu.

— Não terminei de falar. Tenha modos, garoto. — Ele suspiro fundo, retomando ao seu posicionamento inicial. — Você só tem essas duas opções: ou declara à imprensa que está doente ou pega esses cem mil e vai dar uma voltinha para esfriar a cabeça por um tempo.

— O que eu vou fazer com esse dinheiro? — Mike passou a mão no cabelo, por ora, não iria prolongar a discussão com Jonathan.

— Não sei. Pense sobre isso. Não gostou da vida no anonimato? Tem gente que anualmente não ganha nem trinta mil por ano. Aposto que você consegue dar um jeito com cem mil reais. Agora preciso ir, se quiser aceitar a primeira opção, pode me ligar a qualquer hora.

— Não vou assumir o que não tenho, não sou dependente químico. Não sou alcoólatra. Vou dar um jeito com esses cem mil reais, apenas pela sua petulância. Sou capaz de coisas que você nem imagina, Jonathan. - Mike quase cospe as palavras, odiava ser subestimado.

— Tem certeza? A escolha é sua. Ainda continuo sendo um empresário e você? Ainda é um astro do rock?

Jonathan ajustou o terno mais uma vez e pega sua maleta, começando aos poucos a sair do apartamento de Michael Garrigton.

— Eu sou muito mais do que a minha profissão, e você? Consegue ser um ser humano comum e empático por trás das vestes de um diabo sem coração? — O rapaz retrucou enquanto o empresário sorria de forma sarcástica e caminhava até o elevador.

— Já ouviu falar que o Diabo veste Prada? No meu caso, ele veste Armani. — O empresário disparou e o elevador fecha lentamente, enquanto ele sorria de uma maneira diabólica.

[...]

   Michael arrumou uma mala com tudo que seria indispensável para essa viagem. Passou uma maquiagem nos braços tatuados e pôs um boné na tentativa de esconder o rosto. Seus trajes de turista americano não chamavam muita atenção, com um pensamento de mudar a sua vida, o astro pegou o primeiro vôo para Amsterdã e esperava encontrar sua doce avó — pelo menos, de consideração — ele sabia que a senhora sempre iria ser um refúgio de todos aqueles tsunamis em sua vida.

   Foi assim que o astro resolveu dar uma chance a si mesmo e tentar algo novo, porém, acabou desistindo dessa mudança quando encontrou o "Distrito da Luz Vermelha" marcado por jogatinas, prostituição e drogas. O jovem dissera a si mesmo "essa é a última noite vez que faço algo errado, e a partir de hoje serei uma pessoa nova" e foi assim que Michael estragava a promessa que havia feito a si mesmo.

   Depois de gastar boa parte do que havia guardado reservado para "se virar" - nas palavras de Jonathan - Mike descobriria que promessas jamais devem ser quebradas, principalmente, quando prometidas a si mesmo.

Gwen

   Tyler e Gwen passeavam no parque que a garota costumava ir com seu pai, por sinal, este local marcava o dia em que tudo mudou, quando pela última vez a pequena Gwen pôde brincar com o pai, que mais tarde seria assassinado dentro de sua própria casa.

   Agora, na tentativa de ser forte a gótica ignorava aquela dor que no fundo ainda estava presente mas sempre que possível, ela deixava essa dor num compartimento secreto. Longe de seu bebê, Gwen queria apenas que a doce menininha sentisse o amor imenso que nesse momento a gótica tinha por ela, tudo ficaria bem desde que mãe e filha estivessem juntas.

— Lembro de uma vez que marcamos uma árvore com nossas iniciais. Depois que nos beijamos lá, bem, pelo menos antes da sua mãe nos pegar e descobrir que estávamos namorando. Aquilo foi insano. — Tyler sorriu enquanto pôs as mãos dentro dos bolsos.

— Lembro disso. Mamãe tinha medo de que nós dois fizéssemos alguma besteira. Tipo, eu ficar grávida de você. Mas olha como a vida é engraçada, não? — Gwen sorriu e passou a mão na barriga.

— Isso é bem... Inesperado. Perdemos a virgindade juntos, não foi? Eu estava tão nervoso. — Tyler sorriu e admitiu ser tomado pela nostalgia.


— Shiiiiu... Não quero que meu bebê aprenda essas obscenidades com você. - a loira sorriu e pôs as duas mãos formando uma concha na barriga, um tipo de proteção para o ouvido do bebê. — Pronto. Ela não está escutando mais essa conversa. Sim. Perdemos a virgindade juntos e eu também estava nervosa.

   Os dois gargalharam e Tyler apontou o indicador para uma árvore de tronco extenso e folhas secas. Gwen sorriu e caminhou na frente enquanto o moreno trazia uma cesta de piquenique. A loira estendeu uma toalha vermelha quadriculada e os dois sentaram, respirando o ar fresco.

— Até que as coisas davam certo para nós dois. Só sinto que deixei essa oportunidade escapar, esse bebê poderia ser meu. Poderíamos ser uma família. Eu não te deixaria por nada nesse mundo. - o moreno ficou pensativo e esticou as pernas enquanto comia uma maçã.


— Todos vocês dizem a mesma coisa, Tyler. Nos prometem um mundo cor de rosa, perfeito e sem tristezas, sem mágoas. Apenas "você e eu" mas a realidade é diferente. Viramos apenas um passado que vocês querem esquecer. — A garota suspirou fundo e sentiu um nó em sua garganta, lembrando de todas as palavras, e as juras de amor de Michael Garrigton, todas foram em vão.

— Vamos esquecer esse assunto por enquanto, conheço esse olhar e sei em quem você está pensando. — O rapaz sorriu e entregou uma maçã para a loira. — Aceita esse humilde presente, princesa?

— Vai se ferrar. Não sou a Branca de Neve. — Gwen sorriu e revirou os olhos mas ainda assim pegou a maçã e deu uma mordida generosa.

   Após várias risadas e um lanche delicioso, ao entardecer os dois começaram a juntar as coisas. Tyler estendeu a mão para auxiliar Gwen e a garota pegou a mesma, por alguns segundos eles não se soltaram e permaneceram assim até o carro.

   Gwen nunca havia se sentido tão sozinha, quanto mais tempo passava a garota ficava distante de todos, principalmente por ter tirado uma licença para aproveitar os meses finais de sua gravidez, tudo graças a Maria - proprietária do estacionamento onde ela trabalha.

[...]

   Tyler parou o carro e desligou o motor, enquanto os dois sorriam animados.

— Hoje foi divertido. Obrigada, Tyler. Mesmo que você tenha sido um babaca que merecia um soco na boca, sua companhia é proveitosa. —  A loira sorriu e o garoto fez o mesmo.

— Quem sabe assim eu ganhe alguns pontinhos e o Poderoso diminui minha punição por ter sido tão babaca. — Tyler sorriu novamente e suspirou fundo. - Bem, eu tenho que ir à prefeitura, meu pai precisa de mim lá. Nos vemos depois?

— Tudo bem. Acho que preciso descansar um pouco. Cada vez me sinto mais cansada. Nos vemos depois. — Gwen se esticou no banco do carona e deu um beijo na bochecha de Tyler na mesma hora em que ele iria depositar um beijo na bochecha dela. O beijo inocente acabou se transformando em um beijo rápido nos lábios.

— Desculpe. Eu não pretendia... — antes que ele se explicasse Gwen foi na direção do moreno e deu um beijo demorado. Tyler demorou poucos segundos para entender que aquilo era real e retribuiu na mesma intensidade.

   Após algum tempo os dois se afastaram e olharam para todas as direções menos um para o outro. Gwen pegou a cesta e saiu do carro, bateu a porta e disse um quase inaudível ''até logo" e seguiu seu caminho antes de olhar para trás.

   Subindo lentamente os degraus ela escutou vozes e risadas, a loira franziu o cenho e tentou identificar a voz masculina que se intensificava a cada passo. Quem seria esse homem?! A loira abriu a porta lentamente e adentrou na sala, seguiu com a cesta em mãos até a cozinha e diminuiu o ritmo de cada passo. Ela suspirou fundo quando chegou até a cozinha e encontrou sua mãe conversando com um homem loiro.

— Aí está ela! — Jessica anunciou com um sorriso nos lábios, pôs a xícara sob a mesa e observou a filha. Gwen esse é o...

— Rick. - a loira complementou a frase e deixou a cesta acidentalmente cair. Rapidamente ela se agachou e pegou as coisas que havia deixado por causa do susto.

— Gwendolyn, quanto tempo. Acabei de descobrir que esse é o seu verdadeiro nome. — Rick respondeu enquanto sorria alegremente. - Que protuberância fofinha e engraçada. É uma menina, não é?

— O que você está fazendo aqui? — a loira perguntou incisiva  enquanto olhava para sua mãe. — Além do mais, por que falou meu nome? Você sabe que eu o odeio. Ele é empresário do Mike G! Como deixou ele entrar aqui, mãe?

— Correção: ex empresário. Sua mãe me deixou entrar pela porta, tem como entrar voando? — Jessica e Rick sorriram de uma forma que deixou Gwen irritada.

— Cai fora, Richard. Eu sei que você quer tomar o meu bebê. Não vou entregá-la para o Michael. — A loira bufou enquanto cruzava os braços.

-— Você está assistindo muita novela mexicana. Não sou um ladrão de bebês. Estou aqui como amigo. Não trabalho mais para o Mike, ele me demitiu. Quando estava em minha casa, por acaso vi uma foto sua na internet e vi essa barriguinha aí, pensei, fiz alguns cálculos e engraçado... Os meses batem exatamente com aquele tempo que você passou com o Mike. — Rick umedeceu os lábios e ficou pensativo, Gwen temia que ele já soubesse de tudo.

— O pai é o Tyler, todos na cidade sabem disso. Por que você não trabalha mais para o Michael? — a loira puxou uma cadeira e sentou-se de frente para Richard.


— Ele ultrapassou o limite do bom senso. Michael falou que eu não era um amigo de verdade, que me pagava e esse era o meu trabalho. Isso me dói tanto. Eu basicamente criei aquele menino. Até entendo que ele estava bêbado, perdido, decepcionado, porém, eu não tenho culpa disso. Nem você. Mike terminou o relacionamento por telefone, não é? Eu também sei disso.

—  Ele me disse que precisava de um tempo sozinho e tudo mais. Não iria insistir se ele não me queria mais. Sim. O bebê é dele. — Gwen suspirou fundo e resolveu abrir o jogo. Cansada de esconder a verdade.

— Não irei falar nada para ele, exceto se você me pedir. Michael não é a minha prioridade nesse momento. É você. Garrigton precisa de um tempo para esfriar a cabeça, irei dar esse tempo. Mas enquanto isso, deixe-me vê-la, Gwendolyn. Ai meu Deus! Um bebê, achei que você só engravidasse de um morceguinho, por causa de todas aquelas roupas pretas e bizarras.

   Os três sorriram enquanto Richard emocionado alisava a barriga de Gwen e ficava extasiado quando a bebê chutava. O papo se estendeu por horas, depois de jantar, rir um pouco mais e conversar com a mãe de Gwen, Rick pegou suas malas e voltou para o seu apartamento, prometendo a si mesmo que iria voltar para Jéssica, a loira de sorriso resplandecente que havia alegrado seu tempo, de uma forma que ele há um tempo desconhecia. Ah, e voltaria pela Gwen e o bebê, é claro...

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