“... A verdade brilha mais que a luz,
A falsidade é mais escura que a noite.
A vingança é mais afiada que um machado,
E o amor, mais suave que a cera derretida...”
– Princesa Mecânica

Os primeiros raios de sol que entravam pelas frestas na janela anunciavam que mais um dia havia começado e que seria intenso e cheio de batalhas, principalmente internas. Ainda estava frio e por alguma razão, a chuva pareceu dar uma leve trégua.

Mike demorou um pouco para lembrar de onde estava e de como foi parar ali. Ele suspirou fundo e coçou os olhos, fez sua higiene bucal e pensou em ir até seu quarto pegar o resto de suas coisas. O astro suspirou fundo novamente e bateu na porta da garota que outrora havia sido sua namorada.

— O que você quer? — Gwen surgiu ainda com a camisa dele e seu short jeans por baixo. Ele não estava mais úmido.

— Minhas coisas. Posso entrar? — ele se apoiou na porta e deu de ombros. — Gosta tanto assim do meu cheiro que ainda está usando a minha camiseta?

— Gwen por um segundo ficou confusa e olhou para a camiseta. Droga. Ela realmente amava o perfume dele. — Seu perfume é horrível. Só estou com a sua camiseta porque a minha ficou amassada. Mas se quiser eu tiro agora mesmo. — a loira fez menção de tirar a camiseta e ficar sem blusa na frente dele.

— Não. Não. Não precisa. — Mike disse apressadamente, ela sorriu maliciosa e permitiu a entrada dele enquanto cruzava os braços e o observava de longe.

— Bem, acho que peguei tudo. Por que acordou tão cedo? — ele suspirou fundo e passou a mão no cabelo.

— Não consegui dormir. Preciso ir para casa antes que chova novamente. Não aguento mais um segundo com você. — a loira revirou os olhos e adentrou no quarto novamente, indo fazer a higiene pessoal, por sorte, tinha escovas de dentes extras no banheiro.

— Gwen... Eu não quero ficar assim com você. Por favor, vamos dar uma trégua ou algo assim. — Mike fez menção de bater na porta mas ela abriu rapidamente.

— Não quero isso. Quero você bem longe de mim e da minha filha. — a loira o encarou e notou sua proximidade, mas não se afastou. — Por que voltou? Quer bancar o pai do ano agora? Alisson não vai ser seu trunfo midiático. Não como eu fui.

— Gwen. Não fale isso. Eu jamais usaria ela para ganhar o público. Não usei você. Caralho! Por que não consegue acreditar que eu te amei de verdade? Que ainda te amo? — ele se aproximou mais e tocou o rosto dela
—  Acha mesmo que eu perderia meu tempo preparando um pedido de namoro na Broadway para uma garota qualquer? Que viajaria de avião até uma cidade distante várias vezes para ver essa garota? Não. Eu não faria isso tudo se fosse uma garota qualquer. Sempre foi por você.

— Engraçado. Viajou tantas vezes para me ver e quando foi terminar, ligou para o meu celular. Covarde. — Gwen se desvencilhou do toque dele.

— Por que você fala tanto no passado? Você perdoou o Tyler! Ele traiu você e te expôs para a cidade inteira. Por que  não posso ter uma segunda chance? Me diga, Gwen. — ele suplicou ainda mantendo a posição inicial, eles estavam cara a cara agora, mais alguns centímetros...

— Porque... Porque... Bem, eu não odeio o Tyler. Odeio você. Apenas isso. — a loira fez menção de passar e quase esbarrou em Mike que se manteve firme e fitou-a olhando diretamente para os seus lábios.

— Dizem que ódio e amor caminham lado a lado. Você me odeia porque me ama. Perdoou ele porque precisava fazer isso. Tyler era a sua única companhia. Quanto à mim, eu vejo nos seus olhos, Gwen. Vejo como você me olha, o que enxerga em mim. — Michael se aproximou mais e pôs a mão dela no lado esquerdo do seu peito. — ... Sei que mesmo que você finja, vou sempre morar aqui. Assim como você também, mesmo que não queira.

— Mike, vai... — ela tentou se desvencilhar mas desta vez estavam perto demais e isso roubou todo seu resto da sanidade.

— Me afaste ou me beije. Faça o que você está com vontade agora. A opção é sua. Me afaste ou me beije, Gwen. — ele sussurou e os pelos da nuca dela ficaram eriçados.

— Eu nunca vou te... — ela tentou passar por ele rapidamente — Sai da minha frente. — Gwen o encarou por alguns segundos e aquele mesmo sorriso sacana estava em seus lábios. Ela soube naquele momento que havia perdido aquela batalha interna.

— Vamos. Me afaste ou me... — antes que pudesse concluir a frase, Gwen o afastou com uma de suas mãos mas com a outra o puxou para um beijo. Ela sabia que iria se arrepender disso depois, mas agora, só pensava em acabar com esse sentimento que a devorava por dentro.

Mike segurou em sua cintura com firmeza enquanto a beijou velozmente. Como conseguiu aguentar toda essa saudade? Ele pensou em fazer isso desde a hora que ela bateu em sua porta. Mas não seria tão fácil assim, Gwen nunca é fácil.

O beijo se transformou em algo mais intenso, ele percebia o jeito que o pelo de sua nuca estava eriçado. Droga. Ele a amava profundamente. Ninguém jamais faria com seu coração o que ela fez.

— Por favor, Gwen. Dorme comigo. Eu imploro. — Mike sussurou entre os lábios dela e temia sua resposta.

— Acho que está muito cedo para dormir. — Gwen sorriu maliciosa e tentava esconder a ansiedade que sentia. Ela queria muito. Mike tinha sido o último cara no qual a loira havia transado. Há mais de um ano.

— Faz amor comigo, Gwen? — a voz dele saiu rouca e sensual. Era impossível fingir que ela não queria. Afinal, como ele havia dito: ódio e amor caminham lado a lado.

— Quero. Eu quero fazer amor com você, Michael Garrigton. — as palavras saíram rapidamente e ela queria muito lembrar que era uma burra, porém, não agora.

Rapidamente Mike pegou-a no colo enquanto sentia as pernas dela entrelaçarem sua cintura. Ele caminhou até a cama enquanto não separou seus lábios dos dela nem por um segundo sequer.

****

Gwen ficou por cima de Mike enquanto sentia as mãos dele tocar suas costas, desenhando-a, beijando cada centímetro de seu pescoço exposto e ela queria, queria muito... Mais do que gostaria de admitir para si mesma, e lá estava Gwen Smith, quase transando com o ex namorado e atual pai de sua filha. A loira poderia se culpar por tudo isso depois, lembrar que ele não presta, que vai fazer tudo novamente, mas não agora, não quando seu corpo implora para que ela o faça.

A gótica suspirou fundo antes de tirar a camiseta dele e jogar em algum lugar de seu quarto. Tinha algo tímido nela, eles não eram mais a mesma pessoa. Há meses, deixaram de ser. Ela temia o Mike que ele se tornou agora, mas no fundo sabia que não era mais aquela loirinha estranha do ensino médio. Seu corpo havia mudado, assim como suas atitudes. Os seios estavam fartos, mesmo depois que Alisson não quis mais o leite materno. Eles não eram a mesma pessoa agora e Gwen ansiava para mostrar isso para Mike.

— Linda. Você está mais linda do que antes, Gwen. — o astro observou a mulher de sua vida enquanto beijava seu pescoço e passava a mão em seu corpo desnudo.

— Me dê o que eu quero, Michael. Seja mais objetivo, me satisfaça.

E foi assim que os dois trocaram mais do que desejos líquidos, suas peles pediam mais que contato. Eles necessitam matar aquela saudade, mesmo que o ritmo daquela balada fosse gemidos e mordidas, ambos entoavam uma melodia única, somente os dois entendiam:

A melodia do amor

Mike observou a loira dormir e sorriu bobo por alguns instantes. Como ele pôde ser tão babaca? Como pôde abandonar a mulher que o amou de um jeito que nenhuma outra amaria?! O rapaz suspirou fundo novamente. Ele sabia que não seria fácil tê-la novamente, Gwen apenas se rendeu ao calor do momento. E que momento... Se fosse possível, ele deixaria as cenas eróticas reproduzirem para sempre na em sua mente.

Gwen se mexeu um pouco e flagrou o astro observando ela. A loira sorriu e puxou o lençol para cobrir o corpo desnudo.

— Que horas são? Eu falei que não iria demorar e acabei dormindo aqui. Dormindo com você. — ela coçou os olhos e encostou-se na cabeceira da cama. — Preciso ir, Mike.

— São 10 a.m. Nós acordamos às 6 a.m, então, gastamos o tempo restante para fazer coisas específicas e dormir um pouco. — Você se arrepende?

— Droga. Estou atrasada. Merda. — ela se levantou rapidamente e deixou o lençol cair aos seus pés enquanto de forma desajustada tentava pôr o short. — Me arrepender de quê?

— De ter transado comigo. De estar aqui. Você se arrepende? — ele observou aquele corpo nu e suspirou fundo, daria a própria vida para ter mais uma noite com ela.

— Não. Afinal, para você é somente sexo e nada mais, não é? Achei que você não fosse do tipo que se apaixona. Ou será que se apaixonou por toda Europa? — ela retrucou e calçou os coturnos pretos.

— Você...? Como pode dizer isso? Gwen nós fizemos a... — Mike foi interrompido pela risada de Gwen.

— Amor? Tem certeza de que sabe o significado dessa palavra? Nós só transamos. Só isso. Não vai se repetir.

— Você não pode estar falando sério! Gwen você disse que me amava, enquanto eu... — o dedo indicador da garota selou os lábios dele.

— Shiuuu... Nunca ouviu dizer que juras de amor na cama são mentirosas? — Gwen sorriu diabólica e desceu a mão pelo corpo de Mike, indo até a barra da cueca e passando a mão por cima do pênis dele. — Você só usa isso aqui. Só pensa com a cabeça de baixo, Michael.

— Não acredito que você me usou — ele sentia a raiva crescer mas as mãos hábeis de Gwen o deixavam excitado. A loira só havia brincado com ele.

— Eu não te usei. Só fiz o mesmo que você: extrai de sua essência o que eu precisava. Ah, Michael. Eu precisava mesmo, até que não foi tão ruim assim. Mas acho que você precisa melhorar mais a habilidade com a língua.

— Você é uma vadia! — ele disse num momento de raiva e frustração, tirando a mão dela rapidamente de seu pênis — Me desculpa eu...

— Bem, achei que você gostasse de vadias, não? Ou separa as mulheres entre "para transar" "para casar"? Não sou o tipo de mulher que você precisa, eu passei a me amar mais. Meus sentimentos por você ficaram no ensino médio.

A loira pegou seus acessórios e jogou a camiseta de Mike no rosto dele. A gótica procurou em sua carteira uma nota de cinquenta dólares e jogou na cama.

— Aí está. 35 dólares pela estadia, 15 pelo sexo. Até mais, Mike G. — a gótica estava saindo do quarto quando sentiu uma mão puxando-a.

— Gwen. Eu entendo que você está com raiva de mim. Juro que entendo. Mas deixe esse orgulho de lado, seja feliz comigo. Eu mudei por você e pela Alisson. Por favor, preciso de uma segunda chance. — Mike suspirou fundo e encarou aqueles tempestuosos olhos azuis.

— Eu já te dei chances demais, Garrigton. Você desperdiçou todas elas. Não cometer o mesmo erro novamento. Deixe-me ir. — Gwen se afastou dele que permitiu a passagem.

— Gwen Smith, se você sair por essa porta e dizer que não me ama, eu juro por tudo que é mais sagrado, nunca mais irei insistir. Eu vou te arrancar do meu coração, mesmo que isso me destrua completamente. — Pela primeira vez, havia sinceridade na voz dele.

— Michael eu... — Gwen fez uma expressão triste mas depois sorriu maliciosa.  — Odeio você. Nunca mais me procure, esqueça o que tivemos e se for para brigar pela guarda da Alisson, eu irei arrancar tudo de você. Nem que isso custe a minha própria vida. Agora sai da frente.

Ele suspirou fundo enquanto sentia o seu coração despedaçando lentamente, seria difícil cumprir a promessa de nunca mais insistir nela. Tudo bem, ele merecia mas isso era insuportável. A loira saiu do quarto sem olhar para trás e seguiu até o estacionamento. Mike não a seguiria, não iria implorar para que ela ficasse.

Tampouco, Gwen iria ficar, não havia como tentar não chorar enquanto seu mundo se desmoronava. Ah, como ela o amava, mas sabia que amor era sua maior fraqueza. A garota dirigiu sem olhar para trás enquanto voltava para o seu lar, sua nova família e sua filha.

[...]

Gwen dirigiu enquanto as lágrimas deixavam sua visão turva. Doeu dizer tudo aquilo, quando na verdade ela queria implorar para que ele ficasse, para que juntos fossem uma família. Ela o amava e odiava ter que admitir isso, odiava ver na própria filha o rosto do pai, pois assim, a loira conseguiria amá-lo ainda mais.

Ao chegar em casa, ela se deparou com Jessica e Rick dançando umas músicas de Elvis Presley enquanto faziam o almoço. O rei do rock fazia com que a gótica lembrasse de seu falecido pai e isso doeu por um tempo, bem, pelo menos Rick era um homem decente e sua mãe estava feliz agora.

— Gwendolyn. Seu "volto logo" se estendeu a noite toda, hein? Ele era bonito? Loiro e de olhos azuis como eu? — Rick sorria enquanto arriscava uns passos usando os joelhos.

— Eu o encontrei. — a loira disse de uma forma melancólica e puxou uma cadeira para sentar-se  — Cadê a Alisson?

— Dormindo. Tomou banho, dei um suquinho de laranja que ela adora e Rick botou Ali para dormir. Quem você encontrou? O Tyler? — Jess rapidamente desligou o som.

— O Mike. Eu o encontrei, Rick. Ah, como isso dói. Não aguento mais. — a loira respondeu. — Não consigo fingir que não o quero na minha vida de volta.

Ela começou a chorar e foi consolada por Richard e sua mãe, o coração de Jess ficava apertado ao ver a garota sofrer tanto, sua pequena menina que se tornou essa mulher forte em sua frente.

Após um calmante Gwen pôde descansar em paz, ela acordou na hora do almoço e Alisson já estava brincando com Rick. Ele era uma espécie de avô.

— Está se sentindo melhor? — Jess perguntou enquanto comia pipoca e Rick chacoalhava o bebê para lá e para cá.

— Estou sim. Ela vai acabar vomitando em você, Rick. — Gwen sorriu e foi em direção ao seu bebê que sorriu alegremente ao reconhecer o rostinho da mamãe. — Oi, meu amor.

— Que nada, ela adora o titio aqui. Sou um colírio para as mulheres e uma super babá para as crianças. — ele sorriu orgulhoso.

Mãe e filha estavam brincando juntas enquanto o almoço era servido, tudo parecia bem, Gwen tinha uma família novamente e por mais que achasse estranho, ela adorava que Rick fosse um tipo de padrasto, ou coisa assim.

Após um tempo de conversas bobas, a pequena foi dormir um pouquinho enquanto os três preguiçosos ficaram assistindo televisão. Gwen era feliz, tinha uma filha linda, sua mãe estava feliz e Rick agora fazia parte de sua família. O que mais ela poderia querer?! Por que aquele vazio permanecia ali?!

O som de carros sendo estacionados chamou a atenção de Gwen, a garota levantou-se do sofá enquanto sua mãe e seu namorado estavam conversando sobre coisas aleatórias. A garota foi abrindo a porta mas logo estremeceu ao ver quem descia do carro.

Era Mike G, o garoto problema que ficava tão perigoso e gostoso ao mesmo tempo naquele terno caro. Ela estremeceu rapidamente e chamou a atenção do casal Ress.

— O que você está fazendo aqui? — ela abriu a porta rapidamente e foi até a varanda, Mike tirou o Ray Ban e fitou aqueles olhos azuis tão lindos.

— Estou aqui para ver a minha filha. Você não vai me impedir, Gwen. — ele retrucou enquanto passou as mãos no cabelo e Jonathan surgiu ao seu lado.

— Você deve ser a Gótica Irritante. Seu apelido é bem famoso, se bem que Mike usou outro adjetivo bem pejorativo ao defini-la. — Wolfgang ficou pensativo mas logo encontrou Rick e Jessica, que estavam juntos. — Richard! Quanto tempo. Por isso sumiu, não é? Nunca achei que tivesse tantas mulheres bonitas no interior.

— Jonathan Wolfgang, que desprazer em vê-lo. — Rick observou o novo empresário de Mike e depois voltou sua atenção para seu antigo pupilo.

— Você não pode entrar na minha casa e exigir nada! Cai fora! — Gwen vociferou e empurrou Mike, em troca, ele segurou seus pulsos e sorriu malicioso.

— Veja bem, você pode me dispensar, terminar comigo, mas nunca romper o laço eterno que tenho com essa criança. Ela é tão minha quanto sua. Então, acho melhor você guardar essa agressividade para quando formos transar novamente. Agora, eu só quero ver a minha pequena Alisson.

— Você não tem o direito! Não vou deixar isso acontecer, Mike! Ninguém vai tirar a minha filha de mim! — o tom de voz da garota havia se intensificado enquanto seu rosto parecia ferver.

— Calma, garota. Só quero vê-la. Não vou tirar ela de você. Vou deixar que um dia Alisson escolha com quem vai ficar. — Mike suspirou fundo e parecia entediado. — Vamos logo, preciso cuidar de uma turnê.

— Mãe, veja se a Alisson já acordou. Não vou sair daqui, Mike não vai entrar. — a loira cruzou os braços e o encarou.

— Não pretendo. Acho que já entrei em lugares bem complicados hoje. — um sorriso debochado escapou de seus lábios. Ele sabia que doía tratar Gwen desse jeito, porque também doía nele. Porém, Garrigton manteria sua promessa. Iria esquecê-la, se Gwen quis isso. Assim o terá.

— Certo. — Jessica assentiu enquanto Jonathan e Richard trocavam olharem hostis, os dois estavam quase saindo no soco e Mike ainda não entendia a razão de tanto ódio.

— O que foi, Richard? Está com medo de que eu tome-a de você? Assim como eu fiz com a An-.... — Jonathan sequer terminou a frase antes de levar um belo gancho de direita.

— Não sou mais o homem de 20 anos atrás. É bom que saiba, Jonathan. Homens como você, nesse interior não servem nem como adubo.

— Seu filho da.... — O empresário resmungou enquanto colocava a mão no treinamento.

— Ela sumiu! Alisson sumiu! — Jessica saiu correndo de casa e veio chorando — Levaram ela, Gwen!

— O quê? Como... — a loira correndo apressadamente e subiu os degraus indo em direção ao quarto de seu bebê, sentiu Mike atrás dela.

— Alisson!!! — a gótica gritou e caiu de joelhos no chão de seu quarto. — Você a levou! Mike, por favor, devolva ela. Eu faço qualquer coisa.

— Gwen, eu não a levei. Eu juro que não a levei. Jamais faria isso com você. Nós vamos encontrá-la. Eu prometo. — Mike se agachou e abraçou a gótica que chorava sem parar e o abraço com força.

O astro viu um bilhete no chão do quarto, embaixo do berço e esticou o braço para pegar.

“Às vezes nós achamos que podemos comandar o nosso próprio destino, mas, somos apenas peças no grande tabuleiro da vida. Quer a sua filha de volta, Mike G? Encontro-me onde vidas começam e acabam, onde sonham ganham latitudes e longitudes. Encontre no ponto de partida para idas e vindas. Só assim, você saberá quem eu sou. E, saberá quem você é.”

P.s: ela tem os olhos da mãe

Gwen e Mike se afastaram por um tempo enquanto o astro lia o bilhete em voz alta. Logo após, ele leu e gritou pelo quarto, sendo acalmado pela gótica.

— Vamos recuperar a nossa filha, Michael. Nem que isso seja a última coisa que façamos na vida. — Gwen exclamou enquanto lia o bilhete e tentava desvendar a mensagem.

Agora, estava na hora de exorcizar alguns demônios do passado, e mandá-los diretamente para o inferno, lugar do qual, eles jamais deveriam ter saído...