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Os Três Idiotas

Aquele era um dia para ser lembrado, marcado num calendário como feriado nacional, ou quem sabe mundial. Eu não conseguia tirar meu sorriso do rosto. Era tão estranho que minhas bochechas chegavam a doer e minha gengiva estava um gelo, ela nunca tinha tomado tanto vento antes na vida. Eu tava daquele jeito de sorrir a toa, rir de piadas do Jimin, não ser tão sarcástico o tempo todo e falando mais do que o normal. Podia se dizer que Min Yoongi estava animado.

Não era pra menos; conseguir um contrato para produzir o álbum inteiro de uma das melhores cantoras solo independentes da Coréia não era pouca coisa. Um álbum inteiro. Produzido por mim. Pra uma cantora famosa de verdade. Meu nome ia aparecer até na MTV quando o vídeo dela passasse. Gengivas congelando.

Depois de uma tarde inteira de reuniões no estúdio dela, nós resolvemos sair para jantar. Eu, ela, o empresário e o Jimin como um bom parceiro. Claro que aquilo era só mais uma desculpa pra continuarmos conversando sobre o álbum e as várias idéias que tínhamos pra colocar em prática. Daeshee apesar de ser uma pessoa famosa, era também uma pessoa discreta, por isso escolheu um restaurante mais reservado e menos cheio de frescura que era um pouco mais distante do centro de Seoul. O que na verdade era ótimo pra mim.

Durante o jantar conversamos entre brincadeiras e risadas altas de Jimin, que nunca conseguia ser lá muito discreto mesmo com seu riso. Daeshee e eu acabamos entrando numa bolha inspiracional forte e começamos a escrever algumas letras nos guardanapos enquanto bebíamos algum vinho meio amargo. Vez ou outra Sun Keun – o empresário fodão – dava algumas idéias em como aquelas letras poderiam encaixar na storyline do álbum e eu fazia mais algumas anotações no bloco de notas do meu iphone. Jimin empolgado registrava tudo que podia e que seria necessário em todo o processo. Eu poderia passar todos os meus dias trabalhando assim sem parar se fosse pra me sentir dessa maneira pra sempre: Vivo.

Dando um tempo da minha bolha, passo uma mão pela minha nuca e giro o pescoço de um lado pro outro ouvindo um estalo alto que arranca risada da mulher sentada ao meu lado. Eu a acompanharia, mas assim que olho pro lado alguém me chama a atenção. Normalmente eu o ignoraria e não perderia meu tempo, mas esticando um pouco mais o pescoço percebo que ele não estava sozinho. Yesung estava acompanhado do meu irmão. O que diabos aquele idiota estava fazendo jantando com o outro idiota que era meu irmão? Era idiotice demais pra que eu pudesse ignorar.

- Yoongi? – a voz da Daeshee me trás de volta.

- Ah, foi mal... o que você falou? – ergo levemente as sobrancelhas, mas mal consigo tirar os olhos da mesa dos idiotas.

- O que você acha de substituir essa palavra? Acho que vai ficar muito genérico assim como está. Sabe? Algo copiado dessas cantoras de pop de hoje em dia.

- Acho que nada do que você crie pode ficar parecido com essas bobeiras pop que não dizem nada e só falam de sexo. Mesmo se você fizer uma música falando de sexo com certeza vai ser algo mais complexo do que "garoto você molhou minha calcinha". Acredite, você sabe bem a direção do seu estilo, a letra ficou ótima como está.

Ela exibe um sorriso aberto e volta a rabiscar mais algumas linhas. Enquanto isso eu cruzo olhares com Jimin e entendendo meu recado silencioso ele também olha a mesa dos idiotas. Ele entendendo que alguma coisa poderia dar errado se inclina pra mim e sussurra:

- Deixa pra lá. Melhor se nenhum deles reparar a gente aqui.

Balanço a cabeça em concordância, mas minha bolha tinha estourado. Não ia conseguir ajudar em mais nada durante aquele jantar, a curiosidade é a única coisa que eu dou ouvidos e fico me perguntando "o que meu irmão tem pra conversar com Yesung?". Nada de bom sairia dali, disso eu tinha certeza.

Mesmo assim eu tento...

Tento voltar a concentração de antes, só que apesar de ainda animado com o trabalho não consegui deixar "o assunto idiota" pra lá. Que mal faria se eu levantasse pra ir ao banheiro com meu boné bem baixo e passasse ao lado da mesa dos idiotas? Ninguém me reconheceria. Sem pensar muito eu apenas peço licença sob o olhar contrariado de Jimin e me retiro com a desculpa de ir ao banheiro. Abaixo bem a aba do meu boné, quase cobrindo meus olhos completamente e deixo uma das mãos dentro do meu bolso da calça enquanto pego o caminho mais longo para o sanitário. Me sentindo o Tom Cruise em Missão Impossível, encolho os ombros e pressiono o indicador no meu ouvido como se estivesse usando uma escuta secreta. Mais tarde eu riria de mim mesmo por ser quase tão idiota quanto aqueles dois, mas no momento eu só estava concentrado.

- Então deu certo? – Yesung pergunta tranqüilo enquanto enchia a boca de comida. Aparentemente a mais cara do menu.

- Sim. A transferência acontece simultaneamente pelo celular. A quantia cai na mesma hora – meu irmão diz confiante – Pode checar seu telefone.

Franzo o cenho com aquelas palavras, mas não posso parar ao lado da mesa para continuar escutando. Aquelas poucas frases foi tudo que eu consegui indo até o banheiro. Enquanto aproveitava para me aliviar lembrei do que a James Bond, a.k.a Yoon-he me disse da última vez que nos vimos e fiquei alerta imediatamente. Yesung e meu irmão estavam dando um golpe juntos? Desviando dinheiro? Meu irmão tava ferrando com o patrimônio dos meus pais? Não que eu ligasse pra merda do dinheiro, mas eu ligava pro trabalho duro que meus pais tiveram pra conseguir tudo aquilo. Não era possível! Saio do banheiro mandando meu disfarce do Tom Cruise pro inferno e assumindo meu melhor Al Pacino.

Um dos garçons parece se dirigir até a mesa dos dois com a conta a ser paga, assim que percebe isso Yesung sem mais nem menos se levanta sem cerimônias e anda rapidamente até a saída do restaurante, deixando Kyu com uma cara confusa e eu com a cara vermelha de raiva. Enquanto me aproximo do meu irmão ele tenta digitar a senha do seu cartão para pagar a conta, mas obviamente parece ter algum problema.

- Desculpe senhor, o cartão está sendo recusado – o garçom informa devolvendo a Kyu – Tem outro que possa utilizar?

Prontamente Kyu entrega outro cartão de crédito e a mesma cena se repete na minha frente. Constrangido e um tanto quanto desesperado ele começa a vasculhar sua carteira e contar algumas notas de dinheiro.

- Eu não entendo qual o problema – meu irmão informa – Eu não tenho o suficiente em dinheiro pra pagar essa conta. Me desculpe.

O garçom imediatamente faz sinal com a cabeça para chamar o segurança e o desespero atinge Kyu de vez, ele parecia mais pálido do que eu com gripe.

- Não, você não entende, não pode fazer isso. Meu nome é Min Kyu, com certeza já ouviu falar da minha família ou da família Han. O homem que estava comigo é filho do senhor Han Suk. Com certeza você nos reconheceu – dizia rápido e com os olhos um tanto arregalados. Eu já estava começando a me sentir envergonhado por ele – Não pode fazer isso comigo.

Pouco ligando pra explicações, suplicas ou nomes de família o garçom e o segurança já estavam prestes a tirar Kyu de lá a força e levá-lo para a delegacia sob os olhares curiosos de todo o restaurante. Decido que era hora de fazer alguma coisa, então paro ao lado da mesa e estico minha mão pedindo a conta ao funcionário. Assim que me vê meu irmão trinca o maxilar e se cala. Vejo o valor do jantar e me puxo quatro notas de 100 da carteira deixando dentro do caderninho.

- Fica com o troco – falo olhando diretamente para Kyu que me encara de volta completamente humilhado.

Seu irmão mais novo, marginal, excluído da família, pé-rapado que até ontem não tinha nem onde cair morto acaba de salvar sua pele engomadinha de um problemão com a polícia e uma vergonha para o resto da vida. Ele com certeza estava se odiando pra sempre.

- Depois você tem contas a acertar comigo – coloco um ponto final com aquelas palavras e o deixo pra trás completamente em silêncio, de cabeça baixa e agora mais vermelho do que quando sua calça caiu da educação física da quarta série.

Ao dar as costas pra ele, pego meu celular no bolso da calça e volto rapidamente para minha mesa, onde todos me olhavam esperando alguma explicação.

- Daeshee, Keun... me desculpem. Eu tive um problema familiar agora e preciso ir atrás do cara que fugiu e deixou o idiota do meu irmão pra trás – conto sem maiores detalhes e apressadamente, vasculhando novamente minha carteira para pagar pelo jantar.

Imediatamente os dois me impedem.

- O jantar fica por nossa conta, nós convidamos – Sun Keun assente em minha direção.

- Me desculpem de verdade, eu sou meio problemático e...

- Sua personalidade é um dos fatores mais importantes do seu trabalho ter nos chamado tanta atenção Min Yoongi – Daeshee diz – é exatamente o que te faz um gênio fazendo o que faz e é por isso que está trabalhando conosco. Não se preocupe com esse contratempo, é melhor você andar logo – sorri me incentivando antes de tomar mais um gole do vinho.

Respiro aliviado por não ter perdido um trabalho tão importante, mas Jimin me apressa para fora do restaurante. Já dentro do carro ele dá a partida e pede para que eu dê os detalhes que faltavam pra que ele entendesse a história e toda minha preocupação. Agora nós dois estávamos em alerta.

- Como vamos encontrar ele agora? Yesung pode estar em qualquer lugar de Seoul nesse momento – diz parando no primeiro semáforo.

- Yoon-he...

Com os dedos ágeis aperto rapidamente o contato dela no celular e espero que atenda ao telefone. O Al Pacino dentro de mim estava com sangue nos olhos e queria ver Yesung o mais rápido possível. Ele tava achando que iria mesmo sair ileso? Pensa de novo playboy. Dou uma risadinha sarcástica com meu próprio pensamento e Jimin me encara confuso. No quinto toque Yoon-he atende e depois de uma breve conversa ela diz que irá me ajudar a encontrá-lo. Por alguns minutos andamos de carro pelas redondezas do restaurante em que estávamos, procurando por algum vestígio do verme idiota, mas nada dele por ali. Até que eu recebo uma mensagem:

Yoon: liguei para ele o chamando pra sair, mas ele disse que tinha combinado de comemorar com um amigo numa boate e pediu que eu o encontrasse lá. A boate é a Midnight Kiss.

- Eu sei onde fica – Jimin responde prontamente – é nessa região mesmo, não estamos longe.

Ele pega o primeiro retorno e dirige cauteloso enquanto eu permanecia calado e com a boca seca de tanta raiva. Comemorar... Yesung queria comemorar. Daquela vez ele iria comemorar comigo e do meu jeito. Em menos de quinze minutos – onde eu acabei por roer algumas unhas – chegamos em frente a uma boate com um letreiro azul bem chamativo em Neon, se não fosse pela fila grande de pessoas querendo entrar, aquele antro seria facilmente confundido com um motel. Afinal, o nome não poderia ser mais clichê. O bom é que não precisamos causar problemas para entrar ali, sequer precisamos pensar em entrar. Yesung falava ao celular, rindo bastante e gesticulando bem em frente ao segurança alto que só aguardava para deixá-lo entrar.

Mas ele não ia entrar.

Jimin para o carro de qualquer jeito a meio fio, e nós dois saltamos pra fora assustando algumas pessoas pela nossa brusquidão. Pisamos duro até o verdadeiro marginal idiota que sequer se importava com a presença de ninguém ao seu redor, o que na verdade me da uma boa vantagem do elemento surpresa. Já próximo o bastante eu arranco o celular da orelha de Yesung e taco na parede, despedaçando o aparelho em dez. Ele se vira pra me xingar e eu imediatamente acerto sua boca com um soco, fazendo-o cambalear para o lado. O segurança da boate se mexe inquieto pensando em intervir, mas Jimin para em sua frente cruzando os braços e impedindo qualquer pessoa de pensar em se meter.

Não satisfeito seguro o ombro de Yesung imobilizando seu braço meio desajeitadamente, com a mão livre defiro incontáveis socos no seu estomago enquanto ele gemia e tinha dificuldade para respirar. Com uma joelhada ele se encolhe e cai ao chão. Eu deveria parar, mas a cara dele continuava muito arrumadinha pro meu gosto então volto a acertá-lo no rosto. no dia seguinte ele provavelmente acordaria com um olho roxo, alguns cortes no lábio e um nariz quebrado se eu tivesse feito um bom trabalho. Yesung não tinha nem forças pra se defender.

- Yoongi... – a voz de Jimin me tira do transe, me trás de volta e me faz respirar de novo, percebendo quão longe eu havia ido.

Antes de me afastar, empurro-o com o pé e aponto meu dedo em sua cara – na direção do seu olho bom, que me encarava semi-aberto.

- Eu disse que um dia ainda ia quebrar sua cara – falo entre ofegos, tentando me recuperar e dando alguns passos pra trás olho-o com ar de superioridade, mais sério do que nunca – Fica longe da minha família.

Jimin coloca um dos braços ao redor dos meus ombros, me puxando dali. Com a mão livre ele discava o número da emergência para chamar uma ambulância, afinal ele era o Jimin. Bom demais para esse mundo.

- Nós já chamamos a policia e anotamos a placa do seu carro – o segurança avisa.

- Ótimo, assim que ele sair do médico já vai poder ir pra cadeia – Jimin sorri irônico guardando o celular.

Saímos dali em silêncio.

(...)

Três dias se passaram depois do ocorrido. Eu já estava trancado no estúdio de novo, acompanhando de longe o caso do Yesung. Yoon-he me mandava notícias de como andavam as investigações e como o advogado dela estava cuidando de tudo. Aparentemente Kyu estava escondendo o jogo dos meus pais.

- Hyung, tem alguém ai que quer te ver – Jimin me avisa após bater na porta do estúdio.

- Quem é? – pergunto sem desviar os olhos do meu trabalho.

- Acho melhor você ver.

Franzo o cenho, estranhando sua resposta e ficando curioso o bastante para me virar. Jimin se afasta levemente, abrindo um pouco mais a porta e revelando meu irmão atrás de si. Ele me encarava ainda acanhado e a cabeça meio baixa, estava de camiseta e jeans, simples como eu me lembrava quando nós crescemos. Era Kyu ali, não o metido a empresário mimado que fazia de tudo para seguir os passos do pai e sim o garoto que eu brigava por usar minhas roupas sem pedir permissão antes.

Deixo meu trabalho de lado por um instante e saio do estúdio sem falar nada, Kyu entende que deveria me seguir para que pudéssemos conversar em particular. O engraçado é que eu não sentia ódio, raiva nem nenhum sentimento ruim naquele momento. Eu não queria ferir meu irmão e descontar tudo que ele já havia me dito durante esse tempo que passei afastado, eu só queria que ele entendesse e também queria entendê-lo. Após guiá-lo por um pequeno corredor, abro a porta de um quarto pequeno que agora era onde eu morava nos últimos tempos. Cabia minha cama, uma prateleira, televisão e uma escrivaninha com uma cadeira, que é onde eu peço pra ele se sentar. Percebo que seus olhos recaem diretamente no ursão marrom posto bem ao lado da minha cama, mas não me incomodo em responder suas perguntas implícitas. Aquilo não era da conta dele. Me sento na cama e nos encaramos por um momento longo.

Permanecemos em silêncio por um bom tempo. Não sabíamos mais como agir na presença um do outro. Nem lembrava quando foi a última vez que ficamos sozinhos assim. Ele sendo ele e eu sendo eu. Eu não me lembrava da última vez que fomos irmãos e constatar aquele fato quebra alguma coisa dentro de mim. A gente perde tanto tempo com bobagens.

- Acho que te devo uma explicação – começa finalmente.

- Acho que me deve muitas coisas...

- Eu sei – ele assente imediatamente – Você tem um espaço legal aqui... só eu. Ouvi dizer que tem se esforçado bastante e tido resultados...

- É sobre isso que você veio falar? Meus resultados?

- Não... eu só, não sei como começar – suspira e bagunça um pouco os cabelos da nuca, num gesto e mania que nós dividíamos.

- Começa falando que merda foi aquela com o Yesung. Me recuso a acreditar que depois de me encher tanto o saco você roubaria nossos próprios pais.

- Eu não roubei. Fui enganado.

Me seguro para não gritar que ele era o aspirante a empresário mais burro que eu já havia visto e que a empresa da nossa família estaria em péssimas mãos se ele assumisse. Uma verdade que meus pulmões queriam muito colocar pra fora, mas que minha cabeça decide não ser a melhor hora.

- Pelo amor de Deus Kyu, todo mundo sabe que o Yesung é um drogado playboy que só quer saber de torrar dinheiro com festas.

- Ele veio com uma proposta irrecusável de mais de seis dígitos. Parecia um negócio infalível e seguro. Ele me apresentou uns sócios que eu chequei e realmente já tinham trabalho com o Sr. Han e a família deles e algumas outras empresas bem renomadas...

- Óbvio que ele desvia dinheiro dos próprios pais com a ajuda de alguns sócios dentro da empresa. Ele ta quase deixando a família à beira da falência a um bom tempo, o pai da Julia que tem ajudado os Han nos últimos tempos.

- Eu não sabia. Estava bem confiante de que orgulharia nossos pais e que ganharia o respeito deles depois que a transação toda estivesse feita e trouxesse boas conexões para a empresa.

- E ao invés disso você fez um buraco nos negócios dos Min...

- Não! – responde imediatamente e arregala levemente os olhos – Pelo menos esse erro enorme eu não cometi, o golpe foi grande e o estrago foi feio, mas não deixei que chegasse na diretoria da empresa. Foi mais no meu bolso mesmo, joguei e apostei minhas fichas numa mentira, mas pelo menos foi com o meu próprio dinheiro. Basicamente eu que estou falido.

Kyu encolhe os ombros e quase esboça um sorriso, querendo tirar sarro de si mesmo. Em outras circunstâncias eu até me daria ao luxo de rir, porém, naquele momento eu só conseguia pensar que a surra em Yesung não tinha sido o bastante. Eu poderia até sentir pelos infortúnios do meu irmão, mas não poderia dizer que ele não merecia. Afinal, era só dinheiro, ele teria como se virar e sobreviver se quisesse assim como eu fiz.

- Nossos pais vão te matar – afirmo erguendo as sobrancelhas.

- Antes que isso aconteça, eu disse que foi você que me ajudou – me olha sério agora – Contei aos dois que foi você junto com Yoon-he que pegaram Yesung e estão cuidando de tudo.

- Eu não estou cuidando de nada, além do fato de não deixar que ele saia impune ou pense em fugir. Cada passo que ele pensar em dar vai sentir minha respiração o seguindo – comento com raiva, arrancando um risinho bem baixo e discreto de Kyu.

- Nossa mãe ficou muito feliz de receber boas notícias suas. Dava pra ver o orgulho dela em saber que você ainda defende nossa família.

Comprimo os lábios e entrelaço minhas mãos uma na outra. O extremo tinha que acontecer pra que meus pais soubessem que eu nunca deixei de ser seu filho.

- E nosso pai... ficou bem balançado – ergo os olhos surpreso agora – Daquele jeito dele. Você conhece bem, é igualzinho o seu jeito.

Dessa vez eu rio baixo e balanço a cabeça em negativa e nós voltamos a cair no silêncio.

- Eu acho que agora é a parte que eu te devo um agradecimento e algumas desculpas...

- Não vou negar que acho que você deve se desculpar por muitas coisas que fez e disse pra mim.

- Nunca deixei de ouvir suas músicas – admite me surpreendendo mais uma vez – quando eu dizia que estava de olho nos seus passos nem sempre era a mando do nosso pai ou pelo bem da empresa. Era porque eu realmente admirava seu trabalho.

- Então porque fez essas merdas comigo esse tempo todo?

- Era minha chance de ter o respeito do nosso pai como você sempre teve. Qual é Yoongi... eu sou o mais velho, mas a confiança e respeito do nosso pai sempre foram seus. Quem você acha que deveria assumir a empresa? E porque você acha que nosso pai ficou tão furioso com a sua escolha? Eu nunca tive chances. Até mesmo depois de toda a briga de vocês dois, é você que ele admira pela coragem e é com você que ele se identifica.

Ta, não tinha como responder nada depois daquela confissão. Não que eu acreditasse 100% que meu pai se sentia assim realmente, mas aquela era a visão de Kyu e como ele se sentiu todos esses anos que crescemos juntos. Era a verdade dele e talvez fosse uma parte da verdade naquela confusão toda. No fundo eu poderia mesmo culpá-lo?

- Você poderia ter sido meu amigo...

- Eu sei e me desculpo por isso. Acho que eu preciso ter um pouco da sua coragem no final das contas. Preciso me arriscar mais e saber quem eu sou. Já passei da hora e da idade.

- Com isso eu tenho que concordar – dou de ombros e nós dividimos uma risada.

As coisas ainda estavam estranhas e depois daquelas desculpas nós não tínhamos mais o que conversar por hora. Trocamos algumas poucas frases onde meu irmão disse que seria uma questão de tempo até que eu freqüentasse nossa casa de novo. Eu sentia falta dos meus pais. Do abraço da minha mãe e das conversas com meu pai, mas isso não queria dizer que eu iria voltar pra casa. Eu não queria voltar, tinha aprendido a gostar da minha vida e aproveitar minhas condições. Acima de tudo eu gostava do gosto das minhas conquistas.

- A gente se fala em breve – Kyu diz parado à porta antes de ir embora.

Afirmo com a cabeça. No final éramos só um bando de idiotas. Eu era o idiota esquentadinho, meu irmão era o idiota burro e Yesung era o verme idiota playboy sem escrúpulos que iria pagar pelo o que fez.

- A gente se vê Kyu.

Mesmo depois de dizer isso ele fica parado por um tempo e eu não sabia o que estava esperando.

- Eu não vou te abraçar cara – faço uma careta arrancando uma risada de verdade do meu irmão.

- Já imaginava, mas é sempre legal encher seu saco – estende a mão pra mim e trocamos um aperto forte antes dele ir.

Não era muito e aquilo não queria dizer que ficaríamos as mil maravilhas, mas era uma esperança. No final, família é família.

Sentando novamente na minha cadeira do estúdio, ao lado de Jimin, antes de retomar o trabalho pego meu celular e vejo que há uma mensagem.

Menininha: Você está bem tigrão? As notícias não são muito boas.

Eu: estou sim. Você deveria se preocupar com o Yesung kkk.

Menininha: Atá, o dia que eu me preocupar com Yesung será o dia em que dois mais dois é três.

Eu: kkkk
meu irmão esteve aqui...

Menininha: Ele não te encheu o saco, não é? vou ter que jogar mais alguma coisa na cara dele?

Eu: Não kkk. Ele veio se desculpar e agradecer...

Menininha: Uau, tigrão isso é ótimo!!!! Estou feliz por você.

Eu: eu estou com saudades.

Menininha: Continuo te esperando. Mais um passo?

Eu: talvez dois ;)

Menininha: ♥_♥
que isso Min Yoongi, estamos indo rápido demais, me pague um jantar primeiro.

Dou uma risada alta da sua piada boba e Jimin me encara com um sorriso largo, já sabendo de quem se tratava. Rápido demais não era rápido o bastante, mas seria um preço a se pagar pra alcançar "o resto das nossas vidas".


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N/A: Terminamos no próximo capítulo ^^

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