Estaca Zero
Exatamente Um Mês Depois...
Lá estava eu novamente num altar. De terno, smoking, Black tie, tanto faz... gravata, cabelo arrumadinho escutando coisas que aquele juiz de cerimônia estava dizendo.
- ...E quando você tem esse sentimento, você confia, e você acredita nele , dá uma chance a ele. E você se dispõe a sacrificar qualquer coisa para preservá-lo, não importa o que te custe.
Aquilo soou familiar, já passou na televisão antes? Aquele juiz tava é roubando falas de algum seriado famoso ou algum dorama fajuto. Esperto, queria ter pensado naquilo antes.
- A união de duas pessoas é única, íntima e criativa. A união do casamento é uma demonstração de amor e do bom funcionamento da sociedade...
Eu tava mesmo me esforçando pra prestar a atenção em tudo que estava sendo dito, mas não dava, simplesmente não dava! A todo momento eu levantava meus olhos pra buscar os dela do outro lado do altar. Aquela menininha toda crescida segurando flores. Nervosa ela mexia os joelhos sem sair do lugar e evitava me olhar de volta, o que só me dava vontade de rir no meio do casamento. Era engraçado e fofo o jeito que Julia empinava o queixo na direção oposta e fingia que eu não tava ali, bem na frente dela depois de tanto tempo. Sinceramente eu não estava nem ai pra noiva.
- Yoongi hyung... as alianças... – Jimin pede baixo, estendendo a mão pra mim e me trazendo de volta ao momento.
Rapidamente tiro a caixinha do bolso do paletó entregando pra ele que me fuzila com os olhos. A cerimônia poderia voltar a prosseguir normalmente depois do meu momento "nas nuvens". Helena entrega o buque de flores pra Julia e em seguida os dois trocam alianças.
- Helena, te dou este anel como um símbolo da minha promessa. Entrego tudo o que eu tenho e tudo o que eu sou. Prometo amar-te e honrar-te todos os dias da minha vida.
O baixinho estava de costas pra mim enquanto fazia aquilo, mas mesmo assim era possível "sentir" seu sorriso gigante de dentes cintilantes como os vampiros do crepúsculo.
- Jimin, te dou este anel como símbolo da minha promessa. Entrego tudo o que eu tenho e tudo o que eu sou. Prometo amar-te e honrar-te todos os dias da minha vida – ela repete deslizando o anel no dedo dele e piscando marota logo em seguida.
Enquanto isso eu me inclino levemente pra ver a reação da Julia do outro lado do altar. Assim que nota meu olhar ela esconde a cara com dois buques em mãos, o dela de madrinha e o da noiva. Eu não estava mesmo escondendo nada e nem fazendo questão de ser discreto. Quando Jimin e Helena vissem o vídeo do casamento iriam rir muito do meu papelão, até eu estava querendo rir de mim mesmo.
Aplausos rompem o salão, Julia sorri abertamente chacoalhando as rosas em mãos e os noivos estavam trocando um beijo. Tinham sido declarados marido e mulher e eu nem reparei, disfarçando começo a aplaudir também.
(...)
- Por que a gente tem que fazer isso mesmo? – pergunto baixo praticamente sem mexer os lábios, esperando o fotografo me cegar mais uma vez com o flash.
- Por que a Helena quer umas fotos com os padrinhos. Ela que organizou tudo e você ta todo avoado ai – Jimin responde sem me olhar – Da pra pelo menos disfarçar que veio aqui pelo meu casamento ou pela comida e deixar a Julia ser uma madrinha normal também?
- Como assim "deixar ela ser uma madrinha normal"? – franzo o cenho bem na hora que o cara bate outra foto.
- A coitada não sabe onde enfiar a cara ou como agir na sua presença. Vocês dois são dois idiotas.
- Ta, foi mal. Vou me dedicar a ser um padrinho melhor – dou um tapa na cabeça dele, fazendo-o inclinar pra frente e levar a mão até a cabeça bem na hora de mais uma foto. Dou risada e completo: – A partir de agora.
A organização da Helena segue exatamente como o planejado pra todo mundo naquela festa, menos pra mim e os outros padrinhos. Enquanto os noivos tiravam fotos alguém da organização ficava no nosso pé pra que não fugíssemos até a hora da primeira dança. Eu queria pelo menos dar um "oi" pra ela, passamos horas próximos sem capacidade de trocarmos uma palavra sequer. E Julia estava linda! Uma menininha muito mulher naquele vestido que a Helena escolheu. Era um vestido igual o das outras duas garotas. Não era longo, era rodado, era discreto e era verde. Toda vez que eu estava prestes a me aproximar e dizer o quanto estava bonita, ela fazia de tudo pra fugir ou alguém da organização me seguia.
Organização dos infernos! Mas pelo menos na dança Julia ia ser meu par. Com esse pensamento trato de ficar mais relaxado e voltar a minha cara de sério, durão e tedioso. Aproveito pra comer alguma coisa, ou nesse caso beliscar a pontinha de um canapé que passou ao meu lado na bandeja de um garçom.
- Vamos senhor, a primeira dança vai ser anunciada – a chinesa da organização me puxa pelo braço, falando minha língua com um sotaque carregado.
Só tenho tempo de enfiar o canapé inteiro na boca e me apressar pra perto da Julia.
- Não, não! – a anã chinesa me repreende – O senhor vai dançar com essa aqui. Mais alta, mais proporcional, mais bonito no vídeo – me empurra pro lado de uma das outras garotas de vestido curto verde.
Fuzilo a anã que já estava ficando para trás, a outra madrinha agarra minha mão me puxando para o meio do salão, olho pra frente vendo Julia de braço dado com outro dos padrinhos. Aquilo tava uma bagunça enorme pra mim, eu não deveria ter faltado em nenhum dos ensaios, agora parecia ser o único que não sabia o que fazer. A Helena me paga! Jimin poderia ter me livrado dessa. Quando a música começa a tocar eu me sinto o Harry Potter tendo que dançar no torneio do cálice de fogo. Não sabia onde colocar a mão nem pra que direção ir com os pés, tava um completo desastre. Piorou tudo quando olhei pro lado e vi a expressão de surpresa da Julia, quando minha voz começou a ecoar e ela percebeu que eu tinha feito a musica da primeira dança. Aquele era meu presente de casamento, o presente de um amigo pobre perseguindo um sonho.
- Ai! Você pisou no meu pé – a menina reclama tentando ser discreta.
- Desculpa – dou de ombros tentando me situar melhor.
Eu não era tão ruim assim com dança vai, era só mais ou menos. Assim que pego o ritmo começo a aproveitar a música, um tanto orgulhoso do meu trabalho como compositor. Era fácil compor coisas que o Jimin pudesse interpretar e dançar, aquela era a área dele. Não sei nem porque tínhamos que participar também, já que ele é quem ia dar um show. A própria Helena parava para vê-lo dançando ao seu redor e em dado momento todos nós paramos também. A primeira dança era todinha a primeira dança do Jimin.
Ao terminar todos os convidados batem palma e a noiva, é claro, estava chorando. Assim que troca de musica a pista inteira começa a encher e Julia, é claro, da um jeito de sumir.
- Ei, até que você não dança tão mal assim – a outra madrinha escora novamente em meu braço.
- É, eu também estou com fome. Vou atrás de mais alguns canapés – me faço de desentendido, falando alto entre a música.
Deixo a garota pra trás com cara de "mas que merda ele pensa que eu falei?" e me aproximo dos noivos antes que não consiga cumprimentá-los pelo resto da noite. Helena me vê chegando perto e coloca as mãos na cintura, rindo da minha cara.
- Você!!! Sério Yoongi, obrigada por fazer meu vídeo de casamento mais memorável que a própria festa. Se um dia eu e o Jimin nos separarmos você já fez a cerimônia valer a pena.
- De nada, eu me esforço – dou risada meio sem graça e a abraço apertado – Parabéns, você finalmente conseguiu se casar.
Ela me dá um tapa estalado no braço.
- Obrigada pela música seu idiota. Se alguém perguntar de quem é não vou disponibilizar o download também.
- Tudo bem, eu registrei a música no nome de vocês mesmo.
- Sério? – Jimin pergunta surpreso.
- Claro, eu disse que era meu presente. Realmente não tenho mais nada pra dar pra vocês – rio e cruzo os braços – E nem como te agradecer por ter montado esse estúdio e por não ter pedido pra eu fazer nenhum discurso de padrinho.
- Eu sei que você não é bom com discursos nem em falar em publico assim. Você já está todo atrapalhado, imagina se fosse fazer o brinde.
- Ai sim que o vídeo valeria a pena – falo sugestivo pra Helena.
Troco um abraço com Jimin, dando tapinhas nas suas costas e ali tava subentendido todo meu agradecimento. Eu realmente era péssimo com as palavras.
(...)
Tudo estava correndo maravilhosamente bem agora que eu não tinha que fazer parte de mais nada. Todo mundo tava se divertindo e eu estava correndo atrás do terceiro garçom pra pegar mais um canapé pelo menos, mas como os outros dois este também já estava com a bandeja vazia. Qual é, a festa nem era pra tantas pessoas assim, estavam de sacanagem comigo! Avisto o quarto garçom que seria perseguido por mim, só que antes que eu o faça o DJ corta a musica e as pessoas param pra ouvir alguém.
- Desculpem a interrupção – Julia fala num microfone – mas a noiva queria um casamento tradicional moderno então... – da de ombros com uma taça em uma mão e um pedaço de papel em outra. E como de todas as pessoas presentes ela tem minha atenção também – Eu só queria agradecer por ter te conhecido Lena. Queria que nós fossemos como a Mônica e a Rachel de friends, amigas desde infância brincando de casinha e planejando nosso casamento juntas. Queria ser a Rory Gilmore de gilmore girls e poder ler uma carta sua da quarta série e tirar sarro do seu crush de 11 anos no dia de hoje. Mas eu infelizmente conheço o Jimin a mais tempo e ele nunca me apresentou você antes – ela faz uma careta pra ele, arrancando algumas risadas – Antes tarde do que nunca, não é mesmo? Posso dizer que mesmo fazendo pouco tempo, parece que te conheço a vida inteira. Nossa amizade viaja no tempo como anos de cachorro – agora até eu solto uma risada e Julia ganha um pouco mais de confiança no palco - se levar isso em conta somos amigas a uns oito anos já na idade de cão. Eu não estive presente na sua infância ou nos outros momentos importantes da sua vida, mas vou estar presente na suas bodas de ouro dando um discurso de madrinha bem melhor. Parabéns Jimin, você conseguiu minha melhor amiga.
Quando ela levanta o copo todos aplaudem e Helena corre para abraçá-la, já chorando mais uma vez. Dou risada das duas se apertando enquanto o outro padrinho que ia falar mais alguma coisa sobe no palco tomando o lugar da Julia. Limpando o rosto Lena volta pra sua mesa ao lado do Jimin e Julia discretamente sai pela lateral do salão. Pra onde ela estava fugindo? Com o cenho franzido eu a sigo.
Ela passa pelos sanitários, vira um corredor pequeno a direita e entra na primeira das várias portas que tinham ali. Eu ia deixá-la em paz fazendo sei lá o que, mas Julia tinha deixado a porta aberta e eu não era um stalker estranho qualquer. Queria falar com ela pelo menos por alguns minutos e aquela era minha chance. Bato levemente na porta aberta e assim que ela vira o rosto pra me ver já posso senti-la ficando nervosa de novo.
- Você vai ficar mesmo fugindo de mim a noite inteira? – pergunto sorrindo levemente.
- Eu não estou fugindo de você – passa a mão pelo cacho feito cuidadosamente no cabelo e tenta manter uma postura indiferente – É que a Lena me arrastou pra essa correria toda, foi bem... corrido.
- Sei... – caminho devagar, me aproximando e ela já começa a dançar com os joelhos – Cadê o Don Juan?
- Não fala assim dele – me dirige um olhar de tédio.
- Mas eu não falei nada – ergo as mãos em sinal de rendição – Vocês brigaram? Porque ele não veio com você?
Ela suspira, claramente relutando pra responder aquelas perguntas.
- A gente... não ta mais junto a um tempinho – fala baixo, olhando pras próprias mãos.
Eu já desconfiava daquilo apesar de não ter enchido o saco da Helena pra me contar nada. Nem disfarço o sorriso mais largo nos meus lábios.
- E vocês ainda estão tendo aulas particulares?
- Não te interessa Min Yoongi – me olha um pouquinho mais bravinha agora, mas não era de verdade. Eu sabia – E você, porque não veio com a sua noiva?
- Hmm, então chegou até você? Uau!
- Como assim chegou até mim? Nós temos praticamente os mesmos amigos, é claro que eu fiquei sabendo. Todo mundo ta sabendo.
- Você sabe que é só um boato Julia – coloco as mãos no bolso da calça.
- Vai dizer que não estão juntos... – da uma risadinha cética.
- Yoon-he só estava sendo uma boa amiga depois do meu irmão e o pai dela tentarem me humilhar mais uma vez.
- Sério? O que aconteceu? Ele fez isso de novo? Aquele idiota hipócrita, ta querendo que eu jogue mais o que na cara dele dessa vez? – fala mais séria, como se eu nem estivesse mais ali.
Volto a sorrir de toda sua reação.
- Esse boato já deu um troco nos dois, não se preocupa.
- Então vocês estão namorando? – respondo que não com a cabeça – Saindo pra se divertir? – mais um aceno negando – amizade colorida?
- Ela é só minha amiga, nada de mais nem de menos... só isso.
Julia comprime os lábios e por um minuto o silêncio cai entre nós dois. A menininha ainda um pouco constrangida.
- O que você veio fazer aqui nessa sala afinal de contas? – pergunto olhando ao redor.
- Guardar o discurso de novo na minha bolsa e... – para de falar no meio da frase e volta a evitar meu olhar.
- Fugir de mim? – ergo as sobrancelhas – Qual é Julia? Porque não quer nem falar mais comigo? Faz tanto tempo que a gente não se vê, eu queria conversar com você... saber como está. Acho que nunca ficamos tanto tempo assim "separados".
Dou mais dois passos pra frente, um pouco mais perto. Ela segura as mãos entrelaçadas em frente ao corpo e recua levemente.
- Para! É por isso, ta vendo? Porque você faz essas coisas, joga esses charmes. Para com isso.
- Mas você gosta – esboço um sorriso de canto – Qual o problema?
- Não gosto e não quero.
- Por quê? Você ainda ta enrolada com aquele professor? – mais um passo a frente, meus olhos vão diretamente aos lábios dela.
- Não!
- Então o que foi? – levo uma mão ao seu rosto, deslizando as pontas dos dedos pela sua bochecha – O que impede a gente de ficar mais perto agora?
- Eu não confio em você.
Outch! Aquela doeu. Doeu de verdade. Eu tinha ferrado tanto assim com os sentimentos dela?
- Desculpa – se apressa em continuar. Provavelmente porque a minha reação deve ter sido de quem tinha acabado de levar um soco na cara – É que eu não sei se posso acreditar que isso vai dar certo. Eu e você juntos por uma noite que seja, parece a receita pro fim do mundo.
Julia estava realmente me falando não. Sonoro e bem detalhado. Apesar de toda a sensação ruim, decepção e a dor insistente de perda, eu não poderia deixar de notar o quanto ela tinha mudado. Estava crescida agora, mais decidida.
Eu merecia aquilo, mas quem disse que me renderia e aceitaria tudo facilmente? De súbito desfaço qualquer espaço entre nossos corpos, pegando nós dois de surpresa. Rapidamente seguro seu rosto entre as mãos e selo nossos lábios, forçando a passagem da minha língua afoita. Num primeiro momento ela resiste, espalma suas mãos em meu abdômen e levemente tenta me afastar. Num segundo momento ela simplesmente deixa os lábios entreabertos e permite que eu busque sua língua com a minha. Julia me beijava com carinho e cuidado, como se na verdade eu fosse o frágil de nós dois e ela quisesse sempre cuidar de mim. E era o que ela fazia mesmo, desde que nos conhecemos sempre cuidando de mim. Idiota insensível de codinome Min Yoongi. Deslizo uma das minhas mãos até sua nuca, tentando aprofundar cada vez mais nosso contato, sentir seus carinhos mais um pouco. Mas com um estalido alto ela separa nossas bocas, ofegante sobe suas mãos agora para o meu peito.
- Yoongi... - me chama com a boca completamente vermelha - O que pensa que está fazendo?
- Você sempre vai ser minha menininha, não importa o quanto cresça – acaricio sua nuca por mais alguns segundos e olho fundo nos seus olhos antes de enfim me afastar.
Não tinha percebido que estava com tanta saudade até beijá-la de novo. Aquilo me arrebatou e se misturou àquele monte de sentimentos ruins que me faziam sentir um merda. Saio daquele lugar o mais rápido que posso e cruzo aquele corredor decidido a encontrar Jimin e Helena pra me despedir. Adentrando o salão de novo tenho a difícil tarefa de encontrá-los no meio da festa, mas felizmente Lena estava toda de branco e sob aquela luz ela parecia mais um objeto fluorescente ambulante. Abro caminho até os dois e coloco minha mão sobre o ombro do noivo, chamando sua atenção.
- Jiminie... eu vou indo nessa – falo alto por causa da música.
- Mas já? – Helena pergunta desapontada ao me ouvir também.
- A festa acabou de começar hyung – ele fala decepcionado – você nem curtiu com a gente.
- Foi mal! Eu não danço, sou chato, quase nem consegui comer e realmente não tenho mais nada pra fazer aqui.
- Assim você me magoa de verdade Yoongi – a noiva dramática insiste.
- É a Julia?- Jimin pergunta, sacando minha cara estranha.
Eu não respondo, apenas mantenho minha melhor expressão séria e deixo no ar. Os dois não fazem mais perguntas, só se despedem de mim com um abraço e carinhas de pena por um segundo. A caminho da saída pego uma bebida da bandeja de um garçom, virando tudo num só gole. Pelo menos a bebida era mais fácil de conseguir do que a droga dos canapés. Deixo o copo numa mesa qualquer e saio a caminho do estacionamento da festa. Legal, mais uma coisa que eu ia ter que achar ali no meio. Talvez fosse mais fácil ir andando pra casa. Frustrado passo uma mão pelo meu cabelo enquanto ando rente ao jardim ali de fora.
- Min Yoongi... – ouço alguém chamar meu nome, mas não me viro, estava sem paciência – Yoongi... – chama mais alto e eu ando mais apressado – TIGRÃO!
Ela grita e eu paro imediatamente, me virando nos calcanhares em sua direção. Julia mordia o lábio inferior e mantinha os braços ao longo do corpo. Nos encaramos e medimos as expectativas um do outro até que enfim ela encolhe os ombros e bate as mãos sutilmente nas próprias pernas como se "não tivesse mais saída". Eu abro os braços e entendendo meu gesto Julia corre até mim, me abraçando apertado.
- Eu me sinto tão idiota... uma idiota por ainda gostar de você. Idiota por ainda querer tentar - fala num tom quase choroso, escondendo o rosto sob meu queixo - Sério, se eu estiver cometendo um erro...
Estreito meus braços ao redor do seu corpo pequeno, tentando passar toda minha confiança e meu alivio em tê-la assim novamente.
- Não é um erro menininha. A gente merece um começo de verdade. Do zero.
- Mas e se...
- Vai valer a pena – a interrompo falando baixinho – tudo isso vai valer a pena... eu prometo.
Beijo o topo da sua cabeça e passo a balançar nossos corpos de um lado pro outro, quase sem nos mexer, como se tivesse acalmando uma criança. Tudo que aquele momento precisava era um abraço. Aquilo era o zero... a direção ao primeiro passo... era o nosso começo.
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FIM
Mentira, é o fim da primeira fase de sofrência kkkk. Finalmente não é? Ainda temos mais alguns capítulos pela frente, mas eu acho que se terminasse assim já ia ser bom.
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