Poema: Maria Futebol
Os passos sangrando marcando a escadaria...
Doía,Doía,
Ah, como doía!
A menina subia.
De noite e de dia.
Chorava.
Sorria.
Chorava, Maria.
Limpava com suas lágrimas,
O sangue na escadaria.
Regava com seu sofrimento,
A semente da alegria.
Todo dia a mesma rota,
Mas um dia o mundo dá a bendita volta.
Quisera não passar por lá,
E o mal não encontrar.
Preconceito,
Desrespeito,
A impedindo de brilhar.
O coração moído,
Pensamentos pesados.
No peito uma voz,
Sonhos calados.
Tinha medo do dia,
De quem ficava no topo da escadaria.
Mandando,
Desmandando,
Controlando a vida de Maria.
Mas um dia a estrela brilhou,
A chama explodiu em seu coração.
Passou perto do verdinho,
Que logo lhe chamou a atenção.
De dia subia,
Sorria mais do que chorava,
Agora sim, Maria.
Apontaram-na do topo:
Então o peito ela estufou,
Não faltou com respeito,
Mas o sonho por si só falou.
De sapato decidiu trocar,
E os espinhos a fizeram mudar.
Maria floresceu,
Seu sonho a despertou.
Agora resplandecia.
Cantava,
Sorria,
Jogava, Maria.
Subiu a mesma escadaria,
Mas dessa vez para mais alto sonhar.
Sua voz escoou pelo estreito ambiente,
Para os males espantar.
Perseguiram,
Ainda tentaram prender.
Sonho de criança,
Ele precisava morrer.
Passarinho na gaiola,
Só assim se pode conter.
Mandaram até acorrentar,
A menina que queria jogar.
Mas com a força de um touro,
Resistência ela gritou.
Trocou o sapatinho de cristal,
E também a casa do doutor.
Deixou tudo para trás,
Por um presente sem igual:Um sonho em forma de tênis.
Que tinha espinho natural.
Sua chuteira preferida,
Marcou o começo de uma vida.
De uma Maria como tantas outras,
Maria Chuteira,Maria Boleira, Maria, Imperadora do Futebol.
ABRAM ALAS, QUE O FUTEBOL HOJE É FEMININO!
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