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Capítulo 22

Abro os olhos lentamente e sinto a cabeça latejar um pouco. Estava exausta.

Sem contar que a tristeza e a dor ainda pulsavam em meu coração. Tudo o que eu queria fazer era ficar o dia todo deitada de molho. No entanto, mesmo estando mal, sabia que aquilo não era o correto a ser feito.

Empurro o lençol para o lado e me levanto. Tomo um banho rápido, faço minha higiene, pego o molho de chaves em minha mesa de cabeceira e desço. 

— Bom dia! — Saúdo os meninos que estavam sentados na mesa da cozinha.

Eles respondem, e eu percebo seus olhares preocupados sobre mim. Suspiro e vou para o armário pegando um copo.

— Viram os meus pais?

— Sua mãe foi para a casa do pastor Pedro, ver como estão as coisas por lá. — Lipe responde com cautela, provavelmente tentando evitar mais um momento de choro da minha parte.

— Hum.

Sigo para a geladeira, mas sou surpreendida por Caio que trazia uma garrafa de água.

— Pode deixar que eu te sirvo, madame! — Dou de ombros e estendo o copo em sua direção.

Felipe se levanta e deposita um beijo em minha testa.

— Vou até a casa do pastor, Águi. Qualquer coisa me ligue.

— Está bem! — Encosto-me na bancada e bebo a água.

— Mande lembranças para a Quel, Lipe! — Caio comenta fazendo o meu amigo ficar constrangido e sair apressado.

— Dormiu bem? — Théo pergunta um pouco incerto enquanto termina seu café.

Assinto. Ao me virar, sou surpreendida mais uma vez pelos braços de Caio. Ele me toma em um abraço carinhoso e confortador.

— Você querendo ou não, agora é a minha vez de te oferecer o meu ombro, maninha! — Ele sussurra — Um dia eu estive em seu lugar e você não poupou esforços para me ajudar. Então, conte comigo para o que você precisar! Eu amo você! — Beijou o meu rosto.

Relaxei em seu abraço. Caio nunca tivera muito jeito para consolar alguém, mas o seu discurso e abraço aqueceram o meu coração.

— Obrigada, maninho! Te amo! — Olho para o doutor, o único sentado à mesa — Onde estão os outros?

— Vicente e Lídia? — Assinto — Estavam no jardim conversando.

— Conversando não! Mal começou o dia e eles já estavam discutindo... — Cai comenta lavando seu prato.

Olho para o quintal, e através da grande porta de vidro os vejo sentados na espreguiçadeira. Vicente parecia tranquilo, o que era normal, mas minha amiga gesticulava e falava sem parar. Nunca a tinha visto daquela forma.

— Bom dia, cunhada! — Assim que me viro recebo um abraço cheio de significados de Verônica.

— Bom dia, Nica! — Respondo sem muita animação — Onde está Ângela?

— Está lá fora com o pai. Fomos dar uma volta. — Ela me analisa por um instante antes de falar mais baixo — Eu sei que já deve estar cansada de ouvir essa pergunta, mas não seria uma boa cunhada e amiga se não a fizesse. — Abre um pequeno sorriso.

— Eu estou bem! — Ela crispa os olhos e eu suspiro — Eu ficarei bem...

Na mesma hora a porta que dá para o quintal é aberta e de lá entra Lídia. Sua expressão não era serena e alegre, como de costume. A respiração da loira estava um pouco mais forte e existia um pequeno bico em seus lábios, mas assim que me vê tenta relaxar um pouco.

— Fico feliz que tenha descido. Você está...

— Sim! — Digo a cortando. Pode ter parecido grosseiro, mas eu já estava começando a ficar incomodada com as perguntas.

O que eles queriam que eu dissesse? Que me sentia despedaçada por ter perdido minha melhor amiga? Pois essa era a minha verdadeira resposta, mas não estava interessada em receber mais consolo naquele momento.

— Bom, eu vou dar uma andada, mas volto antes do almoço. — Enfio a mão no bolso da calça e viro para Verônica — Se meus pais chegarem, por favor avise a eles. E não precisam se preocupar, não farei nenhuma besteira! — A última parte foi para todos que desatavam presentes no cômodo — Prometo!

Eles confirmam em silêncio e eu aproveito a brecha para me retirar.

— Dindinha! — Ângela vem correndo em minha direção.

— Bom dia, bonequinha! — Pego-a no colo e beijo sua bochecha.

— Podemos brincar de boneca? — Questiona com os olhos brilhando.

— Angel, a titia tem que resolver algumas coisas agora, e provavelmente vocês já terão ido para casa quando eu voltar.

— Nós iremos ficar aqui, dinda! — Ergo a sobrancelha.

— Irão? — Viro o rosto para trás e encaro minha cunhada. Ela simplesmente dá de ombros.

— Iremos sim! O papai me falou agorinha! — Coloco a pequena no chão.

— Entendi... De qualquer forma, preciso ir agora. — Beijo o topo de sua cabeça — Vá lá com a sua mãe.

Ela assente e sai correndo.

— Não corra, Ângela Tavares! Se cair ainda irá apanhar! — Escuto Nica falar antes de sair pela porta principal.

— Está aprendendo direitinho com dona Fernanda... — Sussurro com um pequeno sorriso nos lábios.

Pego a chave do meu carro e caminho até a garagem, mas assim que me aproximo escuto as vozes de Ângelo e Vicente. Encosto na parede.

— Eu sou o irmão mais velho, só queria protege-la! — Meu irmão diz com desespero na voz — Não imaginava que causaria isso tudo a vocês...

— Compreendo o seu lado, mas não cabia a você decidir por ela. — Vicente responde.

— Por favor, me perdoe! Eu sinceramente já não sei mais o que fazer, cara. — A voz do mais velho sai abafada. Coloco uma parte da cabeça para fora da parede e o vejo esfregando o rosto.

— Olha, Ângelo, não vou mentir para você, ainda estou bem chateado sim, no entanto, eu te perdoo. — Vin toca seu ombro — Mas não sou eu que preciso ouvir isso agora.

— Ela não quer nem me ouvir!

Vicente bufa antes de falar, agora com um pouco de irritação na voz.

— Você não percebe que ela está passando por um momento difícil? Ela perdeu a melhor amiga e descobriu que o irmão a enganou, Ângelo! É muita informação para ser absorvida, cara!

Meu irmão soca o capô de seu carro.

— Dê um tempo para a Águi! Tenho certeza que as coisas irão se resolver.

Reviro os olhos.

— E quanto a vocês? O que posso fazer para ajudar? — Ele segura os braços de Vicente.

— Do que está falando?

— Como do quê? É nítido que vocês ainda se amam, precisam ficar juntos! — Diz como se fosse a coisa mais óbvia.

A risada sarcástica de Vicente me causou arrepios. Ele retira as mãos do meu irmão que estavam em seus braços e dá um passo para trás.

— Se você ainda não percebeu, eu estou comprometido. — Diz com a voz firme — E, diferente do que você pensa, eu não sou um canalha, Ângelo! — Dito isso ele se vira para a saída e eu me escondo novamente.

Vicente atravessa o jardim a passos largos, estava claramente chateado.

Espero meu irmão sair da garagem, e assim que ele o faz começo a falar.

— Como você consegue ser tão tolo? — Ele se assusta ao ouvir minha voz.

— Águi! — Exclama.

— Quem você pensa que o Vicente é? Um safado que largaria a namorada para ficar com outra?

— Não, eu...

— Ele tem princípios! É um homem honesto e íntegro! — Olho-o dos pés a cabeça — Diferente de você!

Termino de falar e sigo para a garagem. Entro no carro e dou a partida. Assim que viro a esquina, paro o carro e apoio a cabeça no volante começando a chorar.

***

Olho do portão para o molho de chaves em minha mão, algumas vezes antes de tomar coragem e destrancá-lo. Achava que aquilo era o certo a se fazer, mas agora parecia tão errado, ainda mais doloroso.

Coloco a chave na fechadura, destrancando o portão em seguida. Tudo estava completamente silencioso, o que me fez cogitar sair dali correndo para o carro.

Suspiro fundo, fecho a porta atrás de mim e dou alguns passos. O carro de tia Carmem estava ali, ao lado da bicicleta vintage retro de Hel. Toco o guidão e sorrio com as lembranças que tomam minha mente.

Minha amiga tinha me dado as chaves de sua casa há alguns anos, caso acontecesse alguma emergência. No início eu achava aquilo estranho, mas aos poucos fui me acostumando, pois como tia Carmem costumava dizer, eu já era da família.

Destranco a porta principal e entro na sala. As coisas estavam exatamente como na tarde de ontem. Haviam algumas louças espalhadas pela sala e a cuba da cozinha estava lotada. As cadeiras da mesa estavam fora do lugar, assim como outros objetos.

Tiro o celular do bolso e coloco um louvor aleatório no Spotify. Sem pensar duas vezes, começo a recolher as louças que estavam espalhadas e as levo para a pia. Lavo, seco e guardo todas elas.

Organizo as mobílias em seus devidos lugares. Varro e passo pano na sala e na cozinha. Faço tudo sem dizer nada, apenas deixava as lágrimas rolarem livremente pelo meu rosto.

Após finalizar esses dois cômodos do térreo, subo a escada e paro em frente ao quarto dela. Abro a porta e fico parada por um tempo antes de realmente entrar.

A passos lentos sigo em direção à escrivaninha. Hel, diferente de mim, era super desorganizada. Suas coisas estavam espalhadas pela bancada, do mesmo jeito que ela tinha deixado na noite do acidente.

Penso em começar a organizar cada coisa em seu lugar, mas paro ao me dar conta que aquelas coisas não seriam mais utilizadas por ela. Provavelmente nem permaneceriam mais ali.

Dou alguns passos para trás e acabo tropeçando no pé da cama e caindo na mesma. O cheiro de seu perfume fixado na roupa de cama desarrumada me desestabilizou por completo, foi apenas uma brecha para que o grito entalado em minha garganta saísse livremente.

— AHHHHH! — Tento abafa-lo enfiando a cara no travesseiro — POR QUÊ, DEUS? 

Soco o colchão macio descontando toda a minha raiva, tristeza, dor e frustração.

— POR QUE O SENHOR A TIROU DE NÓS? DE MIM, ELA ERA A MINHA MELHOR AMIGA! — Estava revoltada — DA TIA CARMEM! ERAM APENAS AS DUAS, AGORA TIA CARMEM FICARÁ SOZINHA, PAI! E O RICK... ELES SE CASARIAM EM MENOS DE UM MÊS!

Choro copiosamente derramando todos os meus sentimentos diante do Senhor.

— Ela estava tão feliz... Ia realizar o maior sonho! Mas nem isso conseguiu fazer! Eu não consigo entender! NÃO CONSIGO!

Me levanto, vou até a janela e encaro o céu. Aquela imensidão azul me deixa desconcertada. Fecho os olhos e seguro os cabelos.

— DROGA, AGATHA! VOCÊ ESTÁ AGINDO COMO UM TOLA! — A fé e os meus sentimentos estavam em guerra.

Uma parte de mim compreendia que aquela foi a vontade soberana do Senhor. A outra gritava em minha mente que fora uma injustiça da parte de Deus. Tentar controlar essa dor no meu ser já estava me sufocando.

Arrasto-me até o chão e enterro a cabeça entre as pernas.

— Por favor, me perdoe, Papai! Eu não sei passar pelo luto... E não tenho estrutura para enfrentar isso sem a sua ajuda! — Meu choro diminui dando lugar aos gemidos — É uma mistura de sentimentos que eu não consigo controlar... Nem eu consigo entender. Me ajude, pois eu nem sei como orar mais!

Levanto devagar e caminho até a cama. Ali me encolho e fecho os olhos. Os minutos foram passando e eu fui me acalmando. De repente escuto claramente alguém falando comigo.

— Não temas, minha filha, pois o meu Espírito te ajudará em suas fraquezas. Ele mesmo intercederá por você com gemidos inexprimíveis.

Abro os olhos, mas não vejo ninguém. Apenas sinto um calor invadir o meu corpo e aquecer o meu coração.

Com um sorriso nos lábios e lágrimas rolando pelo rosto, fecho os olhos e me permito ser consolada pelo próprio Deus.

***

— Águi? — Desperto com alguém me sacudindo devagar.

Sento rapidamente assustada, quase chocando minha cabeça com a de Ricardo que sentava na ponta da cama.

— Rick? — Pergunto confusa.

— Não queria ter te acordado assim, mas você não despertava por nada. Estava envolvida em um sono profundo. — Oferece-me um pequeno sorriso.

— Tudo bem!

Passo a mão pelo cabelo e observo seu rosto. As olheiras eram nítidas, os olhos estavam inchados e o cabelo despenteado.

— Não conseguiu dormir essa noite, não é? — Questiono.

Ele assente e dá de ombros.

— Ela mal partiu e já faz uma falta imensa! — Comenta com os olhos marejados.

Toco o seu ombro e ele solta um gemido.

— Perdão! — Digo retirando a mão rapidamente.

— Sem problema! É que o machucado ainda está bem recente, e com essa situação eu não tive nem tempo de refaze-lo.

— Machucado? — Fito-o com confusão. Logo as coisas começam a se encaixar e meus olhos percorrem seu corpo encontrando outros ferimentos — Você... Você estava com ela!

Ele abaixa o rosto e assente.

— E só ganhei esses pequenos arranhões... — De repente ele começa a soluçar me assustando — Eu tentei desviar, juro que tentei, mas não foi o suficiente! Sinto muito! Sinto muito mesmo!

Abraço-o com força.

— Não se culpe, pois a culpa não foi sua, Rick!

— Estou tentando acreditar nisso, mas ainda está difícil! — Enxuga suas lágrimas e me encara — Eu só queria estar no lugar dela! Apenas isso!

— Eu sei! — Seguro seu rosto em minhas mãos — Mas a vontade de Deus... foi essa, Rick! Não podemos fazer absolutamente nada quanto a isso, pois Ele quis assim!

Foi uma das coisas mais difíceis que eu tive que dizer naquele momento, pois eu não estava apenas tentando o convencer daquilo, mas também precisava me convencer, pois aquela era a dolorosa verdade.

— Amém! — Dá de ombros e se levanta — Eu vim aqui para ajeitar as coisas para quando minha sogra quisesse voltar, mas vejo que já fez praticamente tudo.

— Pois é...

— Sabe que horas são? — Pergunta e automaticamente olho para a janela, percebendo que ainda estava claro.

— Sei que está cedo! — Ele sorri.

— Já são 17h, Águi! — Arregalo os olhos e escuto minha barriga roncar — Deve estar faminta.

— Não como nada há muito tempo. — Pego meu celular na cama e saio do quarto acompanhada por Ricardo — Quer companhia?

— Não precisa, ficarei bem! — Responde me levando até o portão.

— Ok, mas se precisar de algo já sabe onde me encontrar! — Abraço-o mais uma vez e entro no carro.

Chego em casa em menos de quinze minutos e lá estava dona Fernanda me esperando na garagem.

— Minha filha, onde estava? — Mamãe vem em minha direção.

— Estava organizando algumas coisas na casa da tia Carmen e acabei pegando no sono.

Ela me examina atentamente antes de dizer.

— Não faça isso novamente, ficamos preocupados! Verônica disse que você daria uma volta, mas isso há sete horas!

— Mamãe, por favor...! — Não estava afim de ouvir sermões naquela hora.

— Tudo bem! Me desculpe, filhota! — Suspiro e olho ao redor.

— O pessoal já foi? — Pergunto surpresa.

— Já sim. Eles queriam te esperar, mas precisavam voltar. Principalmente o Vicente e o Théo. — Segura a minha mão — Mas eu tenho algo para te entregar, vamos!

Chego no quarto e minha mãe pega algo que estava em cima da cama e me entrega.

— O Vicente pediu para que eu te entregasse isso. — Aceito o envelope branco com desconfiança.

— Obrigada!

— Se precisar de mim estarei no quarto ao lado! — Ela diz indo para a porta.

— Só uma pergunta. Como está tia Carmem? — Confesso que ela era a minha maior preocupação.

— Continua com Joana e o pastor Pedro. Está melhor do que ontem, querida.

— Certo! — Ela sorri e sai do quarto.

Olho para a carta, mas decido ler em outro momento. Não estava com cabeça para nada.

Abro a gaveta da mesa de cabeceira e a coloco ali, junto com as chaves da casa dos Amorim.

>>>><<<<

Só quem já passou pelo luto sabe como esse processo é doloroso! Mas assim como tudo na vida, ele passa. Mas quando deixamos o Espírito Santo nos ajudar nesse processo, experimentamos a bondade e a misericórdia do próprio Deus, cuidando de nós e trocando o fardo pesado que carregamos, pelo seu fardo que é leve.

Att.
NAP 😘

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