18 • Reflexões
Opa, o capítulo não tá tão grande quanto o outro, mas acho que ficou legalzinho. Ele é um pouco aleatório, mas tem um desenvolvimento importante para os personagens.
Enfim, obrigado pela espera e boa leitura!
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— Ei, Kacchan, está ocupado aí?
Katsuki quase pula da cama ao ouvir a voz do esverdeado o chamando, se desvencilhando dos braços de Kirishima, buscando levantar-se apressadamente, como se estivesse fazendo algo horrível e não quisesse ser descoberto.
— Relaxa. — Eijirou sussurra, por mais que tenha se assustado com o chamado repentino de Midoriya, mas focando em acalmar o loiro que agia por puro impulso. Ele gentilmente puxa Bakugou de volta para seus braços, envolvendo-o em um abraço relaxado, percebendo um pouco de hesitação na face alheia, mas vendo que ele não pretendia resistir muito.
Katsuki respira fundo, sentindo um rubor tomar sua face ao ver os olhos rubis que o encaravam com tanta calma, fazendo-o sentir-se mal pela forma que agiu e continuava agindo. Balançou a cabeça para dispersar sua vergonha por um momento, respondendo o esverdeado atrás da porta do quarto.
— Não, Deku. O que você quer?
— Ah, bem... é que já está ficando tarde e eu tenho que ir embora. Eu sei que não foi muito tempo, mas acabei não me atentando ao horário e-
— Tá, cacete. Já tô indo, pode calar a boca. — ele impede que Izuku começasse a divagar e falar demais, apenas respondendo de maneira usual. Quando ouviu os passos se afastando, suspirou, voltando a encarar Eijirou.
Não admitiria, mas estava um pouco enfurecido por ser interrompido em um momento tão calmo e receptivo, um momento onde os problemas em sua cabeça foram silenciados... foi uma pena ter durado tão pouco, no entanto, ter aquele olhar direcionado a si fazia-o sentir algo estranho, algo bom. O que valeu foi o momento, e não sua duração.
Seu olhar pousa nos orbes rubis que o encaram de forma terna, o ruivo não pareceu prestar muita atenção na conversa anterior - o que era um alívio -, portanto, continuou abraçando-o calorosamente, querendo garantir algum conforto a Katsuki enquanto pensava em algo para quebrar o silêncio.
— É... Kirishima, eu tenho que sair agora. — sem muita vontade e com sua face queimando, Bakugou explica e vê o outro homem agir rapidamente, terminando aquele contato e sentindo o constrangimento tomá-lo. Katsuki se diverte um pouco com a forma desajeitada qual o mais velho age, deixando um sorriso quase imperceptível perdurar em sua face para então se levantar da cama e, mais uma vez, direcionar seu olhar para Kirishima. — Merda, isso foi bom. — ele declara, sentindo-se um pouco mais relaxado, embora ainda tivesse mantido suas angústias dentro. A presença do ruivo lhe fez um bem indescritível, ainda sentia o calor que o outro corpo emanava e fazia-o sentir-se estranhamente seguro, fazendo-o querer realmente confiar nele.
— Foi? — Eijirou tenta a todo custo vencer o constrangimento e decide seguir com aquele assunto, um sorriso se forma no canto de seus lábios ao ouvir aquela frase do loiro. — Não pensei que ouviria isso de você, Bakugou, mas é muito bom saber que isso te agradou. — o sorriso se intensifica e até mesmo seus olhos pareciam sorrir enquanto ele profere tais palavras.
Aquele sorriso estúpido. Ele fazia os batimentos de Katsuki acelerarem, e involuntariamente, também fazia-o sorrir. Era um sorriso estranho. Estranhamente lindo.
Balançou a cabeça para fazer aqueles pensamentos irem embora, focando-se no momento atual e virando a cara, envergonhado por ter o outro dizendo aquelas coisas para si. Na ânsia de agilizar tudo, ele muda de assunto descaradamente.
— É... tanto faz. Vamos logo, o Deku vai embora e eu não tenho outra pessoa para vigiar meus filhos. — ele incentiva-o a levantar da cama logo e destrancar a porta, abrindo-a e saindo sem dizer mais nenhuma palavra.
Kirishima se feriria com o descaso de Bakugou para com suas palavras e sentimentos, mas percebeu que aquela era a forma de Katsuki se expressar; ele continuava fugindo de pensamentos românticos e isso não seria mudado da noite pro dia, portanto, Eijirou considerou isso e sorriu, contente por ter arrancado ao menos uma coisinha positiva do mais novo. Faria questão de se aproximar do loiro e se esforçaria para conquistar sua confiança - mas, é claro, pararia quando necessário e não deixaria de dar valor a si mesmo por outrem.
Com isso, ele se levanta e segue Katsuki com certa ansiedade, mas sem perder a confiança.
***
— Tá, agora eu quero saber sua cor favorita. — Hana questiona após finalmente convencer - embora não tenha sido necessário muito esforço - Eijirou à compactuar com uma ideia sua. Ela estava sorridente e empolgada para fazer o que pretendia, e nem mesmo seu pai pôde impedi-la.
— Vermelho! - Kirishima responde com a mesma empolgação, quase rindo ao ver os olhinhos da garota brilharem.
— É a minha também!
O ruivo esboça uma expressão de surpresa e comenta a coincidência e até mesmo que seu amor por vermelho o fez pintar seu cabelo de tal cor, vendo a garotinha ficar chocada ao saber que seu cabelo natural era preto. Katsuo choca-se com a informação igualmente, mas não contém a felicidade em saber que seu professor favorito também nasceu com cabelo preto, aproveitando para, obviamente, exibir aquele fato incrível para a irmã. Uma briga quase iniciou, mas felizmente, Eijirou interveio a tempo e acalmou a situação.
Os demais convidados já saíram há cerca de meia hora e ele também teria ido embora se não fosse pelas crianças terem praticamente o coagido a ficar; malditos olhinhos de cachorro abandonado. Era sempre o mesmo truque, e ele sempre funcionava. Como?
Katsuki até tentou acalmar os ânimos das crianças, informando que Kirishima tinha que ir embora, mas elas pediram só por um pouquinho de tempo e foram tão insistentes que ele só pôde suspirar, soltar um riso leve com a situação estranha em que se encontrava e deixar a escolha nas mãos de Kirishima. "Bem, a decisão é dele, não posso forçá-lo a ficar" disse enquanto um sorriso sacana era direcionado ao ruivo, que obviamente compreendeu a jogada do loiro e, por sua vez, não conseguiu recusar, sorrindo e informando que só ficaria por um tempo, mas que logo deveria ir embora.
E apenas os sorrisos e gritos vitoriosos convenceram-no de que aquela foi a decisão correta.
Agora estava ali, sentado no tapete da sala, com Hana já pronta para executar o que quer que estivesse planejando. Bakugou mantinha-se no sofá, observando a interação em silêncio e escondendo o sorriso que se recusava a abandonar sua face.
— Agora eu quero que abra a sua mão, tio Eiji. — ela pede e o ruivo o faz, corrigindo-o quando ele abre a mão com a palma para baixo. A loira pega o item da bolsa e mostra para Kirishima, vendo-o abrir a boca, surpreso ao constatar o que ela pretendia.
— Você sabe pintar unhas com essa idade? — ele questiona, verdadeiramente curioso ao vê-la com um esmalte vermelho em mãos, sorrindo entusiasmada.
— Uhum, a mamãe que me ensinou.
Seu semblante vacila por alguns segundos ao lembrar dos momentos divertidos que passou com sua mãe, do quanto ela se esforçou para aprender a pintar exatamente como a mais velha. "Será que ela vai voltar?" o questionamento mental se faz presente na cabeça da menina.
Katsuki cerra os punhos ao ouvir a menção da maldita mulher que conseguiu estragá-lo por inteiro, tentando ao máximo não transparecer esses sentimentos negativos aos seus filhos, pensando em coisas melhores para não se frustrar.
— Mana, eu acho que o papai fica bravo quando você fala da mamãe... — Katsuo comenta inocentemente, tentando alertar a irmã, mas sua fala acaba soando alta demais para os dois adultos ouvirem.
Katsuki arregala os olhos ao ver que seu filho notara sua irritação constante para com a mulher ao ponto de tentar fazer com que alguém não a mencionasse. Eijirou também está surpreso, mas por não querer se intrometer, ele fica em silêncio, buscando por alguma forma de desviar o assunto.
O loiro fica, de repente, desconfortável por ter sido tão egoísta e deixado seus reais sentimentos influenciarem seus filhos. Eles não entendem o que aconteceu, não sabem que sua mãe fez algo errado, não merecem ter sua liberdade de expressão perante a este assunto arrancada. Portanto, ele tenta consertar um pouco seu erro em ter demonstrado demais e direciona sua fala, tanto à Hana, que fica um pouco chocada pela constatação de que seu pai ficava realmente incomodado com a menção da progenitora, quanto Katsuo, que está com um semblante tristonho pela dura realidade qual teve de se atentar.
— Não se importem comigo, queridos, não tem problema nenhum em vocês falarem sobre sua mãe, tudo bem? O papai está bem. — sua fala soa quase angelical aos ouvidos do ruivo, e seu semblante se mantém o mais sereno possível, ele quer passar confiança aos seus amados filhos, quer que eles se sintam livres serem quem são, e mais importante, não quer assustá-los.
As crianças se entreolharam confusas, mas assentem em silêncio e focam no assunto anterior, apesar de estarem um pouco preocupados com seu progenitor.
— Então vamos começar, tio Eiji? — Hana dá seu melhor sorriso na tentativa de instaurar um clima animado novamente à sala e o ruivo acena, sorridente. — Olha, um monte de menino diz que isso é coisa de menina, então...
— Eu acho másculo! — Kirishima diz antes que a garota prossiga com a fala, intensificando o sorriso e vendo os olhinhos da garota brilharem em admiração, deixando-a ainda mais empolgada para o que faria. — Eu pintaria todo dia se soubesse, mas o tio Eiji aqui é preguiçoso demais para aprender... — ele coça a nuca com a mão livre e ri com sua própria fala. — Então pode continuar que tenho certeza que ficará lindo!
E a animação loirinha só se intensifica a cada fala do ruivo. Katsuo também se vê afetado por tal ânimo e decide observar tudo ao lado do progenitor enquanto. Bakugou, por sua vez, deixa que um sorriso pequeno tome sua face, apenas se atentando ao desenrolar da cena.
Realmente, Eijirou seria um ótimo pai...
Talvez se... não, era um pensamento muito precipitado, mesmo que o ruivo tivesse afirmado o quão encantado estava por ele, o próprio não tinha certeza de seus sentimentos.
***
— Pronto, terminei! — Hana anuncia, olhando com certa expectativa para a face do ruivo.
Ele analisa as unhas bem pintadas, não vendo muitos erros e constatando que a garotinha deu seu melhor de verdade, não deixando de sorrir e elogiar o trabalho dela, que amou cada elogio e apenas sorriu mais ainda.
— Agora você e o Kirishark combinam mais ainda! — ela declara e pega o brinquedo que estava largado em um dos sofás, mostrando-o e comparando ambos vermelhos, sorrindo e se achando genial. Fazia um tempo que queria utilizar aquilo novamente, pois desde que sua mãe foi embora, ela nunca mais pensou em mexer com esmaltes.
No entanto, agora ela estava feliz por ter tido um tempo com seu professor que tanto admirava, conversando com ele um pouco mais e se divertindo enquanto pintava suas unhas com todo cuidado que tinha. Seu irmão e seu pai ao lado, também conversando com Eijirou e sorrindo.
Aquele era um verdadeiro presente para ela.
— Eu adorei mesmo, Hana, ficou incrível!
— Obrigada, tio Eiji! — seu sorriso é radiante, e isso afeta o ruivo, que não consegue conter os próprios sorrisos com aquele ambiente que havia surgido graças à loirinha.
— Eu quem agradeço, meu anjo.
Observar a interação dos dois era tão confortável aos olhos de Katsuki. Ver seus filhos tão felizes era tudo que gostaria; que prezava, e aquilo era exatamente o que estava acontecendo.
Parecia simplesmente muito certo tê-lo ali, conversando e alegrando a vida de seus dois anjinhos, de poder ouvir sua voz, suas ações, a forma gentil com qual tratava as crianças e as incentivava. Queria que mais dias assim pudessem existir, embora não conseguisse evitar que pensamentos amargurados e dúvidas surgissem acerca do ruivo.
Não queria passar pela mesma coisa novamente, ter que mentir para seus filhos outra vez, se sentir usado e descartado. A ideia de que reviver algo tão angustiante o assombrava, atormentava-o mentalmente. Seu medo e sua insegurança fizeram-no disparar ofensas como forma de defesa, machucaram Kirishima mais de uma vez e o ruivo sequer tentou lhe ofender de volta.
Poderia alguém ser tão bom assim?
As expressões de tristeza que avistou naquela face mais de uma vez começaram a surgir em suas lembranças e isso apenas deixou-o mais angustiado. Eijirou demonstra-se ser uma pessoa incrível, esforçada, animada e altruísta. Alguém forte que não era derrubado nem mesmo pelas armadilhas que a vida fazia.
E aí estava o segundo medo que o assombrava: E se ele acabasse ferindo ainda mais Kirishima por conta de suas inseguranças?
Ele merecia o ruivo?
— Bakugou? — ele é disperso de seus pensamentos ao ouvir a voz de Eijirou chamá-lo, sentindo a presença do outro ao seu lado, encarando-o e notando que ele estava sentado ao seu lado, observando-o com um semblante confuso.
— Ah, eu estava pensando em algumas coisas... — diz, meio sem vontade, ajeitando a postura no móvel, tentando parecer o mais tranquilo possível para então perguntar: — O que foi?
— Nada, só percebi que estava um pouco distraído.
— Entendi. — o loiro olha de canto para as unhas pintadas em um vermelho vibrante e chamativo, acabando por deixar sua honestidade adentrar a situação, fazendo-o falar: — Tudo que minha filha faz é perfeito, óbvio, mas acho que esse vermelho realmente combinou com você.
— Acha é? — o ruivo fica nervoso por um instante, roçando os dedos na nuca com certo nervosismo, não querendo coça-la ansiosamente, tendo cuidado com as unhas recém pintadas. — Obrigado! — Seu sorriso é radiante, tanto que Katsuki evita encará-lo ou dar uma resposta desnecessária.
Logo depois, aquele maldito silêncio retorna ao cômodo, fazendo Katsuki pensar um pouco mais e notar que seus filhos não estavam por ali, questionando de imediato o ruivo ao seu lado.
— Onde estão meus filhos?
— Eles disseram que fariam desenhos para mim, depois correram em direção ao corredor. — ele explica rapidamente, apontando para o corredor no meio do cômodo e deixando um sorriso bobo tomar seus lábios.
— Vão encher seu saco até não dar mais, é melhor fugir enquanto pode. — o loiro comenta com certo divertimento, sabendo o quão persistentes são os filhos quando se trata de alguém que eles admiram.
— Jamais! Queria filhos como eles, na verdade.
Rapidamente, Katsuki arregala os olhos, para então olhar para baixo, sentindo a face esquentar com a possibilidade.
Kirishima fez isso de propósito?
Ele, vagarosamente, olha para o ruivo e o vê com o mesmo sorriso e olhar sonhador de antes, até que ele vira a face em sua direção e seus olhos se encontram, fazendo com que Eijirou pensasse novamente no que falou.
— Não quis dizer assim, quero dizer, não que eu não queira tê-los como filhos, mas só quis dizer que eu amaria ter filhos tão incríveis como os seus, B-Bakugou. — ele se enrola na frase, ficando meio nervoso.
— Você é um idiota mesmo. — Katsuki ri, diminuindo a tensão que sempre surge quando eles estão sozinhos, levando o próprio ruivo a soltar algumas risadas com aquela situação esquisita, mas muito apreciada por si.
Não há tempo de mais nada ser dito ou discutido, pois passos rápidos são ouvidos e logo as duas figuras infantis surgem na sala novamente; Hana e Katsuo estão com papel em mãos junto aos seus respectivos estojos, empolgados para iniciar seja lá que desenhos estivessem planejando, anunciando para o tão amado tio Eiji que ele deveria sentar-se ao lado deles na mesa e observá-los trabalhando em suas "obras de artes", não se esquecendo de chamar o próprio pai - qual perceberam estar muito pensativo -, obviamente.
***
As crianças quase choraram de tristeza ao verem o ruivo anunciar que já estava tarde demais, e que agora precisava realmente ir embora. Isso deixou Eijirou a beira das lágrimas, pois não queria ver aqueles dois anjinhos tão tristes por ter que partir, querendo até garantir que viria novamente, mas não podendo por não saber se Bakugou gostaria da ideia. Por fim, tentou consolá-las afirmando que se veriam na escola de qualquer forma, com um sorriso no rosto que visava animar os pequenos.
Eles se abraçaram e ambas crianças pareciam não quererem deixá-lo ir, até tentando convencê-lo a dormir lá, como se fosse a coisa mais simples do mundo, implorando com aqueles olhinhos de cachorro abandonado.
Mas Bakugou fez questão de intervir.
— Não é tão simples assim, queridos. O tio Eiji tem que ir embora, senão ele não vai poder dar aula amanhã, entendem? Talvez, se ele quiser, outro dia ele venha aqui.
— Ele pode?!
— Eu posso...?
Crianças e ruivo perguntam quase no mesmo instante, cada um com uma reação diferente.
Bakugou suspira e balança a cabeça de forma positiva, fechando os olhos ao ouvir gritinhos de comemoração por parte dos pequenos. Decidiu ver qual era a reação de Eijirou diante de sua permissão e se surpreendeu ao vê-lo com as sobrancelhas arqueadas, parecendo incrédulo com a informação que obteve, enquanto um sorriso era desenhado em seus lábios. Droga, aquele homem era lindo e aquele sorriso trazia uma sensação estranha ao seu peito.
— Agora vai logo antes que fique mais tarde. — o loiro diz, guiando o ruivo até a porta da saída e vendo-o, mais uma vez, despedir-se de seus filhos com um sorriso no rosto, se levantando logo em seguida e parar na sua frente, como se fosse pedir por algo. — O que foi?
— Ah, bem, é que... se o que eu falei te incomodar, me conte, tudo bem? — Kirishima diz, se referindo ao momento do quarto, onde ele declarou-se para Katsuki e deixou claro sua admiração para com o loro.
Bakugou revira os olhos com aquela demora, com aquele cuidado todo que Kirishima tem com ele, mas não vê isso como algo ruim; isso o conforta, de alguma forma. Um sorriso imperceptível surge em seus lábios e ele responde com um menear de cabeça, afirmando com convicção de que diria, mas não sem antes se aproximar consideravelmente e falar bem baixinho para que apenas Kirishima pudesse ouvir:
— Obrigado por hoje.
***
Kirishima abre a porta do apartamento se sentindo completamente exausto, ao mesmo tempo, mais confortável por estar em casa. A primeira coisa que faz é ir até seu quarto e colocar os desenhos que ganhou na estante de seu quarto, apreciando os detalhes, que pareciam ele junto ao loiro, de cada um com um sorrisinho contente perdurando em seus lábios, para depois ir tomar um bom banho, selecionando e vestindo roupas mais confortáveis após isso e então se deitar em sua cama macia, aconchegando-se nela e já sentindo o cansaço tomar conta de seu corpo.
Ele verifica algumas mensagens no celular, respondendo às milhares de perguntas realizadas por Ashido e a tranquilizando que foi tudo o bem, mas ocultando alguns acontecimentos específicos da festa; o momento no quarto. Aquilo era simplesmente algo privado demais para se contar sem qualquer hesitação, e com certeza, seria uma grande humilhação para Katsuki caso alguém soubesse de um momento onde ele estava tão fragilizado.
Ele sabia que Mina suspeitaria que algo estava faltando, ela sempre repara quando ele mente, mas ainda assim, manteria-se firme em sua decisão e não cederia a qualquer apelo por parte da mulher.
Seus pensamentos começam a tomar mais espaço em sua lista mental de interesses, e logo ele relembra-se de tudo que aconteceu no dia de hoje; foi uma dia cheio, recheado de surpresas inesperadas. No fim, ele conseguiu algum progresso e isso o deixava mais alegre e confiante para prosseguir, para dar-se o direito de se apaixonar novamente, de viver a vida feliz qual ele deseja para ele.
"Será que é muita ilusão?"
Esse tipo de questionamento sempre tratava de surgir, fazendo temores quanto ao que buscava instalarem-se em seu corpo. Ele sequer tinha uma confirmação direta de Bakugou; o próprio loiro informou que estava confuso e perdido diante daquela enxurrada de coisas, e o simples pensamento de que seus sentimentos poderiam pressioná-lo lhe preocupavam.
Queria ser feliz, queria fazer Katsuki feliz, mas não significava que as coisas tinham de ser apressadas.
Estendeu sua mão no ar, analisando as unhas pintadas com a cor rubra que tanto amava, fazendo-o lembrar-se das crianças. Tão doces e animadas. Desejava que elas estivessem presentes em sua vida, ter um filho para poder cuidar, demonstrar todo seu carinho e amor, saber como estava indo na escola, vê-lo se irritar com tarefas – seria cômico, embora também já tivesse passado por isso – e provas, crescer e fazer amigos.
Era um de seus sonhos.
Um que foi destruído, levando junto uma das pessoas mais importantes da sua vida.
Por fim, ele respirou fundo, não querendo focar em tantas coisas negativas, mas ainda ponderando várias possibilidades em sua cabeça, imaginando-se indo na casa de Bakugou mais vezes: Estava certo em fazer isso? Daria certo? Ele poderia ser feliz sem medo novamente?
Com esses questionamentos, ele deixou seu celular na estante, conectando-o ao carregador e pegou o edredom vermelho escuro – seu favorito –, cobrindo-se e deitando sua cabeça no travesseiro, para enfim, adormecer.
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Bem, 3k foi pouco comparado ao outro, mas espero que tenham gostado mesmo assim rsrs
Obrigado a todos que leram! ^^
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