15 • Resolução
Meu Deus, os dias tão passando rápido demais...
Eu só corrigi uma vez, então perdão qualquer erro rs
Mas bem, boa leitura! :)
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A brisa leve e gélida batia contra a face de Katsuki, lhe proporcionando um arrepio por conta do frio que atingia seu corpo. Não só do loiro, mas de Eijirou também. O ruivo soltou um grunhido ao sentir aquele frio, percebendo que anoitecia enquanto ele e Bakugou permaneciam imersos um uma conversa sobre alguns assuntos mais chatos derivados de seus cotidianos.
Surpreendentemente, eles não tocaram no assunto do beijo, o que acabou entristecendo um pouco Kirishima, pois este realmente queria investir em algo depois de tanto tempo, mas a pessoa qual ele investia não colaborava ou sequer parecia nutrir um interesse romântico por ele.
Um silêncio havia tomado conta do lugar por um tempo, então eles apenas permaneceram observando Hana e Katsuo brincarem com outras crianças no parquinho, ouvindo os gritos de alegria que surgiam ali. Katsuki não deixava de sorrir ao vê-los felizes e muito menos Eijirou o fazia. Era bom ver crianças sendo crianças, sendo inocentes e brincalhonas, parecia até que o mundo não era um completo caos.
Tal silêncio acabou dando espaço para pensamentos mais vergonhosos na mente de Kirishima; o beijo. Como fora citado anteriormente, eles não tocaram neste assunto, mas agora que um breve silêncio havia sido posto entre eles, o ruivo acabou desviando seus pensamentos para este lado. Soltou um longo suspiro com o pensamento tortuoso que provavelmente jamais obteria respostas concretas caso o manifestasse e apoiou os cotovelos em ambas as coxas, fazendo o mesmo com sua face às suas mãos. O suspiro chamou atenção de Bakugou, que inclinou o cabeça para o lado ao ver que o ruivo estava imerso demais em pensamentos, abrindo a boca e deixando que as palavras saíssem sem pensar muito.
- No que está pensando? - não que tivesse interesse na vida do ruivo ou no que ele pensava, longe dele fazer tal. Apenas ficou entediado com o breve momento de silêncio e aproveitou a brecha para questioná-lo sobre aquela característica bem presente no ruivo.
Não que o observasse tanto assim para saber de tal característica.
- Hm? Bem, em nada demais... - seu coração saltou por um momento do peito e arregalou levemente os olhos ao inclinar sua face em direção ao loiro. - Por quê? Está interessado? - um sorriso consideravelmente estranho surgiu em seus lábios, parecia conter certa malícia em sua fala.
- Mas que porra? Está flertando comigo? - indagou de imediato ao ser abordado com tanta audácia.
Eijirou nunca fez isso, inclusive, pareceu desesperado naquela manhã pós bebedeira onde acordou em sua cama, então por que aquele flerte tão repentino?
- Para falar a verdade, eu não sei. Quis parecer legal, mas se você não gosta desse tipo de coisa eu paro. - explicou. Uma vermelhidão atingiu suas bochechas ao notar as palavras com um quê de malícia que saíram de sua boca com uma naturalidade bizarra. Até mesmo ele achou estranho. - Caramba, não sei mesmo porque falei assim...
Katsuki notou que a reação de Eijirou perante à própria frase era genuína. Ele pareceu confuso e perdido com seu próprio flerte, o que apenas deixou o loiro mais inconformado. Embora negasse a si mesmo, ver o outro envergonhado, ainda levando em conta que ele era mais velho, era algo bem... fofo. Kirishima conseguia ser fofo, mesmo sendo quase uma montanha de músculos, e notar isso deixava Katsuki com um pé atrás em relação à forma como via o ruivo.
O problema não é Eijirou ser um homem. Bakugou não sentia que repudiaria caso fosse fodido ou fodesse outro homem - apesar de não ter nem noção de como fazer isso. O verdadeiro problema era o relacionamento em si. Não estava pronto para aquilo, não em um momento como aquele. Só foram dois meses, e a dor ainda permanecia latente em seu peito. Sequer dormia na cama por conta das inúmeras memórias que estavam impregnadas lá, e não se sentia seguro o suficiente para abrir-se para outra pessoa.
Entretanto, a tentativa inconsciente de Kirishima lhe alegrou um pouco, então permitiu-se soltar uma leve risada enquanto respondia.
- Faça o que quiser. Não incomoda tanto assim. - anunciou, jurando ter visto um brilho nos orbes rubis. Uma risada gostosa fora ouvida de Kirishima com a imparcialidade que o loiro tentava transmitir.
- Tudo bem, Bakugou... bem, eu estive pensando s-sobre sexta-feira passada. - sua voz falhou por um momento, mas manteve a postura. Entrariam naquele assunto uma hora ou outra, então se apressar um pouco não faria mal a ninguém. Queria resolver aquilo e naturalizar as coisas entre os dois o quanto antes. - Se importa de conversarmos sobre isso?
- Fale. - foi seco, mas não por querer. Sequer quis olhar para Kirishima agora, estava envergonhado quanto aquele assunto, e imaginava que o ruivo também estivesse, todavia isso era de fato necessário.
- Eu pensei sobre isso de eu ter te beijado e, para ser sincero, imaginar isso não foi... ruim, sabe? - o volume de sua voz abaixava com suas palavras. Queria espairecer, ficar tranquilo diante daquele assunto, ser sincero com a pessoa que ele possivelmente gostava. Queria ter um relacionamento honesto, se realmente pretendia entrar em um. - Quero dizer, fui eu quem te beijei, né? Sinto muito mesmo caso eu tenha te forçado, o que quero dizer é que a ideia de te beijar não parece ruim. - atrapalhou-se, gesticulando as mãos e tentando explicar da forma mais informativa possível ao loiro que mantinha-se na mesma posição. Sua face só ficava mais quente a cada palavra proferida, queria sumir por ser tão fracassado em explicar um simples fator. - Meu Deus, eu sou horrível explicando coisas... se o que eu disse te incomodar, pode dizer, tudo bem?
Ouvindo aquelas palavras tão rápidas e bagunçadas, sentindo a vergonha lhe consumir ao receber uma declaração tão explícita de alguém, de forma tão embolada, Bakugou acabou virando a face para o lado, a fim de ver em que estado estava o ruivo, vendo sua face assemelhar-se aos fios tingidos de vermelho. Acabou rindo de nervoso com aquela situação extremamente bizarra e olhou nos orbes rubis, vendo que Eijirou sustentava uma expressão mais tristonha devido ao constrangimento.
- Eu já disse, não me incomodo. Só não esperava uma declaração fodida dessas, mas foda-se também, eu sei que sou irresistível. - gabou-se com certa superioridade para não só disfarçar seu constrangimento, como também apaziguar o constrangimento alheio. Ver Eijirou tenso e triste por aquilo não era uma coisa agradável.
- Anda muito convencido, não? - entrou no clima e riu com o loiro, vendo-o revirar os olhos com o comentário. - Não deve ser tão bom assim.
- Ah, é? Quer que eu prove então?
E após pronunciar isso, o silêncio retornou ao ambiente. Katsuki pensou nas palavras que falou e se calou de imediato, sentindo sua face quase entrando em combustão. No que estava pensando com aquela proposta descabida?
Eijirou cerrou o punho com o nervosismo que aquela pergunta lhe causou. Tentou, mas não conseguiu parar de pensar na ideia de tirar a prova real. Droga.
- Certo, eu exagerei. - o pronunciamento veio de Bakugou. Ele levou uma mão aos fios louros, apertando-os com certo ódio por ter falado merda.
Eijirou observou essa cena e quis muito deixar claro que aquilo não havia o incomodado, mas algumas vozes infantis foram ouvidas antes que pudesse se expressar.
- Papai, tô com fome! - Hana anunciou, chegando suja de areia perto dos adultos. Katsuo veio logo atrás. - Por que estão vermelhos?
Katsuki quase sentiu o coração parar com a fala da filha. Meu Deus, estava tão perceptível assim? Balançou a cabeça na tentativa de desviar os pensamentos sobre as palavras que ele mesmo proferiu anteriormente, se concentrando em responder a loirinha.
- Por nada, pequena. - se levantou do banco, ajeitando a coluna enquanto continuava conversando. - Vamos para casa jantar?
Tanto Hana quanto Katsuo queriam permanecer no parquinho, brincando com as crianças que se aproximaram naquele curto período de tempo, porém estavam com fome e sabiam que não adiantaria insistir para ficarem lá por mais tempo, afinal, seu pai não costumava voltar atrás em decisões.
Enquanto as crianças retornaram brevemente até o parquinho para despedirem-se dos amigos, Bakugou aproveitou para retomar o assunto principal.
- K-Kirishima. - chamou o mais velho que os observava ainda corado. - Obrigado pelo aviso novamente. - olhou nos olhos rubis, tentando disfarçar sua própria vergonha. - Eu vou resolver isso.
Viu o ruivo levantar-se e também encará-lo fixamente. Um sorriso surgiu em seus lábios com o agradecimento, que era algo bem incomum vindo de Katsuki, ressaltando que ele realmente deveria estar agradecido.
- De nada. - soou despreocupado, embora estivesse morrendo de vergonha por dentro. - Pode contar comigo se precisar de ajuda, viu? - sorriu - E nem adianta vir com esse papo de que não precisa de ajuda, eu sei bem que consegue lidar com seus problemas, mas eu não vou te julgar se estiver necessitando de algo.
Katsuki arqueou levemente as sobrancelhas, surpreso com a previsão do ruivo sobre sua reposta, apenas soltando um suspiro e sussurrou:
- Você é bom demais para existir... - sussurrou, mais para si mesmo do que para o outro, mas a surpresa estampada na cara de Kirishima o denunciou. - Se eu precisar, talvez eu te chame.
- Estarei esperando! - mostrou seus dentes pontiagudos no sorriso, e Katsuki não poderia negar que achava aquele sorriso estranhamente atraente.
Bakugou revirou os olhos com aquele ânimo todo e então lembrou de uma outra coisa que envolvia o ruivo. A proposta de seus filhos anteriormente... seria vergonhoso realizá-la, mas só de pensar na decepção dos dois ao contar que havia perdido tal chance, buscou coragem o suficiente para ao menos executar a pergunta.
- Mudando de assunto... você está ocupado no dia 20?
- Dia 20? Acho que não, por quê? - questionou e viu o nervosismo de Bakugou aumentar.
- Nesse dia será realizado a festa de aniversário da Hana... e sabe, ela quer que você vá. - explicou, colocando as mãos nos bolsos para que seu nervosismo não ficasse ainda mais evidente. - É isso. Você pode?
Sabia que estava ocultando uma informação importante; o fato de ser seu próprio aniversário. Por algum motivo, julgou que seria vergonhoso demais simplesmente convidá-lo para seu aniversário como um jovem de 15 anos apaixonado, também tinha certo receio de Kirishima não poder ir e isso acabar lhe machucando um pouco mais. Era um adulto, presentes não eram importantes para ele, não era necessário que Eijirou soubesse disso, pelo menos não por hora. Só dizer que era o aniversário de sua filha poderia ser suficiente para convencê-lo a ir.
Viu um certo brilho no olhar do mais velho, seu sorriso apenas se intensificou com o pedido.
- Olha, não tenho certeza se vou estar ocupado, mas vou fazer de tudo para deixar esse dia livre, tá bem? - explicou com uma felicidade evidente na voz. - Pode dizer para a Hana que o tio Eiji vai fazer de tudo para ir!
Katsuki ficou boquiaberto com aquela reação. Eijirou parecia uma criança que havia sido convidada para uma festa na escola, mas realmente achou aquilo fofo.
- Tá certo. - deixou um sorriso involuntário escapar, concordando.
Pegou-se pensando no quão sortudos eram aqueles próximos de alguém energético e sorridente como Eijirou.
***
Assim que chegaram em casa pela segunda vez naquele dia, Katsuo e Hana começaram a correr para o quarto, exaustos depois de tanto brincarem, querendo apenas descansar.
- Opa, nem pensar. - Katsuki se pôs na frente de ambos, utilizando sua voz autoritária e impedindo que eles passassem.
As crianças bufaram, já sabendo do que aquilo se tratava; teriam que tomar banho. A preguiça estava evidente no semblante de ambos, loira e moreno, eles realmente não queriam ter que ir tomar banho, só queriam se jogar na cama logo e dormir, mas para a infelicidade deles, Katsuki era rígido e eles não ousariam contrariar seu pai, também tendo ciência de que era bem melhor obedecê-lo.
- Pequena, você vai primeiro, tá? - Bakugou informou, falando docemente com a loirinha que acenou freneticamente e começou a correr para o banheiro, querendo tomar banho o mais rápido possível para aquela tortura acabar logo.
- Que injusto! - Katsuo se pronunciou, indignado com a ação do progenitor.
Iria para o quarto esperar pela irmã terminar o banho, mas foi interrompido pelo pai.
- Katsuo, enquanto sua irmã toma banho, nós vamos ter uma conversinha, tudo bem? - a expressão de medo do moreno deixou óbvio que já havia compreendido sobre o que se tratava aquela conversa. Seu professor havia realmente contado aquilo? Se sentiu triste pela exposição, ainda mais vinda de alguém que admirava tanto.
Seguiu o pai até o sofá da sala e ambos se sentaram lado a lado. Katsuki tinha uma expressão séria e Katsuo ainda tentava se fazer de desentendido, porém, o loiro tratou de dar logo início àquele diálogo antes que a chance fosse perdida.
- Quem está te perseguindo? - deu ênfase no "quem", imaginando que assim fosse obter uma resposta melhor.
-N-ninguém papai. - sua voz falhou e isso só colaborou para as suspeitas do mais velho. Katsuo tentou se recompor, querendo deixar claro de que nada de ruim ocorria com ele. - De onde tirou isso? E-eu tô muito bem!
O olhar incisivo do loiro foi direcionado ao moreno. Katsuki percebeu o medo no olhar do pequeno e se questionou o porquê de tanto medo. Doeria contar a verdade? Se havia alguém perseguindo ele, deveria contar imediatamente!
- Katsuo, o que eu te disse sobre mentir?
- Que é errado... e feio. - respondeu mais baixo, abaixando a cabeça.
- Então sabe que o que está fazendo agora é muito feio, não sabe? - indagou, vendo o menino se encolher com a acusação. - Quem são os garotos que estão te perseguindo?
- Não importa, papai, não precisa se preocupar.
- Kirishima me disse que eles iriam te bater se não tivesse intervido. - explicou, vendo o pequeno ficar boquiaberto com a revelação do ruivo. - Isso é verdade, Katsuo?
O moreno levantou a cabeça, indeciso. Se dissesse que era mentira, seu pai acharia que o Tio Eiji era um mentiroso, e não queria isso para ele. Por outro lado, se enfim revelasse o bullying que vinha sofrendo, daria mais trabalho ao seu progenitor, portanto, elaborou uma reposta qual julgou ser a melhor.
- É sim, mas eu vou resolver isso! Não quero te atrapalhar, papai. - se segurava para não chorar, não queria demonstrar que estava desesperado, mas quando Katsuki franziu as sobrancelhas em uma expressão irritada não pôde mais segurar as lágrimas.
- É por isso que não me contou? Achou que iria me atrapalhar? - estava indignado diante daquela conclusão. Não imaginou que seu filho fosse pensar daquela forma. Viu o moreno acenar positivamente com lágrimas nos olhos. Seu peito apertou ao vê-lo choroso daquela forma - Ei, tá tudo bem, não chore, pequeno... - acolheu o menor em seus braços, afagando os fios negros para tentar acalmar o garotinho.
- Você tá bravo comigo, papai?
- É claro que não. - o loiro afirmou, não queria que seu filho o temesse. - De forma alguma isso vai me atrapalhar, você é meu filho e se algum garoto estúpido estiver implicando com você, é para me contar, viu? - o pequeno sibilou uma resposta em afirmação. - Me diga quem são os garotos e eu vou resolver isso.
Katsuo ponderou por mais um tempo, mas vendo que seu pai não desistiria, ele revelou:
- Eu sei só de um deles... Monoma Seiji.
***
6 de abril de 2020 - Terça-feira
Katsuki estava na diretoria neste exato momento. Era melhor usar parte de seu tempo livre para resolver aquele problema do que utilizar o pouco tempo que tinha no resto da semana.
Estava sentado na cadeira em frente à mesa do diretor, que encarava ele e outro homem de fios louros ao seu lado. Seus orbes eram arroxeados, e ele parecia sério perante a situação que havia sido posto em uma tarde de trabalho. Bakugou fervia de ódio ao fitar aquele homem, querendo despejar mil xingamentos acusando-o de não educar o filho direito, mas por hora buscava ter calma para que nada saísse do controle e ele obtivesse êxito em encontrar uma resolução justa para aquele problema.
Os adultos ouviram o barulho da porta sendo aberta por uma monitora, ela deu espaço para que as duas crianças - Katsuo e Seiji - entrassem no lugar depois de terem sido chamadas na sala. Katsuo não segurou a face de surpresa ao levantar a cabeça e fitar o progenitor sentado na cadeira com os braços cruzados, pensando que aquilo realmente poderia causar problemas. Bakugou tratou de retirar a expressão amargurada da cara ao fitar seu filho, direcionando a ele um olhar mais pacífico e terno. O outro menino se encontrava profundamente irritado ao ver seu pai ali, olhando o moreno com um ódio explícito.
Bakugou teve que se segurar para não xingar aquele menino aos montes.
- Certo, agora que estão todos aqui, quero que as crianças expliquem o que aconteceu. - a fala veio do diretor, Katsuki quase soltou um rosnado com a enrolação ao ver Seiji se pronunciar, acusando seu filho.
- O Katsuo fica me provocando! Eu não tenho culpa! - argumentou, olhando para seu pai como se quisesse que este acreditasse. - Esse chato sem mãe fica incomodando a gente.
- Sem mãe? - Katsuki interrompeu, trincando o maxilar com aquela caracterização. Mas que porra aquele garoto estava tentando explicar?
- Katsuki, deixe-o terminar...
- Não, Senhor Kenjiro. - quem se pronunciou foi Monoma. Seu cenho estava franzido com aquelas argumentações sem base, frutos de uma inveja oculta. Neito lembrava-se de como era quando mais novo, e isto colaborou para que entendesse de imediato as atitudes do filho. - Primeiro, Seiji, o que está implicando com isso?
Bakugou decidiu permanecer em silêncio, chamando silenciosamente o filho para que se pusesse ao seu lado. Ficou profundamente irritado com a menção daquele garoto ao fato de Katsuo não ter mais uma mãe presente, tendo uma pequena compreensão de que algumas pessoas viam aquilo como motivo de humilhação e aquilo acabava sendo absorvido pelas crianças, que replicavam tais ações na escola. Não parecia ser o caso da família Monoma ao constatar que o loiro de írises lilases se abalou com as palavras do filho, como se não soubesse que Seiji tinha aqueles tipos de pensamentos.
- Ué, falaram que quem não ter uma mãe é vergonhoso! O Katsuo deve se sentir envergonhado por isso, a mãe dele foi embora! - revelou, genuinamente crente de que aquele era o certo e que estava fazendo um favor à humanidade colocando Katsuo em seu devido lugar.
- Quem te falou isso?
- O-o Satoru... - mencionou o amigo, baixinho. Katsuo ficou irritado com a menção do menino de fios castanhos.
- Hm. - Monoma estreitou os olhos, vendo o quão inseguro seu filho estava e suspirando com aquelas atitudes, aproveitando de sua vulnerabilidade em admitir as coisas para que a verdade fosse exposta de vez. - Foi por isso que perseguiu Katsuo?
- Sim... - a resposta veio baixa e só ao sair que notou sua admissão. - Espera, não! Ele... ele...
- Já chega. - falou e viu o filho calar-se, quase chorando. Arrumou os fios louros e olhou para Bakugou. - Sinto muito pelas atitudes do meu filho, ele tem essa mania de copiar as pessoas.
Katsuki semicerra os olhos, percebendo que as palavras do outro eram genuínas e respirou fundo. Pousou os olhos em Katsuo e viu-o preocupado, mas minimamente satisfeito por aquela confissão.
- Só eduque seu filho direito, por favor. - foi rígido, tendendo à educação pelo ambiente em que estavam e desviando as írises rubras para o diretor, Kenjiro Suzuki. - E eu gostaria de saber o porquê de não ter sido avisado sobre isso.
- Katsuo disse que estava tudo bem e insistiu para que não contássemos para o senhor. Como eu não possuía nenhuma prova concreta, pensei que era apenas um mal-entendido, então não liguei. - ele explicou e Katsuki só fervia de ódio a cada palavra proferida naquela desculpa mesquinha.
- Ele é uma criança sofrendo bullying, você acha que ele não mentiria sobre isso? Como pôde não ter ao menos a decência de me informar que meu filho poderia estar sendo um alvo? Tem noção do quão isso é sério? - uma pergunta atrás da outra. Katsuki mediu muito bem suas palavras para que não xingasse o homem mais velho de uma vez e corresse risco de perder o emprego. Também não quis expor Eijirou pelo mesmo motivo, afirmando anteriormente ter descoberto sobre o bullying apenas porque Katsuo lhe contou. - Com todo respeito, quanta irresponsabilidade.
- Concordo. - Monoma afirmou. - Sequer me avisaram de que meu filho poderia estar implicando com alguém!
Foi surpreendente para Bakugou ter o outro loiro ao seu lado, mas entendeu seu ponto. A escola havia sido irresponsável ao não avisar de imediato coisas como aquela, ou tentar resolver a situação.
- Certo, certo, eu entendo a visão de vocês, mas...
- Não tem "mas", você foi irresponsável e exijo alguma medida em relação a essa situação. - Neito novamente tomou a frente da discussão, falando exatamente o que Bakugou queria dizer, mas não podia por ser justamente um professor que trabalhava naquela escola. Seus filhos possuíam privilégios por poderem ter a alternância entre turnos matutinos e vespertinos durante a semana e certamente não queria perder isso, pois complicaria tudo. - Façam algo a respeito disso.
- Tudo bem... eu tomarei atitudes quanto a isso.
- Espero que uma suspensão esteja inclusa. - o próprio pai do garoto que seria suspenso falou. - Sua mãe não vai te perdoar tão cedo, moleque. - olhou para Seiji, vendo-o quase chorar por saber que teria restrições em seus jogos e quanto a televisão, além de que ouviria sua mãe irritada perante suas atitudes. - Sugiro que tomem medidas em relação a todos os envolvidos, com exceção do Katsuo, é claro.
Katsuki certamente não esperava isso de Monoma, vendo-o como alguém esnobe assim que chegou na diretoria, porém, aquela atitude com certeza lhe felicitou. Esperava que aquela situação toda não tivesse impacto em sua carreira e que o diretor não fosse ignorante quanto aquelas repreensões.
Katsuo segurou os risos ao ver Seiji enfurecido com o castigo que estava recebendo, de braços cruzados com aquilo. Sentiu a mão do progenitor afagando seus fios negros e sorriu para ele, contente de que aquilo tivesse dado certo, apesar de almejar que seu pai estivesse descansando em casa ao invés de estar ali.
Mas bem, ficou ainda mais agradecido ao seu tão adorado Tio Eiji por ter conversado com seu pai, não tendo real entendimento de que aquilo foi para seu bem, mas compreendendo que o ruivo queria que as coisas dessem certo para eles.
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Bem... alguém esperava por um Monoma assim? Pois é kk, mas ao menos ele não foi ignorante tentando inocentar o filho como muitos pais costumam fazer.
Espero que tenham gostado! ^^
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