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Capítulo 4

Quarto Capítulo

Marcela



Eu sempre fui uma pessoa positiva e de bem com a vida, mesmo nas dificuldades eu tentava ver o lado bom e uma forma de reverter àquela situação. Na minha tragédia de vida eu nunca perdi as esperanças, mesmo quando já não me davam nenhuma.

Fiquei do lado do meu Zeca até o último momento. E a amizade do Paulo foi o que me abasteceu de esperança, ajudando em várias etapas daqueles meses.

Eu e ele tornamo-nos amigos num momento no qual nada parecia ter sentindo em nossas vidas. E essa amizade foi se fortalecendo à medida que percebíamos ser apoio um ao outro.

Um dia, conversando sobre as nossas histórias, pensamos em contar tudo em um livro. Depois nossa ideia foi amadurecendo e falamos em montar um blog na internet, no qual as pessoas pudessem ler nossas histórias e contar as delas. Assim, diminuiriam as suas dores, percebendo que não estavam sozinhas.

Deste modo, nosso projeto foi tomando forma.

Nosso grupo'Histórias de Vida' foi formado na internet por eu e ele. Começamos a divulgar na nossa rede social. Em uma semana já éramos 36 pessoas. Num mês tínhamos mais de cem. Para nós, a quantidade de membros não era o mais importante, mas sim a qualidade que estava se formando. Tanto que algumas pessoas que entraram no embalo da empolgação acabaram saindo.

Criamos o slogan...

"Conte a sua História..."

E a cada dia uma pessoa criava coragem e contava a sua história.
Aparecia de tudo...

História trágica de casamento mal resolvido...

Tragédia pessoal...

Doença que atingia uma família e a arrasava completamente...

E outras "rasteiras" da vida...

De tudo...

Era um espaço aberto.

E os diálogos que se formavam entre os membros do grupo? Eram muito bons...

Saiam assuntos variados sobre tudo, desde que houvesse respeito, não importava o assunto. Se algo saísse do controle, os moderadores, neste caso eu e o Paulo, estávamos lá para chamar o envolvido no privado e dar um "toque", e se não resolvesse essa pessoa era removida do grupo.

Às vezes eu ficava ali somente lendo, não interagia. Outras vezes entrava na conversa e dava conselhos e exemplos.

Estava tirando muito mais força daquelas pessoas que contribuindo, eu pensava.
E elas diziam que estavam ganhando coragem de reagir para viver através da nossa ajuda.

Eu fui a primeira a deixar meu depoimento. E foi assim:

Eu conhecia meu marido desde... Acho que desde sempre, eu era a melhor amiga da irmã dele.

Vivia na casa dela e ela na minha. Adorava ficar olhando para ele quando estava por perto. Ele nem dava bola para mim, somente pensava em futebol e jogo de vídeo game.

Foi numa festa que ele me chamou para dançar e falou no meu ouvido que eu era a amiga mais bonita da irmã dele. Fiquei nas nuvens e muito brava depois de saber que ele falou a mesma coisa a todas as garotas com quem dançou naquela noite. Não queria mais olhar na cara dele.

Mas como ele era engraçado e eu muito boba acabei cedendo e voltando a ficar "de boa" com ele.

Num dia, ele me deu um beijo rápido na boca e saiu correndo. Acho que fui para casa flutuando naquela tarde.

Depois de quase um mês ele se ofereceu, por ter escurecido, para me acompanhar até em casa. E no caminho pegou na minha mão, como não recusei, antes de chegar a minha casa ele perguntou se eu queria namorá-lo.

Eu não sabia o que falar tamanha era minha vergonha... Fiquei em silêncio até a porta da minha casa.

Então respondi:

- Sim! - e entrei correndo.

Depois daquele dia éramos namorados. Ele me esperava na saída do colégio e voltávamos juntos para casa. Minha amiga e atualmente cunhada sempre falava a mesma coisa:

- Não acredito que com tantos garotos lindos você vai namorar meu irmão! Isso não vai longe...

E foi! Namoramos durante o ensino fundamental e o colegial. E quando ele foi para a faculdade, chegamos a terminar e a ficar separados por seis meses. Depois que voltamos colocamos aliança de compromisso e em seguida ficamos noivos. Era pra valer.

Casamos logo depois da minha formatura, um ano depois da dele.

Fazíamos muitos planos, inclusive ter filhos logo. Nosso combinado era após um ano de casados não evitarmos mais a gravidez.

Então, ele resolveu tirar aquelas pintas, que num exame médico do clube, o médico o aconselhou.

Acordamos cedo naquele dia, tomamos café, na verdade eu tomei, ele precisava ficar em jejum para não ter enjoo durante a cirurgia. Era para estarmos às oito e meia no hospital. A médica previa que às dez horas já estaríamos liberados, então iríamos passar o dia livre, namorando.

Entramos naquele hospital de mãos dadas e felizes, confiando naquilo que a médica havia dito: "o procedimento é simples".

Aproveitaríamos o dia de folga que tínhamos para ficar juntos; almoçar no shopping e ir ao cinema. Voltaríamos para casa e curtiríamos o final do dia. Seria tudo perfeito.

Mas não foi assim...

Os minutos foram passando... Passando... E nada!

Conheci uma pessoa que estava ali na mesma situação que eu... Conversamos um pouco e ele me contou das dificuldades com a doença da esposa...

Sua vida era uma luta diária. Fiquei comovida com a história deles... Era uma linda história de amor.

A cirurgia do meu marido começou a demorar mais do que o previsto. Mas eu continuei tranquila, pois sabia que estava tudo bem, era simples.

Mas os minutos se transformaram em horas e nada!

Por fim, meu colega de sala de espera foi ver a esposa, e eu continuei ali, já um pouco nervosa. Procurei por notícias e me disseram que houvera alguns imprevistos, mas que a médica já falaria comigo.

Aguardei, aguardei e depois andei de um lado a outro, até que os médicos vieram falar comigo.

- Desculpe-nos a demora, mas não esperávamos o imprevisto. - disse.

- Posso ver meu marido agora? Vamos poder ir embora? - perguntei não gostando da cara deles.

- Podemos conversar no meu consultório? Tem alguém acompanhado a senhora?

Senti um frio percorrer todo meu corpo.

- Por quê? Quero ver meu marido! - falei.

- Venha por aqui, por favor. - disse um dos médicos - vamos levá-la em instante.

Acompanhei-os até um consultório onde me sentei e aguardei que falassem.

- Ele está na Unidade de Terapia Intensiva se recuperando.

Essa frase ficou rodando na minha cabeça e eu não consegui compreender o que ela significava.

UTI? UTI! Mas UTI por quê? Fiquei sem chão, já não escutava mais nada do que eles falavam.

- O que aconteceu? Quero vê-lo! Onde ele está? - fiquei muito nervosa.

- Acalma-se! Por favor, fique calma. Ainda não sabemos quais sequelas ele terá.

- O que? Sequelas? - fiquei transtornada.

Eles tentaram me explicar tudo de novo...

Naquele momento eu estava totalmente descontrolada, chorava compulsivamente.

Meu marido entrou bem, andando e agora estava na UTI.

Não dava para acreditar.

Consegui passar o telefone dos meus pais para a enfermeira.

Um pouco mais tarde, entrei na UTI e não acreditei no que eu vi.

Seu corpo parecia sem vida.

A minha vida começou a mudar naquele momento.

Aonde iriam meus sonhos?

Nossos planos para o futuro que estávamos começando?

E se eu estivesse grávida?

Estávamos casados há dois anos e planejávamos a vinda de um filho.

E agora?

Quando saí da UTI minha mãe estava na sala de espera. Chorei no seu ombro como uma criança

vendo seu castelo de areia sendo desmoronado pelo vento e pelas águas do mar.

Sem entender o que realmente havia acontecido eu ficava a rezar e pedir para Deus a recuperação do meu marido. No entanto, para a notícia que veio em seguida eu não estava preparada. Os exames constataram que o cérebro do meu Zeca havia sido totalmente queimado.

Foi aberta uma sindicância e descobriram um erro grave hospitalar.

Instalações erradas dos tubos fizeram que meu marido inalasse um gás tóxico...

Conclusão: meu marido ficou num quadro vegetativo.

Uma semana se passou e foram refeitos todos os exames e outros diferentes. Eu rezava para que a qualquer momento os resultados fossem positivos.

Passei a ficar mais no hospital do que na minha casa. Pedi afastamento do trabalho.

E ali na sala de espera eu reencontrei o Paulo.

Contei a ele o que havia acontecido e naquele momento eu consegui ver nos seus olhos toda a sua compaixão por mim.

Pegou em minhas mãos, apertou-as e depois falou:

- Não tenho palavras que possam te confortar. Eu sinto muito. - senti que eram verdadeiras - mas uma coisa eu te falo, enquanto tiver uma possibilidade, se agarre a ela. E pode contar comigo.

Aquele momento sua força me fez ter mais esperança nos novos exames. Mas nada mudava a cada resultado.

Os dias foram passando...

Os meses...

Até que um dia o diretor do hospital veio conversar comigo.

- Sei que nada que eu venha a falar vai trazer seu marido de volta. Mas toda a assistência será dada a você e a ele.

- Sei...

- Podemos transferi-lo para uma clínica particular onde ele terá pessoas cuidando melhor dele, assim você não precisaria ficar todo tempo aqui, - parou um pouco sem jeito - ou... Constatamos... Podemos vir a desligar os aparelhos que o mantem...
Levantei na hora.

- Não! Nunca! Jamais farei isso!

- Entendo que é difícil... - levantou também - Mas se a senhora pensar...

- Eu não vou pensar neste assunto. Eu não vou ser a responsável por decidir isso. Eu não sou Deus! E ele vai viver enquanto Deus quiser assim. Pode ser egoísmo meu! Mas eu o quero perto de mim, neste momento não importa como! Mas ele está aqui!

- Então pense na clínica...

Eu já estava para sair daquela sala. Tremia de raiva da audácia dele. Voltei-me a ele e falei:

- O senhor já parou para pensar em toda esta situação como se fosse sua? O que fizeram na nossa vida? Os nossos sonhos? Para aonde eles foram agora? Acabou! Vocês criaram o problema e agora estão querendo uma solução fácil. Sem pensar na minha vida! Eu sei que a responsabilidade é de vocês! E eu sei dos meus direitos. - chorando saí batendo a porta atrás de mim.

Naquele dia, mais tarde, eu encontrei o Paulo e a esposa saindo do hospital. Ela havia tido alta depois de vários dias. No último mês foram várias internações para fazer hemodiálise.

O Paulo voltou-se até mim e deixou o número do seu telefone, caso eu precisasse conversar. Ele percebeu meu nervosismo e ficou preocupado.

Alguns dias depois ele veio saber como eu estava e eu contei tudo.
Ele aconselhou-me a procurar um advogado e entrar com uma ação contra o hospital. Mas eu não tinha cabeça para pensar nestas coisas.

Nenhum momento eu pensava em tirar aproveito da situação, mas aquela conversa ficava martelando na minha cabeça.

Certo dia eu recebi uma ligação e o homem se apresentou dizendo que era amigo do Paulo e que sabia da minha história.

Marquei um encontro e conversamos muito tempo sobre o assunto. Ele juntou toda documentação e entrou com uma ação por perdas e danos contra o hospital.

Não precisou muito esforço para o hospital aceitar a ação e pagar uma indenização em nome do José Carlos. Mas para mim nenhum dinheiro seria o suficiente e pagaria a minha dor e uma vida. Eu não queria dinheiro nenhum, a vida do meu Zeca não tinha preço. Mas o dinheiro foi para nossa conta e ficou lá sem ser mexido. Quatro meses se passaram de idas e vindas ao hospital.

Eu lia para ele todos os dias. Fazia massagens nos seus pés e contava tudo que se passava no Brasil e no mundo.

Nesta época ele já havia sido transferido para o quarto.

Ele fazia fisioterapia diariamente para evitar atrofiar a musculatura. Mas não demonstrava nenhuma reação, nada de reflexo.

Um dia ele começou a ter febre. Exames mostraram uma pneumonia. O quadro foi agravando e ele voltou para UTI.

Naquele período ficou sem fazer a fisioterapia.

Quando voltou para o quarto, estava com os pés um pouco deformados.
Quinze dias depois seu quadro respiratório alterou de novo e ele veio a ter uma parada respiratória e na segunda vez seu coração não resistiu e parou.

Seis meses e dezoito dias daquele dia de sol que entramos naquele hospital eu sai sozinha sem mais nenhuma esperança.

Tudo havia se acabado.

Velei meu marido e o enterrei.

Quando voltei para casa naquela tarde eu chorei abraçada ao travesseiro, assistindo a filmagem do nosso casamento, nossas viagens e filmes bobos que fazíamos. Eu tive que aprende a viver um dia de cada vez por nós dois. Foi difícil porque eu não sabia como fazer isso, não sem ele.

O pior de tudo era saber que tudo aquilo poderia ter sido evitado.

Depois daquela noite decidi que somente me lembraria dos nossos bons momentos.
E assim tentei seguir.

Voltei ao meu trabalho e aos poucos fui seguindo com a vida.

Cinco meses depois eu estava numa loja de livros no shopping e encontrei o Paulo.

Ele disse que havia ficado sabendo do falecimento do Zeca quando voltou ao hospital um mês depois. Fomos tomar um café e ele contou a sua história de vida com sua esposa.
Se eu já gostava dele até então, depois de conhecer sua história eu tive mais respeito ainda pelo homem que ele era e pelo amor que ele e a esposa tinham um pelo outro.
Depois no final do seu relato ele disse:

- Eu, às vezes, tenho medo dela parar de lutar e desistir. - ficamos nos olhando.

Eu não sabia o que lhe dizer, pois sabia bem o que era esse sentimento. E desta vez, eu foi quem pegou em suas mãos e lhe passou força.

- Um amor bonito assim é abençoado por Deus. Vocês têm que continuar confiando.

Assim o tempo passou...

Um ano.

Saindo do cemitério encontro o Paulo. A esposa dele havia partido há dois meses e ele também estava ali para uma visita.

Voltei com ele para dentro do cemitério e fui visitar 'a sua Val'.

Não acreditei na tamanha coincidência.

A Valquíria era quase "vizinha" do meu Zeca.

Quando ele disse que gostaria de ir ao túmulo do Zeca eu apontei e mostrei do lado, já chorando.

- José Carlos? Esse é o Zeca? - afirmei com a cabeça - Que coincidência...

Saímos de lá e fomos almoçar juntos.

Outro dia jantamos...

Tomamos um café...

Sorvete...

Meu nome é Marcela, e essa é a minha História de Vida.

E assim eu e o Paulo administramos o grupo.

Um dia, um depoimento em especial, chamou minha atenção. Fiquei tentada a puxar conversa com a mulher que atendia por M.

Sua história me tocou profundamente.

Então, respirei fundo e apertei as tecla e mandei. "Clic"!

- "Se quiser conversar no privado pode me chamar."

Marcela.


Chorando? Eu também...

São história que parecem absurdo de acontecer, mas acontecem. Assistindo televisão outro dia eu vi cada história que poderia ser contada aqui também. Uma me chamou atenção por ela ter o mesmo problema de vista que eu, ceratocone. Ela precisou fazer um transplante de córnea na vista direita. E não é que transplantaram o olho esquerdo dela? Imagina a situação? Pois é...

Espero vocês na próxima sexta (dia 22) para conhecer mais um pouco da Marisa... ela vai conhecer alguém especial... Quer saber? Então vou te esperar ansiosamente...

Grande abraço,

Lena Rossi.

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