Capítulo Quarenta e Oito
Marshall Aldrin Vamps:
— Assustado? — Perguntei a Daniel enquanto ele me puxava de volta para o quarto, minha voz ressoando dentro do espaço confinado.
Foi então que percebi que estava apertando suas mãos com tanta força que os nós dos dedos começaram a ficar brancos. Ele ainda mantinha seu rosto baixo, fixando seus olhos intensamente em um ponto específico do chão. Com uma deliberada lentidão, ele finalmente voltou na minha direção. Quando seu rosto se ergueu, estava distorcido, provavelmente devido à conversa que tínhamos tido antes. Apenas um pensamento cruzou minha mente enquanto eu o observava.
É claro que ele estava triste por ter perdido o pai, mas o Senhor Vamps não mudaria de ideia, isso era evidente.
Me respondeu com um aceno de cabeça. Claro, isso era uma mentira. Ele estava morrendo de medo e tremendo por isso tudo.
— Eu...não aceito que ele fará isso, para que escolher a morte ao invés dos filhos. — falou gaguejando, dizendo que a primeira coisa que vinha em sua mente podia pensar que não tinha nada a ver com o quão perfeito ele parecia, em seu desespero para quebrar o silêncio constrangedor e ensurdecedor que estava surgindo da parte dele.
Quando vi que ele estava me mostrando o seu lado sincero que tinha medo de perder a todo, me aproximei dele e o abracei, de primeira iria parecer que estava se esquecendo de respirar.
— Isso mesmo mostra o que sente. Normalmente precisamos fazer isso para que possamos ser considerados humanos. — Sussurrei contra seu ouvido. — Ele finalmente se tornou forte para tomar essa decisão, de ir atrás da mulher que ama e ser livre de tudo.
— Está dizendo que a morte vai ser libertadora para o meu pai! — Daniel disse acusatório.
— Seu pai sabe o que está fazendo, então deixe ele se unir com a pessoa que ama e sente falta de estar perto. — falei e o mesmo me afastou lentamente fazendo uma expressão de desgosto. — ele sabe que os filhos sabem se proteger e são amados por seus amantes, essa é a paz que ele sempre quis ter.
Estava pelo menos tentando fazer ele ser atencioso com a escolha do pai. Mas então lembrei que isso era parte do que essa família sente um pelo outro. Seu pai era responsável por cuidar de tudo sobre o clã e ser a luz da do bom senso dos filhos, agora estava deixando tudo para que eles fossem responsáveis por esse lugar. Eles deveriam vigiar a Alcateia do território e mantê-la segura, gostando ou não. Ainda assim, estava feliz que pelo menos Daniel decidiu mostrar que tinha medo de estar as coisas que o pai conseguiu construir para esse lugar.
— Estarei aqui para ajudar, assim como os outros com cada caminho que escolher — Falei e o mesmo sorriu um pouquinho.
— Obrigado, amor — Sua resposta imediata foi quase como um suspiro suave, se não tiver super audição. — iremos ser nós daqui para frente, será que isso é uma sábia decisão da parte dele fazer isso tudo.
— Ele sabe que os filhos são muito capazes de tudo — falei sorrindo. — eu te ajudarei porque sou muito bom em organização e te amo também, Vampiro híbrido.
— Também te amo, meu Quadribrido. — Sussurrou baixinho.
Acho que nunca pensei que um dia me encontraria casado com um vampiro, sendo o primeiro de uma nova espécie que chega a ser tudo diferente. Eu esperava que fosse capaz de falar com meu marido sem tremer, mas de alguma forma, conversar com ele não era tão terrível quanto ela pensava ou quando era seu ombro amigo. Ele estava um pouco tenso e gaguejando, mas estava feliz, que me mostrou seu lado mais humano.
— Meu pai realmente escolheu isso para encontrar minha mãe de vez, acho melhor aceitar isso — ele disse de repente sem se afastar de mim. Suas palavras eram como murmúrios. — Isso deve ser suficiente para aliviar meu medo um pouco.
— Eu sou seu marido agora, Daniel — Sua voz ficou um pouco firme. — Deixe-me lembrá-lo novamente que como seu marido, eu pessoalmente jurei protegê-lo, cuidar de você e ser seu ouvinte.
Naquela noite, seu pai abraçou cada um dos filhos com força, pedindo desculpas por ter que ser assim e prometeu que vão ter futuros lindos.
O vi indo em direção ao jardim com a estaca em mãos, erguendo e a mirou em seu coração. Então lentamente seu corpo começou a se encolher que foi quando caiu no chão.
Geovane, Rick e Tedy foram até o corpo indo enterrar o mesmo perto de onde a mãe deles estava enterrada.
Ouviu suspiro quieto de Daniel e Lilly. Os dois em silêncio vendo o pai partir.
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Dois meses depois.....
O semáforo, finalmente, exibiu o verde que tanto aguardava. Com passos decididos, segui pela rua, embora meu caminhar denunciasse uma irritação profunda. Eu resmungava internamente por Daniel não ter cumprido sua promessa de comprar os materiais necessários para o trabalho escolar dos gêmeos. Desde o falecimento do senhor Vamps, a paz havia retornado lentamente à nossa vida, e meus cunhados e meu esposo estavam, aos poucos, começando a aceitar o que acontecera.
Enquanto caminhava, distraída em meus pensamentos, um grito agudo ecoou ao longe, rompendo o silêncio. Meus olhos vasculharam a rua e se fixaram em um menino vestido com um uniforme amarelo de jardim de infância. Parecia ter tropeçado e caído bem no meio da estrada, com lágrimas inundando suas bochechas rechonchudas.
Um estridente som de buzina preencheu o ar, abafando os soluços do garoto. Com um rápido movimento, corri em sua direção, deixando as compras para trás. Apanhei o menino em meus braços, preocupada com sua segurança.
— Você está bem, garoto? — perguntei com ternura, e ele ergueu os olhos inchados para mim, em seguida, olhou para o joelho arranhado.
Um olhar rápido para os lados revelou a iminente aproximação de um enorme caminhão, que parecia não dar sinais de diminuir a velocidade. Preparei-me para proteger o garoto, concentrando-me em cuidar de seu joelho ferido. Para minha surpresa, o menino riu enquanto eu limpava a ferida, agradecido por minha ajuda.
Uma jovem se aproximou de mim, aliviada, e agradeceu por eu ter salvado seu filho. Com um sorriso, entreguei o garoto aos braços de sua mãe e me dei conta das compras que havia deixado para trás. Voltei para recuperá-las antes de continuar meu caminho.
Tudo parecia tranquilo, pelo menos desde o casamento iminente de Juliano e Megan, que estava a apenas algumas semanas de distância. Enquanto caminhava em direção à mansão Vamps, observei os gêmeos brincando com Utily, meus cunhados desfrutando de momentos alegres com seus parceiros, e Aart imerso em um livro. David estava rindo com seus amigos, enquanto Hampher segurava sua mão com carinho.
Superei a cena e meu cachorro veio saltitando em minha direção, exalando alegria.
— Você não pode perder a Festa da Tumba de Anúbis. É o evento perfeito para relaxar e todos se comportam com muita moderação — disse uma amiga de David, enquanto saboreava seu refrigerante.
Na cozinha, encontrei Daniel com uma expressão pensativa que se transformou em um amplo sorriso quando me viu.
Empurrei as sacolas em sua direção, e ele as apanhou rapidamente.
— Comprei os materiais. Agora, você vai ajudar com o trabalho deles — declarei, roubando-lhe um beijo nos lábios. — Se não colaborar, vou acabar com você.
Ele riu, apreciando meu lado determinado.
— Adoro quando você fica assim, tão fofa e agressiva ao mesmo tempo — respondeu, rindo junto comigo.
Com um sorriso nos lábios, Daniel começou a examinar os materiais que eu trouxe. Ele estava prestes a mergulhar de cabeça no trabalho dos gêmeos, um olhar de concentração substituindo a expressão pensativa de antes.
Enquanto trabalhávamos juntos, trocávamos risadas e conversávamos sobre o dia agitado que tínhamos tido. Era momentos como esses que faziam a vida após a partida do senhor Vamps, mais suportável. Nossa família estava se aproximando cada vez mais, encontrando força na união.
Mais tarde, quando os últimos retoques no trabalho estavam sendo feitos, decidimos dar uma pausa merecida e relaxar um pouco. Caminhamos até o jardim dos fundos da mansão, onde a atmosfera tranquila contrastava com a agitação da cidade lá fora.
Observamos os gêmeos brincando com Utily, que parecia o cão mais feliz do mundo. Minha atenção se voltou para meus cunhados, que compartilhavam risadas e histórias com seus parceiros. Aart ainda estava absorto em seu livro, perdido em seu próprio mundo de imaginação.
David estava cercado por amigos, todos conversando animadamente. Ao seu lado, Hampher segurava sua mão com carinho, um gesto que sempre me fazia sorrir.
Enquanto contemplávamos esse quadro familiar, meu cachorro se acomodou a nossos pés, como se estivesse protegendo seu território. Sentimos uma sensação de paz e gratidão pelo que tínhamos, mesmo que a ausência do senhor Vamps ainda fosse profundamente sentida.
Nossa vida continuava, com suas alegrias e desafios, e a festa de casamento de Juliano e Megan se aproximava, prometendo ser uma celebração memorável. Enquanto eu e Daniel observávamos aquele momento de serenidade no jardim, percebemos que, apesar das adversidades que havíamos enfrentado, a família Vamps estava unida e pronta para enfrentar o futuro juntos.
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Gostaram?
Até a próxima 😘
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