𝔁𝔁𝓿𝓲𝓲𝓲. forma
capítulo vinte oito
❛ forma ❜
ponto de vista, IRIS GOLDING
𖥔 ݁ ˖
Quando Jude disse que queria unir as famílias, eu não havia entendido que o Real Madrid se inclua como uma delas. Não até ver vários jogadores do time, vestidos de forma elegante, na casa de Jude em Stourbridge.
No papel de divórcio, vamos ter que colocar Camavinga, Sydney, Vini, Rodrygo, Tchouameni, e agora Trent, Gio, Toby e Noah para a guarda compartilhada?
Obviamente no início fiquei louca porque não estava esperando isso. Não tivemos uma briga séria, mas certamente falei que eu queria saber sobre a existência dos jogadores na festa da família. Ele pediu perdão por não me avisar, mas deixou claro que os garotos sempre estariam nesses tipos de evento. Concordo porque gosto de todos.
Não optamos por uma decoração elaborada. Só queríamos comida pra caramba e todos arrumadinhos para tirar diversas fotos e brindar a meia noite. Sem chuva de fogos porque Jude negou quando Jobe pediu, já que Blanca sempre estava conosco.
Nesse momento, eu estou tirando as fotos mais lindas desse mundo no jardim da casa. Meu vestido branco, com uma fenda na barriga, destaca meu corpo e Jude faz questão de mencionar isso enquanto tira as minhas fotos. Eu o treinei bem, então sabe os meus melhores ângulos fotogênicos. De acordo com ele, sou bonita até sem tentar ser, o que é verdade.
— Como você pode parecer assim? Deveria ser impossível, por Deus! — Ele termina de tirar as fotos, vindo até mim e roubando um beijo.
A marca do batom vermelho ainda estava em sua bochecha desde quando terminei de me arrumar. Ele sempre diz que não se incomoda com aquilo.
— Você faz seu papel de namorado muito bem, querido.
— Eu sei, né? Sou ótimo nisso.
— Em ser namorado? — Dou risada da forma como demonstra que tem o ego alto, assim como eu.
— Em ser seu namorado. Nasci pra isso. — Então deixo mais um beijo porque ele sempre me deixa nesses momentos que não tenho palavras pra retribuir o quão bem me trata.
— Com licença, senhor Bellingham. Perdão pela interrupção. Seu pai está chamando você e sua esposa. — O garçom aproveita o momento para entregar taças de champanhe para nós.
— Não sou esposa dele, senhor. Mas obrigada por avisar. — Pego uma das taças e vejo Jude concordar com a cabeça, agradecendo.
Em seguida, vira para mim com estranhamento no rosto enquanto andamos do quintal aberto até a parte de dentro da casa.
— Por que reclamou com ele por ter te chamado de minha esposa?
— Eu não reclamei, só disse um fato. Eu não sou sua esposa. Não vejo uma aliança no meu dedo. — Sussurro a última parte. Balanço meus dedos da mão para ele, mostrando anéis chiques, mas nenhum de compromisso.
Ele parece ficar em choque com minhas palavras, mas não deixa de estar aparentemente incomodado, até de uma forma engraçada.
— Não é porque não tem um aliança no dedo, que tem que me negar por aí.
— If you like then you shoulda put a ring on it! — Canto a letra de "Single Ladies" da Beyoncé, balançando minhas mãos e vendo ele dar uma risada revoltada para mim.
— Então espere. — Ele declara por último, sorrindo para mim e nos voltamos para dentro do local.
Espere. O que? Eu não sei que monstro acabei de alimentar, mas nem consigo imaginar a possibilidade de Jude inventar um pedido de casamento nesse mesmo momento. Não que eu não queira ser pedida futuramente, mas essas não foram as condições que eu imaginei e que desejo.
Mas ele sabe disso, não é?
Camavinga estava dançando com a minha cadelinha no colo, que lambia a cara do jogador pela pura felicidade. Vinicius abria uma risada contagiante por isso ou talvez porque, além de ser uma pessoa risonha, o álcool estava fazendo efeito naqueles jogadores que estavam tirando pequenas férias antes de voltar a competir. Igualmente a Sydney, que tinha o riso solto e o cara contribuía para seu bom humor.
Jude se junta ao meu pai, que virou fã do Mark, assim como meu sogro já era dele. Tinha uma forte ligação entre eles como se fossem melhores amigos há anos. Não foi fácil no inicio. Ficaram envergonhados. O pai de Jude porque era uma grande estrela entrando na sua família, e o meu porque era assim de coração. Até pegarem intimidade, deixando até mesmo Denise de lado.
Mas ela não estava sozinha. Os últimos momentos da minha irmã, como uma mulher grávida, estavam sendo repletos de ensinamentos e compreensão da mãe de Jude. Ela não só ajudava Serena quanto aos cuidados do bebê, como também de si mesma.
Fomos criadas para sermos mulheres independentes, mas obviamente um exemplo feminino esquentava não só meu coração, mas também o de Cece.
— Eu já fico com Jude aqui em Madrid, mesmo. Não vai ser um problema ajudar quando Maggie nascer, Cece.
— Ah Dona Denise...
— Dona, Cece? Ela não gosta. — Damos risada, minha irmã gostava de ser super educada. — Prefere só Denise.
— Dona deixa para quando meus meninos me derem netos. Só assim vou aceitar.
Que loucura. Parece que o mundo me cerca com o futuro. As possibilidades. Tudo aquilo que só imaginei longe porque nunca imaginei que meu ideal estivesse tão perto.
Sempre fui rígida demais com quem escolhia. Encontrava defeitos para seus jeitos. Aparenta dessa forma, fala desse jeito, age de tal modo. Jude com certeza não está nos meus antigos padrões, mas para mim, não poderia ser de outra forma.
E agora, parece que os sonhos ficam mais perto. Talvez até se moldem, mas não deixam de ser o ideal: ao lado dele e com o que queremos para o nosso futuro.
— Bom, essa menina que está vindo é parte da sua família também. — Minha irmã, com aquela voz doce e confortante, acaricia a barriga exposta, sentada sobre um sofá.
Denise põe a mão no coração. São duas mulheres tão sentimentais que até sinto que deveria ser um pouco mais. Mas é prático para mim.
— Eu admiro muito que diga isso, minha querida. — Ela sorri para Serena. — Vocês duas são as minhas meninas que eu não tenho em casa. — Seu riso escapa.
— Bom, deve ser uma vida muito difícil. — Damos risada, olhando para os homens de relance, no momento, todos fazendo perguntas para Jobe.
— E é. Mas eu sou grata demais. Não só por ter eles, mas por saber que são felizes. E que o meu mais velho é mais feliz ao seu lado, Iris. — Ela apoiou sua mão no meu ombro. Sorrio.
— Ele que me faz mais feliz, Denise. — Ponho a minha mão em cima da sua.
— E realmente faz. Jude sempre foi um homem respeitoso com minha irmã, Denise. Sei que sua educação levou ele a ser esse homem apaixonado pela Iris.
— Diga menos, puxa saco. — Eu brinco, mas minha feição não nega: é a mais completa verdade.
Nossos jeitos de demonstrar são diferentes, mas Jude e eu nos sentimos amados assim.
— Foi o seu jeito que encantou ele, querida. O coração, pulsou mais rápido. Ele me contou. — Sussurra a última parte, como um segredo.
— Sobre o que? — Pergunto, curiosa.
— Tudo, quase. Sou sua maior confidente, meu amor. Era, na verdade. E estou feliz assim também. — Ela tinha aquele jeitinho orgulhoso de falar do filho. — Quando voltou da Grécia, me contou sobre uma garota que conheceu. Queria poder ter conhecido mais. Me disse que você era uma mulher... Como foi o termo que ele usou? — Um segundo para achar a palavra. — Inesquecível.
Inesquecível. Olhando de Jude de relance, mesmo que curiosa na sua empolgação de deixar seu irmão envergonhado como sempre, me pergunto como essa palavra me faltou.
Meu namorado com certeza é inesquecível.
— Senti a necessidade de falar com vocês, mulheres. — Sydney soa, de forma engraçada, cansada de estar cercada por homens.
— Seja bem vinda ao clube. Já somos 4 de nós... — Digo, apontando para a barriga de Cece.
— Então eu sou a quinta!
— Precisávamos dessa aliança. — Denise bebe do seu drink, e caímos na gargalhada com os olhares trocados entre nós.
Trent estava, incrivelmente, também se enturmando com meu pai e Mark. Jude o jogava na conversa, mas eles pareciam ter um bom momento. Achei o cara bastante romântico quando decidiu passar essa data com a gente. Na verdade, mesmo com um pedido oficial, o namoro entre ele e Serena já estava declarado.
Assim de longe, eu via todas as qualidades de Jude. Acolhedor, carinhoso, alto astral, todas as características que são um sonho para se ter ao lado.
Mas agora de perto, escutando todos gritarem uma retrospectiva feliz e gratificante, observando cada detalhe do meu namorado, assim como ele faz comigo, vejo ainda mais o porque é um homem tão bom. Quando os números viram 0, no relógio, é o último segundo se torna o primeiro, estamos comemorando essas conquistas com um beijo.
Gesto que não demonstra nem metade do que sinto. Mas exponho, sempre de alguma forma.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro