𝔁𝔁𝓲. medo
capítulo vinte um
❛ medo ❜
ponto de vista, JUDE BELLINGHAM
𖥔 ݁ ˖
Eu sabia que Iris levaria uma eternidade pra essa se arrumar, porque ela geralmente sempre demora, então deixei que ficasse com o meu quarto todo para isso. Não iria interferir no seu momento, mas com certeza interferi na paz do meu irmão.
Momento favorito da vida.
Jobe está deitado em sua cama jogando algo em seu celular, enquanto estou em frente ao espelho concertando o mesmo fio de cabelo que parece não ficar no lugar.
— 'Cê tá resmungando há meia hora aí dentro. Uma hora vai ter que aceitar que você é feio mesmo. Ela já aceitou.
— Tá bom, oh solteiro! — Saio do banheiro. — Me dá mais dicas aí.
— Você também tá solteiro, cara.
Jobe não precisou nem tirar os olhos da tela para que me impactasse tanto assim. Ele não mentiu, eu realmente estava solteiro porque eu e Iris não somos algo declarado. Eu sei que estou com ela, e sinceramente não tenho o mínimo desejo de estar com outra mulher desde que olhei para ela, mas não temos um compromisso sério.
Eu não sei o que somos. Mas somos alguma coisa.
— E precisava disso, seu cavalo? Pelo menos eu tô com alguém.
— Pelo menos eu não tô "ficando sério" com uma garota faz meses. Desde quando você virou um frouxo? — Jobe se irrita ao perder o jogo, e se irrita mais ainda comigo ao desligar o celular.
— Ei, controle esse seu humor aí. 'Cê não tá falando com seus colegas.
— Tá precisando de um técnico na vida amorosa também?
— Não vou escutar conselho de um garoto de 18 anos. — Estalo a língua e ando até o espelho do quarto, tentando ajeitar aquele fio.
— Melhor do que ter 20 e não saber pedir uma mulher em namoro! — Jobe agora está fazendo para irritar, sei pelo seu tom de voz.
Nunca imaginei que meu irmão mais novo estaria me dizendo tantas verdades cruéis que ninguém teve a coragem de me dizer ainda. E o pior é que eu estava incomodado por isso. Meu irmão mais novo estava me dando um esporro sobre relacionamentos.
— Eu tenho medo do que você pode dizer ao seu pior inimigo.
— Eu só tô brincando com a sua cara. Se bem que tá merecendo.
Não discordei dessa vez. Aquele fio de cabelo aceitou seu destino de ficar onde eu queria e dou uns passos para trás, olhando a roupa que vestia. A verdade é que a opinião de Iris nas minhas roupas sempre importava demais para mim.
Eu ainda quero que ela me vista todos os dias da minha vida. Se ela mudar pra minha casa até seria mais fácil... E eu sempre começo a viajar sobre minha vida perfeita. A garota sempre está em todos os planos, e me sinto um ridículo.
— Como consegue? Tipo, você é ocupado pra caramba. Mas tá sempre me mandando uma foto com ela, fazendo alguma coisa. — Jobe pergunta, está jogado na sua cama, com as mãos embaixo da cabeça.
— Quando você é ocupado, você quer um tempo livre com algo que te deixe tranquilo. Algo que te relaxe. É ela.
Não tinha muito o que explicar, acho que o silêncio de Jobe significava que ele entendia o que eu queria dizer.
Mas era verdade. Estar no campo era foco total, eu nem se quer pensava no mundo exterior demais. Apenas na vitória e na derrota. Mas quando saio daquele mundo, não quero estar mais em festas e viagens caras.
Na verdade eu quero, mas tudo isso ao lado dela. Qualquer coisa com Iris é mais relaxante que sem ela.
— Você gosta dela, né?
— Gosto? — Dou risada. — Gostar ainda é muito pouco. Eu sou completamente louco por ela.
— E por que vocês não tão namorando? — Novamente, indignado.
Jobe gosta muito da Iris, e eu vejo o quanto ele quer que ela seja sua "irmã". Quando eles não se falavam, eu podia ver pelas mensagens, mas agora que se conheceram é nítido. É importante para mim que a minha família goste dela.
— Prefiro alguma coisa do que coisa nenhuma.
No mesmo segundo, minha mãe está batendo na porta do quarto, mas entra em seguida porque já estava meio-aberta.
— Jude, querido, bati no seu quarto mas a Iris me disse que você estava se arrumando aqui. Vão sair? — O sorriso dela deixa bem claro que ela também gosta da mulher.
— Vamos.
— Acredito que ela esteja pronta. É melhor estar lá embaixo, não vai deixar a garota te esperando.
— Ele não é louco. Se não eu desço primeiro. — Jobe está rindo do que diz e não poupo esforços para pegar seu travesseiro e bater nele. — Mãe!
— Jude!
— Você precisa educar essa criança. — Eu digo, parando de bater nele.
— Eu tenho 18 anos, idiota. — Resmunga.
— Jude, desça logo. — Minha mãe demanda.
— Ele que quer roubar minha garota e eu que saio de errado? — Pego meu celular e minha carteira, guardando nos bolsos.
— Ela nem é sua garota! — Meu irmão provoca mais uma vez.
No primeiro pavimento, meu pai está comendo salgados enquanto assiste algum jogo de futebol que desconheço o time de longe. Só calço o meu tênis para complementar o look, mas não demora para que eu escute o barulho que o salto fez na escada.
Iris parecia ter sido esculpida por algum Deus. Ou Deusa, não sei. Não só a personalidade única que a diferencia de todos que conheço, mas uma beleza que chama atenção. É, sem dúvida alguma, a mulher mais bonita do mundo.
Passo tempo demais observando seu sorriso com o batom vermelho destacado, minha mão no peito porque é assim que vejo se ele não parou completamente.
— E você aceitou sair comigo mesmo?
— Ainda dá tempo de recusar?
— De jeito nenhum. — Deixei um beijo em sua bochecha, porque sei que ela não quer o batom manchado... Por enquanto.
— Que merda... — Ela está zoando com a minha cara, e é isso que amo nela. Adoro, sei lá.
— Se divirtam, crianças! — É a última coisa que escuto do meu pai antes de sairmos.
É uma viagem de 40 minutos até chegarmos no vinhedo. Nunca me importei de fazer viagens com Iris, estamos sempre juntos no carro. Diversas vezes dei carona de volta pra ela, ou a levei para algum lugar que iríamos juntos.
Na verdade, um dos meus momentos favoritos são no carro com ela. Tenho a sensação de intimidade muito grande, acho que o espaço nos força a isso. Temos gostos parecidos na música, então também é confortável pra falarmos e cantarmos.
Deixei o espaço reservado para nós dois e agora adentramos juntos, de mãos dadas e pra mim parece algo maior. Não sei se é loucura minha, mas estar fora de um espaço fechado e segurando a sua mão me deixa feliz. Verdadeiramente, e então toda a história sobre deixar no particular vira algo bobo pra mim.
Sentamos no vinhedo e o sol ainda estava se pondo quando chegamos. A recepção foi boa e calorosa, mas naquele momento eu já estava pedindo o que parecesse mais interessante porque queria pular os pedidos para poder conversar com ela.
Finalmente a funcionária do local sai e eu percebo uma Iris diferente. Até mesmo angelical, coisa que eu via nela antes de realmente conhece-lá. O rostinho não me engana.
— Por que está me olhando assim?
— A gente bem que podia fazer essas coisas mais vezes, né?
Estou rindo. Eu não conseguia acreditar no quão louco eu estava por essa mulher. Não acreditava que depois do sufoco que eu passei por simplesmente ter sua atenção, agora ela estava falando sobre repetirmos.
— Por que está rindo?
— É claro que vamos fazer isso mais vezes! Mas é que... Eu fiquei atrás de você que nem um louco e é só... engraçado. — O que eu digo também faz ela rir.
— Isso tudo era um teste, não sabia?
— Teste pra que? — Semicerro meus olhos, intrigado em sua resposta.
Pela primeira vez na minha vida, vejo Iris vacilar na hora de dizer. Até me assustei por um milésimo de segundo. Ela é a mulher mais confiante que eu conheço, e olha que eu sou filho de Denise Bellingham.
— Pra ver se a gente podia sair mesmo, sabe?
— 5 vezes. Eu contei.
— Como assim?
— Eu te chamei pra sair 5 vezes. Na quinta vez você aceitou. — Minha mão estava no meu rosto, meio incrédulo que eu estava nesse momento aqui mesmo.
As luzes que passavam pelas folhas do vinhedo iluminavam o lindo rosto da garota na minha frente. Não havia uma falha na minha visão, eu respirei fundo porque precisava capturar a imagem mais uma vez. Queria poder o momento completo como uma memória viva. Queria poder capturar o sentimento, mas seria bobo pensar que o que acontece dentro de mim no momento seja passageiro.
— Talvez 5 seja seu número da sorte, então. — Sua voz soa tão angelical quando se embola com a risada.
— É. — Eu acompanho o riso gostoso. — Odeio ficar longe.
Me levanto da cadeira, mudando de posição e ficando ao lado da mulher. Quando me sento, aproveito para roubar um beijo seu antes que não me deixe aproveitar. É rápido, mas ela não afasta. Na verdade, sinto seus lábios selando mais um beijo na minha bochecha.
— Manchei você... — Ela ameaça limpar.
— Não não, deixa aqui.
— Está me deixando marcar o território? — Ela toma um gole do seu vinho, maravilhada com o sabor.
— Território marcado, princesa.
Estamos tão próximos que talvez esse seja o jeito certo de estarmos.
Juntos.
Acho que ela não percebe o que digo de tão envolvida que está com o gosto do vinho. De repente, ensaiamos em um assunto qualquer que não é o foco da minha mente a noite inteira. Próximos desse jeito, com beijos soltos e as mãos grudadas, tudo que passa na minha mente é o medo de nunca mais ter isso na minha vida.
irisgolding 🔒
Curtido por serenagolding, sydneybarahona e outros.
irisgolding oops
Ver todos os comentários.
serenagolding vocês são as pessoas mais fofas e fodas do mundo
↳ irisgolding eu sou melhor, não que seja uma competição
sydneybarahona final de semana calmo, graças a deus
↳ irisgolding nunca mais volto pra madrid
adamgolding 😧
↳ irisgolding eu tenho explicações...
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