𝔁𝓲𝔁. igual
capítulo dezenove
❛ igual ❜
ponto de vista, NARRADOR
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As 24 horas mais intensas da vida de Iris. Jogo de futebol, muita mídia pra gravar, uma reunião rápida com a Sydney, arrumar sua mala em 1 hora, pegar o jatinho com a loira e a irmã (grávida, sonolenta e abalada pelo término), chegar na Inglaterra, pegar um táxi para o hotel das meninas e finalmente poder conversar com Serena sobre tudo que aconteceu.
— Acho que só foi a gota d'água mesmo, sabe?
— Foi até um pouco tarde. — Diz a irmã, observando-a.
— Iris! — Sydney reclama da forma como fala.
— Iris, é difícil terminar as coisas. — Cece se defende, mas não está brava. Ela nunca fica, por mais que muitas vezes devesse. — Eu tô esperando um filho dele, estamos juntos há muito tempo.
Ela está procurando uma roupa para o show e lágrimas descem do seu rosto. A gravidez deixou ela mais emotiva.
— Ele falou que não queria ser pai e aí eu cansei. Mandei ele pra fora.
— Eu imagino o quão cansativo isso deve ser, Serena. — Sydney está sentada na própria cama, Iris na cama da irmã.
— Iris é tão sortuda, o jeito que Jude olha para ela é surreal.
Iris não consegue se comunicar e se esforçar para negar porque o que ela diz deixa a garota pensativa. Então ela só solta um som de desaprovação, que é uma forma dela lidar com o medo grande.
E chegamos ao ponto onde é até engraçado, porque Iris nem mesmo iria vai dormir ali. Ai você se pergunta o porquê.
Jude "exigiu" - palavra bonita para "disse que eu vai" - que Iris ficasse na sua casa. Sim, na casa onde ele mora com sua família. Pai, mãe, mini Bellingham e Jude. Ela dormindo lá com ele, por dois dias. Eu aceitei. Disse ele que a mãe dele também insiste.
— Mas eu quero realmente esquecer isso.
— Por isso que você não vai desistir de ir nesse show. — Se levanta e está na sua frente, segurando as peças de roupa que comprou para que ela usasse nesse show. — Você precisa esquecer.
— Eu vou.
— O que o médico disse? — A loira atrás das duas pergunta.
— Que eu deveria ficar em casa. Mas eu falei pra ele que vamos ficar na área VIP, então não vai ser bagunça. Ele ainda sim disse para eu descansar, mas eu não quero descansar. É para isso que estou fazendo academia!
— Para exibir a barriga mais linda desse mundo para os amigos do Jude! — Sydney se anima e estão todas rindo.
— Quem é a garota que está indo também?
— Culpa minha! A estagiária lá do Real Madrid escutou a gente falando e disse que queria ir também, aí eu meio que envolvi ela no meio. Achei que ela ia chorar na minha frente, gente... — Sydney se defende.
— Ela é uma ótima atriz. E aproveitadora. E sem personalidade alguma. — Iris tem muito o que dizer sobre ela, mas essas são algumas palavras que pensa quando se lembra da garota que tanto a irrita.
— Por que o ódio todo?
— Ela diz que é porque a menina copia a gente em tudo, eu acho que é ciúmes. Ela tá sempre falando bem do Jude. — Sydney nem completou o que disse e a cacheada estava disparando um olhar furioso.
— Tá doida, Sydney?
Foi o suficiente para que as duas garotas começassem a rir.
Quando terminam de se arrumar, Jude informa que há um carro esperando por elas. Ele que estava dirigindo, e até pediu desculpas pela demora, mas que precisava convencer seu irmão a ir com ele. O garoto tímido e educado estava no fundo do carro, do lado das pessoa mais extrovertida do planeta: Sydney.
Uma das coisas que Iris mais admirava sobre o Bellingham mais velho é que diversas vezes era visível via como ele tentava ser um exemplo para o próprio irmão. Dentro de campo ele deveria ser um jogador bom, mas fora de campo ele só quer agir certo para ser responsável. Talvez Serena se assemelhasse muito nisso, sempre achou uma ótima educação.
Quando chegaram no local, agem como amigos. Não estão se beijando, mas estão andando lado a lado, sem mãos dadas, e interagindo da forma que agem em público. Algumas vezes, Jude põe sua mão nas costas de Iris pra indicar o caminho, ou escutar o que ela queria dizer.
O grupo se formou aos poucos. Iris se mantinha recatada pela situação, e bastante preocupada com a irmã ao mesmo tempo. Mas Serena estava em completo estado de felicidade, nem mesmo parecia que em dois meses traria uma criança ao mundo.
— Você está bem? — Jude está há um passo de si, com um copo na mão, apenas água dentro do recipiente. Iris não conseguiu entender o que ele disse pelo som que fazia, e o show nem mesmo havia começado. Então, o homem se aproxima para perguntar mais alto, perto de seu ouvido. — Você está bem?
— Estou! — Ela eleva seu tom de voz, com um meio sorriso. Não estava mal, mas se sentia incomodada.
Depois que os amigos de Jude descobriram sobre eles, não se preocupavam muito em esconder o que tinham. Obviamente, no particular. Nunca em público. Mas entre eles, estava tudo bem trocarem carícias e darem bastante atenção.
Mas aqui não. Aqui eles não se tocavam muito, sem papos muito íntimos e conversas longas. Iris estava se sentindo uma daquelas modelos que eram chamadas para festas de famosos, onde não havia aproximação alguma. A sensação era péssima, porque Jude normalmente a tratava como se fosse a única mulher do mundo.
— Tem certeza? Está com uma carinha estranha.
— Você me olhou tempo suficiente para notar isso? — Suas palavras saem ácidas mas seu tom de voz é humorístico. Mesmo assim ele percebe a insatisfação dela.
— Eu não olho pra ninguém além de você. — Ele abre um sorriso, mas ela não está tão satisfeita quanto ele achou que estaria.
Iris sorri, apenas um pouco. Jude se cala e prefere não insistir. Sente que não há nada que possa fazer agora, por mais que sua cabeça ainda procure uma solução.
Trent Alexander-Arnold chega ao local, direcionado por seguranças. Cumprimenta Jobe, Noah Ohio - um amigo do jogador - e então Jude. Abraça o cara, se olham e estão quase dando risada. Era sempre assim, porque ele parecia um dos irmãos Bellingham.
— Anda sumido, Belligol. Tá até bronzeado. — O jogador inglês da leves batidinhas no rosto do parceiro, seu sorriso maior que a cara. O sotaque é forte e chama atenção.
— Não fode! — Jude também está rindo e da mais um abraço. — E esse cabelo? Desistiu dos cachinhos dourados?
— Seguindo seu caminho, irmão. O que achou?
— Vou te recomendar o meu barbeiro. — E voltam a rir. — Então, essa daqui é a Iris.
A mulher estava atrás dele, atenta a conversa assim como Serena e Sydney. A grávida, atenta até demais. Sorridentes e simpáticas, como sempre.
— Famosa Iris. É muito bom te conhecer. — Cumprimentam-se de mãos, ambos sorrindo.
— Famosa? Eu espero que boas coisas.
— Ótimas. — Trent da uma olhada de canto para Jude, que corta as piadinhas com apenas uma feição tensa.
— Eu também só escuto as melhores coisas de você! — Tom sarcástico da voz de Iris, e agora os dois estão rindo disso.
— Eu aposto que sim. Jude é apaixonado por mim, eu entrei na fila muito antes.
— Eu não posso discutir. — Iris só acena com a cabeça.
— Ok, já deu. Trent, essas são Sydney, diretora publicitária do Real Madrid e nossa amiga. E Serena, irmã da Iris e mãe da futura mascote do time.
Jude sentiu que mesmo apresentando a loira, seu amigo não deu muita atenção para qualquer outra coisa além de Serena. O que não era estranho, porque a genética das irmãs era impecável, mas particular porque grávidas não são tão valorizadas quanto deveriam.
Tudo que sabem é que Trent entra em alguma conversa sobre maternidade com a mulher, que explica tudo das melhores formas enquanto não percebe o flerte enorme que ele está lhe entregando.
— Uau. — Jobe se aproxima do irmão. — Fetiche em grávidas é uma coisa real?
— Cala boca, não fala assim. — O mais velho tenta controlar a língua do irmão. O outro resmunga.
— Ele tá certo, Jude. Não é comum ver alguém dando em cima de uma grávida. Não achei que Serena ia fazer tanto sucesso como mãe.
— Não estou dizendo sobre aparência, mas tipo...
— É melhor parar de falar. — Novamente Jude intervém.
— Vem Jobe, vamos conversar e deixar seu irmão insuportável de lado. — Iris e Jobe deixam o homem com cara de tacho, em direção as barracas de bebida.
Ele não imaginou essa facilidade, até porque são ambos extremamente quietos e super sádicos. Mas, as vezes as coisas parecidas tendem a ter uma conexão diferente. Por mais com os xingamentos ditos a ele, Jude até gostou que tivessem um momento como esse.
A verdade é que Jude estava adorando vê-lá de forma romântica, mesmo sem assumirem seus sentimentos de forma clara.
Filippa é a última chegar, e incrivelmente até mesmo o Bellingham mais velho - que não é muito atentado aos detalhes - percebeu que Iris já havia usado uma roupa igual a aquela. Provavelmente porque tudo que ele nota é a mulher, mas ainda sim foi um momento estranho.
Sydney foi a única que ela conseguiu manter um bom tempo de conversa. Iris estava um pouco furiosa com muitas coisas, então parecia que a espanhola foi enviada pelos deuses pra testar mais uma vez a sua paciência. A única dose de humor foi Jobe perguntando a razão da garota gritar tanto.
O show havia começado e isso animou o ambiente, levantou o astral. Foi a oportunidade ótima para que Jude se reaproximasse dela, que deu certo por um momento. Cantaram algumas músicas juntos, riram da segurança que tentava se segurar para não cantar, mas no momento em que Filippa - a estagiária - começou a pedir para que Jude tirasse uma foto dela, o clima foi completamente embora.
Iris caminha até a barraquinha de bebidas, pedindo por uma água e encontrando Trent por lá. Permanecem em silêncio até que o homem percebe o olhar mortal que a mulher estava dando para a garota escandalosa.
— Curtindo o show? — Quebra a quietude.
— Bastante. E você?
— Tá ótimo! Só vim buscar uma água pra sua irmã.
Um breve momento ainda mais silencioso.
— Você está brava com ela?
— Não... Não.
— Ah sim... — Sua voz possui desconfiança. — Deveria. Ela tá copiando até os seus trejeitos.
— Minha irmã te falou alguma coisa? — Arqueia uma sobrancelha, olhando o jogador.
— O suficiente pra me fazer rir dela. Desculpa, eu não deveria, mas parece humilhação essa tentativa doida. Eu teria inveja. Inveja não, ciúmes.
— Eu não tenho inveja dela, muito menos ciúmes. Na verdade eu acho engraçada e meio triste a tentativa de ser eu. Que o feminismo me perdoe, mas ela me força a isso. É humilhante.
Trent só da uma risadinha, como se concordasse completamente com ela. Ambos meio perdidos naquela cena de comédia. Na verdade ele estava processando a coisa certa a se dizer. Queria ajudar o amigo, já que a situação não era boa.
— Ninguém se compara a você pra ele, Iris.
Foi uma frase impactante. Um pouco chocante, na verdade, Iris não estava esperando por aquilo. Incrivelmente diminuiu a sua raiva, mas não exatamente por ficar muito feliz. Ela estava confusa se acreditava de verdade nas palavras de Trent.
Com as palavras mais óbvias, Jude tentou deixar o mais claro que não estava disponível e nem mesmo queria alguma coisa com Filippa. Isso diminuiu o estado histérico dela e relaxou Iris ainda mais. Terminaram o show aproximados e felizmente que poderiam ir embora sozinhos, com a sugestão de Trent que levaria todos os outros.
Jobe apagou no fundo do carro do irmão, encostado no vidro, justificável porque havia treinado naquela mesma tarde. Iris, sentada no banco de passageiro, parecia tramar algo, enquanto Jude estava silencioso em sua calmaria.
— Pode aumentar o ar, por favor?
— Sim, senhora. O que você quiser. — Ele mexe no volume do ar, e não há música dessa vez na rádio.
— Óbvio que você me obedece...
— Por que isso seria óbvio? — Ele está rindo, baixo porque o clima demandava aquilo.
— Porque eu tenho o que você quer. — Diz um pouco dissimulada, com jeito de quem faz graça.
Ele ri de novo, negando com a cabeça. Ele não podia acreditar na tamanha sorte de tê-la e o fato de pensar isso o deixava intrigado. Muitos diriam isso sobre sua beleza e reputação, mas ele vê isso e muito além. O jeito dela deixava ele com a mente desorientada.
— Sabia que você não é a única mulher do mundo? — Do mesmo jeito que ela faz, ele está fazendo.
Ele não pensava isso, mas gostava de instigar a fera. Iris olhou de canto para ele, como quem não quisesse nem gastar seu tempo em olha-lo de verdade.
— Pode dar meia volta e me deixar naquele hotel.
— Eu estou brincando, você sabe disso! — Ele ri, ela tenta esconder o riso também.
Em algum momento ela decide desfazer a cara de marrenta e se acomoda no carro como gosta, soltando as botas no piso e joga as pernas para o colo do garoto. Ele até mesmo se assusta com a atitude, mas prefere ela assim.
A verdade é que ele também ficava sem jeito, porque com a vestimenta que ela estava, aquela posição não era a mais adequada. Ele fazia questão de massagear seu pé de qualquer maneira, com uma mão no volante.
— O que foi, Bellingham? — Está fazendo graça com as olhadas que ele dá as vezes, para saber se sua saia está bem acomodada.
— Não enche. — E então começam a rir da situação.
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