12. Rodeada por lobos

Emma e Samuel se sentaram cada um em uma cadeira do escritório e se encararam em silêncio por alguns segundos.

ㅡ Então você se transforma mesmo em um cachorro enorme. ㅡ Emma disse quebrando o silêncio e Samuel deu um pequeno sorriso. ㅡ Você podia ter arrumado outra forma de me contar. Eu fiquei traumatizada ao te ver só de cueca. ㅡ a garota murmurou e Samuel gargalhou, era a primeira gargalhada dele em muito tempo.

ㅡ Primeiramente eu me transformo em um lobo não em um cão.
ㅡ Samuel murmurou mesmo sabendo que a sobrinha havia brincado na parte do cão.

ㅡ Tanto faz. ㅡ Emma revirou os olhos.

ㅡ E me desculpe por tirar a roupa na sua frente, eu realmente não pensei em outra forma de te contar.

A garota riu.

ㅡ Eu realmente não acreditaria sem ter visto. ㅡ disse. ㅡ Mas nunca mais faça isso. Eu vou ter pesadelos por meses. ㅡ completou. Samuel sorriu com a fala dela.

ㅡ Papai também se transformava em um lobo não é? ㅡ ela perguntou e Samuel assentiu.

ㅡ Você se lembra do que aconteceu quando você tinha quatro anos? ㅡ ele perguntou.

ㅡ Agora eu me lembro. Você e papai me salvaram dos "frios"._Emma fez aspas com os dedos na palavra frios. ㅡ Se eu não tivesse visto eu me acharia louca por acreditar em vampiros e em lobisomens.

ㅡ O nome correto é transmorfos. Nós não sofremos influência da lua cheia ou de balas de prata. ㅡ Samuel explicou.

ㅡ Eu quero saber sobre tudo isso. Sobre o quê é real. Você pode me ajudar a entender? ㅡ Emma pediu.

Samuel assentiu e nos próximos minutos explicou sobre tudo para Emma.

Dês de tudo que ele sabia sobre transmorfos à vampiros de olhos vermelhos ou amarelos.

ㅡ O doutor Cullen é um vampiro não é? ㅡ Emma perguntou depois do tio contar sobre vampiros "vegetarianos".

ㅡ Sim, mas Carlisle é um bom homem, ou bom vampiro, o que você preferir. Não deixaria ele ficar perto de você se ele não fosse. ㅡ Samuel disse.

Eles ficaram por mais alguns segundos em silêncio até Emma tomar coragem para perguntar sobre o motivo principal da conversa.

Seu pai.

Ele havia sido assassinado.

Assassinado por um ser sobrenatural, afinal, essa era a única explicação para Samuel estar perseguindo o assassino em vez da polícia.

ㅡ Quem matou o papai? Foi um vampiro como Carlisle ou um como a mulher que me atacou? ㅡ a voz de Emma não passava de um sussurro mas Samuel escutou.

ㅡ Você se lembra do homem que te atacou junto com a mulher? ㅡ Emma assentiu. ㅡ Ele escapou e voltou para se vingar anos depois, seu pai havia desistido da transformação e eu não fui rápido o suficiente para salvá-lo.
ㅡ Samuel confessou.

A culpa tomou conta de Samuel. A culpa que o assolava á tanto tempo.

Afinal, a culpa era toda dele. Se ele tivesse sido rápido o suficiente o vampiro nunca teria fugido. Nunca teria vingado a morte da companheira matando Mikael. Falar aquilo em voz alta só trouxe mais verdade ao fato.

Emma chorou silenciosamente.

Uma parte dela, queria culpar Samuel, mesmo que ela soubesse que a culpa não era dele.

Emma empurrou aquela parte horrível dela para o fundo de seu ser.

Ela nunca seria capaz de culpar Samuel pela morte do pai. Ele estava sofrendo como ela. Ele não merecia ser culpado.

Samuel segurou as lágrimas ao máximo.

Principalmente ao olhar para o rosto de Emma. Ela tinha os mesmos olhos castanhos de Mikael.

ㅡ Eu sinto muito Emma. A culpa é toda minha. ㅡ Samuel disse baixando o olhar e encarando a mesa à sua frente.

Emma se levantou da cadeira onde estava sentada e Samuel pensou que ela iria sair, mas ela fez algo que o surpreendeu.

Ela caminhou até ele e o puxou pela mão para um abraço apertado.

ㅡ Não é culpa sua tio Samuel. Você não é o assassino da história. ㅡ ela sussurrou. Samuel apertou a sobrinha. ㅡ Tenho certeza que papai concordaria comigo. ㅡ ela completou ainda sussurrando.

Samuel respirou fundo e deixou as lágrimas caírem.

As lágrimas que ele não permitiu irem à dois anos atrás.

ㅡ O que vocês fazem pra se divertir nessa cidadezinha? ㅡ Gael perguntou à Emma.

Os dois estavam no sofá assistindo Tv naquela manhã fria de sábado.

ㅡ Eu estou me divertindo muito assistindo Criminal Minds totó.
ㅡ Emma continuava com os olhos na Tv.

A partir do momento que Emma socou Gael ele estava disposto a ser amigo dela.

Aquela garota era incrível. Nunca antes uma garota tinha socado ele e o apontado uma faca de cozinha.

Emma achou o garoto muito bonito e bem divertido e ficou feliz quando o tio perguntou se Gael e ele, além de mais algumas outras pessoas, a alcateia dele, poderiam passar um tempo na casa dela. Emma aceitou.

Emma realmente não gostava de morar sozinha ainda mais agora, com um vampiro maluco que estava atrás de vingança.

ㅡ Por favor Emma. Samuel me mandou ficar na sua cola enquanto ele não está de volta, então eu sou obrigado a aturar você e seu péssimo humor. ㅡ Gael começou. ㅡ Seria muito melhor aturar seu humor lá fora. ㅡ pontuou.

Emma revirou os olhos.

ㅡ Você já viu como está frio lá fora Gael? Você pode não sentir frio mas eu sinto.

ㅡ Eu esquento você linda. ㅡ Gael tinha um sorriso malicioso no rosto.

A garota gargalhou.

ㅡ Isso foi você tentando flertar  comigo? ㅡ Emma perguntou quando conseguiu parar de rir.

ㅡ Depende. Estava funcionando?
ㅡ ele perguntou ainda sorrindo.

ㅡ Não mesmo. ㅡ Emma gargalhou novamente. No fundo ela queria dizer que ficou levemente tentada pela ideia de ter Gael a esquentando mas preferiu zombar do menino.

ㅡ Qual é Emms, vamos sair, por favor. ㅡ ele pediu. ㅡ Eu posso te chamar de Emms né?

ㅡ Sim você pode me chamar de Emms. ㅡ ela murmurou. ㅡ Para o bem da minha sanidade nós iremos sair, não aguento mais você reclamando no meu ouvido. ㅡ a garota revirou os olhos.

ㅡ Obrigado Emma. Você é um anjo.
ㅡ ele murmurou e deu um beijo na bochecha dela.

ㅡ Tudo bem totó. Eu sou incrível e tudo mais. Agora eu vou subir e me trocar. ㅡ ela murmurou e subiu as escadas sorrindo levemente.

Gael era um cara legal com um sorriso bonito.

Ela se lembrou do sorriso de Paul Lahote por um segundo.

Seu coração se apertou como se ela sentisse falta de algo.

Emma balançou a cabeça para espantar esses pensamentos estranhos.

Gael e eu estávamos na porta da lanchonete de Sue Clearwater.

Eram dez da manhã e nós dois estávamos famintos.

Como meu carro estava totalmente destruído e irrecuperável Gael usou a minha moto.

Fiquei surpresa ao saber que ele tinha vinte  e um anos.

Pra mim ele não parecia ter essa idade. Ele tinha cara de adolescente.

Gael abriu a porta da lanchonete pra mim e eu sorri divertida.

ㅡ Que cavalheiro. ㅡ eu zombei ao passar pela porta.

ㅡ Pra você sempre. ㅡ ele piscou pra mim e eu ri.

Meu sorriso morreu ao ver quem estava dentro da lanchonete.

Como isso sempre acontecia comigo?

Qual é o problema do universo comigo? Eu não tenho um dia de paz nessa vida.

ㅡ Emma está tudo bem? ㅡ Gael perguntou preocupado e em alerta.

Seu olhar seguiu para a mesa no fundo da lanchonete. A mesa que eu olhava.

Jacob e Bella estavam em uma mesa e ambos olhavam para nós. Assim como Quil e Embry em outra mesa.

ㅡ Conhece eles Emma? ㅡ Gael perguntou preocupado após inspirar o ar.

ㅡ Sim. ㅡ eu disse e Gael relaxou.
ㅡ Os dois meninos sentados juntos são meus amigos. O outro da mesa próxima é meu ex namorado e a garota é uma colega. ㅡ expliquei.

Gael segurou minhas mãos que tremiam e me guiou até uma mesa próxima. Algumas pessoas nos encaravam. Devíamos ter ficado muito tempo na porta.

ㅡ Eu não sabia que você tinha amigos transmorfos. ㅡ Gael murmurou divertido.

Olhei para Gael confusa e incrédula.

ㅡ O quê? Como assim? ㅡ perguntei querendo que ele não confirma-se o que eu achava que ele queria dizer.

ㅡ Emma. ㅡ ele segurou minha mão direita que ainda tremia. ㅡ Aqueles três garotos são como eu. ㅡ ele confessou.

Meu coração errou uma batida.

Meus melhores amigos e meu ex namorado eram lobos enormes e nenhum deles teve a decência de me contar.

Nenhum deles confiou em mim o suficiente pra contar.

A dor da traição me atingiu.

Meu corpo começou a tremer um pouco mais forte e Gael percebeu.

Ele arregalou os olhos e me puxou pela mão para fora da lanchonete.

ㅡ Emma você precisa se acalmar.
ㅡ ele pediu. Meu corpo ainda tremia.

ㅡ Eles não me contaram. Eles prometeram nunca esconder nada.
ㅡ eu sussurei com raiva.

ㅡ Emma eles tem as razões deles.
ㅡ Gael defendeu. ㅡ Eu não quero isso pra você. Por favor se acalma. ㅡ ele pediu. Meu corpo não parou de tremer. Eu estava muito focada na raiva. Eu estava perto de explodir.

Então foi a vez de Gael me surpreender.

Ele simplesmente me beijou.

Nos primeiros segundos eu não correspondi. Eu estava muito focada na raiva para isso. Mas alguns segundos depois eu acabei cedendo e me entreguei ao beijo.

Minhas mãos foram para sua nuca e as mãos dele seguravam minha cintura.

Aparentemente beijar Gael me fez tirar minha atenção da raiva porque quando nos separamos meu corpo não tremia mais.

ㅡ Desculpa por isso. Eu só queria desviar sua atenção da raiva. ㅡ ele disse com um sorriso envergonhado.

ㅡ Tudo bem. Só me tira daqui. ㅡ eu pedi e ele me entregou o capacete.

Passei meus braços pela cintura de Gael e olhei para a porta da lanchonete.

Bella e os meninos me encaravam.

Eu não sabia se eles haviam presenciado meu descontrole ou o beijo e eu também não me importava muito.

Algo me incomodou. Meu coração estava apertado. Como se eu precisasse de alguém.

Por algum motivo meu coração estava apertado porque eu sentia falta de Paul.

Alí andando de moto, por alguma razão tudo que meu coração queria era que eu estivesse abraçando Paul.

Oiiiee pessoas!

Eu realmente gosto desse capítulo.  Ele assim como o capítulo anterior é um divisor de águas.

Sim Gael e Emms se beijaram mas isso muito provavelmente não vai acontecer outra vez. Emma e Gael vão ser só amiguinhos mesmo porque eu quero começar a desenvolver o casal principal.

Um esclarecimento: Bella estava em La Push porque agora a fanfic está se passando em Eclipse, obviamente minha história não está seguindo os filmes ou os livros certinho, então saiba que essas mudanças vão ser comuns.

É isso pessoal. Espero que tenham gostado do capítulo.

Quem shippa Paul e Emma prepara o colete porque vem muito tiro por aí. Kkkkkkk.

Byeee ❤.