Frustrações
POV's Yoongi
Duas semanas se passaram…
Nesses últimos dias que passei preso nesta prisão, digo, na mansão onde eu nascido e criado fiquei o tempo todo com o celular perto de mim, na esperança de que alguma forma Jimin me ligaria para me dizer se me aceita de volta ou não.
Confesso, isso se tornava uma tortura para mim, principalmente porque sou uma pessoa muito impaciente e insegura para tudo praticamente.
Espero que, no fundo do meu coração que ele volte para mim, para que eu possa recompensá-lo por todo o mal feito pelo meu pai para ele e sua família.
Enfim, era de manhã e eu já me encontrava preso naquela empresa em meu escritório. Houve um tempo que eu amava trabalhar aqui, porém, depois de todo o ocorrido entre Jimin e eu, passei a odiar tudo relacionado aos meus pais, ou quase tudo, menos o meu irmãozinho, já que não tem culpa de ter nascido nessa família, como eu inclusive.
Bom, infelizmente eu era obrigado a trabalhar, ou eu seria torturado pelos capangas de meu pai.
Só havia uma pessoa que me fazia crer que nem todo mundo daquela empresa era ruim, e esta era, a minha secretária. Ela era a única que eu sentia poder confiar de olhos fechados, pois, conhecia todos os meus segredos mais profundos, afinal, trabalhava comigo desde meus dezoito anos de idade. O curioso era que a mesma nunca foi de contar muito sobre a sua própria vida enquanto está em serviço.
Sei pouco sobre ela, porém, sei que é casada a quase uma década e que tinha dois filhos pequenos, às vezes, quase nunca, ela deixa escapar algo sobre como gosta das crianças dela.
Enfim, sempre estranhei isso nela, busco compreendê-la, pois resolveu deixar a vida pessoal de lado enquanto trabalha, mas sinto que poderia conseguir uma relação melhor com ela, talvez como forma de agradecimento por ser uma funcionária tão leal e prestativa.
Então, estive pensando em almoçar com ela, pois, assim creio que consiga conversar um pouco e poderia aproveitar para perguntar se ela poderia entrar em contato com o Jimin, só para saber se ele estava bem ou coisa do tipo. Não estou mais aguentando ficar sem notícias dele, e bem… ele me pediu duas semanas para me dar a resposta, contudo, isso não me impede de querer saber como ele está.
Estou com um pressentimento ruim, algo me diz que o meu pai descobriu a minha fuga da mansão e deve ter juntado os pontos até ele imaginar que eu deveria ter ido me encontrar com ele.
Se isso realmente aconteceu, Jimin pode estar correndo perigo por minha causa, para variar um pouco. Bom, espero estar imaginando coisas… ele está bem… com a sua família.
Algumas horas depois…
O almoço estava quase chegando, e eu estava muito ansioso para a conversa com a minha secretária. Sei que eu estou sendo interesseiro, mas é minha melhor opção para conversar um pouco com o Jimin. Quando faltava cerca de uns cinco minutos para o almoço, resolvi ligar para a minha secretária na esperança de vê-la em meu escritório e perguntar se teria alguma forma de almoçar comigo ou não, então, peguei meu telefone, disquei o número rapidamente e não demorou para eu ser atendido por ela. Diz:
— Boa tarde, senhor! O que está precisando agora? — Disse secretária entrando na minha sala, esperando pela minha resposta.
— Gostaria de perguntar uma coisa… me desculpe se estiver sendo indelicado, mas… poderia almoçar comigo hoje? Preciso te pedir algo muito importante para mim. — Terminei a minha fala, torcendo por uma resposta positiva dela.
— Não precisa se preocupar com isso, estou aqui para facilitar a sua vida. Posso sim almoçar com o senhor, sem problemas. — Disse um pouco surpresa pela minha pergunta.
— Obrigado! Então… vamos? — Disse enquanto olhava diretamente para ela.
Após esse pequeno diálogo, nós dois saímos andando pela sala até atravessa-la e continuar o percurso indo pelo corredor até o elevador. Sem muita demora, assim que ele chegou fomos pelo transporte até o saguão da empresa, se dirigindo depois até o restaurante a duas quadras da empresa. Enquanto não chegávamos, conversamos sobre assuntos diversos e alguns acontecimentos relacionados a empresa, o que acabou me levantando a suspeita de que ela realmente não sabia o que aconteceu antes de eu voltar a trabalhar no meu lugarzinho de sempre. Bom… águas passadas não movem moinhos, não é mesmo? Agora é mais sensato deixar essa história enterrada a sete palmos da terra e pensar no meu futuro com o Jimin, que não está muito longe de acontecer.
Alguns instantes depois…
Chegamos ao estabelecimento e fomos recebidos pelos moços e moças que costumam a ficar trabalhando na entrada do restaurante… não lembro do nome do ofício agora. Enfim, ele nos levou até uma mesa próxima a saída de funcionários do restaurante, pois, parecia ser a única disponível nesse momento. Bom, normalmente se reserva, então creio que poder se sentar já é um avanço. Nos assentamos nas cadeiras e já pedimos um almoço ala italiana, para variar um pouco, pois, bem, a comida do nosso país é boa, mas dos outros também não costumam a deixar a desejar.
Com os pedidos feitos, o garçom se retirou rapidamente, enquanto nós ficamos conversando por algum tempo. Queria perguntar de uma vez se ela poderia ou não escrever, ou ligar para o Jimin, mas estava com medo de ser muito invasivo ou estar abusando da boa vontade dela.
Mesmo assim… mesmo assim eu preciso saber pelo menos se ele está bem e quem sabe, se ele me mande algum recado através dela, adiantando a resposta dele, falando se vai querer falar comigo ou nunca mais vai querer me ver.
Depois de um tempo, finalmente criei coragem para pergunta-la se ela poderia me conceder ou não esse favor, mas o garçom apareceu com a bandeja com os nossos pedidos. Bom… nesse caso, era melhor comer e depois pedir, creio que ela não vá fugir durante a refeição.
Pouco tempo depois…
O almoço foi bom, gostoso, salgado na medida certa, e o mais importante, cheio de molho vermelho. Bom, enquanto comemos continuávamos esporadicamente a comentar sobre assuntos aleatórios, até o momento em que as falas foram substituídas por um silêncio eterno, bem incômodo. Para quebrar o clima, respirei o mais fundo possível e expirei de uma vez. Era melhor parar com isso, tratar as coisas com mais seriedade, e enfim conversar sobre aquilo realmente necessário para sanar a minha curiosidade e saudade, diz:
— Estive pensando… você poderia fazer um favor para mim? — Disse esperando pela resposta dela.
— Mas é claro que sim, senhor! O que seria? — A mulher disse, mostrando bastante atenção.
— Poderia entrar em contato com Park Jimin e perguntar se ele está bem ou não? É que já faz um tempo que não o vejo, e confesso que estou um pouco preocupado com ele. — Disse enquanto respirava fundo.
— Sem problemas! Se quiser ligo para ele assim que chegar em casa hoje. — Disse com um sorriso de lado.
— Ok! Mas por favor, não conte a ninguém… isso não tem nada a ver com a empresa, é algo pessoal, queria manter o sigilo e evitar misturar a vida profissional com a pessoal, está bem? — Disse enquanto a encarava.
— Está bem! Pode ficar tranquilo que não irei contar nada sobre isso a ninguém. — Disse alisando a minha mão com a sua, na intenção de me tranquilizar.
— Muito obrigado, de coração! — Disse enquanto suspirava aliviado.
Confesso que uma sensação bem forte de alívio preencheu meu corpo depois do término desta conversa, coisa muito boa para o coração, mas o evento em si ainda não estava acabado. Depois de pagar a conta, levantamos da mesa e voltamos a velha rotina de todos os dias, trabalhar na empresa até acabar o nosso monótono e repetitivo expediente.
Planilhas, estatísticas, telefonemas para empresários, reuniões… realmente, não houve nenhuma mudança depois de conversarmos, apenas que ao decorrer do dia fui ficando mais cansado a cada momento, mas bem, isso é algo normal.
Após o longo período de trabalho enfim pude ir para casa, querendo alguma paz, contudo, ainda sim tive de aturar mais um jantar em família e fingir não estar incomodado com a presença do Minha na mesa, que parecia um cão raivoso, me rodeando o tempo todo.
Calma… calma…
Tive de me segurar para não surtar com a situação, entretanto, quando estava quase para me livrar de tudo isso, ou melhor, terminar o jantar meu pai pediu para ficar mais um pouco e mandou todas as outras pessoas da mesa se retirarem, tentando com isso criar um ambiente para conversarmos a sós.
Assim
Eu tive que me segurar para não surtar com toda esta situação, mas quando estava quase me livrando disso, quer dizer, terminando de jantar. Meu pai me pediu para que ficasse mais um pouco e mandou as outras pessoas da mesa se retirarem, para que pudéssemos conversar a sós. Assim que eles saíram do recinto meu pai ficou me encarando por um tempo, como se estivesse planejando a melhor forma de me torturar psicologicamente ou me matar, o que viesse primeiro. Bom após um pequeno período em silêncio, enfim a sua boca começou a se movimentar querendo fazer algum som ser emanado no lugar, e:
— Yoongi, não me interessa se você sente atração ou não por mulheres… Você irá casar com aquela moça para beneficiar a nossa empresa, você me entendeu? — Disse ele com uma expressão séria, que, aliás adorava fazer.
— Você e esse assunto de novo… até onde eu sei nunca mostrei interesse em me casar com uma pessoa que eu só vi uma vez na vida, e mesmo sabendo das suas vontades de me casar com ela, eu acho um absurdo, afinal, nem nos amamos. O assunto já acabou? Posso ir para o meu quarto? — Disse, com uma séria vontade de jogar os talheres nele, mas me contive, como sempre faço no final das contas.
— Olha o jeito que você está falando com o teu pai, garoto! — Disse após bater a canhota sob a mesa com força, fazendo o copo ao lado dele trepidar.
— Me desculpe se fui sincero com o senhor, realmente, não foi a minha intenção. Bom, vou me retirar antes que o clima das coisas por aqui piore mais ainda. — Disse sem esperar a sua resposta, andando o mais rápido possível para as escadas que davam acesso ao andar superior da mansão.
Assim que cheguei ao meu quarto separei algumas vestes no armário e fui direto para o banheiro, para poder me banhar e depois poder me deitar. Após ter separado a roupa e ido ao banheiro, logo retirei as minhas vestes e as coloquei no cesto, liguei o chuveiro e entrei em baixo da ducha, querendo aproveitar um tênue momento de paz e descanso, uma pequena calma em meio as incertezas que eu sempre estou sentido.
Bom, não se pode ficar em baixo da água para sempre, embora fosse bem complicado sair de baixo do chuveiro, ainda mais porque hoje estava meio frio. Bom desliguei a ducha, peguei a toalha e me enrolei na mesma para sair do banheiro.
Adoro a fumaça que é liberada quando a porta se abre, parece que você acabou de liberar alguma coisa “poderosa” de seu descanso, ou que algum show vai começar, mas isso não importa, pelo menos, não agora.
Peguei as roupas que tinha separado na cama e comecei a trajá-las, primeira minhas peças íntimas, depois uma calça moletom cinza e uma regata branca, me deixando bem à-vontade.
Após isso, andei em direção a cama e sentei na mesma ao lado do criado mudo, onde se encontrava o meu telefone fixo, pois, agora vou precisar esperar a minha secretária ligar falando se conseguiu se comunicar com o Jimin e saber se ele está bem ou não.
Confesso que odeio ficar esperando uma ligação, pois, a minha vontade é eu mesmo fazê-la… e poder ouvir a voz doce dele, que sempre me acalmava de uma forma inexplicável.
POV's Jimin
Já era noite e eu ainda estava ajudando a minha mãe com alguns afazeres domésticos, pois, alguns dias atrás ela acordou não se sentindo muito bem, sem forças para se levantar da cama, imagine então fazer as coisas sozinha.
Enquanto ela se recupera deitada, aproveitando um certo período de descanso em sua vida, resolvi cuidar de tudo, até mesmo de minha irmãzinha, cuja qual ainda não tinha idade suficiente nem mesmo para se cuidar sem ajuda de alguém.
Enquanto arrumava as coisas na cozinha despreocupadamente, pude ouvir o barulho do telefone tocar na sala, então corri o mais rápido possível para atende-lo, tentando evitar o barulho, para não encontrar ninguém. Preciso comentar que fiquei orgulhoso de mim mesmo em não ter esbarrado em nada pelo caminho, mas não foi por falta de tentativa, meu mindinho e o criado mudo onde se comportava o telefone quase se tocaram, quase.
Assim que coloquei o aparelho na orelha, respirei fundo e:
— Alô, quem é? — Falei, como se fosse uma espécie de protocolo, aliás, isso estava tão enraizada em mim que eu nem percebia quando fazia.
— Boa noite, Jimin! Sou eu, a secretária do senhor Min Yoongi. — Disse com um tom de voz baixo para mim.
— Boa noite! Aconteceu alguma coisa com o Yoongi ou com a empresa? — Disse, sentindo meu semblante se elevar, mostrando surpresa.
— Ah, não aconteceu nada, pode ficar tranquilo quanto a isso. Estou ligando porque o senhor Min Yoongi me pediu para que eu entrasse em contato com você para saber estava bem ou não. — Após a sua fala, tenho quase certeza de que a ouvi soltar um longo bocejo. Deveria estar fazendo um favor ou coisa do tipo, dificilmente deixaria escapar algo assim durante o expediente.
— É só isso? Nada mais? — Disse um pouco desconfiado.
— Sim, creio que ele só esteja preocupado com o senhor. Então, como está? — Disse esperando pela minha resposta.
— Bem… estou bem agora, minha mãe acabou adoecendo nesses últimos dias e precisei tomar conta de tudo no lugar dela enquanto fica de repouso. — Disse, respirando fundo.
— Entendo, desejo melhoras para a sua mãe! Foi bom ter falado contigo hoje senhor Jimin, espero que possamos conversar mais em outra oportunidade, até qualquer dia. — A mulher terminou sua fala, junto com a finalização de sua ligação.
Com isso me sentar no sofá para poder pensar um pouco. Por que ele pediu para a sua secretária? Não seria mais fácil ter ligado diretamente?
Mas enfim… talvez esteja tentando respeitar o meu espaço ou coisa do tipo.
Enfim, aposto que ele está agoniado e ansioso para receber a resposta da pergunta de duas semanas atrás.
O problema é que eu ainda não me decidi se quero tentar algo sério com ele mais uma vez, pois, sinceramente, tenho medo do que pode acontecer com a minha família se eu me envolver, contudo, creio que em dois ou três dias já terei me decidido e vou entrar em contato com o Yoongi, por mensagem de celular, e-mail, ou se estiver muito afim falar pessoalmente.
Com a decisão tomada, quando enfim eu conseguir tê-la… vou poder dizer tudo o que vier do fundo de meu coração para ele, e espero que esta decisão seja entendida, por nós dois.
Quer seja um sim, quer seja um não.
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