— Por que está fazendo isso comigo? — Perguntou quando viu a pessoa entrar.

Não sabia quem era, nem quisera saber. Seu corpo se encontrava nu, com alguns cortes de navalha, o cansaço era notável em seu rosto, não dormia e nem comia a dois dias.

— Você mexeu com algo que me pertence! — Gritou em frente ao seu rosto, fazendo seu corpo estremecer — Mas, aparentemente, você não consegue entender isso.

— Eu não sei do que está falando. — Sua voz era suave, enquanto chorava.

— Pense melhor alteza... — Dizia enquanto passava a lâmina gélida em sua pele.

Seu cérebro era incapaz de ligar os pontos para entender o que fizera para merecer tal tratamento. Sentia culpa, mas não sabia porquê. A única coisa que passava em sua mente era se sairia com vida daquele lugar.

Tinha consciência que ninguém notaria seu sumiço nesse momento, pois havia programado de viajar só. Já havia perdido as esperanças um milhão de vezes nos dois dias em que estava ali.

— Eu não sei. — Sua voz saiu fraca.

— Vou facilitar para você. — Tirou a máscara. — E agora, consegue recordar de algo?

— Você! - Gritou com todas suas forças. — O tempo todo sempre foi você?

— Todo o tempo alteza. — Disse chegando pertinho do seu ouvido.
- E sabe o que eu vou fazer com você?

As lágrimas rolavam em seu rosto pálido.

— O que? — Perguntou com medo.

— Eu vou te matar. — Sussurou no seu ouvido.

— Eu não tive escolha. — Disse baixinho.

— Você poderia ter negado, agora, já está feito.

— Me obrigaram! — Tentou se explicar novamente.

Com a faca de cozinha que já estava ele sua mão afundou-a em seu abdômen.

— Adeus Alteza. — Disse e repetiu as facadas dezessete vezes.

Não sentiu nada, nem dó, nem remorso, sequer houve algum tipo de arrependimento. Apenas limpou a faca, guardou aonde estava e foi para casa como se nada tivesse acontecido.