44 | A viagem
"Conte-me sobre você, conte-me seus segredos. Me diga e não diga
a mais ninguém.
Porque eu posso ter ciúmes ou
posso ser egoísta. Eu posso ser
mais do que você poderia
imaginar"
— Mishaal
—— K E V I N ——
O dia amanheceu refrescante, com um sol aconchegante, o céu azul e haviam poucas nuvens que eram sopradas pelo agradável brisa fresca do vento. Assim que tomei um longo e relaxante banho me troquei levando em seguida minhas malas para a sala, liguei a TV e fui para a cozinha fazer o café da manhã.
Fritei alguns ovos, fiz algumas torradas e passei o café. Bebi uma grande xícara do líquido quente enquanto respondia algumas mensagens e em um descuido sinto um cheiro de queimado se instalar no cômodo. Levanto a cabeça olhando para o fogão vendo minha torrada em chamas. Fala sério.
— Merda!
Rapidamente desligo o fogo e tampo a panela colocando-a em cima da pia na tentativa de conter as chamadas, mas o cheiro horrível e a fumaça tomaram de conta da cozinha. Balanço a cabeça decepcionado comigo mesmo e seguro o riso. Nem uma droga de torrada eu consigo fazer. Ótimo.
— Por acaso esse carvão era para ser o meu café da manhã? — A voz sádica e provocante da garota atraiu minha atenção para a entrada.
Maggie estava com uma de suas mãos apoiadas no batente da porta com um sorriso malicioso nos lábios, ela usava apenas uma lingerie preta. Meus olhos percorrem todo o seu corpo escultural que é uma perdição e mordo meu lábio inferior involuntariamente.
— Por que você ainda não vestiu uma roupa? — Pergunto fazendo-a rolar os olhos e se aproximar. — Amor, vamos sair daqui a pouco e não podemos nos atrasar, sabe disso.
— Ainda temos tempo.
— Mas e se meu pai te pegar andando pela casa assim?
— Kevin, relaxa — Inclinou dando-me um selinho. — Ele saiu bem cedo para fazer uma patrulha.
— Como sabe?
— Digamos que trombei com o Sr.Long quando fui no banheiro.
— Maggie...
— Só pelo jeito que me olhou suponho que ficou surpreso em me ver.
— Ah, jura?
— Não sei o porque da surpresa e pra falar a verdade, ele demorou bastante para descobrir, ultimamente não saio da sua casa.
— Principalmente do meu quarto.
— O que posso fazer se o seu quarto é
confortável? Principalmente a cama.
— É claro, a cama.
— Sim meu amor, o que mais poderia ser? — Abaixou o tom de voz em uma tentativa de me provocar.
— Eu não sei, querida — Solto um riso nasal sabendo que odiava ser chamada assim. — O meu pai ter visto você hoje muda absolutamente tudo.
— Sim, cabeças vão rolar.
— Principalmente a minha.
— Uma pena.. — Desliza sua mão pelo meu peitoral coberto pela camisa e se afasta indo em direção do balcão.
— Ele te falou alguma coisa?
— Não.
— Tem certeza?
— Fica tranquilo, o seu pai não me fez nenhuma pergunta.
— Eu só te pedi uma coisa, ser discreta quando fosse dormir na minha casa.
— Foi mal, amor.
— O seu irmão vai me matar.
— É, ele vai sim — Pegou uma torrada dando uma prazerosa mordida — Mas pelo menos o seu sacrifício vai ser por uma boa causa.
— Até porque adoro brincar de roleta russa, não é mesmo?
— Não exagera, sabe bem que o Aaron não vai fazer nada com você.
— Diz isso para os outros caras que já ficaram com você.. — Faço questão de arquear as sobrancelhas de forma que a fizesse me olhar sugestiva.
— Kevin, é sério.
— Só estou sendo realista.
— Tem certeza que não está surtando?
— Claro que não, afinal você já deixou um discurso pronto para usar no meu funeral.
— Qual é.. — rola os olhos — Será que consegue responder as perguntas sem usar sarcasmo?
— Depende, consegue fazer perguntas sem o teor de estupidez?
— Tudo bem, você ganhou.. — Suspira fundo pegando uma garrafa de vodka que sempre deixo no armário de cima
— Viu que horas ainda são?
— Desde quando a hora se tornou um problema, amor?
— Você é difícil.
— Relaxa, é só para batizar o café, não vou exagerar — Puxa a tampa abrindo a garrafa. — O dia vai ser um porre.
— Eu preciso conversar com o Aaron, não da mais para esconder.
— Boa sorte. — Pega a xícara de café e despeja uma quantidade exagerada no líquido quente — Sugiro que converse com ele antes da viagem.
— Como se fosse fácil falar com o seu melhor amigo que está ficando com a irmã dele.
— E de novo voltamos ao sarcasmos.
— Qual seu problema comigo hoje?
— Nenhum, só estou entediada. — Vira a garrafa diretamente na boca, só pode estar de ser brincadeira.
— Já chega, me entrega isso.
Tentei pegar a garrafa de Maggie, mas minha mão passou bem longe do alvo. Ela deu a volta no balcão conseguindo escapar de mim esboçando um sorriso malicioso, se divertindo com a situação inusitada. Respiro fundo elevando meu olhar para os da morena enxergando a intensidade através de suas órbes.
— Maggie, por favor.
— Para de tentar me controlado igual o babaca do meu irmão.
— Só estou tentando te ajudar, ou acha que vão deixar você viajar cheirando a álcool?
— Hum... — Fitou-me como se eu fosse sua presa insaciável e leva novamente a garrafa na altura da cabeça virando o liquido entre seus seios. — Ops.
— Fala sério, amor.
— Certeza que não quer provar? Isso pode te ajudar a ter coragem quando for enfrentar o Miller.
— A última coisa de que preciso agora é de um irmão furioso querendo tirar satisfação por deixar a irmã bêbada.
— Qual é, não seja estraga prazeres.
— Pode me devolver isso?
— Sem graça — rola os olhos deixando a vodka em cima do mármore — Sério, quando foi que você ficou tão chato?
— Só estou tentando ser responsável.
— Justo hoje?
— Nunca é tarde demais. — Mantenho um sorriso irônico guardando a vodka de volta no armário de cima.
— O Kevin da noite passado não teria desperdiçado essa chance.
— Por mais que eu queira te foder em cima desse balcão, tenho que conter a vontade para não atrasar — A olho de forma provocante, vendo-a umedecer os lábios entreabertos.
— Quer dizer então que você quer me foder no mármore da cozinha?
— Foi o que eu disse.
— Interessante — Apoia suas costas na borda do balcão arqueando seu tronco me dando uma bela visão do seu corpo.
— O que pensa que está fazendo?
— Nada demais, só estou tirando meu cabelo do seio cheio de vodka.
Com a mão livre, a morena afastou os fios negros que lhe caíam no seios que estavam cobertos apenas pela lingerie preta de renda. Ela queria mexer com minha estabilidade e estava realmente conseguindo. Não ouso desviar meus olhos do dela, desconfiado.
— Qual o seu jogo, afinal?
— Jogo? Quem aqui falou em jogo?
— Garota...
— Só pra saber. — Ajeita sua postura e me olha firme — O que pretendia fazer comigo? — Sussurra com a voz ácida e provocativa.
— Depende, o que você imagina?
— Não sei, mas poderia me mostrar.
— Tic tac do relógio, amor.
— Eu desisto.
Suspira fundo, dando-se por vencida e rola os olhos fazendo menção de sair, mas seguro seu braço, impedindo-a de atravessar a entrada prensando o seu corpo ao meu. Alterno meu olhar entre sua boca, seu corpo e finalmente seus olhos, sentindo a respiração levemente ofegante da garota contra meu rosto.
— O que dizia? — Sussurro em um fio de voz próximo do seu ouvido.
— Isso foi...
Seu rosto estava ruborizado, seus olhos em pura luxuria e ainda tentava conter sua respiração ofegante. Deslizo minha mão até o seu queixo ouvindo o pulsar de seu coração ágil tentando encontrar uma sincronia e meus pensamentos se perderam em seus lábios entreabertos.
Levo uma de minhas mãos até o meio de seus cabelos e vou descendo outra mão por suas costas pressionando seu quadril contra o meu ouvindo-a arfar.
Seus olhos permanecem sobre mim e um sorriso travesso surge no canto de seus lábios levemente umedecidos.
— O que você quer, amor? — Provoco vendo-a piscar algumas vezes. — Não vai me dizer que desistiu fácil assim..
— Cala boca.
Empurrou-me contra o armário atrás de mim unindo nossos lábios em um beijo urgente fazendo nossas línguas entrarem em uma luta travada pelo melhor prazer. Escorrego minha mão para sua bunda apertando sua carne gostosa fazendo-a soltar um gemido oprimido contra minha boca.
Desço meus beijos para o seu pescoço apertando minhas mãos na sua coxa lhe dando impulso para subir no meu colo e assim ela faz entrelaçando sua perna em volta do meu quadril. Volto a beijá-la, ainda com mais prazer e a levo até o balcão, onde coloco sentada sobre o mármore gelado da cozinha.
Meu peito arfava um pouco, devido a intensidade do nosso beijo e me afasto trilhando os lábios por sua bochecha, pescoço e clavícula, ficando de frente para seus seios que subiam e desciam conforme ela tentava controlar a sua respiração descompassada. Seus olhos atentos não desviaram dos meus por um segundo se quer.
— Isso é loucura.
— Sim, mas é uma loucura gostosa.
Brinco vendo-a soltar uma prazerosa gargalhada e levo minhas mãos para suas costas desfazendo o fecho de seu sutiã tirando sem cerimônia fazendo os seus seios saltarem me dando uma visão que fazia meu prazer elevar-se á níveis absurdamente incríveis.
Abro um sorriso satisfeito e toquei seu rosto deslizando meu polegar pela sua pele macia olhando-a fixamente. Faço o possível para aproveitar cada fração de sofrimento que passava através de seus olhos toda vez que a tocava, e ela amava a sensação assim como eu.
— Se ficar com você pode sentenciar a morte, então vale a pena.
— Idiota. — não conteve o riso — Você tem muita sorte. — Desabotoa o cinto da minha calça abrindo o zíper.
— De fato.
Desço minha mão para o seu pescoço e aperto trazendo-a para mais perto e início novamente outro beijo. Mordo seu lábio inferior ouvindo seu arfar e começo a mordiscar sua pele de uma forma delicada alcançando, por fim o que eu desejava. Seus mamilos rígidos
Abocanho seus seios os sugando sem presa mordendo levemente o bico do seu peito ouvindo-a gemer. Começo a chupar fazendo exatamente o mesmo com o outro de modo que a fizesse se contorcer, então desço lambendo sua
barriga com a língua sentindo o gosto amargo da vodka em sua pele.
— Você tinha razão, eu estava mesmo precisando disso.
— Tenta me ouvir mais vezes... — Diz com a respiração arrastada.
Volto a subir beijando sua boca a cada segundo mais desesperado. Aperto seu quadril ficando entre suas pernas e a trago para mais perto fazendo-a sentir o volume na minha calça. Já estávamos em chamas e suas mãos ágeis em volta da minha nuca intensificando o nosso beijo me deixava ainda mais louco.
Nós afastamos um pouco por causa da falta da ar, ambos estávamos ofegantes e sedentos por mais. Ela não se deu por vencida e puxa minha camisa pra cima e a ajudo a tirar. Em seguida passa suas unhas pelo meu peitoral mantendo seu sorriso e o maldito som do meu celular atrai minha atenção para a tela.
— Droga, o treinador que nos ver mais cedo antes de pegar a estrada.
— Usa a desculpa de que um cachorro roubou o seu carro. — Sugere sem dar muita importância depositando beijos no meu pescoço.
— Como se ele fosse acreditar.
— Qual é, ignora e vamos continuar.
— Eu preciso ir, é importante
— O nosso sexo também — Resmunga fazendo bico enfiando sua mão dentro da minha calça com seus olhos presos aos meus. — Tem certeza que precisa mesmo ir? — Massagea meu membro.
— Porra...
Um suspiro sôfrego escapou dos meus lábios e curvo meu tronco enquanto a boca ousada de Maggie invade a minha beijando-me com ternura. A morena puxa meu corpo pra mais perto do seu e apoio meu braço no balcão sentindo sua mão quente me masturbar.
— Alguém em casa? — Uma voz grave e inesperada surge na entrada da casa nos fazendo se afastar.
— Merda...
— É o Aaron?
— Sim, estamos ferrados!
— O que fazemos?
— Se esconde, rápido.. — Ordeno e ela obedece indo para trás da geladeira.
— Que bom, ainda não saiu.
— Estou aqui... — Forço um sorriso me virando bruscamente vendo o Aaron franzir o cenho confuso.
— Aconteceu alguma coisa? Parece que viu um fantasma.
— Só se for o meu. — Resmungo.
— Falou alguma coisa?
— Não... — Engulo em seco vendo-o se aproximar olhando em volta. — O que veio fazer aqui?
— Como assim? Vim te buscar, sempre vamos juntos nas viagens.
— Ah é memo...
— Por que a cozinha está com cheio de queimado? Tentou fazer uma de suas receitas malucas de novo?
— Me descuidei e acabei queimando a torrada, sou um idiota.
— É, não posso negar. — Diz tirando a tampa da panela que coloquei em cima da pia olhando o estado da torrada.
— Recebeu a mensagem do treinador?
— Sim, por isso vim mais cedo. — Volta a me olhar — Por que ainda não vestiu uma roupa? E que droga de cheiro de álcool é esse?
— Realmente não deixa nada passar?
— Não, e estou com fome. O que tem pra comer nessa casa além de torrada queimada?
Pergunta indo em direção da geladeira ao lado do armário onde a morena se escondia e pego a frente barrando sua passagem fazendo-o me olhar confuso.
Em uma tentativa rápida pego um dos pratos com os lanches que estava em cima do balcão e lhe ofereço.
— Essa torrada não está queimada.
— Tanto faz — Resmunga negando por um segundo, mas pega um pedaço.
— Receita nova. — Tento descontrair e elevo meu olhar para o lado vendo Maggie fazer sinais com a mão.
— Está bom, agora podemos ir?
— Não posso ir com você, eu fiquei de passar na delegacia. Preciso entregar um negócio para o meu pai.
— Isso não é um problema, podemos passar no caminho, relaxa.
— É que...
— Acho que agora entendi o motivo da sua frustração. — Direciona seu olhar para o chão vendo o sutiã. — Você está acompanhado.
— Culpado. — Solto um riso nervoso e Aaron permanece neutro. — Eu tenho que dar uma carona pra ela e...
— Como não quer me apresenta, você precisa ir sozinho. — Interrompeu-me usando o mínino possível de sarcasmo
— Foi mal, cara.
— Tudo bem.
— Sério?
— Claro, já estou de saída. Não quero atrapalhar a sua foda.
— Na verdade, você já atrapalhou.
— Ótimo — Jogou o pedaço que restou da torrada na minha direção — Espero que não se atrase.
— Fica tranquilo.
— É sério, eu odeio pegar os bancos da frente do ônibus.
— Eu não vou me atrasar, ok? — Tento ser convincente e ele suspira. — Daqui a pouco eu apareço na escola.
— Não vou ser o amigo tóxico se é isso que pensa, querido.
— Qual é, vai mesmo se vitimizar?
— Eu? Jamais!. — Provocou — Te vejo depois. — Seguiu em direção da saída, mas antes de passar pela porta se vira para me olhar. — É sério que você fez a garota subir e se esconder de mim?
— Talvez?!
— Otário, um dia você vai precisar me apresentar a sua namorada.
— Não vejo a hora — Brinco fazendo-o me olhar um pouco desconfiado.
— Fica esperto, Long.
— Você também, Campbell.
— Está mesmo pedindo para morrer.
— Não posso fazer nada se o seu nome é sexy e gruda na boca.
— Vai se ferrar.. — Resmunga fazendo ambos rirem, e então caminhou até a escada olhando para o andar de cima.
— O que está fazendo?
— Espero que não tente roubar o meu amigo, eu posso caçar você. Acho bom se cuidar — Indaga em um tom de voz elevada tentando intimidar quem ele pensa que estivesse se escondendo.
— Você é maluco.
— O recado está dado — Sorriu saindo da casa me fazendo acompanhar seus passos. — Será que ela me ouviu?
— Tenho certeza.
— Já é um começo.
— Seria bom se parasse de assustar as garotas que eu saio.
— Quando elas te levam para longe, eu meio que preciso marcar território, ou se esqueceu que somos um casal?
— Por acaso sua adorável Amélia sabe do nosso relacionamento secreto?
— Ainda não, querido. — Sussurra me fazendo rir. O idiota do Aaron nunca perde uma oportunidade de me zoar.
— Não quero colocar em risco o nosso caso, então cuida da aceitação dela.
— Amélia vai se acostumar. — Abriu a porta do seu carro segurando o riso e me olha uma última vez. — Vê se pede pra garota pegar leve com as unhas.
— É inevitável.
— Otário.
Entrou no carro e buzinou pegando a estrada e permaneci alguns segundos parado olhando para o nada sentindo um peso escapar do meu corpo e solto o ar preso em meus pulmões por causa da tensão. Em seguida entro de volta na casa vendo Maggie abotoar o fecho do seu sutiã enquanto ignora a minha aproximação.
— Essa foi por pouco. — Falo tentando atrair sua atenção. — Você está bem?
— O que acha?
— Desculpa, foi uma pergunta idiota.
— Não importa — Passa por mim indo em direção da saída — Pra mim já deu
— Do que está falando?
— Como assim? Você acha que eu gosto de me esconder?
— Amor...
— Cala boca — Exclama esquivando o corpo impedindo de ser tocada. — Ou você conta para o meu meu irmão que a gente estamos juntos, ou acabou.
— Prometo que vou falar com ele.
— Espero que sim, caso contrário você já sabe. — Deu de ombros se afastando.
— Para onde está indo?
— Tomar um banho, seu idiota.
— Vai demorar? Não posso me atrasar eu preciso falar com o Aaron antes da nossa viagem.
— Por que não falou quando ele estava na sua cozinha a três muitos atrás?
— E ver você quase sem roupa? Aaron me mataria antes mesmo de me deixar explicar.
— Ok! — Levanta os braços mostrando se render. — Eu chamo um táxi.
{...}
Após guardar minhas malas no carro e deixar Maggie em casa sozinha peguei a estrada. O nosso ponto de encontro é na escola, então não demorou muito para chegar. Confesso que estava um pouco nervoso e minha cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento.
De longe já dava para se ver o pessoal do time concentrado no gramado, eles pareciam animados com a viagem. De fato, viajar para os jogos finais sempre despertava euforia em todos, inclusive nas animadores de torcida. Como esse era o último ano da maioria da galera, queriam aproveitar o máximo.
— Finalmente chegou. — Bryce fala ao me ver estacionar na vaga disponível.
— Como está o treinador?
— De bom humor.
— Ótimo. — Rimos e me ajudou a pegar minhas malas levando para o ônibus.
— Por acaso você viu a Maggie por ai?
— Não, por que?
— Scarlett precisa das garotas reunidas para conversar antes de sair. — Diz me fazendo arquear uma sobrancelha.
— Virou mensageiro da ruiva agora?
— Sabe como é difícil dizer não para o que ela pede — Fecha a tampa ao lado do ônibus, onde fica o bagageiro.
— Tanto faz.
— Eaí, animados? — Max indaga ao se aproximar por de trás — Eu já consigo me imaginar sozinho com as gostosas de Chicago.
— É só nisso que consegue pensar?
— Qual é, vai me dizer que isso não te faz ter força de vontade?
— Com certeza. — Bryce concorda e o Max sorriu satisfeito com a resposta.
— Idiotas — Reviro os olhos — Alguém de vocês viu o Aaron?
— No gramado de trás, com a Scarlett.
— Desde quando eles voltaram a se dar tão bem de novo?
— Não faço a mínima ideia.
Afastei-me deles entregando as chaves do meu carro para um dos professores que ficou responsável de monitorá-los até um responsável buscar e caminho mais para baixo avistando de longe ele conversando. O Aaron estava deitado sobre a grama verde usando os braços como apoio para cabeça e a Scarlett estava sentada do seu lado.
O garoto estava sempre rindo de algo que ela falava, como se não tivessem nenhum problema para se preocupar. Isso de certa forma me deixa intrigado já que eles estavam se dando bem até demais. Scarlett sempre foi um ponto fraco do Aaron. Um gatilho que prefiro manter distante do meu amigo.
— Foi mal atrapalhar — Abro um leve sorriso cínico — Podemos conversar?
— Claro, o que ouve?
— É algo pessoal.
— Tudo bem, essa é a minha deixa. Te vejo depois — Scarlett diz e se levanta saindo de perto do garoto que tentava entender o motivo da intromissão.
— Obrigado.
— Não há de quê.
— Guarda um lugar pra mim — Aaron pede observando a garota se afastar, e ela assentiu com a cabeça.
— Sério, o que sua namorada acha?
— É só um lugar, não tem nada demais nisso. — Esquiva se sentando — Agora me fala o que é tão importante.
— Digamos que é complicado.
— Não enrola.
— Como foi a sua conversa com o seu pai ontem?
— Ainda não conversamos, ele teve que sair a trabalho — Comprimiu um olho devido o raio solar — Mas não foi do meu pai que veio falar.
— Não. — Suspiro fundo — É sobre sua irmã, Maggie.
— O que ela aprontou dessa vez?
— Nada, a verdade é que...
— Vocês estão namorando, disso eu já sabia. Pensei que era algo mais grave.
— O que? Como você...
— Kevin, por favor. Vocês dois nem se quer sabem disfarçar, qualquer pessoa consegue perceber algo rolando.
— Droga, o que entregou?
— As olhadas, o perfume dela grudado em você, nossa... Tantas coisas.
— E isso não te deixa bravo?
— Vocês dois se gostam, não tem muito o que ser feito.
— Então tudo bem pra você?
— Claro. — Se levanta do chão ficando de frente pra mim — Mas fique ciente, a regra também se aplica a você — Me olha neutro — Machuque minha irmã e eu te mato — Abre um sorriso mordaz fazendo meu corpo tremer.
— Eu nunca machucaria ela.
— Que bom, você é esperto.
— Não imagina o quão aliviado estou por finalmente ter contado.
— Bom, depois de todos os idiotas que Maggie já namorou... ela merece ficar com um que a respeite de verdade.
— Ainda bem que você não surtou, eu estava quase passando mal de nervoso
— Espero que saiba que minha irmã é uma garota mimada, ela não aceita um não como resposta.
— Já deu para perceber... — Rimos.
— Fico feliz por vocês. — Se aproxima ajeitando a gola da minha camisa.
— O que foi?
— Estava amassado... agora ficou bem melhor. — Abana meu ombro e volta a me olhar. — Só falta uma coisa.
— Que coisa?
— Isso — Acertou-me um soco na boca do estômago, me fazendo curvar para frente e perdi completamente o ar. A dor era tamanha, que eu não conseguia sequer me mover.
— Qual é cara, achei que estávamos de boa com tudo. — Resmungo com a voz falha. Pela falta de fôlego.
— E estamos.
— Então por que me socou?
— Isso foi uma lição por ter demorado tanto para me contar que você e Magg estavam ficando. — Coloca as mãos no bolso do moletom e se afasta — Vamos, se levanta. O pessoal está esperando.
— Filho da... {...}
Depois da saudável conversa que tive com Aaron, fomos para a reunião que o treinador estava fazendo com o time falando sobre algumas regras básicas e então mandei uma mensagem para Maggie dizendo que tínhamos ganhado total liberdade do seu querido irmão.
Agora estamos escorado no muro com os olhos presos no pessoal que entrava no ônibus. Era a última viagem juntos como um time, confesso que vou sentir falta dessa parte da escola. O moreno
permaneceu calado e pensativo. Algo o incomodava, e eu sabia bem o que.
— Qual é a sua com Scarlett?
— Como assim?
— Ela não para de olhar pra cá.
— Jura? Eu nem percebi.
— Hm, tem alguma coisa que eu deva saber? Não? Nada?
— Acha que aconteceu algo entre nós?
— É o que parece.
— Não viaja. — Rola os olhos voltando a prestar atenção no pessoal.
— Deixar a Scarlett entrar é estupidez e vai te destruir, mas algo me diz que você já sabe disso.
— Olha, eu gosto da Scarlett e sempre vou deixá-la entrar, cara, são porra de catorze anos de amizade.. — Suspirou um pouco aflito. — Eu não vou afastar ela só porque o nosso relacionamento não deu certo, apesar dos motivos.
— Mas?
— Ela não é a garota que eu amo, então pode ficar tranquilo.
— Tudo bem, espero que suas palavras convença você mesmo.
— Sério? Vai voltar a falar nisso?
— Foi mal, mas eu não consigo engolir essa nova versão amigável e atenciosa da Scarlett, algo lá no fundo ainda me deixa desconfiado.
— Tenta dar uma chance pra ela.
— Não prometo nada, mas espero que tome cuidado.
— Eu sei me cuidar.
— Acho bom mesmo, Amélia é minha amiga, então se você se quer pensar em machucá-la, eu te mato. — Abro o meu melhor sorriso cínico.
— Não vai precisar chegar nesse ponto, mas agradeço por cuidar dela.
— Falando na garota... — Desvio meu olhar para frente e ele faz o mesmo.
— Céus...
Para surpresa de todos, inclusive a do Miller, Amélia se aproximava de onde estávamos sendo acompanhada pela a Magg, ambas usando roupas de lideres de torcida segurando pompom. O rosto pintado com as cores do time, o sorriso estampado nos lábios, e a surpresa do Aaron declarou diversão.
— O que acham? — Magg pergunta e dar uma volta com Amélia deixando-o hipnotizado.
— Uau, estão absurdamente lindas.
— Obrigada. — Deu-me um beijo.
— E você Sr.Miller. O que achou? — A loira se aproxima do Aaron que ainda mantinha uma expressão neutra.
Seus olhos passeiam calmamente pelo corpo da garota. Ele estava encantado e pareceu travar deixando as palavras sumir de sua boca. Aaron umedeceu os lábios ao vê-la balançar os quadris em um frenesi intenso, sem maldade, mas instigava o clímax masculino do moreno apaixonado.
Ele a puxou pelo quadril, sussurrando algo em seu ouvido fazendo-a sorrir em resposta e ficaram se olhando sem dizer nada, mas somente pelo jeito eu diria que fariam sexo ali mesmo. Mag segura meu rosto me fazendo encarar suas orbes e então me beija feroz sem se importar com a presença do Aaron.
— Veio se despedir antes de eu pegar a estrada? — Aaron perguntou alisando
o rosto da loira.
— Eu vou pra viagem junto com você, gostou da surpresa?
— O que? Sério?
— Sim, a diretora me liberou.
— Como conseguiu?
— A Scarlett me ajudou, ela disse para a Ross que precisava de mim para ser a nova integrante do grupo das lideres
— Por essa eu não esperava...
— Nem eu, dá para acreditar? — Digo em um tom de voz irônico fazendo-o me olhar sugestivo.
— Sua mãe deixou você ir numa boa?
— Sim, eu meio que falei que ajudaria no meu histórico escolar.
— Que garota travessa... — Sussurrou beijando-a. — Vem, vamos para outro lugar mais reservado.
— Que safados.
— Espero que tenha trazido uma bolsa cheia de preservativo. — Indaguei.
Essa viagem promete.
{...}
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Thayslaine.silva0
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