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43 | Tudo ou nada

"Talvez eu seja o melhor erro que você já cometeu, você fica tão linda
quando diz meu nome.

Estou orando a um Deus, um Deus
que não acredito. Quanto mais eu escondo minhas cicatrizes,
mais fácil eu sangro"

— BlackBear

—— A A R O N ——

Havia se passado três horas desde que Scarlett estava me fazendo beber uma mistura nada agradável para me fazer vomitar em uma tentativa de limpar o meu organismo tirando as substâncias químicas que ainda se mantinham em meu sistema nervoso, já que continuo sentindo dor de cabeça.

Se eu me arrependo? É claro que sim! Afinal, não suporto mais ter que ouvir Maggie jogar na minha cara a burrada que fiz. E para deixar tudo ainda mais memorável, acabei dando um bolo na minha namorada. Fiquei de encontrar Amélia  na biblioteca,  mas olha onde eu estou agora, no quarto da Scarlett.

— Tudo bem universo, já entendi que você me odeia. — Murmuro sentando na cama. — Que saco...

Respirei fundo, olhando para a minha mão que segurava o celular e balanço a cabeça expulsando os pensamentos ruins e bloqueei a tela do smartphone jogando-o sobre o colchão. Desde cedo estou tentando falar com Amélia, mas ela não responde minhas mensagens.

Merda!

— Já terminou de beber toda o líquido da garrafa? — Scarlett pergunta assim que entrou no quarto atraindo minha atenção para a porta.

— Sim, e por favor me fala que aquela era a última, eu não aguento mais.

— Relaxa, você poderia ter parado na primeira garrafa. Phelps disse que os efeitos só durariam quatro horas.

— E por que não me contou isso antes de me fazer tomar aquela quantidade exagerada? — Questiono.

— E perder a oportunidade de te fazer pagar pelas péssimas escolhas? Jamais

— Isso foi muito baixo.

— Sim, eu sei. — Zomba com uma voz divertidamente sarcástica. — Como se sente depois de limpar o organismo?

— O que acha? Eu estou péssimo.

— Perfeito. — Coloca a mão na minha cabeça e bagunça meu cabelo como se eu fosse uma criança. — Agora espero que aprenda e não faça mais idiotices.

— Me lembre de passar longe de você da próxima vez que isso acontecer. 

— Como se eu não fosse perceber algo de diferente no Campbell a uma longa distância. — Manteve seu sorriso. — E não vai ter uma próxima vez.

— Sabe que  odeio  quando me chama de Campbell e também sei que você só falou isso para me provocar.

— Bom garoto. — Deu a volta na cama indo em direção do closet me fazendo rolar os olhos. — Podemos considerar uma grande vitória, concorda?

O que eu fiz para merecer isso...

— Quer mesmo que eu responda?

— Tudo bem, eu me rendo.

— Assim tão fácil?

— Estou exausto. — Jogo as costas na cama.  — Quanto tempo mais preciso ficar aqui? — Pergunto vendo-a pegar dois vestidos e se olhar no espelho.

— Até eu receber mensagem do meu contato  que vai fazer os  exames nos atletas antes dos jogos.

— Ótimo... — Solto um longo suspiro e dou mais uma conferida no celular na esperança de ter recebido resposta da Amélia, mas nada. — Estou com fome.

— Maggie já deve estar chegando com a comida — Se virou ficando de frente pra mim. — Qual desses vestidos você acha mais bonito?

— Eu sou péssimo em escolher roupas

— Qual é, não é tão difícil.

— A minha opinião na moda deveria ser considerado um crime.

— Gato, por que acha que ainda estou pedindo sua opinião?— Se aproximou mais um pouco. — O vestido que você escolher irei descartar.

— Podemos ver claramente que ainda continua tendo ótimas estratégias.

— Otário. — Rebateu ao me secar com seu olhar enquanto tentava segurar o riso. — Hoje eu tenho um encontro.

— Sério? Uau. — Finjo estar surpreso olhando-a de forma irônica.  — Sinto muito por ele.

— Hey! — Lançou-me uma almofada e desviei soltando uma gargalhada.

— Cuidado com os vestidos, você não vai querer chegar toda amassada no seu encontro.

— Odeio o tom de voz que sempre usa quando está sendo sardônico.

— Só estou brincando — Seguro o riso desviando meu olhar para minha mão rodando o celular. —  Quem é o cara?

— Noah.

— Espera, é o barman que trabalha no bar que gostamos de nos reunir com o pessoal do time?

— Sim. — Responde ainda segurando os vestidos esperando minha opinião e desço meu olhar para o seu corpo e depois voltei a encará-la. — E então?

— Você fica melhor no rosa. Combina com o seu cabelo.

— Droga. — Resmunga fazendo careta e estendeu na cama. — Você mandou bem, esse é lindo.

— De nada.

Uso meu tom de deboche, obviamente querendo provocá-la vendo-a manter um sorriso discreto enquanto tenta se concentrar  em não  amassar o tecido enquanto fica  um pouco indecisa. Os olhos da garota percorrem cada parte dos detalhes de renda e então ergueu sua atenção de volta pra mim.

— Tem certeza que essa cor não vai me deixar apagada?

— É impossível você não se destacar, então relaxa, Martinez.

— Tudo bem... — Rendeu-se pegando alguns acessórios na penteadeira.

— Já faz muito tempo que vocês estão saindo?

— Alguns dias, por que?

— Por nada, só me surpreende ele ter demorado tanto para criar coragem e te chamar para sair.

— Como assim?

— Noah sempre foi afim de você.

— O que? Não é verdade. — Virou seu olhar para mim e franziu o cenho um pouco surpresa.

— Pense bem, o cara fazia sua bebida preferida sem você pedir. Ficava todo desastrado quando você estava perto e sempre tentava te fazer sorrir.

— Eu nunca reparei nisso, mas uau. O cara é mesmo corajoso, flertar comigo com você estando perto. Ele não teme o perigo. — Rimos juntos. — Você não sentia ciúmes vendo tudo?

— Bom, eu sou Aaron Miller, acha que vou me sentir inseguro? Ele não tinha a menor chance.

— Como eu odeio o seu ego — Fala em uma tentativa  falha de conter o riso e abaixou  o olhar dando as costas. — Já reparei em como você fica quando um cara da em cima da Amélia. Parece se transformar em outra pessoa.

— Eu fico normal.

— Não mesmo... — Se virou colocando os brincos ao lado do vestido— Aquele Aaron Miller confiante parece sumir.

— Está me zoando?

— Não, mas relaxa porque isso mostra que você realmente gosta dela. 

Scarlett...

— Acha que fica melhor uma pulseira ou relógio?— Tenta mudar de assunto me olhando melancólica.

— Pulseira.

— Você está mandando muito bem, já é um grande progresso — Descontraiu abrindo um sorriso — Estou pensando em mudar a cor do cabelo.

— E qual seria a opção?

— Preto, acha loucura?

— Uma Scarlett morena? Nunca parei para imaginar isso. — Brinco vendo-a desviar o olhar — Vai ficar bonita, não se preocupe com isso.

— Se a Maggie estivesse aqui diria que seria uma nova personalidade minha.

— Isso é algo que ela diria. 

— Teve a quem puxar. — Rimos e ela voltou a me olhar abrindo um sorriso de canto. — Acho que sua irmã ainda não gosta muito de mim.

— Com o tempo ela aprende a gostar.

— Espero que tenha razão.

— Você sabe que eu sempre tenho.

— Convencido—Murmura me fazendo rir outra vez — Eu sinto falta das suas luzes loiras.

— Nem me lembre disso, o Kevin me fez pintar e me arrependo até hoje.

— Mas não pode negar que combinou muito com você.

— Eu sou atraente de qualquer jeito, e todos sabem disso — Brinco ouvindo-a soltar uma prazerosa gargalhada. 

— Você não vale nada.

— Obrigado.

— De nada. — Retruca se recompondo do riso e ficamos em silêncio. Quando seus olhos pousaram novamente sobre os meus pude ver o quanto ainda doía ficar tão próximo de mim.

— Fico feliz por você e o Noah — Digo tentando  disfarçar o clima tenso que havia se formado — Ele parece ser um cara legal.

— Sim, ele é incrível — Fala baixo e se afastou pegando o vestido — Bom, eu vou experimentar para ver como fica.

— O que, agora?

— Sim, nós não temos nada para fazer a não ser esperar. — Parou de andar e me olhou. — E também gostaria de ter uma opinião masculina, por favor...

— Tudo bem. — Rendo-me suspirando fundo. — Vê se não demora muito.

— Prometo.

Saiu animada entrando no closet e me levantei  da cama indo  em direção da janela afastando a cortina observando a movimentação da rua elevando meu olhar para o céu limpo. O sol brilhava baixo e já deveríamos está próximo do fim da tarde.

Solto o ar de meus pulmões pensando em como minha vida está agitada nos últimos dias e um riso irônico escapou de meus lábios, eu estou muito ferrado Sei que poucas pessoas entenderiam o que estou sentindo neste momento. E a única que eu me importo agora está me ignorando.

— Ótimo... — Resmungo baixo sentido uma raiva e decepção me corroer por dentro enquanto lentamente a minha mente me torturava.

Fiquei perdido em meus pensamentos até que  ouço o meu celular  tocar em cima da cama. Virei-me para pegá-lo e pensei logo que era Amélia, mas assim que olhei, vi que era uma chamada do  meu pai. Ignorei a ligação travando a tela, estou evitando-o a tarde toda.

— O que acha?

A voz da Scarlett atrai minha atenção vendo-a me olhar abrindo seu melhor sorriso e deu uma volta. Eu não tinha como  negar, ela estava linda usando aquele vestido. Confesso que naquele momento eu não sabia o que dizer, só fiquei parado observando a forma em que  seu sorriso se  desmanchou após eu não demonstrar nenhuma reação.

— Não gostou?

— Pelo contrário, ficou bonita.

— Acha mesmo? — Pergunta insegura indo conferir no espelho.

— Sim, por que eu mentiria?

— Não sei — Sorriu tentando alcançar o zíper. — Pode me ajudar com isso?

Sim...

Me aproximei da garota que estava de frente para o espelho e ela engoliu em seco afastando seu cabelo para o lado e me encarou através do reflexo. Levo minha  mão até o zíper  aberto na sua costa e sinto seu corpo reagir ao meu toque em sua pele, mas logo ajeitou a postura elevando os ombros.

— Pronto.

— Obrigada...  — Arrumou o cabelo e abanou o vestido — Você tinha razão, essa cor combinou comigo.

— Eu sei.

Me gabei vendo-a aliviar a pressão de seus músculos ficando um pouco mais confortável com minha aproximação e um silêncio se estendeu novamente sobre nós. Sentia sua atenção em mim enquanto eu analisava os detalhes do vestido valoriza sua silhueta.

— O que eu perdi?— Maggie pergunta ao entrar no cômodo atraindo a nossa atenção — Ainda é estranho ver vocês dois assim tão próximos.

— O seu irmão estava dando algumas dicas de moda, acredita?

— Isso é sério?

— Não foi bem o que aconteceu.

— Que coisa feia negar, Campbell

— Não acredito que eu perdi isso, que droga... — Maggie resmunga fingindo estar desapontada. — Sempre perco a melhor parte da diversão.

— Scarlett tem um encontro.

— O que? A ruiva vai mesmo sair com uma pessoa diferente?

— Por que da surpresa?

— Nada, só que eu lamento... Mas não por você, mas sim pelo pobre coitado. 

— Não acredito. — Scarlett se esquiva em ofensa.  — Vocês dois com certeza dividem o mesmo neurônio.

— A palavra gêmeos já deveria ter um significado forte para você.

— Maggie?

— Relaxa, sua irmã só está sendo mais sarcástica que o normal. 

— Esperta. — A morena sorriu e então jogou a  bolsa que segurava em minha direção. — Aqui está suas roupas.

— Que gentileza de sua parte.

—  Isso não foi de graça. Eu ainda vou querer receber algo em troca.

— É claro que vai.

— Por me fazer perde meu programa preferido para ficar a tarde cuidando de você... — Se aproximou mantendo seu sorriso. — Vou querer fazer uma festa depois da viagem.

— Tudo bem.

— Mas tem que ser na nossa casa.

— Não está nada bem.

— Qual é! Por favor... Eu prometo que vou monitorar toda a festa sem deixar ninguém quebrar nada.

— Por que você quer fazer isso?

— A formatura está chegando, então eu gostaria de aproveitar e fazer algo do meu jeito.

— Mas e o nossos pais?

— Eu viu na agenda deles e adivinha, tem uma viagem programada no final de semana depois da viagem do time.

— Não sei, estou pressentindo que vai dar muita merda...

— Deixa sua irmã ser feliz.  — Scarlett diz pegando um pedaço de torta que a Maggie havia trazido.

— Você não vai querer sujar de molho o seu vestido. Acho bom tirar.

— Droga, já tinha me esquecido.

— Que horror! Essa frase de vocês não ficou nada legal.

— Para de ver malícia em tudo — Rolo os olhos e voltei a encarar Maggie que implorava para eu liberar sua festa.

— Quer saber... No dia que nós fazer a lavagem de carros usando biquínis, as lideres de torcida pode aceitar pregar uma pesa em qualquer cara que você escolher. O que acha?

— Hm, até que é uma causa justa. Eu queria mesmo zoar com o Max. Então podemos fazer o trato.

— Sério?

— Sim. — Respiro fundo — Mesmo eu sabendo que no final vai sobrar para o idiota aqui monitorar adolescentes bêbados eu vou deixar você fazer sua festa, maninha.

— Acha mesmo que eu vou deixar as garotas fazer algo inapropriado?

— Tenho certeza que elas vão aceitar fazer isso, afinal todas estão sentindo raiva do Max por causa dos ensaios.

— Sério que você vai mesmo levar em consideração? — Scarlett questiona.

— Você viu mais cedo como elas estão bravas comigo, seria bom aliviar um pouco a minha barra.

— É Scarlett, deixa ele ser feliz.

Maggie retruca abrindo um sorriso de forma sardônica fazendo-a soltar o ar pesadamente desistindo de convencer Maggie. Ela conhece bem como minha irma é persistente e não desiste fácil, então rendeu-se parando de comer o pedaço de torta colocando de volta na embalagem.

— Ser teimoso está mesmo no sangue dos Miller... — Deu de ombros — Não sei por que eu ainda tento.

— Não é pessoal.

— Tudo bem, eu vou tirar o vestido.

— E o nosso trato?

Maggie pergunta me fazendo desviar meu olhar da Scarlett para a sua mão que agora estava estendida para mim. Soltei um longo suspiro analisando as vantagens e desvantagens e então me rendo apertando sua mão fechando o acordo  fazendo-a pular  no meu colo mais animada que o normal.

— Tenho que ir agora, mas saiba que você tomou uma ótima escolha.

— Para onde você vai? E o meu carro?

— Marquei de sair com uma amiga, e eu não fiquei de buscar o seu carro.

— Relaxa, eu pedi para o Kevin pegar no estacionamento, daqui a pouco ele chega. — Scarlett grita  do outro lado do cômodo.

— Problema resolvido, já vou indo.

— Vê se toma cuidado.

— Relaxa, maninho. — Se retirou do quarto e me joguei na cama, exausto.

— Bom saber que não sou a única que tem medo da sua irmã.

Scarlett brinca voltando para o quarto vestindo sua blusa atraindo de volta a minha atenção vendo-a caminhar em direção da cômoda indo conferir uma mensagem que havia recebido e abriu um  sorriso ao ler. Imaginei ter sido o Noah, mas ergueu os olhos para mim dando pulinhos de alegria.

— O que ouve?

— Sabe o homem que te falei que me deve um favor? — Pergunta e apenas assenti — Ele concordou em fazer seu exame testar negativo para drogas.

— Legal.

— Legal? — Encarou-me séria. — É só isso que tem para me dizer?

— Foi mal.

— O que aconteceu?

— Nada. — Dei uma pausa respirando fundo e desviei meu olhar— Talvez eu mereça ser expulso do time.

— E por que acha isso?

— Porque quebrei a primeira regra do Fearless.. "Nunca faça nada que possa colocar o grupo em risco"

— Aaron Miller, você sempre fez tudo para proteger o seu time, e só porque deu um deslize não significa que não mereça jogar na final.

— Eu vacilei.

— Sim, mas você se arrependeu e não vai fazer algo do tipo novamente.

— Olha...

— Qual é, quantas pessoas já vacilou e você  perdoou? É isso que um Fearless faz, concerta e bola pra frente.

— Mas dessa vez quem fez a burrada  foi o próprio capitão deles.

— E daí? Ninguém é perfeito. Agora se levanta — Me puxa para fora da cama e me entregou uma toalha — Tem que se reerguer sem desânimo.

— É fácil falar quando não é você que está andando em uma corda bamba.

— Cala boca.

— Sempre carinhosa.

— Obrigada— Se gaba segurando meu braço me fazendo encarar seu rosto e não me contiver soltando um riso. 

— Pega leve com o seu namorado, se você olhar assim pra ele aposto que o coitado vai pensar você está brava.  

— Eu estou brava, mas com você.

— Só porque eu disse que não mereço jogar? Que coisa feia Scarlett, poderia pelo menos me deixar fazer o certo.

— O certo é você ganhar a merda dos jogos. Agora relaxa porque amanhã é outro dia, fofo.

— Eu falei sério sobre o Noah.

— Aaron! — Segura a risada tentando parecer brava — Chega, vai tomar seu banho que o Kevin vai trazer o carro.

— Tudo bem, fofa.

— Não me estressa ainda mais. — Se afastou  pegando a vasilha de torta e caminhou em direção da porta. — Já sabe onde fica as coisas no banheiro, então vou te esperar lá em baixo.

— Vê se não come tudo sozinha.

— Eu não posso prometer nada— Saiu com a postura firme me provocando.

— O que será que a senhora Martinez vai pensar quando descobrir que você anda me maltratando?

Ameaço em um tom de ironia vendo-a erguer seu dedo do meio na porta me fazendo gargalhar e ouço seus passos voltar a se afastar descendo os degrau da escada. Pego minha bolsa indo em direção do banheiro para poder tomar um banho, mas antes tento fazer uma nova ligação para Amélia e como nas outras tentativas, ela não atendeu. 

Droga...

{...}

Não há nada mais relaxante do que a sensação das gotículas de água gelada caindo sobre sua pele aliviando cada músculo do seu corpo tentando lutar contra tantos pensamentos intrusivos que iam e vinham na minha cabeça. A última discussão que tive com meu pai não acabou nada bem.

Depois de passar praticamente a tarde toda evitando falar com ele, agora não tinha mais como me esconder. Recebi uma mensagem do Kevin dizendo que estava chegando para me buscar. Isso só me deixou ainda mais nervoso com a volta pra casa já que meu pai tentou me ligar diversas vezes.

O Miller quer conversar comigo sobre alguma coisa e ignorar ele só deixa as coisas ainda pior, mas é melhor evitar qualquer discussão agora. Preciso me relaxar porque amanhã começa mais uma nova jornada final do time, e eu preciso estar bem psicologicamente.

Se concentra...

Após um banho demorado me troquei e recolhi minhas coisas guardando na bolsa.  Em seguida  desci para o andar de baixo onde me deparei com a cena da Scarlett sentada ao lado do Noah se beijando. Fingi uma tosse para chamar a atenção deles.

— Aaron? — Pude notar espanto em seu tom de voz. 

— Eaí, como vai? — Estendo uma mão para cumprimentar o rapaz.

— Eu não sabia que você estava aqui...

— Relaxa, eu já estou de saída.

— Você não vai querer comer a torta? Deixei alguns pedaços. — Scarlett fala se levantando.

— Eu como alguma coisa no caminho, o Kevin já está chegando.

— Olha cara, sobre o que você viu...

— Não se preocupe, está tudo bem.

Graças a Deus. — Suspira aliviado me fazendo soltar um riso nasal.

— Antes de ir, eu só queria agradecer por ter me ajudado. Se não fosse você eu nem sei o que teria acontecido.

— Provavelmente teria sido expulso.

— De fato. — Rimos e ouço o som da buzina do meu carro do lado de fora.

— A sua carona chegou.

— Finalmente.

— Manda lembranças para o Kevin.

— Pode deixa. — Abro um leve sorriso e ficamos nos olhando. — Obrigado.

— De nada, mas lembrasse do que eu falei, se fazer isso de novo eu te mato.

— A sua ameaçar ficou bem clara, não se preocupe. — Faço uma cara lerda e ela deu risada. — Até amanhã.

— Espero te ver bem disposto.

— Vou tentar.

Afastei-me indo em direção da saída e respirei fundo abrindo a porta. Minha primeira reação  seria dar um sermão no Kevin por ter demorado tanto, mas assim que elevo o olhar para frente na espreita de ver meu carro estacionado tive uma grande surpresa.

Mas não pelo carro, ele estava intacto. Só não  sei se posso  dizer o mesmo de mim nos próximos segundos. Engoli a seco e fiquei parado olhando sem nem piscar para a garota escorada na porta do carro com os braços cruzados, pela suas expressões não parecia estar nem um pouco contente. 

— Aaron Miller, quanto tempo.. — Diz calma mantendo um sorriso cínico em seu belo rosto.

Amor...

É bom ver como você está depois de ter se divertido o dia todo.

— Então você soube...

Achou mesmo que poderia esconder isso de mim?

— Como descobriu?

— Scarlett me contou tudo e me pediu para buscar o seu carro. E quer saber? O pior de tudo foi ter ficado sabendo o que aconteceu através de outra pessoa

— O quanto está brava?

Pois bem. — Se desescorou do carro e se aproximou de mim — Imagine ter perdido uma jogada de touchdown... E então me diz, como se sente agora?

Droga...

— Sim meu amor, que droga — Desfez o sorriso e se afastou dando as costas.

— Me desculpa.

Minha voz sai como um sussurro e fico imóvel observando-a parar e me olhar por cima dos ombros. Seus olhos azuis transmitem tristeza e decepção. Vejo-a entreabrir os lábios pronta para dizer algo, mas desistiu entrando dentro do carro me fazendo sentir raiva de mim mesmo. Estou ferrado.

Amélia ligou o veículo colocando o pé no acelerador fazendo o motor exalar um barulho metálico e desce os vidros pretos do carro colocando meu óculos de sol que havia  encontrando dentro do suporte voltando a me encara com um sorriso mordaz entre os lábios.

— Entra logo, não quero perder o pôr do sol dentro de um carro.

Será que podemos...

— Aaron, por favor — Bufou evitando me olhar nos olhos. — Podemos pular essa parte e ir pra casa?

— Tudo bem.

Rendo-me sem questionar colocando minha bolsa no banco de trás dando a volta entrando no carro. Sento ao lado observando Amélia apertar firme sua mão no volante encarando a estrada e fiquei em  silêncio, esperando-a dizer algo, mas ela apenas passou a marcha pegando o caminho.

Consigo perceber seu desconforto pela forma que encarava a estrada.Gostaria de evitar  o clima tenso que se formou entre nós, mas eu não sabia como agir não sabia se  perguntava como estava ou se simplesmente ficava quieto. Vez
ou outra a garota suspirava, e isso me deixava em alerta.

— Antes de qualquer coisa eu gostaria de deixar claro que só  não te contei o que aconteceu porque não queria que me visse daquele jeito.

— Tudo bem.

— Só isso?

— O que quer ouvir? — Estacionou no semáforo e me encarou. — Quer ouvir o quanto estou chateada? Pois bem, eu estou Aaron, e muito!

— Desculpa.

— Então é isso, me coloca no banco de reserva e pede desculpa como se tudo fosse ficar bem, mas adivinha só, não está nada bem.

— Você está brava comigo e tem todo o direito de estar.

— Eu estou decepcionada. — Confessa colocando o óculos no painel do carro elevando seu olhar para a vista de fora da janela evitando me encarar.

— Ultimamente todos estão.

— Você está dando motivos.

— Talvez meu pai tenha razão eu faço tudo errado.

— Não é verdade, só que... — Suspirou fundo — Ver você preferir pedir ajuda da Scarlett do que a mim foi doloroso.

— Amor, eu não pedi a ajuda dela, foi ela quem percebeu algo de diferente e se ofereceu para me ajudar.

— Nossa, isso ficou ainda pior — Solta um riso nasal. — Acabou de dizer que eu sou uma péssima namorada.

— Você não é péssima, para com isso.

— Como não? Eu nem consegui notar que você estava mal. 

— Hey, não tinha como você saber, eu usei drogas bem depois de nos ver.

— Estou me referindo ao seu pai.

— O que tem ele?

— Vocês estão tendo problemas e não percebi, me desculpa. 

— Amor, eu disfarcei bem, tentei não demonstrar para não te preocupar.

— Quando você mais precisou decidiu me deixar de fora, isso prova que não sou boa o suficiente para te ajudar.

— Amor

— Outra garota precisou estar lá por você, e o mais irônico que foi justo a sua ex namorada.

Não precisa se...

— Afinal, quem sou eu né? Nunca vou conseguir ter uma importância na sua vida tão forte quando tem com ela.

— Amélia...

— Não, tudo bem. — Levou o dedo no rosto limpando uma lágrima. — Estou agindo feito uma idiota.

— Olha pra mim.

— Vocês se conhecem a anos e eu sou só uma garota que entrou na sua vida por acaso, nem deveria exigir nada...

— Tem razão, você não precisa exigir nada porque eu preciso fazer sem que você me peça, eu sou seu namorado e devo me comprometer a fazer tudo.

— Merda! — Sussurra — Nem sei por que fiquei chateada... Ela só queria te ajudar, que mal tem nisso? Não posso julgar a única  pessoa que foi sincera comigo hoje.

— Eu fiquei o dia todo tentando entrar em contato, mas você me ignorou.

— Jura? Você me deu um bolo sem me dar uma  explicação e depois de horas fiquei sabendo o que havia acontecido

— Como eu poderia falar se você não me deu chance de ter uma conversa?

Vai se ferrar, Aaron.

— Tudo bem, pode me xingar. Eu sei que mereço ouvir isso.

Não consigo, ok?  — Murmura e se esquiva voltando a dirigir após o sinal abrir. Amélia ficou em silêncio e uma dúvida não saia da minha cabeça.

— Scarlett te faz se sentir insegura?

— Não me incomodei por vocês terem voltado com a amizade depois de anos juntos como casal — Consigo perceber sinceridade em seu tom.  — O que me
deixa insegura é saber que mesmo nós dois estando juntos  você preferiu me deixar de fora.

— Eu posso explicar o que aconteceu.

— Vá em frente, explique o porquê.

— Porque eu me importo demais com a sua opinião. — Confesso atraindo de volta sua atenção — Qualquer palavra mínima que for pode acabar comigo.

— Se você importasse mesmo teria me contato a verdade.

Pensei que era o certo.

— O certo agora é esconder as coisas?

— Não, claro que não.

— Uau! — Diz com a voz embargada e tenta segurar o choro. Droga! Me doía vê-la ficar assim.

— Podemos conversar em outro lugar que não seja dentro desse carro?

— Agora você quer conversar?

— Precisamos esclarecer as coisas.

— Tudo bem Aaron, vamos conversar.

Reduziu a velocidade do carro saindo da avenida pegando uma estrada que fica distante do transito cortando pela esquerda. Após fazer uma curva firme apoiou  um braço na janela  aberta do carro enquanto a outra mão estava no volante. O vento fresco fazia seus fios de cabelos voarem e Amélia franziu a testa, olhando fixamente para a rua.

Ficamos calados por bastante tempo sem nem nos olhar, o sol começava a querer se pôr no horizonte já que sua luz refletia no céu deixando uma bela vista para quem pegava a estrada em um fim de tarde refrescante. Eu podia ouvir sua respiração pesada me dando a certeza de que ela estava irritada.

Eu não sabia o que dizer e nem como ficaríamos depois daquela conversa e céus! Quando eu a olhava de relance, vendo o  jeito que fica  absurdamente linda dirigindo meu carro toda segura e confiante só me fazia perceber que sou o cara mais sortudo por tê-la, e eu não podia deixar nada estragar isso.

— Para onde estamos indo? — Quebro o silêncio fazendo-a suspirar.

— Vamos assistir o melhor por do sol da cidade, espero que isso amenize a nossa situação no momento.

— Por acaso esse lugar tem uma bela vista e ondas marcantes?

— Nada mal — Diz ainda evitando me olhar. — Estamos chegando na praia.

— Foi o que imaginei, nós estamos na estrada a quinze minutos e passamos por dois Jeep. — Apoio minha cabeça no banco olhando-a — Desde quando me buscou o seu plano era me trazer para esse lugar, certo?

— Ótima observação — Abriu um leve sorriso e me olhou — Precisava de um lugar onde poderíamos conversar. Eu gostaria de ser sincera com você, mas também preciso que você seja comigo

— Conversar sobre o que?

— Nosso futuro — Diz calma voltando sua atenção para a pista. — Já tem um tempo que queria conversar e a nossa situação de hoje só piorou.

— Você acha que isso vai ocasionar no fim do nosso relacionamento? 

— Eu não sei, mas ainda não paramos para falar sobre o que vai rolar depois da formatura.

— Não vou desistir da gente, se é isso que pensa que vai acontecer.

— Você recebeu ótimas propostas de faculdades que ficam longe.

— Sim, mas isso interfere no que?

— Muitos dos casais dos colegiais não terminam  juntos  quando decidem ir para faculdades diferentes.

— Sim, mas são aqueles que desistem sem nem tentar.

— Olha só nossos pais, eles namorava, mas terminaram por causa da escolha das faculdades.

— Terminaram antes, mas olham eles agora — Comento de forma irônico me arrependendo logo em seguida.

— Do que está falando?

— Nada. — Engulo a seco — Acha que vou deixar uma distância decidir meu futuro com você?

— Você pode falar isso agora, mas...

— Sério? Você me trouxe para assistir o pôr do sol e terminar comigo?

— Não é o que está pensando. 

— Ah Não? Então me explica porque é isso que está parecendo.

— Eu só quero conversar sobre o que nós queremos... — Fala sem me olhar tentando se concentrar na estrada.

— Eu quero você, não está óbvio?

—  Pode ter esses  pensamentos agora, mas como se imagina daqui dois anos  quando estivermos longe e se vendo só nos feriados?

— Me vejo ainda te querendo.

— Aaron...

— Tudo bem, pode estacionar o carro aqui por favor, eu pego um táxi e vou embora sozinho. — Peço destravando meu cinto de segurança.

— Ainda não conversamos direito e...

— Só isso já bastou. Não sou idiota.

— Vai querer mesmo complicar?

— Amélia. O meu dia já foi péssimo o suficiente, não pretendo piorar ainda mais, então por favor, me deixa sair. 

— Vamos ter essa conversa uma hora ou outra, e acho  melhor ser antes da sua viagem, afinal vamos ficar alguns dias sem nos ver.

— Prefiro evitar essa conversa, e já sei como ela vai acabar então qual vai ser a diferença? — Uso um tom sardônico sentindo uma raiva em meu ser e ela permaneceu calada. — Se decidir não estacionar o carro eu abro a porta.

— Estou dirigido, então sabemos que as portas se travam.

— Adivinha só, você esqueceu de ligar o automático — Aponto em direção do ponto vermelho acesso no painel.

— Droga — Tenta apertar, mas seguro sua mão impedindo-a — Você não tem coragem de sair em movimento.

— Tenta a sorte, amor.

— Aaron.

— Eu estou cansado, então sugiro que não duvide de mim.

Elevo meu olhar para o seu fazendo-a perder a concentração da direção e o carro ameaça sair da estrada, mas em um movimento rápido firmo o volante retomando o controle do veículo para que não rodasse na estrada fazendo-a se forçar a pisar no freio ficando com ambas das mãos no volante.

Jogo minhas costas de volta no banco e solto um longo suspiro de alívio após o susto. Meus batimentos cardíacos ficou acelerado e eu podia sentir que o seus também ficaram. Ela abaixou a cabeça sem dizer nada com as mãos tremendo e escuto seu choro, aquilo me partiu o coração. Merda, seu trauma.

— Você está bem?

Tento tocá-la no ombro, mas a garota se esquiva destravando o cinto e abriu a porta descendo sem nem olhar para mim enxugando suas lágrimas. Faço o mesmo a seguindo pela costa do mar vendo-a andar para longe na areia me ignorando totalmente. Peço para que parasse mas finge não escutar. Que se foda, cansei. 

— Você está fazendo de novo. — Grito sabendo que podia me ouvir. — Como da outra vez está tomando as decisões por nós dois.

— Vai se ferrar.

— Não seja medíocre e egoísta!

— Você quer mesmo falar sobre quem decide o que é o melhor para o outro?

— Vai jogar na minha cara algo que eu precisei guardar pra mim? 

— Sim! — Indaga engolindo o choro e arrumou a postura. — Jogo da mesma forma que você jogou na minha.

— Tenta entender uma coisa. Se optei para não contar para você sobre meus problemas com meu  pai é porque eu ainda tenho dificuldades de me abrir sobre esses assuntos.

— Jura? Com Scarlett parece ficar bem a vontade falando dessas coisas.

— Qual é o seu problema?

— Nenhum.

— Acha que ainda gosto da Scarlett?

— Você quem está dizendo.

— Isso só pode ser brincadeira — Bufo alto.  — Amélia, quando estou com ela não damos em cima um do outro então não precisa se preocupar.

— Sério que você não sente mais nada depois de tudo que já rolou?

— Você não confia em mim?

— Confio, só que...

— Uau, que hilário. — Passo a mão em meu rosto respirando fundo — Mesmo eu vendo como você ficou perto do seu primo eu escolhi confiar em você.

— O que? Porque desconfiaria dele?

— Aquele dia no jantar. Achou mesmo que eu não conseguiria perceber o jeito que Logan ainda mexe com voce?

— Isso não é verdade.

— Qual é, não sou idiota. Quando você estava ansiosa e ele pegou na sua coxa deu para notar como você ficou.

— Eu não sinto nada pelo Logan, isso é loucura. E aquilo foi um reflexo.

— Reflexo, claro — Solto um riso nasal
e lancei um olhar de reprovação, mas me mantendo calmo. — Sabe, quando  perguntei  se aconteceu  alguma coisa você olhou pra mim e respondeu que não foi nada.

— Sim, eu menti pra você — Confessa me olhando firme.

— Por que?

— Eu sei como você fica, então sim, eu menti  sobre não ter sido nada só para evitar uma briga entre vocês dois.

— Acha que eu não saberia controlar minhas emoções?

— Sim, você provavelmente teria ido para cima dele.

— Então você não confia em mim.

Ficamos em silêncio nos olhando sem que ela falasse uma palavra se quer, e como eu já sabia que iria acontecer, o seus pensamentos sobre o que achava de mim começou a me torturar. Levo uma mão no bolso vendo-a olhar para mim fixamente e o azul de seus belos e encantadores olhos me massacrou.

— Eu confio em você, seu idiota.

— Tudo bem, então espero que não se incomode quando os boatos de que eu estava com Scarlett sem camisa dentro do banheiro passe a se espalhar.

— Você o que?

— Não foi nada demais, relaxa.

— Quer saber... — Tira seu calçado do pé e arremessa  contra mim. — Vai se foder, Aaron Miller.

— Então é isso, vai terminar comigo?

— Liga pra sua amiga! — Gritou assim que pega uma distância. — Eu tenho a certeza de que ela vai adorar consolar você na praia  onde se pode  ficar sem a droga da camisa.

— Teve motivos para eu precisar tirar a camisa e só falei isso pra te provocar

— Não quero saber.

— Amor.

— Para de me chamar assim — Se vira e me jogou o outro par de calçado me fazendo gargalhar. 

— Vamos conversar.

— Já terminamos.

— Espera, você está falando sério?

— Sim, estou cansada de você sempre levar tudo na brincadeira — Virou-se para mim com  seus olhos carregados de lágrimas. — Quando chegar um dia onde vai precisar ter uma conversa de adulto não sei se você vai conseguir.

— Isso tudo é por causa do que rolou no banheiro?

— O nosso futuro, Aaron. Você nem se quer teve coragem de conversar sobre

— Me desculpa se eu estava ocupado demais tentando não surtar com um pai controlador.

— Tudo bem, tenha uma boa viagem com o time amanhã. — Deu as costas pegando seus calçados.

— É isso que você quer? Terminar?

— Eu não quero terminar, Droga!

— Então por que está fazendo isso?

— Porque eu estou com medo de você desistir de mim — Altera o tom de voz deixando suas lágrimas escorregarem sob o seu rosto.

— Desistir de você?

Sim...

— Por que acha isso?

— Porque eu vejo como você fica com a Scarlett.. Age como se nunca tivesse rolado nada entre vocês... — Confessa revelando o real motivo de estar bem cismada com a ruiva — Não quero que isso aconteça com a gente.

Fiquei imóvel vendo-a se desabar em lágrimas na minha frente. Senti meu mundo balançar, meu coração aperta e uma grande necessidade de abraçar aquela garota que sou completamente louco. Toda vez que Amélia me olhava com uma expressão triste e distante eu sentia vontade de morrer.

— Eu te amo, Amélia... — Digo em um fio de voz sentindo meu corpo tremer com medo de sua reação— E é porque te amo que não posso desistir de você.

— O que você disse?

— Que não vou desistir de você.

— Não isso seu idiota, repete o que me falou antes... — Murmura baixo com a voz embargada pelo choro.

Abro um sorriso franco e ligeiramente bobo vendo-a permanecer totalmente sem reação com os lábios entreabertos e um brilho intenso  e cheio de desejo se acendeu em seu olhar. Seus cabelos voavam contra seu rosto deixando ela ainda mais encantadora e um suspiro cheio de alívio escapou-me.

Elevo meu olhar para as ondas do mar que se quebravam contra a areia e no segundo que redireciono meus olhos de volta para seu rosto belo e delicado só conseguia enxergar meu futuro. E ela estava nele, mais presente do que nunca. Mordo meu lábio inferior e dou passos leves e calmos em sua direção.

Sua respiração ficava a cada segundo mais pesada e ofegante a medida em que me aproximava. Assim que paro na sua frente abro um leve sorriso de canto acariciando seu rosto de forma delicada fazendo-a fechar os olhos ao apreciar meu toque suave na sua pele deixando um suspiro escapar entre os lábios levemente rosados.

— Eu não sei como deixar isso mais claro possível, mas eu te amo — Falo fazendo-a abrir os olhos. — Desculpa não parecer me importar com o nosso futuro, mas meu amor. Eu sou louco e absurdamente apaixonado por voce. É claro que penso em como vai ser e pra ser sincero, é assustador imaginar o que ainda nos espera. — Acaricio sua bochecha limpando uma lágrima que ousou cair — Eu quero você, só você, todos os dias pelo resto da minha vida e não será uma maldita distância que  me fará mudar o que sinto por você.

Aaron...

— Gostaria de poder falar isso em um momento melhor, mas eu não queria que fosse embora sem antes saber o que eu realmente sinto.

— Isso foi muito inesperado... Eu não esperava vê-lo me falar essas palavras ainda mais depois da nossa discussão.

— Estou tentando ser um cara melhor, mas sinto que eu não mereço você.

— Olha pra mim... — Pede manhosa e segura  meu rosto vendo  meus olhos começaram a se encher de lágrimas.

— Nunca me senti tão inseguro.

Amor. — Sua voz soa como músicas para meus ouvidos. — Você é perfeito e incrível de tantas formas que eu não saberia como começar a te descrever.

— Não exagera.

— Você conseguiu me fazer me sentir viva novamente quando eu achei que tudo já estava perdido. Você salvou a minha vida Aaron Miller. — Fala com tanta certeza e felicidade que faz meu coração pulsar — Eu te amo tanto que
nada no mundo me faz mais feliz do que estar apaixonada por você.

— Não imagina o quanto eu precisava ouvir isso. Céus!

Meu coração estava tão acelerado que eu mal pude conter minha vontade de beijá-la. Eu a amava tanto e saber que ela também me deixou vulnerável, eu só precisava sentir seu calor e o sabor de seus lábios umedecidos. Aos poucos fui me aproximando até fazer nossos narizes se encostarem e fechei meus olhos colocando nossos lábios.

— Eu amo quando você diz meu nome eu fico louco. — Sussurro contra a sua boca fazendo-a sorrir fraco. 

— Qual? Aaron, Miller ou Sr.Miller?

— Só o meu nome, você fica linda.

— Mas esses são seus nomes. — Sorriu outra vez me deixando bobo.

Deslizo a ponta do meu nariz ao redor do dela e abri, levemente, minha boca dando passagem para sua língua. Uma de minhas mãos envolverem em volta de  sua cintura  puxando-a para mais perto. Eu estava de volta no paraíso e na perdição do abismos de seus lábios macios e viciantes. Nossas línguas se tocavam sem pressa, como se fossem criadas um para o outro.

Fui diminuindo ainda mais o ritmo do beijo e mordi seu lábio inferior. Meus batimentos cardíacos estavam loucos e nossos pulmões imploravam pelo ar devido a intensidade do nosso beijo. O fôlego começava a acabar e então fui afastando nossas bocas e colei nossas testas. Amélia abriu o melhor e mais lindo sorriso que eu poderia ganhar.

— Eu não suportaria te ver partir.

— Eu não vou a lugar algum.

Por favor... — Murmuro afastando nossos rostos.

— Você terá que me aguenta muito, e principalmente meus dramas. Viu só como arremessei o calçado?

— Sim, eu preciso mostrar você para o meu treinador, não podemos ignorar esse talento raro.

— Idiota. — Rimos.

Levo minha mão na sua nuca fazendo seus fios se entrelaçar em meus dedos e fiquei em silêncio apreciando-a com um sorriso discreto. Seus olhos azuis e agradáveis me fitava com tanto brilho que me encantava de uma forma que eu não sabia explicar. Passo meu dedo sobre seus lábios levemente abertos e agradeço novamente por tê-la.

— Você tinha razão, esse lugar tem o melhor pôr do sol da cidade — Elevo meu olhar para o horizonte no mar.

— Eu te falei.

— Agora aqui se tornou oficialmente o meu lugar preferido.

— O nosso... — Retruca apoiando sua cabeça no meu peitoral admirando a vista encantadora.

{...}

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