Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

16 | Hurts so good

"Quando dói, mas dói
de um jeito tão bom
Você aceita isso?"

— Astrid

—— A A R O N ——

A leve chuva que caia lá fora tinha se cessado, mas o céu ainda permanecia nublado. Após terminar de organizar a biblioteca seguimos juntos para o estacionamento fazendo com que a brisa suave do vento se enlaçava aos corpos em palavras vazias enquanto caminhávamos em silêncio.

A garota parecia pensativa como se algo a estivesse incomodando. Tentei ao máximo ignorar enquanto destravava a porta do carro, mas assim que vislumbro seu reflexo no vidro do carro caminhando em direção a estrada suspirei fundo.

— Quer ir comer alguma coisa? — Me virei para olhá-la.

— Agora?

— Sim, não estou afim de voltar para casa e por você ter recusado todas as ligações da sua mãe imagino que você também não.

Amélia me olhou comprimindo os olhos e arqueou a sobrancelha voltando com a expressão pensativa e se moveu um pouco como se estivesse analisando as opções e voltou a me encarar de forma desconfiada.

— E o que você ganha com isso?

— Uma companhia? — Usei o tom sarcástico vendo-a segurar uma risada.

— Tudo bem. — Mudou a postura. — Vou aceitar só porque estou faminta.

— Claro. — Rimos.

Em silêncio entramos no carro e girei a chave ligando o motor vendo-a de relance ter um pouco de dificuldade para colocar o cinto, mas após sua segunda tentativa conseguiu. Então ergui meus olhos para o retrovisor passando a macha ré e manobrei saindo do estacionamento.

— Já podem te contratar para ser piloto de fuga. — Brincou me fazendo rir.

— Vou me sentir o próprio Vin Diesel. — Respondi sem desviar a atenção da estrada.

— Não nos matando está ótimo.

— Já é um começo. — Soltei uma leve risada. — Tem preferência de algum lugar que goste?

— Vou deixar você me surpreender, já que gosta tanto desse desafio.

Por breves instantes desviei o olhar da estrada para olhá-la. Ela estava com uma expressão impenetrável no rosto mesmo sentindo vontade de rir do seu próprio comentário. Abri um sorriso sórdido e voltei a prestar atenção na estrada levando as pontas dos dedos sobre meus lábios apoiando o cotovelo na janela enquanto a outra mão estava no volante.

— Tudo bem, desafio aceito.

— Devo me preocupar?

— Vai depender do seu gosto. — Falei olhando-a de relance pelo retrovisor.

Amélia riu discreta sem tirar à atenção da vista da janela fazendo seus cabelos voarem com a brisa fresca do vento. O sol começou a se abrir na extensão do céu nublado fazendo com que os raios solares aquecessem a estrada ainda molhada pela chuva.

— Sabia que podemos saber muito da pessoa só pela música que ela escuta? — Atraiu minha atenção para o seu rosto enquanto parava no sinal. — Vamos ver o que você tanto escuta, Aaron.

A garota inclinou-se para ligar o rádio e estava tocando. "Waves - Dean Lewis"

— Não acredito! — Indagou abrindo a boca surpresa. — Jurei que iria tocar algum rap.

— Acho melhor não ficar tão surpresa assim, Maggie é quem toma de conta da playlist. — Segurei a risada. — Mas olha, não é uma música ruim.

— Não acredito em você.

O vento mais uma vez passou pela janela fazendo seus cabelos voarem enquanto ainda mantinha um sorriso nos lábios. Seus olhos brilhavam em minha direção e todo o movimento ao meu redor pareceu desaparecer por longos segundos.

"There is a light in the dark" — Com a voz rouca cantei uma parte fazendo-a gargalhar de forma calorosa jogando sua cabeça para trás.

— Sabia que você conhecia.

— Não tenho culpa se minha irmã me obrigava a ouvir todo dia me forçando a decorar.

"It carries us away" — Retrucou com a voz doce e afinada virando seu rosto em minha direção.

— Ok, eu não sabia que você cantava.

— Eu não canto.

— Não acredito em você. — Usei suas palavras semicerrando os olhos vendo-a rir com minha expressão.

O sinal abriu e voltei a me concentrar na estrada dando uma rápida olhada para a hora no meu relógio de pulso. A garota balançava a cabeça no ritmo da música que tocava baixa no rádio e cantarolava a letra. Ficamos o resto do caminho em silêncio, eu dirigia com a mão firme no volante e ela olhava a movimentação de outros veículos a nossa frente. Quando atravessei a pista ela não viu que o carro havia feito o contorno, mas assim que atravessei a segunda pista indo para a estrada de chão a garota se virou e me olhou confusa.

— Para onde estamos indo?

— Você vai ver. — Abri um leve sorriso.

— Que lugar é esse?

— Se eu contar vai estragar a surpresa, mas garanto que tem o melhor lanche da cidade.

— No meio do nada? — Riu.

— Essa é a melhor parte.

Girei o volante para a esquerda só com uma mão entrando em uma rua rodeada de árvores e a garota parecia nervosa, mas assim que viu alguns carros estacionados logo a nossa frente pareceu ficar mais tranquila.

— Chegamos. — Disse estacionando.

— Esse lugar tem uma vista linda. — Falou descendo do carro olhando em volta.

— Da para ver a cidade inteira daqui de cima.

— E o cheiro que vem de dentro da cabana também é ótima. — Confessou me fazendo rir.

— Vamos entrar.

Vejo-a assenti e então abri a porta e dei passagem para que ela entrasse primeiro. O lugar não estava muito cheio, mas havia algumas famílias sentados e conversando, pareciam animados. Dava para ver pela janela algumas crianças brincado e correndo atrás dos pássaros do lado de fora e Amélia não tirou seu sorriso do rosto desde que chegamos. Assim que nos aproximamos do balcão a mulher que atendia ergueu seus olhos para mim.

— Aaron, que bom te ver.

— Olá Mary, como está o Henry? — Perguntei abrindo um sorriso.

— Bem, graças a Deus. — Olhou para a garota do meu lado. — Não vai me apresentar a sua namorada?

— Essa é a Amélia. — Disse fazendo ela sorrir sem graça erguendo sua mão para cumprimentar a Mary. — Somos amigos.

— Ah entendi, você vai querer o de sempre?

— Sim e bem caprichado. — Pisquei e caminhamos em direção a saída dos fundos onde dá acesso ao ar fresco e uma mesa na qual gostava de me sentar para ter uma vista perfeita da cidade.

— A primeira coisa que ela imaginou é que éramos namorados. — Rimos.

— Aposto que pensou "Mais uma?"

— Na verdade a Mary deduziu aquilo justo por me ver com alguém, já que nunca havia trazido ninguém para esse lugar.

— Não precisa mentir.

— É tão difícil de acreditar? — Pergunto com um leve tom de indignação escorando minhas costas no banco com as mãos no bolso do casaco.

— Desculpa, mas é quase impossível.

— Tudo bem, não vou tentar mudar os seus pensamentos. — Ergui meus olhos para o seu rosto. — Não tenho uma fama muito boa mesmo.

— Será por que? — Rimos — Como conheceu esse lugar?

— O meu pai me trazia sempre aqui quando era criança.

— Entendo, um lugar sentimental.

— Sim, mas não estamos aqui para falar de mim, eu não sei nada sobre você, por que não começa me contando?

— E o que quer saber?

— Pode começar me dizendo sobre sua relação com sua mãe, está com algum problema? — Perguntei apreensivo.

— Ela só está ficando muito ausente por causa do trabalho.

— Isso é uma droga, mas e o seu pai?

Vejo-a suspirar fundo e olhar para suas mãos como se esse assunto fosse delicado, ela ergueu seus olhos para frente olhando o horizonte e voltou a me fitar com um olhar triste.

— O meu pai faleceu no começo do ano em um acidente então só somos eu e minha mãe.

— Sinto muito, eu não sabia.

— Tudo bem, ainda é um assunto delicado, mas estamos nos recuperando aos poucos. — Desviou seu olhar do meu.

— Não precisamos falar sobre isso se não quiser, sei que é difícil.

— Trouxe pra você. — Uma criança que não aparentava ter mais de cinco anos se aproximou entregando uma flor para a Amélia.

— Obrigada! — Abriu um sorriso pegando o presente. — Você é muito fofa.

A menina se encolheu envergonhada deixando visível um sorriso de canto e então saiu correndo para se juntar com as outras crianças. Amélia levou a flor até o nariz e fechou os olhos puxando o odor cativante das pétalas rosadas.

— Tem um cheiro tão bom.

— Essas flores significam beleza natural e nascem muito nessa região, certamente a criança te achou bonita.

— Não precisa exagerar, a menina só foi gentil. — Falou dando de ombros.

— Vamos ver como fica em você.

Me ergui pegando de sua mão e me inclinei um pouco ficando de frente a ela colocando a flor sobre sua orelha deixando um pouco de cabelo cair por cima e abri um sorriso involuntário ao vê-la corar, seus olhos pareciam um ímã me prendendo de forma que fosse impossível de não admirar sua orbes azuis.

— Agora está perfeito.

— Não sabia que você conseguia ser fofo. — Zombou me fazendo rir.

— Eu não sou. — Disse inclinando a cabeça em tom mordaz. — Vou buscar o lanche.

Levantei-me e assim que entrei na cabana me dirigi até o balcão vendo que o meu pedido já estava pronto e Mary realmente havia caprichado com o recheio. Peguei a bandeja e voltei para fora vendo Amélia com seus olhos cravados na dimensão da paisagem como se aquilo estivesse lhe trazendo paz e tranquilidade.

— Vamos ver se ainda consigo acertar o seu gosto. — Disse atraindo sua atenção para mim.

— O que é isso?

— Experimenta, quero ver sua reação em primeira mão. — Sentei-me no banco a sua frente.

— Pelo menos está com um cheiro bom, vamos ver o gosto.

Vejo-a atentamente pegar o lanche e levar até a boca dando uma generosa mordida. Ela parecia saborear devagar fazendo uma expressão impenetrável deixando impossível de adivinhar se o que ela transmitia em seu rosto era aprovação.

— Olha sinceramente... Isso está muito gostoso!

— Mas é claro que está. — Resmunguei aliviado fazendo-a rir.

— Você teve muita sorte.

— O meu placar ainda segue firme e forte. — Brinquei pegando um lanche.

Assim que terminamos de comer ela apoiou sua cabeça entre suas mãos na mesa olhando para os prédios que estavam a baixo de nós e as vezes desviava seu olhar para o meu rosto, mas logo disfarçava quando percebia que eu a encarava. Era até engraçado.

— Você está perdendo a melhor parte sentado de costas.

— E se eu disser que já decorei até as cores de tanto que fiquei olhando para esse lugar?

— Não seja estraga prazeres e vem logo me fazer companhia. — Reclamou me fazendo desistir de argumentar e levantei me sentando ao seu lado.

Amélia suspirou fundo sentindo-se completamente confortável e apoiou a cabeça no meu ombro e levemente subi minha mão por suas costas aproximando-a para mais perto num abraço acolhedor e ficamos em silêncio admirando a vista.

{...}

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro