12 | Detido
—— A A R O N ——
Acordei com uma forte dor de cabeça sem me lembrar de muita coisa da noite anterior. Ao abrir os olhos tudo o que eu enxergava eram apenas borrões. Tentei identificar o cenário a minha volta e eu ainda estava na casa do Dylan.
Meu olhar se moveu pela cama devagar até eu perceber que tinha uma pessoa ao meu lado. Era uma mulher e ela estava seminua. Suspirei fundo e me levantei vestindo minhas roupas e o relógio na parede marcava seis horas da manhã.
O som ainda tocava baixo, tinha algumas pessoas dormindo no sofá e outras ainda bebendo. Me dirigi para a área da piscina onde Max cochilava em uma espreguiçadeira na beira da água e o Kevin olhava a vista enquanto fumava um maço.
— Viraram a noite? — Pergunto ao me aproximar.
— Sim, já você não pode dizer o mesmo, dormiu com a primeira que se ofereceu. — Zombou me entregando um cigarro.
— Não me lembro de nada.
— O que aconteceu pra você beber daquela forma?
— Só queria aliviar o estresse — Dei uma tragada no cigarro. — Onde está o Dylan?
— Foi levar Amélia pra casa.
— Desde quando o nosso parceiro virou um cavaleiro? — Usei o tom sarcástico.
— Você viu como Amélia é gostosa? O cara teve sorte em ter ficado com ela.
— Normal. — Soltei a fumaça pela boca deitando minhas costas na calçada fechando os olhos.
— Aposto que eles estão transando, já faz horas que saíram e até agora nada do Dylan voltar.
— Provavelmente. — Sussurrei e senti o sol bater em minha cara, abri os olhos com certa dificuldade pois ainda estava com muita dor de cabeça e a luminosidade me incomodava.
— Não acredito que o Dylan foi mais rápido que você. — Olhou-me com uma expressão incrédula. — Vocês ficaram mais de duas horas presos juntos e não tentou ficar com ela?
— Amélia não faz o meu tipo.
— É claro, o seu tipo é uma psicopata igual a Scarlett?
— Podemos ficar pelo menos um dia sem falar dela? — Levei o cigarro a boca tragando lentamente a nicotina sentindo o meu corpo se relaxar aos poucos.
— Ela não apareceu ontem.
— Sorte a minha. — Resmunguei sem da importância e uma silhueta surgiu a minha frente tapando o sol.
— Notícias da Maggie? — Perguntou Dylan e vejo sua expressão ficar neutra após Kevin fazer sinal para que ele ficasse quieto.
— Como assim? O que aconteceu?
— Nada grave. — Falou tentando me manter calmo. — Maggie disse que está tudo bem.
— Por que não me falaram nada?
— Qual é, você estava fodendo uma qualquer no quarto e...
— Vai se ferrar. — O empurrei me mantendo de pé. — Isso nunca foi motivo de me esconderem as coisas.
— Maggie pediu para não te contar e com razão, olha o jeito que você fica.
— Mas é claro... — Levei minhas mãos à cabeça tentando me manter calmo e respirei fundo. — O que o meu pai fez dessa vez?
— Não foi...
— Que droga Kevin! — Indaguei irritado. — Só tem um motivo pra ela não querer que eu saiba.
Eles ficaram em silêncio por um tempo, olhando um para o outro como se tivessem decidindo se me contavam ou não. Encarei o Dylan que me olhava com uma expressão receoso e reparei que o Max estava acordando devido ao barulho.
— É sério? — Suspirei fundo. — Que se foda. — Dei de ombros jogando o cigarro no chão e comecei a caminhar em direção da saída.
— Espera Aaron. — Gritou Kevin, mas o ignorei.
— Você viu onde deixei as chaves da minha moto?
— Mesmo se soubesse não te contaria, não vou deixar você sair nesse estado.
— Agora você quer se passar por um bom amigo? — Soltei uma risada irônica vasculhando as poltronas chamando a atenção de quem estava em volta.
— Tudo bem eu te levo.
— Pode pelo menos me dizer o que de fato aconteceu?
— No carro. — Falou firme sentindo os olhares das pessoas nos encarando com certa curiosidade.
Fomos para a saída indo em direção ao veículo e de longe destravou as portas e adentramos no mesmo.
— Ontem Maggie me pediu ajuda para achar a delegacia em que seu pai foi detido após causar uma briga no bar.
— Eu sabia que a conversar dele de ser diferente era papo furado.
— Sinto muito cara.
O mundo estava acabando, só podia ser isso. A ressaca estava forte e eu não conseguia pensar direito. Vejo Dylan fazer uma ligação e pelo jeito estava avisando Maggie que estou indo já que da última vez que isso aconteceu quase fui parar preso por discutir feio com o meu pai em uma delegacia.
Além de egoísta e idiota meu pai traia minha mãe, um homem que apenas a machucava apesar de tratar-se de seu próprio marido e ela ainda o perdoou. Desde então ele não parava de entrar em confusão e ainda queria controlar a minha vida.
Só pode estar de sacanagem.
— Você está bem? — Perguntou sem tirar seus olhos da estrada.
— Só estou com dor de cabeça.
— Tem remédio no porta-luvas, pode ajudar com a ressaca.
— Sério que vai me oferecer ecstasy agora?
— Deixa de ser idiota, estou falando do medicamento e não de droga.
Reclamou Kevin tentando se fingir de revoltado me fazendo rir. Peguei a cartela de comprimidos e uma garrafa de água que estava dentro do carro e engoli. Assim que ergui o meu corpo para guardar avistei uma calcinha de renda branca debaixo do banco.
— Parece que alguém finalmente saiu da seca. — Zombei.
— Cala boca, Aaron.
Gargalhei e voltei a minha atenção para a estrada, meu celular avisou que havia duas novas mensagens de Maggie. Que ótimo, agora ela resolveu entrar em contato comigo.
— Ainda falta muito? — Perguntei impaciente.
— Pouco mais de quinze minutos, não fica longe relaxa.
Assenti e ficamos o resto do caminho em silêncio. Sinto minha enxaqueca melhorar aos poucos, mas os raios solares ainda me incomodavam. Kevin pegou seus óculos escuro que estava no câmbio e me entregou. Quando chegamos ele diminuiu a velocidade do carro e estacionou em uma vaga.
— Tenta manter a calma.
— Mas é claro. — Sorri com sarcasmos e saímos do carro entrando no prédio da delegacia.
De longe avistei Maggie e minha mãe sentadas em um banco e assim que me aproximei ambas me olharam assustadas. A morena se levantou e parou na minha frente me impedindo de avançar para mais adiante.
— O que faz aqui? — Sussurrou.
— Qual é maninha, achou mesmo que eu iria perder a oportunidade de ver o papai detido, de novo? — Usei o tom irônico.
— Aaron não começa!
— Vamos embora cara. — Kevin tentou me puxar, mas me afastei.
— Roscas, estava mesmo precisando de uma. — Disse pegando das mãos do policial que estava passando a minha frente e dei uma mordida, ele apenas me olhou sério e deu de ombros sem questionar a minha atitude. — Por que essa cara pessoal? Animem-se.
Maggie revirou os olhos e me sentei no banco com um sorriso transbordando sarcasmos enquanto comia a rosca na maior tranquilidade vendo minha mãe apertar os punhos, sinto que ela estava começando a ter uma crise e tentava se controlar.
— Vamos passar por isso juntos, não se preocupe. — Falei fazendo-a me olhar com os olhos tristes.
— Pagamos a fiança e vão soltá-lo as sete da manhã.
— Espero que daqui em diante tome a decisão certa, pois do jeito que está não dá para continuar.
{...}
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Mídia dos novos personagens
que vão aparecer bastante.
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