Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Memórias antigas de volta

15 Novembro 2014


Pude ver um enorme sorriso iluminar-se na cara daquele rapaz de cabelo castanho e olhos cor de avelã. Sem sequer dar conta das minhas próprias acções eu saltei para os seu braços , sem pensar sequer duas vezes e apenas senti o meu frágil corpo ser embrulhado nos braços fortes da pessoa que mais amei.

- Não acredito que és tu - ouvi um murmuro saído da garganta dele , e pude sentir as lágrimas nos olhos por ele estar novamente ao meu lado .


Mas aqui ? O que estaria ele aqui a fazer ?


Os pensamentos andavam pela minha cabeça mas pararam assim que o meu corpo foi pousado no chão e senti uma mão quente acariciar a minha bochecha enquanto os meus olhos eram penetrados por aquele castanho intenso dos olhos dele.

- Sou eu - apenas não conseguia dizer mais nada perante esta situação - O que estás aqui a fazer ? - murmurei olhando-o com a felicidade arrebatadora nos meus olhos mas ao mesmo tempo um ligeiro toque de confusão .

- Eu tive uns problemas - os seus olhos desviaram os meus e eu logo senti um arrepio na espinha assim que resolvi olhar para baixo e os meus olhos se depararam com os seus braços repletos de tatuagens que iam até ao seu pescoço.

- Austin - murmurei aproximando a minha mão do seu pulso direito , pois era o que se notava mais.

- Não ... Eu estou bem - ele murmurou enquanto afastou o seu pulso da minha mão. O que me fez olhar para ele com desilusão , não desilusão dele , mas de mim própria por não ter estado lá para ele como deveria .

- Não estás sozinho - abracei-o murmurando um - Estou aqui - ao seu ouvido .

Os olhos daquele rapaz que eu tanto adorava encheram-se de lágrimas e os braços dele apenas envolveram novamente o meu corpo causando novamente outro arrepio na espinha . Mas era um sentimento estranho . Aquele sentimento que todos nós já sentimos , quando nos sentimos desconfortáveis mesmo na nossa própria casa , ou quando apenas sentimos que não pertencemos ao local onde nos encontramos.


Mas porque é que eu me sentia assim ? Se até agora ele tinha sido o único rapaz a quem eu tinha permitido que me tocasse , me beijasse e estivesse do meu lado ? Ele era tudo o que eu mais queria , então porque é que eu me sentia assim ?


- Desculpa - ele murmurou exactamente a palavra que andava às voltas na minha cabeça . Isso era algo que eu deveria dizer , não ele . Pois a culpa era minha ... Eu deixei-o e nunca lhe dei uma explicação , eu nunca lhe disse o quanto o amava , e tenho medo de nunca poder dizer. É verdade que ele ainda significa muito para mim , mas será que ainda é amor ? Não ... não deve ser.

- Não ... - finalmente saí do transe em que me encontrava para lhe dar uma resposta como devia ser - Não me peças desculpa quando a culpa é minha - fechei os olhos com força travando assim as lágrimas que tentavam sair. Mas assim que o fiz senti o meu corpo ser puxado para os seus braços e a minha cabeça encostada ao seu peito devido à tremenda diferença de alturas. Eu ouvia o bater do seu coração e por momentos até o meu coração pensei ouvir. Mas talvez fosse apenas uma ilusão sonora , visto que até agora tudo me tem parecido nada mais nada menos que uma mera ilusão. Criada pelo meu próprio pensamento escondido de todos. Mas algo nesta ilusão estava mal ... Ela era demasiado real. Dei por mim a envolver o seu corpo com os meus braços e a deixar a minha mente esvaziar quando ouvi alguém chamar o meu nome num tom enervado .

- Luna ?! - larguei por momentos o meu pequeno ponto de paz para ver uma expressão irritada e um pouco incomodada na cara do Andy .


Mas qual é o problema deste tipo ?


- Como se conhecem ? - a voz dele parecia diferente . Não tão doce como eu recordava , não tão convidativa , mas agora algo repelente , assustadora. E eu não queria ter medo então limitei-me a dar um passo para trás.

- Ele ... - eu ia falar mas alguém me interrompeu.

- Ela era minha namorada - dito isto senti a mão do Austin pousar no meu ombro e puxar-me contra si para que ficássemos próximos. O que por algum motivo , causou um arregalar de olhos por parte do Andy , e isso foi suficiente para tudo descambar ali mesmo. O Andy dirigiu-se a nós e olhou-me friamente

- Anda - falou com a voz ainda mais profunda do que antes . Eu não conseguia entender o que ele queria ou o motivo de ele estar assim. Olhei-o com confusão e ele agarrou o meu pulso com alguma força. Algo que me fez relembrar memórias há algum tempo presas e me fez gritar em plenos pulmões , coisa que me deixaria afónica mais tarde.


03 de Maio de 2004


Tinha eu 10 anos quando isto aconteceu.


Tinha acabado de chegar a casa da escola , pois já não tinha mais aulas por hoje. Assim que entrei chamei pela minha mãe , mas ninguém me respondeu.

Andei pela casa e bati à porta do quarto da minha mãe para ver se ela estava a dormir . Isso acontecia muitas vezes , ela adormecia e não me ouvia chegar , mas eu dava sempre com ela deitada a dormir na sua cama .


Mas nesse dia foi diferente.


Abri a porta e vi o meu pai deitado na cama . Mas porquê ? O meu pai ficava todo o dia a trabalhar , e como ainda eram apenas 15:00 era muito estranho ele já estar em casa. Aproximei-me dele e toquei-lhe no ombro na esperança de o acordar. Mas em vez de apenas abrir os olhos , ele agarrou o meu pulso com força.

- Pai ! - gritei baixinho - Estás a magoar-me - queixei-me começando a deixar algumas lágrimas escapar.

Olhei-lhe nos olhos e percebi logo no momento que ele tinha estado a beber .

- CALA-TE - ele gritou e bofeteou-me com bastante força , fazendo-me assim cair no chão e provavelmente ficar com uma marca vermelha na cara.

Voltou a agarrar-me pelo pulso e atirou-me para cima da cama colocando o seu corpo em cima do meu a prender-me as minhas pequenas pernas com as suas e utilizando as suas mãos para me prender os pulsos acima da cabeça. Olhei para ele com as lágrimas nos olhos e completamente confusa , sem noção do que se estava a passar naquele mesmo instante . Ele agarrou-me ambos os pulsos com apenas uma mão e senti a sua mão livre passar pelo meu vestido vermelho com lacinhos braços e rasgar o mesmo sem prévio aviso. " Eu estava tão assustada " . Olhei para ele e lutava com todas as forças para me soltar daquelas mãos que naquele momento me pareciam mãos nojentas de um estranho e não do meu pai .

- PAI PÁRA ! - eu gritava com tudo o que podia mas de nada me valia. A minha cara foi invadida por outra colisão entre a sua mão pesada e a minha frágil bochecha.

- Eu não sou teu pai ! - ele gritou e os meus olhos arregalaram-se com as lágrimas a fugir-me pelo canto dos mesmos. Não havia reacção possível para aquilo .


Que reacção haveria de ter uma miúda de 10 anos ?


Continuei a tentar lutar contra a sua força mas não conseguia , ele era muito mais forte . Senti rapidamente a minha roupa interior ser rasgada por aquele homem e olhei-o com o medo bem presente na minha cara.


Eu era tão inocente.


Vi-o dirigir a sua mão livre para as suas calças e desapertar o fecho das mesmas enquanto me olhava com uma expressão maliciosa que eu nunca tinha visto antes .

Ele agarrou-me uma das pernas fazendo com que eu não as conseguisse manter fechadas. E assim que eu ia gritar novamente senti algo entrar dentro de mim , fazendo-me gritar ainda mais alto do que aquilo que eu iria fazer antes. Lágrimas , lágrimas , lágrimas , era tudo o que eu via à frente . Olhei para baixo e pude ver ele a penetrar-me e o sangue que saia de dentro de mim manchar os lençóis brancos da sua cama. Eu gritava . Eu literalmente gritava. Aquilo doía tanto , as lágrimas continuava a cair torrencialmente enquanto o meu corpo era invadido pelo membro dele. Eu não podia fazer nada . Eu lutava contra as suas mãos mas ele era mais forte. Apenas gemidos loucos saiam da sua boca , enquanto da minha eram apenas gritos e soluços de choro. Ele continuou até que de repente eu senti algo invadir o meu corpo . Algo como que um jacto forte e quente. Assim que olhei para ele vi-o sair de dentro de mim e deixar-me ali na cama. Banhada no meu sangue , no seu esperma , e mais que tudo. Nas minhas lágrimas . Não de dor , mas de ódio. No momento seguinte ele levantou-se , apertou as suas calças e dirigiu-se à porta.

- Nem uma palavra disto à tua mãe - falou e simplesmente saiu.

E eu fiquei ali deitada. A chorar até sabe-se lá quando. Completamente perdida e cheia de dores. Descobri mais tarde que ele tinha sido despedido nesse dia . E esse foi o motivo de ter bebido . Mas a partir daí , todas as semanas ele ia beber, e eu ? Tinha de aguentar . Ele abusava de mim quando queria e eu tinha de ficar calada.


Eu já não era eu. Depois daquilo ? Eu apenas me calei. Não contei nada a ninguém. E continuo calada. A sofrer sozinha.


A atenção de todos foi captada por mim e pelo meu grito , e de alguma forma acho que assustei o Andy , pois senti logo a mão que me agarrava o pulso largar o mesmo e vi o seu corpo afastar-se. Enquanto o meu corpo estava no chão , encostado ao corpo do Austin a chorar compulsivamente. E o Andy a olhar para mim enquanto os olhares de todos se focavam nele . Como se ele tivesse culpa. Mas a culpa não era dele. A culpa era dos meus pensamentos e memórias tresloucadas. Que nada faziam se não atormentar-me. O Austin apenas me agarrava com força contra o seu corpo . Ele não sabia o que tinha acontecido. Ele sabia que eu tinha sido violada. Como quase todas as pessoas deste campus e as pessoas mais próximas de mim que descobriram quando me obrigaram a fazer um exame ginecologia pois achavam que algo estava errado comigo. Mas nunca souberam o que tinha acontecido. Nunca souberam quem o tinha feito. Eu não pude contar a ninguém pois tinha medo. Medo do que ele faria. Medo do que ele seria capaz. Eu apenas deixei-me afundar ao poucos e poucos. Eu vivi com isto 5 anos. Pois quando eu tinha 15 anos , o meu pai morreu. Mas eu vinguei-me de tudo. Mesmo sem querer eu vinguei-me. Eu não fui a única coberta de sangue. Apesar de a minha mãe ter descoberto. A minha mãe não imagina o mal que ele me fez. Ninguém imagina o que era ser abusada por aquele homem todas as vezes que ele chegava bêbado a casa. Eu fui quem viveu isso. Eu fui a única a ver tudo aquilo que acontecia fora da vista dos outros. Fui eu. E apenas eu . O Andy limitava-se a olhar para mim. Ele não falava. Ele apenas tinha o medo nos seus olhos enquanto os meus olhos ? Estavam inundados com as minhas lágrimas. Apenas caída no chão, como naquele dia fiquei caída na cama. As lágrimas e os gritos eram a única coisa que se ouvia naquele campus naquela hora. E os olhares de todos focados em nós. Com as questões a voar pelo espaço. Ouvi-a diversos comentários do tipo.

- O que aconteceu ?

- O que é que ele fez ?

- Ela está magoada ? 

Todos olhavam para nós. Mas eu não olhava para ninguém. Assim que finalmente abri os olhos, vi algo que não via há muito tempo. O Austin a olhar para o Andy com a raiva no olhar. Os seus olhos já não eram castanhos , mas sim negros devido à dilatação das pupilas. Eu tinha medo. Não pelo Austin , mas pelo Andy. Porque se o Austin se levantar ? Que deus ajude o Andy.

Mas por algum motivo , eu ainda tenho um pequeno anjo da sorte. Que fez com que alguém apenas me viesse tirar dali duma vez.

- O que se está aqui a passar ? - um grito veio da voz de uma mulher , e assim que eu olhei para cima pude ver a situação acalmar enquanto a Directora apenas se aproximou de mim para me tirar dali.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro