Algo que nunca disse
4 Setembro 2015
Soltei uma alta gargalhada à medida que corria em volta da mesa da sala de jantar de minha casa, da minha verdadeira casa. Eventualmente - devido à minha destreza física - acabei por me esbarrar contra uma das cadeiras altas, acabando por cair no chão, no entanto ainda rindo, embora com um pouco de dor à mistura.
- Apanhei-te. - a sua voz rouca soou pela sala de jantar enquanto os seus braços me envolveram pegando em mim e colocando-me no seu forte ombro.
- Andrew Dennis Biersack, larga-me ! - falei ainda entre gargalhadas embora estivesse a tentar manter-me o mais séria possível.
- I'm afraid that I can't do what you asked me to Miss Sykes . [ Temo que não possa fazer o que me pediu menina Sykes. ] - tinha a certeza que no seu rosto se encontrava aquele belo sorriso que tanto me fazia derreter da forma que só ele sabia fazer.
O meu corpo foi lentamente pousado no sofá enquanto ele se dirigiu de novo à sala de jantar, trazendo de seguida consigo a sua mala onde trazia a sua guitarra acústica, porque quem seria ele sem a sua música ? Depois de ele sair do hospital, descobri o motivo de ele lá ter ido parar no começo de tudo. Não ficara muito surpreendida ao descobrir que tinha sido obra da Jenny, mas ela já se havia desculpado correctamente, até porque o seu actual namorado não a deixaria ficar a dever-nos um pedido de desculpa. Foi um choque - mas não tão grande assim - descobrir que ela voltara para o Austin, mas creio que ele é a pessoa certa para a levar novamente para o caminho do bem. O Vic acabou por perdoar a Danielle, o que me fez muito feliz pois ela, eu e a Hannah temos andado sempre juntas à procura das coisas para o meu sobrinho que está quase a chegar. O Thomas continuara o mesmo louco, só que agora mais apaixonado que antes, e fico muito feliz pela relação dele com o Kellin, pois sei que foi pelo melhor eles se terem achado de forma romântica.
Dei por mim a pensar no quanto as coisas haviam mudado. No quanto as pessoas que eu conhecera haviam mudado, mesmo que tudo isso tivesse sido num espaço de tempo tão curto. Cada um seguiu o seu próprio caminho, incluindo o Ash, que agora está em L.A. a gerir uma produtora bastante conhecida, isso faz-lo feliz, pelo menos é o que ele me diz quando me liga todas as semanas pelo skype. Os meus medos para com o Andy haviam também mudado com o tempo, aliás, haviam desaparecido. Apresentei-o ao meu pai, e à minha madrasta, pois o meu pai acabou por se unir novamente à mãe do Oliver, e acho que desta vez é para durar. Eles apoiaram imenso a relação e ficaram felizes por mim, o meu pai principalmente pois o sorriso forçado que eu outrora tinha, agora havia-se transformado num sorriso verdadeiro.
Comecei também a passar mais tempo com o Andy, no entanto ele não me tentou mais beijar, embora eu o quisesse. Comecei a temer que talvez o que nós tínhamos não passasse de amizade, mas eu também estaria feliz com isso, porque afinal ele era o meu melhor amigo. Ele veio para minha casa hoje, pois disse que tinha de falar comigo, mas após eu acidentalmente ter derrubado um copo de água na sua cabeça acabei por ser perseguida. Olhei o corpo que se dirigia a mim e pude sentir o meu coração saltar. A sua face estava ainda com um penso devido à ferida que ficara, mas que rapidamente sararia. A sua expressão fez-me tremer, pois encontrava-se sério demais para o meu gosto.
- Meu deus, que cara é essa ? - tentei brincar um pouco no entanto não resultou, pois ele continuava sério. Engoli em seco quando ele se sentou ao meu lado olhando o chão.
- Eu sei que estes meses têm sido muito confusos, acredita que para mim também foram, mas eu tenho algo para te dizer. - eu não pude nem refutar quando ele olhou para mim esperando uma resposta, conseguindo apenas assentindo levemente na esperança que as suas próximas palavras não fossem ' arranjei uma namorada '.
Ele retirou a sua guitarra da capa onde a mesma se encontrava e pousou-a no seu colo, colocando assim as mãos nos acordes correctos. Olhei-o com uma expressão confusa, pois aquele não me parecia o momento correcto para uma música. Uma expressão tão séria com uma música a acompanhar para mim não me trazia boa coisa, mas a única coisa que eu podia fazer era esperar até que ele me dissesse o que lhe ia naquela cabeça, para além do seu cabelo macio.
- Ouve bem por favor. - ele murmurou baixo e começou a dedilhar as notas perfeitamente harmonizadas.
I open my lungs dear
I sing this song at funerals... No rush
These lyrics heard a thousand times, just plush
A baby boy you've held so tightly, this pain it visits almost nightly
Missing hotel beds I feel your touch
I will await dear
A patient of eternity, my crush
A universal still, No rust
No dust will ever grow on this frame
One million years I will say your name
I love you more than I can ever scream
Booked our flight those years ago
I said I love you as I left you
Regrets still haunt my hollow head
I promised you I will see you again, again
I sit here and smile dear
I smile because I think of you, I blush
These bleeding hollow dials... This fuss
A fuss is made of miles and travels when roadways are but stones and gravel
A bleeding heart can conquer every crutch
We booked our flight those years ago
You said you loved me as you left me
Regrets still haunt your saddened head but I promised you I will see you
We booked our flight those years ago
I said I loved you and I left you
Regrets no longer in my head
But I promised you and now I'm home again, again
Again, again, again, again
I'm home again
Lágrimas percorriam agora a minha face de volta violenta, o que deixou uma expressão preocupada na face do Andy. As suas mãos rapidamente largaram a guitarra, indo até à minha face e acariciando a mesma com um sorriso ao perceber que o único motivo das minhas lágrimas eram a felicidade que sentia naquele momento. A entrada para aquele local tinha-me feito chorar e sorrir, mais do que eu algum dia esperava, obviamente que as pessoas que ali havia encontrado também tinham tinham algo a ver com isso. Agradecia mentalmente por tudo aquilo que já havia passado ali, até mesmo pelos maus momentos como as asneiras da Jenny, ou a falta do Andy durante aquele período de tempo que me fez sentir tão só.
Mas a realidade é que eu agora já não estava só.
Olhei os olhos azuis do Andy que me penetravam a alma e sorri carinhosamente para ele, envolvendo de seguida o seu corpo com os meus braços. Ele rapidamente pegou em mim, colocando-me no seu colo enquanto acariciava o meu cabelo.
- Sabes bem que já passamos por imenso juntos - ele começou a falar e o meu olhar voltou-se para ele - E acima de tudo acho que sabes o que eu sinto. - e era verdade, eu sabia perfeitamente - pelo menos agora - que aquele sentimento era mutuo.
Assenti levemente com a minha cabeça, encostando de seguida minha testa à testa do Andy, enquanto mantinha um sorriso nos lábios. Acabei por ouvir da sua boca as palavras que tanto ansiava ouvir. As doces letras melodiosas que deixavam os seus lábios finos que me faziam perder na imensidão de sentimentos. Acabei por olhar os seus olhos e sorri colando os nossos lábios num simples e doce beijo, algo calmo como só nós podíamos ter. Por entre o beijo dei por mim a relembrar todo o meu percurso até aqui, as mudanças de humor, a mudança de vida, a mudança de família e acima de tudo a mudança de sentimentos. Realmente nunca pensei que estaria assim. Não aqui. Não com ele. Mas queria agradecer por poder ter este privilégio, e queria acima de tudo garantir que isto não é o fim, é apenas o inicio. E disso eu tinha certeza, com o Andy ao meu lado e juntamente com os outros que se juntaram pelo caminho. Eu iria continuar a bela vida que aqui tinha criado, e as palavras do Andy eram a minha promessa.
" Amo-te. "
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Acabou.
Eu realmente não sei o que dizer .... Passaram 2 anos e finalmente dei um fim àquela época da minha vida que me fez começar esta fic. Foi duro, principalmente agora no final pois tudo em mim mudou desde que comecei, principalmente a minha forma de encarar a vida. Eu sou muito honesta quando digo que a Luna sempre foi o meu reflexo, pelo menos no inicio onde eu descarregava tudo naquilo que escrevia. Agora no fim eu simplesmente quis deixar a mensagem que eu já comprovei ser verdade.
TUDO MELHORA.
Pode parecer cliché, mas não é. Nunca foi.
Esta fic - entre outras coisas - ajudou-me a olhar para as coisas de outra forma, e ajudou-me acima de tudo a crescer. Custa acreditar que finalmente acabou. Mas parte de mim sente-se feliz, porque sei agora que posso finalmente encerrar tudo aquilo que se mantinha em aberto desde essa época negra para mim. Agradeço a todas as pessoas que aqui estiveram, e a todas as que se juntaram pelo meio do caminho. Agradeço a quem me levou a fazer esta fic em primeiro lugar, e a quem chegou depois e ficou aqui até agora.
Peço desculpa por toda a trapalhada na fic, é algo que pretendo editar, mas não agora. Tenho novos planos, bastante grandes mas não espero que todos fiquem, porque afinal são planos muito diferentes. Só queria deixar um obrigado por estarem aqui. E mais uma vez desculpem se não foi aquilo que esperavam. Sei que acabou de uma forma simples, mas foi a única forma que encontrei de sair deste bloqueio que me impedia de escrever esta fic.
O titulo nunca esteve melhor para a minha vida. Foi tudo uma atribulação de sentimentos, e eu realmente estava sob pressão quando tudo começou, mas agora como a Luna, eu estou finalmente bem.
Obrigada.
Sempre vossa.
Demoniac.
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