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Capitulo 15 - No fogo da paixão

Gilbert girou seu corpo devagar no saco de dormir a procura de Anne, mas ela já não estava mais a seu lado. Ele suspirou um pouco entediado pelos seus dias de inércia, pois desde que fora ferido há cinco dias, estava preso naquela tenda a espera da cicatrização de seu ferimento.

Nos dois primeiros dias, ele se sentira muito fraco por conta da perda de sangue, mas com o passar do tempo, a boa alimentação e o descanso forçado ele começou a recuperar suas forças.

Gilbert colocou um dos braços atrás da cabeça, e a apoiou nele, enquanto pensava que era a primeira vez que ficava inativo assim, pois nunca fora de sucumbir a nenhuma doença. Ele sempre desafiara os limites do próprio corpo. Nenhum resfriado, gripe ou qualquer mal físico o prendia em uma cama, porém dessa vez, ele esbarrara em um obstáculo difícil de vencer, e ele se chamava Anne Shirley.

Ele não pensara no quão mandona ela poderia ser e persuasiva também. Gilbert riu ao se lembrar de como a ruivinha ficara zangada no segundo dia, depois que dormiram juntos ao acordar e vê-lo de pé pronto para sair.

-O que pensa que está fazendo?- ela perguntou se sentando na saco de dormir tão rápido, que seus cabelos voaram ao redor do seu rosto adorável. Anne acordava com a pele de suas bochechas toda rosada, e os fios ruivos eram uma massa de ondulação que emolduravam cada traço de sua face delicada. Ela era como o nascer do sol nas planícies tão vibrante, que era impossível desviar o olhar.

-Estou me levantando para cuidar de minhas obrigações como um dos chefes dessa aldeia. - Gilbert respondeu, vestindo uma calça limpa sobre o seu corpo seminu.

-Está maluco. Mal se aguenta em pé de fraqueza, e ainda teima em trabalhar nesse estado.- ela disse zangada, se levantando do saco de dormir, e caminhando em sua direção.

-Anne, eu não posso ficar aqui. Tem muito trabalho a ser feito.- ele disse quase perdendo o foco ao vê-la tão perto. Ele passara a noite toda com ela em seus braços, e fora como estar em um Éden terreno. Gilbert nunca pensara que seria possível se sentir tão leve como se flutuasse além das nuvens, só por causa da presença daquela mulher tão linda e tão perfeita.

-Eu não quero saber quais são suas obrigações nessa aldeia. Você não vai sair dessa tenda enquanto não estiver bem para fazê-lo. - Anne respondeu, segurando na mão dele e tentando puxá-lo de volta para onde ele estivera deitado antes.

-Acha que consegue me impedir. - ele disse, deixando claro quem era o mais forte ali, mas Anne não se deixou intimidar, e assim respondeu:

-Talvez eu não possa impedi-lo, mas conheço alguém que pode.

-O que quer dizer?- ele disse, franzindo a testa.

-Vou falar com seu avô. Quando ele souber que o neto teimoso dele prefere morrer a esperar que seu corpo se cure para desempenhar suas funções, duvido que ele não te obrigue a ficar nessa tenda nem que seja amarrado.

-Você não pode estar falando sério.- ele disse descrente do que ela dissera.

-Não acredita em mim? Então vou te provar que não estou mentindo. - ela fez menção de sair pela entrada da tenda, mas Gilbert segurou em seu pulso e disse:

-Está bem. Eu faço o que quer. Contudo, eu quero acrescentar que você é bem mandona.- Gilbert falou com uma careta.

-Teoricamente sou sua mulher, então sim, posso ser bem mandona.- Anne disse brincando, mas suas palavras ficaram na cabeça de Gilbert. "Sua mulher". Ela ainda não era, mas ele pretendia mudar isso em breve e esperava ansiosamente que Anne o aceitasse como seu homem também.

Deste modo, ele ficara nas mãos dela todos aqueles dias, não que estivesse reclamando, porque passar cinco dias inteiros do lado dela foi a melhor coisa que poderia ter lhe acontecido em toda sua vida.

Anne cuidara de seu ferimento, de sua alimentação, lhe fizera companhia e atendera a cada pequeno desejo seu, embora ele evitasse de pedir-lhe coisas desnecessárias, pois ela não estava ali para servi-lo, e Gilbert sempre fizera suas próprias coisas, e não era porque estava temporariamente incapacitado que se aproveitaria da situação toda.

Ele estava feliz que Anne parecia cada vez mais à vontade por ali. Ela se acostumara a andar descalça, com os cabelos soltos, e de camisas longas que lhe serviam como vestidos, e também não parecia mais envergonhada em deixar que Gilbert a visse assim, completamente ao natural como se tivesse nascido ali.

E ele estava rendido aquela beleza toda, que o fizera suspirar por ela todos aqueles dias em que Anne estivera ao alcance de suas mãos , e não pudera tocá-la como queria. Porém, tivera o privilégio de dormir com ela todas aquelas noites, e isso entre eles era um avanço importante.

-Está de bom humor, filho? - A anciã da aldeia disse, ao entrar na tenda e vê-lo sorrindo.

-Acordei me sentindo muito bem hoje.- ele respondeu continuando a sorrir.

-A companhia tem sido boa, não é?- a mulher mais velha disse com um sorriso um tanto malicioso, deixando Gilbert sem graça. Ele não costumava falar sobre sua vida íntima com ninguém, sempre fora reservado nessa parte, embora não tivesse tido muitas mulheres em sua vida, e a maioria fora coisa de uma noite, pois nunca encontrara nenhuma que o fizesse querer algo mais do que um momento, até aquele instante.

-Onde está Anne?- ele perguntou, mudando de assunto estrategicamente.

-Está preparando sua refeição. - A anciã respondeu, verificando a temperatura dele, e a cicatrização do ferimento.

-Ela não devia estar fazendo isso.- o rapaz disse contrariado. Anne não era sua empregada ou sua escrava.

-Anne me pediu para ensiná-la a preparar sua comida , e foi o que fiz.- a anciã explicou.

-Eu não a trouxe para essa aldeia para ficar trabalhando, especialmente por minha causa. - Gilbert disse em protesto, enquanto se sentava no chão devagar.

-Ela é sua mulher, filho. E está fazendo o que todas as mulheres dessa aldeia fazem, que é cuidar do seu homem.

-Anne é diferente, avó. Sua criação foi diferente.- ele respondeu. Não queria ver aquelas mãos delicadas marcadas pelo trabalho manual diário, ou aquela pele suave queimada pelos raios do sol por conta de alguma tarefa ao ar livre. Se ele era um dos chefes daquela aldeia, e Anne era sua mulher como todos acreditavam por ali, ela então seria tratada como uma princesa, como ele acreditava que ela era.

-Mas ela está vivendo aqui agora, e vai ter que se adaptar em como as coisas são por aqui. - A mulher respondeu, passando mais um pouco do remédio com ervas sobre o ferimento de Gilbert que estava praticamente bom, e em mais dois dias estaria completamente cicatrizado.

-Não, Anne vai viver como eu quero que ela viva nessa aldeia, e ninguém vai desafiar o meu desejo.- ele disse com convicção, fazendo a boa mulher responder com um sorriso suave.

-Está bem, filho.

Naquele momento, Anne estava a beira do fogo, concentrada na preparação da sopa que serviria à Gilbert naquela manhã. Ele estava quase totalmente recuperado, e embora um lado seu estivesse feliz o outro nem tanto.

Ela estava adorando tê-lo sob seus cuidados, e ainda mais porque passavam o dia todo juntos. Fora de sua postura de chefe daquela tribo, Gilbert era um homem totalmente diferente, pois não tinha que adotar nenhum tipo de conduta que mostrasse sua força de comando ou praticidade em resolver os problemas que por ventura surgiam.

Deitado em sua tenda, de onde não podia se levantar temporariamente, ele era apenas um homem que se permitia sorrir às vezes mesmo que isso fosse bem raro, conversar com ela sobre coisas da vida como nunca tinham feito antes, e também se permitia partilhar seus pensamentos e ideias.

Anne estava amando conhecer esse lado dele tão bem escondido em outras ocasiões, porque lhe dava a oportunidade de conhecer mais intimamente aquele homem tão complexo a quem já amava tanto.

Dormir nos braços dele estava sendo a coisa mais maravilhosa do mundo. Era confortável deitar a cabeça no peito dele e ouvir seu coração bater de encontro ao seu ouvido, como uma canção suave e tão lindamente tocada. Suas mãos carinhosamente tocando os cabelos dela, e a pele quente dele em seus dedos que lhe causava mil e uma sensações diferentes.

Ainda não tivera coragem de tocá-lo de verdade, mesmo porque não queria parecer atrevida ou ousada demais aos olhos dele. Mas às vezes, enquanto o observava dormir, ela tinha uma vontade muito grande de sentir todos aqueles músculos em suas mãos, e ver como ele reagiria ao sentir o toque dela em sua pele. Ela também sonhava em ser tocada, mas não como Roy sempre fizera com possessividade e sem nenhum carinho, mas sim com amor e respeito por suas vontades, e aqueles olhos prateados de Gilbert sobre ela lhe prometiam exatamente isso.

Era uma pena que ainda não tivessem chegado a esse grau de intimidade, pois ela estava mais que pronta para experimentar tudo o que ele quisesse lhe mostrar. Anne não se importava mais com seu compromisso selado com Roy dentro de uma igreja, pois desde que viera para aquela aldeia, toda a sua vida antiga fora deixada para trás.

Ela não sentia falta da fazenda, ou das coisas materiais que tinha por lá, porque o amor com o qual ela sonhara tanto antes de vir para aquelas terras, ela encontrara naquele guerreiro íntegro de caráter e coração, e não no marido que lhe prometera uma vida feliz e farta.

Pela primeira vez ela se sentia dona de si mesma e livre, mesmo que tivesse vindo para aquela aldeia em condição de prisioneira. Ela encontrava prazer nas pequenas coisas, como andar descalça sentindo o solo bem embaixo dos seus pés, usar roupas não convencionais, e ter umas das paisagens mais lindas diante de seus olhos todos os dias.

Anne sempre amara uma aventura, a qual vivera apenas através dos livros de romance, os quais costumava a ler em seu pequeno quarto em Toronto. Agora estava tendo a oportunidade de viver a sua própria aventura ao lado de um homem que tinha todo o seu coração.

-Eu ainda não entendo porque continua nessa aldeia. Será que não percebeu que não existe espaço nenhum para você aqui?- Pérola Negra disse bem atrás dela. Anne respirou fundo e esperou um segundo antes de se virar, e encarar aquela moça que tinha o prazer de insultá-la cada vez que tinha uma oportunidade.

-Por que você tem tanta raiva de mim? Não pode ser somente por causa de Estrela da Manhã.- Anne perguntou, olhando diretamente para a índia sem se intimidar com seu jeito raivoso de encará-la.

-Tem razão. Estrela da Manhã é o principal motivo, mas na verdade odeio tudo em você. Esse seu jeito doce de falar com as pessoas. Seu cabelo vermelho que parece jogar um certo feitiço sobre os moradores daqui, sua pele branca que vi tantos nativos homens cobiçarem, e esse seu porte de rainha quando anda, como se fosse melhor que todas nós.- Pérola Negra disse com desprezo, mas Anne entendeu que ela tinha certa inveja de como ela era. Nunca pensara que sua maneira de ser poderia causar tanta raiva em alguém, mas não era sua culpa e nem sua responsabilidade se Pérola Negra se sentia diminuída por isso. Ela teria que encontrar sua própria autoestima para poder entender que todas as pessoas eram especiais à sua maneira.

-Não deveria se sentir assim. Afinal, você é uma moça muito bonita, e tem suas qualidades também.- Anne tentou animá-la, mas Pérola Negra pareceu levar suas palavras como ofensa, e em seguida respondeu:

-Você tem o homem que eu quero. Acha isso pouco? Você o enredou em sua teia. Como uma sereia o enfeitiçou e ele sequer olha para mim como antes. Tudo por sua causa! - Ela quase gritou, espumando pela boca de tanto veneno e rancor.

-Bem. Quem fez a escolha foi ele. Não tenho culpa se Estrela da Manhã preferiu a mim e não a você. - Anne disse com toda calma possível, sem se deixar abalar pelas palavras da jovem índia. Gilbert tinha lhe contado a versão verdadeira dos fatos sobre seu relacionamento com Pérola Negra, mas a moça parecia obcecada, e criara em sua cabeça uma história fantasiosa sobre uma vida em comum com o rapaz. Mas, Anne não lhe disse nada sobre isso, pós não queria tripudiar sobre os sentimentos de Pérola Negra , embora soubesse que se a situação fosse o contrário, a jovem Índia não a pouparia de nada.

-Ele não escolheu coisa nenhuma. Você o enfeitiçou. De outra forma, Estrela da Manhã não teria caído por você tão facilmente. - Anne quase riu alto de tamanho absurdo, mas não o fez pelo mesmo motivo de antes. Se Pérola Negra acreditava realmente em conto de fadas , não seria ela a fazê-la cair das nuvens. Mas não se conteve e fez uma pergunta bem humorada.

-Está dizendo que sou uma bruxa com poderes sobrenaturais, que jogou um encanto em Estrela da Manhã e o conquistou dessa maneira?

-Que outra resposta teria para ele estar com você? Esse seu cabelo vermelho só prova que estou certa. Somente uma bruxa teria um cabelo dessa cor. - Pérola Negra disse aquilo com tanta convicção que fez Anne perceber que ela realmente acreditava naquilo, e ficou mais surpresa ainda quando a moça continuou:- Mas eu vou achar uma maneira de acabar com esse feitiço, e quando isso acontecer, Estrela da Manhã vai escorraçá-la daqui feito um cachorro.

-Quero vê-la tentar. Eu não tenho medo de você ou de suas ameaças. Tudo o que me disse até agora é de um absurdo tamanho, mas percebo que acredita em cada palavra do que diz, então não vou discutir com você. Eu estou aqui porque Estrela da Manhã me trouxe para cá e me quer do lado dele. Assim, nada do que fizer ou disser vai mudar essa verdade.- Anne tinha se cansando daquela brincadeira.

-Vamos ver. Eu juro que vou encontrar uma maneira de arrancar você dessa aldeia.- Pérola Negra disse, se afastando tão sorrateiramente quanto havia chegado.

Anne suspirou desanimada ao pensar que sua vida ali poderia ser bem difícil se Pérola Negra não parasse de hostilizá-la. Tudo o que queria era paz depois do inferno que vivera nos últimos meses. No entanto, aquela índia rancorosa não permitiria que a tivesse.

Porém, na iria desistir. Não chegara até ali para deixar que qualquer coisa ou alguém a impedisse de ser feliz. Ela era dura na queda e encontraria uma maneira de viver naquela aldeia de melhor forma possível.

A sopa de Gilbert ficou pronta, e ela a levou até tenda. Quando entrou, o rapaz estava sentado no saco de dormir e parecia impaciente por estar ali com bastante tempo nas mãos e visivelmente aliviado por Anne ter aparecido.

-Como se sente?- ela perguntou, colocando a refeição em um cima de uma mesinha improvisada.

-Estou bem. Por que demorou tanto? - ele perguntou, deixando que seu olhar se demorasse em cada parte dela. Anne sentia como se ele a acariciasse inteira, e isso lhe causava uma excitação interna que era quase difícil de esconder.

-Eu estava preparando uma sopa nutritiva para você.- ela pegou o prato e o entregou ao rapaz.

-Não devia trabalhar assim. Não te trouxe para essa aldeia para isso. - Gilbert disse começando a comer a sopa que tinha um sabor delicioso.

-Eu gosto de ser útil. - ela respondeu sorrindo, enquanto observava um cachinho adorável solto na testa do rapaz.

-Pode ser útil ficando aqui e me fazendo companhia.- ele sugeriu, fazendo Anne responder:

-Está ficando mimado, Estrela da Manhã.

-Adoro o jeito com que meu nome soa em seus lábios - ele falou de repente, pegando Anne de surpresa e fazendo a pele dela se arrepiar totalmente.

Ela ficou em silêncio e esperou que o rapaz terminasse de comer para dizer:

-Acho melhor descansar mais um pouco. Seu ferimento parece quase cicatrizado, mas é melhor não abusar.

-Senta aqui comigo. - Gilbert pediu, estendendo-lhe a mão que sem hesitar ela segurou nas suas. Em seguida, Anne se sentou ao lado dele, sentindo-o abraçá-la pelo ombro. -Como você está em relação aos outros moradores da aldeia?

-Eles ainda não me aceitam, mas também não me hostilizam mais tão abertamente como antes.- Anne disse, pensando em Pérola Negra, que agia exatamente o oposto do que dissera. Mas aquele era um assunto seu que iria resolver à sua maneira. Não queria que Gilbert pensasse que não conseguia lidar com os problemas sozinha. Não tinha medo de Pérola Negra e nem de suas ameaças.

-Com o tempo, eles vão te aceitar, eu tenho certeza.- Gilbert disse, fazendo um carinho em seu ombro que fez o corpo inteiro dela ganhar vida. Ela precisava do toque dele mais do pensara.- E você? Como está se sentindo aqui?- ele perguntou, ansioso pela resposta dela.

-Eu estou bem. Gosto de como as coisas são simples por aqui. - Anne respondeu, encarando os olhos dele com os seus, ao mesmo tempo em que tinha consciência da boca masculina tão próxima que a atraía como se fosse o próprio sol.

-Às vezes me preocupa o fato de que você não tem o mesmo conforto que tinha em sua casa.- Gilbert respondeu, mas sua preocupação ia além disso. Ele tinha receio de que Anne se cansasse da vida difícil que tinha ali, e resolvesse ir embora. E ela não sabia o que faria sem ela. Gostava de tê-la por perto, de ouvir o som da sua voz, de escutar sua risada, e principalmente de tê-la em seu braços.

-Por que isso te preocupa tanto? Eu já te disse que estou bem aqui, e que não trocaria essa vida pela que tinha antes.- ela respondeu, tocando o maxilar dele de leve, e só por esse pequeno gesto dela, Gilbert sentiu sua pele esquentar. Queria aquela garota com tanta intensidade, que qualquer gesto dela o fazia querê-la ainda mais.

-Porque eu quero te dar tudo o que precisa. - ele respondeu, e Anne quase disse que tudo do que precisava era do amor dele, pois o resto não tinha tanta importância. Não ligava para bens materias, se comia em uma simples tigela ao invés de pratos de porcelana, ou se deitava com ele em um saco de dormir no chão, ao invés de um colchão macio. Abriria mão de tudo aquilo com facilidade apenas para tê-lo como seu homem para sempre.

-Eu não preciso de mais nada além de estar aqui com você. Isso é o suficiente para mim.- Anne disse, segurando na mão dele, enquanto o rapaz olhava para suas mãos unidas, e subia o olhar até a boca de Anne, entreaberta e tão desejável, que lhe causava uma vontade primitiva de beijá-la com loucura, mas não faria nada tão ousado que pudesse assustá-la. Por isso, roçou a testa dela com os lábios carinhosamente, enquanto Anne deitava a cabeça em seu peito, e ficavam assim por bastante tempo.

Um tempo depois, quando Gilbert tinha adormecido, Anne resolveu dar uma volta lá fora. A tarde estava linda demais para ficar isolada na tenda, por essa razão, ela foi se sentar na beira do lago e curtir a calmaria daquele momento que a deixava em paz.

Logo, ela sentiu alguém se sentar a seu lado, e viu com surpresa que era o avô de Gilbert. Ele quase nunca saía de sua cabana, e só o fazia quando algo importante acontecia, por isso, ela se perguntou por um momento se ele teria algo relevante a lhe revelar.

-Boa tarde, neta. Pensei que estava na tenda com Estrela da Manhã.- ele disse, dando-lhe um sorriso leve.

-Eu estava, mas adormeceu e resolvi dar uma volta aqui fora. - Anne explicou, olhando para o homem mais velho com carinho.

-Como meu neto está?

-Bem melhor. Acho que mais dois dias e ele estará plenamente recuperado.

-E como está sua adaptação aqui na aldeia. - Pena Branca quis saber.

-Estou aos poucos me adaptando a vida aqui. No início, percebi que não fui bem aceita, mas agora as coisas estão se encaminhando. - Anne respondeu com um suspiro.

-O povo daqui é um pouco desconfiado com pessoas estranhas, principalmente os brancos. Precisam de tempo para aprender a confiar.

-Pérola Negra parece pensar que meu lugar não é aqui.- Anne teve coragem de dizer. Não queria fazer intriga sobre a moça, mas tinha que achar uma forma de se proteger daquela garota rancorosa.

-Pérola Negra ainda não cresceu. Ela vive no seu mundo de fantasia. Não entende que nem sempre o que desejamos é o melhor para nós. Eu sei que ela pensa assim por causa de meu neto. Mas Estrela da Manhã nunca lhe deu esperanças, pois ele estava esperando a companheira certa chegar.- Pena Branca disse, encarando Anne com seu olhar sábio que a fez se sentir intimidada, mas não se furtou de perguntar:

-Acha que sou a companheira ideal para ele?

-Você e meu neto são muito parecidos. Tem a mesma solidão na alma, e tristeza no olhar. Desde que ele a trouxe aqui , eu a tenho observado, e entendi que o encontro entre vocês não foi por acaso. Estavam destinados a se encontrarem, então, quem sou eu para interferir naquilo que já foi decidido pelo universo?- Pena Branca respondeu, colocando a mão de leve no ombro dela, e depois a deixou sozinha com aquela pergunta no ar.

Não havia se passado muito tempo, e Anne continuava sentada na beira do lago. Ela queria aproveitar aquele fim de tarde tranquilo para colocar seus pensamentos em ordem. Logo teria que voltar para a tenda e se certificar de que Gilbert se alimentaria direito, mas por aquele momento queria apenas estar em companhia de si mesma.

No entanto, seu desejo não se realizou, pois um certo guerreiro teimoso que se recusou a ficar mais tempo dentro da tenda sozinho e ocioso, saiu de seu descanso para procurá-la e a encontrou sentada ali e completamente distraída.

-Se cansou de minha companhia, e veio se refugiar aqui fora?- o rapaz disse, fazendo Anne o olhar espantada e responder.

-Não devia ter se levantado. Ainda não está forte o bastante. - Anne respondeu, preocupada com o ferimento do rapaz que não estava totalmente curado.

-Eu estou bem, e consigo caminhar sem esforço, Anne. Você tem tomado conta de mim muito bem.- ele disse, passando as mãos pelos cabelos dela. Ele adorava aqueles fios brilhando ao pôr do sol.- Ainda não se aventurou em um banho no lago?- Gilbert perguntou, olhando para as águas claras e transparentes à sua frente.

-Acho que ainda não reuni coragem o suficiente para isso. - ela respondeu, observando Gilbert despir sua calça de couro, olhando-a com o esboço de um sorriso nos lábios. - O que vai fazer?

-Vou tomar banho no lago.- Gilbert respondeu com a maior naturalidade do mundo.

-Você não pode. Ficou maluco?- Anne perguntou, preocupada com a saúde do rapaz que ainda não estava cem por cento.

-Eu vou sim, e você vai comigo.- Gilbert afirmou, e antes que ela pudesse protestar, ele a pegou no colo como se ela não pesasse mais que uma pena, e entrou com ela no lago, molhando completamente a camisa branca que ela estava usando, deixando-a encharcada.

-Estrela da Manhã. Como pôde fazer isso? - Anne gritou, afastando os cabelos molhados do rosto, enquanto tremia embaixo da água fria.

Em resposta, Gilbert deu uma gargalhada tão deliciosa, que emudeceu Anne por um segundo, deixando que seu ouvido se maravilhasse com aquele som tão espontâneo, o qual era a primeira vez que o ouvia. Em seguida, para entrar o clima descontraído entre os dois, ela disse em tom de brincadeira.

-Confessa que tinha tudo planejado antes mesmo de vir aqui? - Gilbert parou de rir para encará-la com intensidade e responder:

-Eu não tinha planejado entrar com você no lago, mas eu devo confessar que tinha outra coisa em mente.

-É? O que?- Anne perguntou , vendo-o se aproximar um pouco mais.

-Isso.- ele disse em um tom baixo e rouco, que a fez tremer por dentro, e então, tomando o rosto dela entre as mãos, o rapaz se apossou dos lábios dela, fazendo o coração de Anne quase parar de bater.

O beijo inesperado dele a fez perder o fôlego, enquanto se agarrava ao pescoço de Gilbert para não perder o equilíbrio dentro da água. Ele circulou sua cintura e a trouxe para mais perto, colando o corpo dela naquela montanha de músculos quente que ela podia sentir pelo tecido fino da camisa que tinha se grudado em sua pele, sendo a única barreira entre eles, e seus seios que estavam comprimidos diretamente contra o peito dele.

Por conta da falta de ar, Gilbert abandonou os lábios dela, para deslizar a língua pelo seu pescoço. Anne sentiu seu baixo ventre reagir aquele ataque puramente sensual, deixando-a mole e excitada ao mesmo tempo, fazendo-a enrolar suas pernas ainda mais em volta da cintura dele, enquanto o rapaz mordiscava-lhe o queixo, e tornava a dedicar sua atenção ao pescoço dela.

Todos aqueles dias dormindo ao lado dela sem de fato a tocar como queria, acumulou todos o desejos de suas fantasias com ela, e por isso, Gilbert sabia que não conseguiria mais parar. Ele tornou a beijá-la no que foi correspondido, e ele percebeu que a conexão entre eles naquele instante era perfeita.

Assim, ele descolou seus lábios e disse próximo ao ouvido direito dela:

-Eu quero tanto você. Por favor, me diga que me quer também, ou sou capaz de enlouquecer.- Anne sorriu de leve, enquanto sentia seu corpo tão quente quanto o dele. Nunca tinha sentido isso antes. Era como um fogo que ia se alastrando por sua pele, e fazendo crescer uma necessidade desconhecida dentro de si, e então respondeu, quase incapaz de raciocinar:

-Eu também te quero muito.

Depois de sua resposta, Anne colou seus lábios no de Gilbert, e mais um beijo intenso foi trocado, enquanto seus corpos pareciam precisar de cada vez mais contato. Ela mal percebeu quando Gilbert a carregou no colo até a tenda, pois seus lábios continuavam tão grudados que pareciam que nunca mais iriam se separar.

Foi somente quando, o rapaz a colocou no chão, foi que ela percebeu que ele caminhara todo o caminho do lago até ali com ela no colo. Preocupada com o ferimento dele e o esforço que Gilbert fizera a carregando até ali, ela tocou o rosto dele e disse:

-Você não devia....- ele a interrompeu, colocando seus dedos sobre os lábios dela e disse:

-Não fala nada. Só me deixa olhar para você. - então Anne se calou, enquanto Gilbert devorava todas as suas formas com o olhar. Ela era maravilhosa de todas as formas que pudesse imaginá-la. Ele estava louco para tocá-la, mas não queria ser afoito, e estragar aquele momento incrível pelo qual esperara por tanto tempo. Queria que fosse perfeito, queria que fosse inesquecível, e queria que Anne guardasse a primeira vez deles em seu coração.

Ele estendeu a mão, e tocou o rosto dela, desenhando com seus dedos os traços daquelas feições de Madona que foram seu céu e seu inferno desde que a conhecera. Sua mão desceu pelo pescoço delicado, alcançando o ombro ainda coberto pela camisa molhada, e ficou parada ali, fazendo um carinho leve por sobre o tecido.

Enquanto isso, Anne esperava em uma ansiosa expectativa que chegava a deixá-la sem ar. Ela não era mais ingênua como quando chegara ali, e sabia o que aconteceria entre eles naquela noite, e também se sentia nervosa, porque a experiência que tivera com Roy matara todos os seus sonhos românticos como mulher nessa área íntima.

No entanto, a maneira como Gilbert a olhava era como se um fogo possuísse aqueles olhos, e esse fato a deixava ardendo por dentro de um jeito que nunca sentira com seu marido. Anne não sentia medo ou repugnância, mas sim uma vontade de mergulhar neles completamente, e deixar que sua alma e seu corpo queimassem com todo aquele calor.

Ela desceu os olhos pelo peito musculoso, indo devagar por todas as partes daquela pele morena queimada de sol, passando pelo estômago e alcançando o abdômen firme e desenhado, onde não havia uma grama de gordura em toda aquela perfeição. Gilbert estava apenas com a sunga com a qual entrara no lago, então não foi difícil descer mais um pouco e alcançar suas pernas musculosas.

Ela fez todo o caminho de volta e quando chegou ao rosto de Gilbert, ele mordia o lábio inferior observando atentamente a maneira como Anne encarava o corpo dele, e seus olhos brilhando mais do que antes.

-Posso tocar você?- ela perguntou timidamente. Desde que cuidara do ferimento de Gilbert ela ficara se perguntando como seria tocar o corpo dele na intimidade. Ela nunca fizera isso com Roy, mas com Gilbert estava ansiosa para experimentar.

-Pode.- o rapaz respondeu, prendendo a respiração, ao sentir os dedos macios de Anne deslizando por sua pele. O toque dela era cuidadoso e tímido, mas as sensações não deixavam de ser intensas, e a expressão de curiosidade no rosto de Anne enquanto ela explorava o corpo dele o desmontava inteiro. Ela não fazia ideia de como a queria, de como o toque dela era como atear fogo em gasolina. Seu desejo por ela o estava consumindo, e mais um pouco entraria em combustão.

Gilbert a puxou um pouco mais para si, ao mesmo tempo em que ela espalmava suas duas mãos no peito dele, enquanto as dele começaram a explorar as curvas dela sobre a camisa. Quando chegaram à barra, ele perguntou:

-Eu posso?- ele fez um movimento, dando a entender que gostaria de tirá-la. Anne assentiu, mas por dentro ela tremia ao pensar em ficar despida em frente aquele homem tão lindo. Não era insegurança sobre seu corpo, mas sim por imaginar que Gilbert a veria nua, e tal intimidade a fazia ofegar.

Devagar, ele puxou o tecido molhado para cima, fazendo Anne levantar os braços para que ficasse mais fácil retirar a camisa, e quando a atirou no chão, ele fez Anne dar um passo para trás, enquanto encarava os seios pequenos e perfeitos dela. Eram como dois botões de rosa esperando por seu toque, e assim, ele a fez jogar a cabeça um pouco para trás de modo que sua boca alcançasse o seio direito. A língua dele circulou o bico rígido, o qual ele sugou de leve, fazendo Anne gemer alto sem conseguir se controlar.

A sensação era eletrizante, enquanto dentro dela seu corpo implorava por mais. Ela gemeu mais uma vez quando Gilbert fez a mesma coisa com seu seio esquerdo, e enterrou as mãos nos cabelos dele o incentivando a continuar.

O rapaz a fez se deitar sobre o saco de dormir, posicionando seu corpo sobre o dela, ao mesmo tempo em que puxava a calcinha dela para baixo, deixando-a completamente nua. A beleza de Anne naquele momento era insuperável. Sua pele estava toda rosada, os cabelos de fogo espalhados ao redor da cabeça dela como fios de seda, e seus olhos azuis tão escuros lhe davam a percepção exata de como ela estava dominada pela paixão.

E saber que era ele que a deixava assim, aumentava ainda mais seu desejo por ela, e sem conseguir se controlar, ele fez uma excursão completa pelo corpo dela, deixando um rastro de beijos e lambidas por toda pele macia, fazendo Anne arquear o corpo em sinal de submissão cada vez que ele atingia um ponto onde lhe dava mais prazer.

A ruivinha se sentiu se desfazendo embaixo daquele corpo tão másculo , sua mente não processava nada a não ser o prazer que lhe estava sendo proporcionado. Ela não sabia que podia ser assim tão quente, e que se sentiria cada vez mais louca pelo toque de Gilbert. O que ele estava fazendo com ela? Anne se perguntou. Era como queimar na fogueira do pecado e alcançar o paraíso ao mesmo tempo. Seus sentidos todos aguçados naquele toque aveludado que a fazia se entregar cada vez mais.

Como em câmera lenta, ela o viu despir a última peça de roupa que os separava, e em seguida, sentiu Gilbert correr os lábios por suas coxas, subindo até chegar em sua barriga, onde ele brincou com a ponta da língua em seu umbigo.

Anne enlaçou Gilbert pela cintura com suas pernas, sentindo o membro dele cada vez maior no meio das suas pernas, provocando sua intimidade úmida. A paixão a estava deixando fora de si, assim como Gilbert se sentia perdendo o controle. As mãos dela apertaram o ombro dele em uma necessidade urgente de saciar a aflição em seu baixo ventre.

Gilbert levantou a cabeça, e a fitou nos olhos como se pedisse permissão para o que faria a seguir. E a resposta de Anne foi beijá-lo deixando que o rapaz percebesse o quanto precisava dele. E então, ele a preencheu com seu desejo, com sua paixão e seu amor, se movimentando lentamente a princípio , deixando que Anne se acostumasse ao seu ritmo, e quando percebeu que ela o seguia cegamente, ele acelerou os movimentos, entrelaçando suas duas mãos nas dela até que ela arqueou seu corpo em uma entrega total e quase sem forças, enquanto Gilbert se permitia se perder naquele corpo feminino tão amado e tão desejado.

Alguns minutos depois, com Anne adormecida e aninhada em seus braços, Gilbert sorria, sentindo como se a vida tivesse lhe dado um presente precioso. Ele não conseguia acreditar que ela tivesse sido sua, em uma união perfeita de corpos e coração que ele não imaginava que fosse possível.

Era de madrugada, quando uma batida na porta de sua tenda o despertou de seus doces sonhos. Para não acordar Anne, ele a deitou com cuidado sobre o saco de dormir, e foi ver quem estava ali tão cedo.

Quando saiu pra fora da tenda, ficou surpreso ao ver Olho de Águia parado perto da entrada da tenda, que lhe disse sem rodeios:

-Perdoe-me, não queria atrapalhá-lo tão cedo, mas é importante.

-Pode dizer. Sabe que não existe esse tipo de coisa entre nós. - Olho de Águia parou de falar um instante, tentando encontrar um jeito de falar aquilo sem abalar o rapaz à sua frente, mas não encontrando nenhum, ele disse diretamente:

-Encontramos Kak'wet.

Olá, pessoal. Esse capítulo ficou bastante intenso. Me digam o que acharam da primeira vez do casal. Sempre faço meus hots românticos, por isso espero ter agradado a todos. Beijos e obrigada.

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