20 | EU PODERIA...
CAPÍTULO VINTE | UN VERANO SIN TI
❝EU PODERIA...❞
❝falo pra ela: chegue mais perto de mim. você precisa sentar? eu me ofereço como voluntária. agora ela está sorrindo de orelha a orelha❞ ⸺ LUNCH; billie eillish
ALEXIA NÃO TINHA PLANEJADO NADA, NÃO REALMENTE. E ela não era o tipo de pessoa que fazia coisas assim - viagens improvisadas que envolviam voos comerciais sem nenhum aviso do outro lado. Mas lá estava ela, sentada em um avião com destino a Londres depois de jogar 90 minutos contra o Alavés em casa. Não que a partida tivesse sido particularmente exaustiva também, mas ela encurtou o processo pós-jogo para conseguir aproveitar aquele tempo. Além de que aquele dia marcava o fim de três semanas longas, ocupadas e estranhas sem Gisèle e Venetia em casa.
Mesmo descontente com a distância, foi um bom jogo, como os outros daquelas últimas semanas. Considerando tudo, Alexia seguia voando. O Barcelona venceu confortavelmente outra vez, e Alexia marcou um gol, dando uma assistência para outro. Após o apito final, ela passou pelos movimentos habituais. Primeiro, uma breve reunião de equipe, suas obrigações com a mídia, e a recuperação. Mas havia uma inquietação dentro dela, difícil de se livrar. Enquanto tomava banho e se trocava, ela sentiu como se algo estivesse arrastando sua mente para fora do vestiário e para o El Prat. A ideia de voar para Londres começou como uma ideia meio formada, mas então, como a maioria das ideias meio formadas em sua vida, caiu em uma decisão construída antes que ela percebesse. Ela reservou o voo em seu celular enquanto ainda estava secando o cabelo, e depois disso simplesmente avisou sua mãe e a irmã.
Ela não mandou mensagem para Gisèle. Parecia errado, de alguma forma, como dar a ela a surpresa antes mesmo de ela ter decolado, sem saber que realmente chegaria lá no horário provável. Além disso, não era como se Gisèle estivesse esperando por ela, não em uma noite de sábado quando ela estaria em casa em Londres com Venetia. Alexia gostou também da ideia de simplesmente aparecer - sem expectativas. Apenas ela, chegando na porta, aparecendo do jeito que bem queria depois de tanto tempo fora.
Quando o avião decolou, a agitação do jogo havia diminuído. Ela recostou a cabeça no assento e tentou fechar os olhos, mas sem muito sucesso. O avião pousou em Heathrow pouco depois das 22h, e Alexia não tinha dormido um minuto naquele tempo. O frio no ar de outubro quando ela desceu do avião a abraçou, junto com o cheiro de asfalto molhado, enquanto algumas gotas finas ainda caíam, deixando mais do que claro que ela estava mesmo em Londres. Alexia fechou o zíper da jaqueta puffer que estava usando, tentando ficar confortável ao seu redor. Ela pegou sua mala de mão e então seguiu um caminho que já havia tomado antes, indo em direção ao ponto de táxis com pintura em preto, estendidos. Alexia deslizou para a parte de trás de um táxi vazio, com bancos de couro gastos e um senhor mais velho ao volante que cheirava a cigarro. Ela disse o endereço de Gisèle, e o motorista assentiu, entrando no trânsito lento enquanto saíam de Heathrow.
Alexia se ajeitou no banco e tentou não prestar muita atenção à viagem, porque quanto mais demorava, mais parecia demorar ainda mais. Mas, de alguma forma, a viagem realmente se estendeu mais do que o esperado. Quarenta minutos se transformaram em uma hora, e o táxi parou na frente da casa de Gisèle às onze horas. Alexia entregou algumas notas ao motorista e agradeceu antes de sair. A garoa tinha aumentado um pouco, e ela puxou o capuz sobre a cabeça enquanto subia os degraus. A chave na porta demorou um pouco para realmente encaixar, pois a luz fraca do poste dificultava o trabalho, mas eventualmente ela entrou, e então Alexia se virou e abriu a porta, tentando não fazer barulho. A casa estava quente, muito mais quente do que lá fora - onde o clima tinha meio que mudado, porque o verão já tinha ficado para trás, mas, na verdade, Londres sempre era assim, então nada era realmente novo.
A jogadora entrou no corredor e pôde ver uma luz fraca vindo da sala de estar, junto com o som baixo de um vinil girando com uma música que ela já tinha escutado antes, mas não tinha ideia do nome. Deixando seu casaco no cabideiro no corredor e apoiando sua bagagem de mão por perto, apoiada na parede, ela tentou registrar na mente que teria que guardá-la mais tarde. Alexia tirou os sapatos e caminhou até a sala de estar sem nada nos pés. Em cima, Alexia estava vestindo calças de moletom e uma camisa branca de manga curta, confortável o suficiente para a temperatura lá dentro. Ela ajustou o elástico do cabelo e simplesmente desfez o rabo de cavalo, prendendo-o mais alto, um pouco desleixadamente.
Gisele estava sentada no chão, de frente para o vidro com vista para a rua, de pernas cruzadas, Venetia no colo, os olhos ainda bem abertos apesar da hora. O cômodo estava mal iluminado, com um brilho âmbar suave da lâmpada maior no abajur amarelo. Gisèle olhou para cima quando Alexia fez um barulho involuntário, encostando-se na mesa de jantar sem querer, e um sorriso lento se abriu em seu rosto. Ela não estava exatamente surpresa, e olhou para Alexia de um jeito que a fez se sentir muito bem, como se ela sempre fosse esperada, mesmo quando não tinha planejado ser.
— Ei — Gisèle sussurrou com a voz cuidadosa para não agitar Venetia.
Alexia sorriu e se agachou ao lado dela, então se sentou, passando gentilmente a mão sobre os cabelos de Venetia. A garotinha piscou, ainda lutando contra o sono, mas parecendo realmente relutante em fechar os olhos para descansar.
— Ainda acordada? — Alexia perguntou num tom abaixo.
— Ela está inquieta hoje — disse Gisèle, mudando Venetia de posição levemente em seu colo — Eu estava querendo desistir quando você entrou.
Alexia se recostou de vez, apoiando-se no sofá, esticando as pernas na frente dela.
— Você se importa se eu...? — Alexia gesticulou em direção a Venetia, seus dedos emparelhando levemente no ar, cuidadosa até se aproximar, como se ela ainda estivesse se acostumando a pedir permissão para coisas assim, ainda mais depois de ter passado tanto tempo longe.
— Vá em frente — Gisèle assentiu cansada — Talvez você tenha mais sorte.
Gisèle se mexeu, e se inclinou perto o suficiente para que sua perna tocasse a de Alexia. Então, gentilmente ela deixou Venetia livre de seus braços. O bebê se mexeu, cansada, num tipo de estado intermediário em que se esperava que ela caísse no sono, mas a pequena não estava exatamente lá. Venetia estava naquilo há boas horas, desde que tinha acordada agitada. Alexia a segurou, uma mão sustentando a pequena cabeça de Venetia, a outra em volta de suas costas. O disco de vinil estalou um pouco antes de uma nova música começar a tocar, e Alexia encarou o toca discos por um momento.
— Quem está tocando?
— Blind Melon — Gisèle perdeu um pouco da postura reta e se recostou no sofá, apoiando a cabeça no estofado — Essa música se chama Sleepyhouse. A indireta está meio que aí.
— Claro que está — Alexia riu um pouco — Muito cansada?
Gisèle não precisou responder necessariamente para que Alexia entendesse que sim. Ela estava. Luke estava morando por perto, então ele costumava ficar com Venetia durante as tardes, mas isso não acontecia todos os dias, e, de qualquer forma, as manhãs e as noites eram todas de Gisèle. Venetia era um amor na maior parte do tempo, mas certas noites eram só complicadas.
— Só um pouco — Gisèle sorriu gentilmente, fechando os olhos — Hm, esse é álbum é o certo para noites como essa — ela fez uma pausa e virou o rosto, olhando para Venetia — Pelo menos, geralmente funciona.
Alexia assentiu, seu foco voltando para o pequeno embrulho em seus braços. Venetia estava com um pouco menos de roupa do que estaria usando se estivesse longe do conforte de casa, mas um pijama longo e branco estava cobrindo seus braços, e ela estava se agarrando a um cobertor pequeno que tinha vários dinossauros coloridos num fundo azul. O cobertor tinha sido um presente de Robbie, e era basicamente o cobertor do sono de Venetia. Dificilmente ela fechava os olhos se não estivesse com aquilo.
Gisèle encarou a cena, e depois de quinze ou vinte minutos, os movimentos de Venetia diminuíram apoiados no peito de Alexia. Sua respiração estava se estabilizando e Alexia olhou para baixo, não realmente surpresa.
— Por enquanto... — Alexia começou, e então olhou para Venetia novamente antes de encarar Gisèle — Acho que ela está dormindo.
Gisèle se inclinou para mais perto, descansando a cabeça no ombro de Alexia, observando a bebê dormir. A música tinha acabado há algum tempo, e o braço fonográfico do toca discos tinha se levantado. A chuva lá fora havia aumentado um pouco, e Gisèle parecia pronta para se levantar e deixar Venetia descansar em seu berço. Alexia reparou, mas elas continuaram ali por um tempo, até que Alexia finalmente se agitou e em silêncio se levantou, seguindo pelo corredor, com Venetia contra seu peito, enquanto Gisèle parou uma porta antes. A inglesa entrou em seu quarto, e Alexia entrou no quarto de Venetia a deitando gentilmente em seu berço, ajustando o cobertor ao redor dela. Ela ficou ali por um momento, como se estivesse apenas se certificando de que a garotinha estava mesmo adormecida, mas saiu de lá um tempo depois.
Alexia parou por um segundo na porta do quarto de Gisèle, se encostando no batente e encarnando a garota de frente para cama, de costas para a porta, ajeitando os lençóis. Apenas ali, Alexia reparou com mais cuidado no que ela estava usando. A inglesa tinha se enfiado em shorts e estava com uma regata canelada que definitivamente não transparecia o frio do quarto. Diferentemente da sala, que estava aquecida, o ar condicionado do quarto estava em menor temperatura, como se houvesse alguma necessidade. Mas Gisèle estava bem com isso. Alexia tomou um segundo, mas eventualmente cruzou o quarto em alguns passos suaves, chegando atrás de Gisèle e, sem dizer uma palavra, deu um beijo suave na nuca dela antes de envolver os braços em sua cintura. Gisèle parou por um momento com o que fazia, então inclinou a cabeça para o lado, dando a Alexia espaço suficiente para que ela despejasse outro beijo em sua pele.
— Senti falta do seu cheiro — Alexia murmurou contra seu pescoço. Ela muito provavelmente não cansaria de dizer aquilo. Todo tempo que ficava longe, os dias pareciam se arrastar. Ela estava sentindo falta de Gisèle a todo tempo. A mais velha acabou puxando Gisèle para a curva do seu corpo, o que a fez sorrir e virar a cabeça para o lado, fazendo seus lábios encontrarem a bochecha de Alexia em um contato rápido.
Ela não disse realmente nada por um tempo, sentindo apenas Alexia a abraçar mais perto, enquanto a jogadora estava apenas se acostumando com o corpo de Gisèle outra vez. Ela havia mudado e, de muitas maneiras, não havia. Três meses desde o nascimento de Venetia, e tudo parecia... como antes, quase exatamente a mesma coisa. Seus seios estavam maiores, sim - e mais sensíveis também -, mas nada mais parecia dramaticamente diferente. Gisèle não havia ganhado tanto peso durante a gravidez, e mesmo não sendo tão animada para seus treinos, tinha voltado para eles em passos lentos. Ela estava se sentindo quase como antes, o que de certo modo era positivo, mais para si mesma do que para qualquer outra pessoa. No fim, era bem mais como ela se sentia do que como imaginava que as pessoas estavam a vendo, e ela estava bem consigo mesma.
Gisèle se virou completamente para encarar Alexia depois de um tempo, seus olhos passando rapidamente pelo rosto da garota, memorizando tudo de novo. Elas ficaram assim por um segundo, apenas se olhando. Então, com um movimento suave, Alexia fechou aquele espaço, seus lábios encontrando os de Gisèle em um beijo mais lento, sem pressa alguma. A mão de Alexia apertou ainda mais instintivamente a cintura de Gisèle, puxando ela para mais perto enquanto o beijo se aprofundou, e antes que a mais nova pudesse registrar, Alexia estava se inclinando para ela, guiando suas costas, centímetro por centímetro, até que elas estavam encontrando a cama. O corpo de Alexia a abraçou, seu peso suave sobre ela, mas ainda assim presente. No entanto, a posição não durou muito tempo. Gisèle se mexeu embaixo dela, sorrindo suavemente contra seus lábios, e antes que a garota pudesse processar, Gisèle estava invertendo a posição, ficando por cima e afastando seu rosto. A mão de Gisèle acabou na base do abdômen de Alexia, deslizando por baixo de sua blusa, com seus dedos frios traçando o longo da pele, a arrepiando no processo. E então, Gisèle se inclinou para baixo, juntando os lábios aos de Alexia outra vez.
Ela alcançou a bainha da blusa da jogadora, levantando até que ela estivesse pronta para a puxar sobre sua cabeça e a jogar para o lado. Alexia voltou a se apoiar para baixo, sentindo o ar frio contra sua pele nua, mas se concentrando mais no toque de Gisèle do que naquilo. As mãos de Alexia também encontraram a borda da blusa de Gisèle, porque parecia o justo, e seus dedos roçaram levemente as costelas da garota enquanto ela empurrava o tecido da camisa para cima, revelando a curva de sua cintura. Gisèle levantou os braços, deixando Alexia puxar o tecido para cima, por sobre sua cabeça, e seus lábios cortaram o espaço segundos depois, desta vez mais urgentes. As mãos de Alexia deslizaram até as costas de Gisèle, descendo de vez, a segurando firmemente, e com um movimento sem pressão, e sem dificuldade, ela se moveu pela cama para que pudesse ocupar totalmente o espaço abaixo dela. O short de Gisèle foi o próximo a ir embora, com os dedos de Alexia deslizando sob o cós, tirando-os lentamente, até que eles caíram em algum lugar do chão do quarto. Alexia pediu um pouco de espaço, o suficiente, apenas para tirar suas próprias calças, as mandando para o lado. De repente, não havia nada entre elas, e as duas se beijaram novamente.
Quem se moveu primeiro, alguns segundos depois, foi Alexia, e então ela se inclinou para frente, seus lábios roçando o pescoço de Gisèle. Ela beijou o caminho ao longo da curva de sua mandíbula, traçando o contorno por completo. Gisèle inclinou a cabeça para frente, e Alexia se demorou um pouco ali, deixando seus lábios percorrerem a superfície de seu pescoço, até descerem e encontrarem a clavícula de Gisèle, com os lábios pressionados suavemente ali, antes de descerem outra vez, seguindo instintivamente seu corpo. As mãos de Alexia deslizaram para cima, encontrando o espaço nas costas de Gisèle, enquanto ela se movia levemente, ajustando sua posição para beijar seu caminho em direção aos seios da garota. Mas antes que ela pudesse chegar lá, a mão de Gisèle se levantou, descansando levemente contra o lado do rosto de Alexia, parando-a por completo. Alexia congelou, pensando que tinha feito algo errado.
Ela afastou o rosto e se mexeu para abrir a boca e deixar uma pergunta escorregar por seus lábios, mas Gisèle foi mais rápida em falar.
— Eu estou obviamente amamentando agora, então... — ela começou, seus dedos roçando a bochecha de Alexia com carinho, quase que pedindo desculpas — É melhor manter sua boca longe daí.
Ela completou isso com um sorriso simples nos lábios, como se não quisesse tornar a coisa estranha - ainda que para ela realmente não fosse e ela estivesse bem em pontuar aquilo. Mas, de qualquer forma, ela também precisaria traçar um limite. Alexia ficou parada por um momento, processando as palavras. A ideia em si não era tão estranha, não realmente. Ela não se incomodaria com a ideia de voltar para o que estava fazendo, mas acabou concordando levemente enquanto a mão de Gisèle permanecia em sua bochecha por mais um momento.
— Certo — Alexia murmurou com a voz mais compreensiva. Em vez disso, ela se mexeu para cima, seus lábios encontrando os de Gisèle novamente, num toque rápido — É estranho para você?
— Não — ela sussurrou — Não é estranho. É só...diferente.
— Aham — Alexia concordou, suas mãos deslizando pelas costas de Gisèle — Mas não é ruim, certo?
— Não, não... — Gisèle murmurou.
Alexia concordou novamente, contente em ouvir aquilo. Ela tinha sentido a mudança entre elas, uma mudança no aspecto de intimidade da coisa toda, não exatamente uma distância, mas algo mais óbvio considerando os últimos meses. Elas não fizeram amor desde que Venetia tinha nascido, na verdade, um pouco antes disso já não estavam fazendo nada, e embora nenhuma delas tivesse descontente, a realidade nova e a maneira com o corpo de Gisèle estava sendo usado de maneiras diferentes, não apenas fisicamente, mas no que tinha mudado também nas percepções, como estava sendo usado para sua filha, estava meio que causando um certo impasse em tentar entender o que funcionaria entre ela e Alexia depois de tanto tempo.
— Posso tentar uma coisa? — Alexia perguntou.
— Você pode? — Gisèle devolveu, sorrindo quase irônica.
— Eu sei que não é a mesma coisa — ela continuou — Mas não precisa ser estranho. Eu só quero me sentir perto de você de novo, como antes. Só se você estiver bem com isso, claro. Eu só... sinto falta de cada pedaço seu.
Os olhos de Gisèle meio que brilharam com isso, e ela quase se desmanchou, se fosse possível. Ela se inclinou, juntou seus lábios nos de Alexia e as mãos da mais velha se moveram por suas costas. Uma descansou em sua cintura, segurando-a perto, mas não muito forte, a outra continuou onde estava, nas costas. Alexia beijou seu caminho para baixo lentamente, cuidadosamente, parando logo acima dos seios, hesitando dessa vez, mas apenas para garantir que pudesse continuar.
— Está tudo bem?
— Está tudo bem.
— Eu só quero ter cuidado — Alexia murmurou — Mas eu quero tentar, se você estiver confortável — Gisèle assentiu, suas mãos se moveram para os ombros de Alexia, puxando ela um pouco mais para perto. A mais velha beijou seu caminho para baixo, sem pressa, mas se demorou um pouco antes de continuar — Me diga se você quer que eu pare.
Mas Gisèle não disse nada, e Alexia não parou. Ela se inclinou para frente e mudou de posição, ficando por cima e pressionando beijos suaves ao longo dos seios de Gisèle, suas mãos deslizando para descansar logo abaixo, segurando-a gentilmente. Seu corpo pareceu mais quente e os olhos de Gisèle se fecharam. As mãos de Gisèle subiram para descansar nos cabelos de Alexia, voltando a se acostumar a sensação dela.
Quando Alexia se afastou um pouco, seus olhos retornaram para Gisèle, mas o único segundo observando a garota ali, com os olhos fechados e realmente esperando pelo contato, a fez seguir seu caminho. E então, Alexia ofereceu uma pressão definitiva contra a pele sensível do seio de Gisèle. A garota sentiu de imediato, seu corpo ficou tenso por um momento, mas não em desconforto. Era outra coisa. E era diferente, mas tudo sobre aquilo era diferente. A mão direita de Alexia deslizou pelo lado esquerdo de Gisèle, segurando seu seio gentilmente, seu toque traçando sua pele. Sua boca seguiu o que fazia, até estar beijando seu caminho para o lado, lento e proposital, até que a mão dela voltou a se afastar e ela alcançou o outro seio, dando a ele a mesma atenção.
Os dedos de Gisèle continuaram se apoiando nos cabelos de Alexia, segurando-a perto, seu corpo respondendo a cada toque, de um jeito que era como uma construção lenta do que realmente aconteceria. Foi dessa forma que Gisèle acabou não percebendo imediatamente, ainda com os olhos fechados e a respiração estável, mas algo mudou em sua consciência quando Alexia mudou o movimento. Os olhos de Gisèle se abriram e, por um momento, ela não entendeu bem o que havia acontecido. Tudo ainda parecia meio suspenso. Mas então ela sentiu sua pele mais quente, e seu braço se arrepiando, os lábios de Alexia em seu seio e sua boca se movendo suavemente. A sensação foi quase difícil de se entender e explicar, porque não como ela pensou que seria - foi mais suave, mas nada comum. E então, houve algo sobre a realização, a compreensão de que Alexia estava sobre ela daquela forma, que fez a respiração de Gisèle ficar presa na garganta. E não parecia errado, até porque não era. Parecia outro tipo de proximidade, outra forma de aprenderem a ficar juntas.
— Amor — Gisèle disse, mas Alexia não se interrompeu imediatamente. Ela parecia contente em continuar ali, mas seus olhos se abriram e ela levantou o rosto, encontrando o olhar de Gisèle, com algo quase questionador lá no fundo, como se ela estivesse verificando, se certificando de que aquilo parecia certo.
— Eu só queria tentar — Alexia murmurou.
— Está tudo bem — Gisèle sussurrou de volta. Alexia se moveu lentamente, seu corpo bem pressionado contra o de Gisèle, enquanto ela subia o torso, até estar na altura certa. Então, se inclinou e a beijou. Gisèle podia sentir seu próprio gosto nos lábios de Alexia, de um jeito muito diferente. Ela fechou os olhos, e quando Alexia finalmente se afastou, a mais nova deixou algumas palavras escorregarem de sua boca — Eu te amo.
Saiu tão naturalmente, tão fácil, mas sem nenhuma surpresa. O rosto de Alexia praticamente se iluminou e ela se inclinou novamente, mas seus lábios terminaram se arrastando com cuidado pela bochecha de Gisèle, deixando seu queixo, antes de descansar sua testa contra a dela.
— Eu também te amo — ela murmurou e as duas se envolveram num momento próprio. Alexia beijava tão bem que quando ela voltou a se inclinar, Gisèle apenas se perdeu no beijo e seus quadris se moveram sozinhos, praticamente implorando por mais contato. Alexia voltou a separar o beijo, antes de murmurar contra os lábios de Gisèle — Minhas coxas são suficientes para fazer você gozar, querida?
— Você sabe que sim, amor — Gisèle sussurrou.
Essa resposta foi realmente tudo que Alexia precisava ouvir. Ela mudou de posição novamente, e logo Gisèle estava deitada por cima novamente. Alexia colocou a própria perna entre as pernas da garota.
— Monte minha coxa, amor.
Alexia levou as mãos aos quadris de Gisèle e começou a guiá-lo para cima e para baixo. O contato escorregadio cobriu sua perna instantaneamente, e a pressão em Gisèle devido ao movimento fez ela gemer no ouvido de Alexia, e antes que percebesse, a inglesa estava oscilando, mas muito à beira do seu orgasmo. Ela realmente desabou em Alexia depois de escalar seu máximo, e terminou com o rosto enfiado no pescoço dela, muito mais rápido do que tinha esperado.
— Desculpe, isso foi... rápido.
— Isso foi incrível, amor — Alexia a tranquilizou — E eu te amo tanto.
Ela alcançou o rosto de Gisèle com as duas mãos e o levantou para então se inclinar e dar alguns selinhos em seus lábios por algumas vezes.
— Eu também te amo.
Gisèle se mexeu um pouco depois disso, fazendo um movimento para se levantar, mas a mão de Alexia deslizou em volta de sua cintura, puxando ela de volta para si.
— Só... Continue aqui por um momento — ela pediu e Gisèle sorriu, mas um pequeno sorriso de desculpas que ela dava quando já estava na metade do caminho para outro pensamento contrário.
— Eu faria isso, mas realmente preciso de um banho.
— Ok, ok.. — Alexia assentiu, sentando-se, passando a mão pelo cabelo enquanto via Gisèle se levantar — Eu vou com você, então.
— Mesmo?
— Eu não quero te soltar tão cedo — Alexia disse, já se colocando de pé, puxando Gisèle pela cintura, para ela, a beijando uma última vez.
Elas foram em direção ao banheiro, sem pressa alguma. Uma vez lá dentro, Gisèle abriu o chuveiro, deixando ele correr por um momento para esquentar. O som encheu o espaço por completo, e ela olhou por cima do ombro para ver Alexia, que estava encostada no batente da porta, sorrindo. Sem dizer nada, Gisèle estendeu a mão para que Alexia a segurasse, e a mais velha deu alguns passos para frente, entrelaçando os dedos, fechando o espaço entre eles. Ela puxou a mão de Gisèle e beijou os nós de seus dedos antes de entrar no banho, com a temperatura quente da água as atingindo.
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