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02 | SÓ PRECISO ME NIVELAR COM O CÉU

CAPÍTULO DOIS | UN VERANO SIN TI
❝SÓ PRECISO ME NIVELAR COM O CÉU❞

eu mencionei que as intenções da vida nunca me levaram para o lado certo?⸺ DREAMIN; zayn

HAVIA MUITOS LUGARES PARA EXPERIMENTAR PAELLA EM BARCELONA, ​​​​mas Martínez era a escolha certa. Situado ao lado de Montjuïc, com vistas panorâmicas da cidade e do porto, o restaurante ficava bem longe da agitação dos bairros da praia. Mas para justificar a caminhada até uma das mesas de madeira, para experimentar os famosos pratos como o arroz del senyoret — guarnecido com frutos do mar com casca que mantinham seus dedos limpos — e o arroz de lagosta, bem como as clássicas tapas e o convidativo bar de ostras, você simplesmente tinha que ir.

O Martínez fechou durante os meses da pandemia, mas reabriu assim que foi organizado para que apenas o espaço do terraço e as mesas na varanda abaixo servissem como assentos. Então, com o serviço certamente reduzido, mas uma enorme lista de espera para aqueles que só queriam tentar fingir que a normalidade estava batendo na porta, aquela era a primeira quinta-feira em que o restaurante estava começando a se assemelhar às suas noites habituais e movimentadas de meses atrás.

Também foi a primeira vez que Alexia saiu socialmente depois de tanto tempo, indo de Vallvidrera — onde morava em um flat consideravelmente grande cercado pelo Parque Collserola, com vista panorâmica da cidade e do mar — para a Ciutat Esportiva em Sant Joan Despí, nos arredores de Barcelona. O complexo sediava sessões de treinamento do primeiro time, treinamento do time juvenil e partidas amistosas, e durante quase todos os dias da semana era onde Alexia começava e terminava seu dia. Mas não naquela noite.

Ela havia saído do treinamento no início da tarde. No dia anterior, havia jogado contra o Sporting Huelva e, apesar da vitória por 6 a 0, não estava exatamente feliz com seu desempenho. Ela havia marcado um gol no primeiro tempo e, no final da partida, refletiu sobre como, começando o segundo tempo, havia sido um pouco desleixada com seu controle de bola e sua atenção à visão que estava tendo do jogo. Durante todo o dia após a partida, tinha realmente pensado sobre isso. O motivo parecia claro para ela. Não que a liga espanhola fosse seu foco principal, mesmo que ocupasse muito de sua atenção. A realidade estava longe disso. Alexia havia estabelecido a Liga dos Campeões como meta e, depois dos últimos dois anos, com duas decepções, qualquer passo em falso servia como motivo de preocupação sobre o que ela poderia ou não entregar quando chegasse ao grande palco.

Em 2019, o Barcelona havia perdido para o Lyon na final. Quase dois meses antes, o time havia caído nas semifinais para o Wolfsburg, após a UEFA anunciar que, devido à pandemia de COVID-19, as fases finais da competição teriam uma mudança de formato, por conta do calendário incompleto, com as quartas de final, semifinais e final sendo disputadas em uma única partida de 21 a 30 de agosto, em Bilbao e San Sebastián.

O Lyon havia provado, se é que precisava de mais provas, que estava um nível acima do resto da competição europeia. Elas haviam conquistado cinco títulos consecutivos, então eram o time a ser batido. Esmagaram o Barcelona quando o time catalão foi finalista pela primeira vez, 4 a 1 em Budapeste. Naquele jogo, houve apenas 16 minutos de intervalo entre o primeiro e o terceiro gol daquela partida, e o Barcelona não teve reação.

Elas tinham derretido contra o Lyon, assim como não tinham conseguido entregar 100% do que realmente podiam contra o Wolfsburg. A defesa do time tinha sido um dos destaques, pois conseguiu anular a maioria dos ataques, mas o Wolfsburg conseguiu marcar no começo do segundo tempo. Depois, o Barcelona criou boas oportunidades, mas, na hora de finalizar, não conseguiu converter nenhuma. Nos acréscimos, até forçaram o ataque, mas não é como se isso tivesse ajudado em nada, afinal, tinham perdido.

Com o Lyon vencendo as duas últimas Ligas dos Campeões, e Alexia assistindo as duas campanhas com ainda mais atenção, somado à sua própria frustração, ela simplesmente entendeu que seria preciso algo muito especial para desalojar aquela força dominante de onde elas haviam se estabelecido.

E não que fosse uma surpresa, mas se alguém tinha o "algo muito especial", era ela. A garota tinha 'Labor Omnia Vincit' tatuado nas costas não por acaso, mas porque ela realmente acreditava no que a frase implicava. O que a levou exatamente ao que estava ouvindo sua irmã dizer do outro lado da mesa. Elas tinham saído com amigos, e depois que parte da mesa foi embora, deixando apenas duas amigas de Alba, a conversa mudou para o verão seguinte, e o que as irmãs estariam fazendo quando a temporada acabasse. Bem, pelo menos Alba parecia animada para falar sobre isso, enquanto Alexia não queria pensar muito além do seu próprio trabalho. 

Talvez, só talvez, ela estivesse muito envolvida no que deveria e não deveria estar fazendo.

Para a maioria das pessoas, os últimos meses foram terríveis, e Alexia não tirava nada disso, porque realmente, os últimos meses haviam sido terríveis, mas ela os usou para se dedicar ainda mais aos seus próprios objetivos. E ainda estava fazendo isso. Com uma agenda para seguir novamente, ela estava focada, e um tanto quanto alheia a qualquer coisa se não o trabalho.

Então, antes que Alba comentasse sobre como a irmã precisava sim de um descanso à parte do trabalho, Alexia se levantou, arrastando a cadeira e comentando que precisava ir até o banheiro. Ela entrou em uma das cabines lá dentro e tirou o celular do bolso, apenas rolando por suas últimas mensagens, tentando gastar o tempo antes que precisasse voltar para a mesa.

*

Gisèle sentiu uma última lágrima escorrer por seu rosto, deixando o olho direito e seguindo pela bochecha até molhar a gola da regata branca que estava usando, por baixo de um sobretudo preto. Ela engoliu em seco e tentou fingir que não estava chorando há um segundo atrás.

— ¿Estás bien? — a voz da garota de cabelos mais claros soou realmente preocupada.

Ela se apoiou na bancada do banheiro, de lado, como se não estivesse com pressa para ir embora. Gisèle a olhou por um segundo, desviou o olhar logo em seguida e se encarou no espelho, tentando fingir que não tinha a atenção de uma pessoa que mal conhecia totalmente para si.

— Eu estou bem — ela falou, levando as mãos para o rosto, tentando limpar o restante da trilha de lágrimas ainda presentes.

— Oh — a garota levantou as sobrancelhas, um pouco surpresa — Você é inglesa...

— Por que isso soou tão... surpreso?

— Não, quero dizer, você é muito bonita, então... — ela tentou explicar. A explicação soando quase como um insulto, mas saindo tão honesto que Gisèle apenas balançou a cabeça de um lado para o outro e deixou uma risada breve escapar.

— Então é realmente uma surpresa que eu seja inglesa — Gisèle brincou.

— Isso é como um elogio realmente distorcido, não? — ela disse, com o inglês suavemente "quebrado", mas bom o bastante para que não parecesse difícil de ser entendido por Gisèle.

— Apenas um pouco — a inglesa deu de ombros, voltando a abrir a torneira e molhando as mãos, antes de jogar um pouco de água no rosto, tentando apenas disfarçar todas as lágrimas anteriores — Você é tipo uma daquelas pessoas que odeiam ingleses?

— Não, não... por que eu seria uma dessas pessoas? Apenas por conta da falta de conhecimento geral sobre sua história de merda, o complexo de Deus ou essa ideia meio idiota que o Reino Unido é um paraíso futurista e todos os outros lugares são um deserto pós-apocalíptico? Não, eu não odeio os ingleses.

— Você é espanhola, Bruv — Gisèle murmurou — Vamos mesmo falar sobre nossa história de merda? — ela disse, e a garota acabou rindo.

— Eu só estava tentando apenas ser legal — ela deu de ombros, seguindo o clima amistoso — Mas, hm, você está realmente bem?

— Estou.

— Tem certeza? Quero dizer, você estava literalmente chorando cinco segundos atrás.

— Eu estou bem, eu estava apenas... — Gisèle fechou os olhos por um segundo e balançou a cabeça antes de virar o corpo, para encarar a garota ao lado, imitando exatamente a posição que ela tinha achado alguns minutos antes, apoiada de lado na bancada — Eu acabei de descobrir algo realmente assustador há alguns minutos atrás e então as coisas estavam realmente estranhas na minha cabeça, porque... bem, porque não estariam?! — ela murmurou a última parte.

— Você quer falar sobre isso?

— Qual seu nome? — Gisèle perguntou, de repente — Não sei... eu realmente não acho que deveria estar fazendo isso com alguém que mal conheço.

— Mal conhece? — a garota levantou as sobrancelhas, e desenhou uma expressão surpresa e "ofendida" extremamente exagerada — Nossa, isso é duro de se ouvir, porque você meio que está na minha cidade, querida... es realmente perturbador saber que no sabes esto.

— Eu mal entendi a última parte do que você disse.

— Nada de espanhol, então... eu vejo.

— Não, não — Gisèle negou — Eu entendo bem, apesar de não falar exatamente bem. A coisa é que você disse tudo extremamente rápido. E por que a coisa toda da "minha cidade" é como se você fosse algum tipo de pimp?

— Pimp? — a garota disse, um pouco confusa quando não entendeu realmente a palavra. Gisèle tentou deixar aquilo para lá e apenas gesticulou com uma das mãos, como se estivesse dizendo que aquilo não era realmente nada — Ok, eu tenho uma nova palavra para aprender.

— Talvez você tenha — Gisèle sorriu gentilmente.

— Mas, hm, respondendo a pergunta de antes — ela lembrou — Meu nome é Alexia.

— É um ótimo nome.

— Eu também acho — Alexia disse, o que tirou a segunda risada breve de Gisèle naquele dia — Eu jogo no Barcelona, ​​​​o clube de futebol, por isso a coisa da "minha cidade". Não estou tentando me gabar nem nada, mas as pessoas tendem a pensar que eu sou meio que grande coisa dentro de campo — ela terminou, brincando.

— Vou assumir minha culpa aqui e confessar que eu realmente não te conheço, e não porque eu não assisto futebol... bem idiota da minha parte... — Gisèle divagou sem realmente querer — Eu apenas não acompanho a liga que você joga.

— Isso é como um tapa na minha cara — Alexia brincou.

— Eu vou tentar ser melhor a partir de hoje — a inglesa devolveu, no mesmo tom — Ei, hm, você não tem que voltar para sua mesa?

— Você está me empurrando para fora daqui? — Alexia semicerrou os olhos — Depois de todo esse vínculo repentino no banheiro?

— Um vínculo de banheiro porque você me viu chorando no banheiro de um restaurante?

— É algo para mim... — ela deu de ombros e riu quando Gisèle riu. Mas a risada das duas logo se esvaiu, dando espaço para o silêncio. E não que parecesse estranho, pelo menos não para Alexia, mas Gisèle odiou aquilo. Estar em silêncio fazia parecer que o clima era outro, e a fazia lembrar também da exata razão pela qual ela tinha quase passado mal naquele mesmo banheiro. Alexia reparou na inglesa e na expressão desconfortável que ela acabou adotando, mesmo que por meio segundo — Sério, você está bem?

— Muito melhor do que um segundo atrás.

— E a parte do choro foi por causa de...?

— Você está realmente curiosa sobre essa coisa toda, não é?

— Não vou mentir — Alexia falou — Estou muito curiosa, é verdade.

— Ok, vou ser uma pessoa legal e te dizer que... acabei de descobrir que estou grávida, então... — Gisèle forçou um sorriso, mas Alexia reparou nisso e permaneceu exatamente como estava, com a expressão quase solene, como se a notícia não fosse realmente uma grande coisa — Uma notícia meio chocante, levando em conta o momento.

— Sim, mas... quer dizer, bem chocante quando você não está esperando-

— No caso agora eu estou — Gisèle brincou, fazendo o trocadilho, e apesar da barreira linguística, e do fato de que o inglês de Alexia não era exatamente o melhor, ela entendeu e se permitiu sorrir.

— Eu vi o que você fez aqui... meu inglês ainda é um pouco quebrado, mas realmente entendi a piada.

— Viu? Você meio que merece um ponto só por isso.

— Se começarmos a marcar pontos, acabou para você — Alexia falou — Mas, falando sério agora, você não gostou exatamente do que descobriu?

— Não é assim — Gisèle falou, como se estivesse tentando se explicar — Foi do nada e então eu acabei ficando muito triste pensando em algumas merdas. Meio que surtando sozinha aqui, até você aparecer do nada. Claro que... isso não era pra acontecer isso. Eu sou muito jovem! E eu tinha dito que não engravidaria na adolescência.

— Quantos anos você tem? — Alexia perguntou, imediatamente. Um pouco curiosa, mas talvez mais intrigada do que curiosa. Gisèle parecia mesmo mais velha do que talvez fosse, pelo menos a garota de Mollet del Vallès pensou nisso.

— 26 — ela respondeu breve, e escutou uma risada anasalada vindo de Alexia.

— Você não é adolescente há pelo menos sete anos.

— Quem disse isso?

— Provavelmente todo mundo — Alexia deu de ombros.

— E afinal, o que você estava fazendo aqui, se esgueirando atrás dos outros?

— Me esgueirand- — a mais velha se interrompeu, balançando a cabeça negativamente — Eu não estava me esgueirando. Estava aqui o tempo todo, você apenas não viu.

— Ok, talvez o positivo no meu exame meio que tirou toda minha atenção — a inglesa comentou, gentilmente irônica.

— Ponto válido — Alexia levantou as mãos.

O silêncio retornou ao espaço, e Gisèle se mexeu desconfortavelmente. Alexia levou uma das mãos até a parte de trás do pescoço e correu os dedos por ali, por um momento, nervosamente.

— Eu deveria ir... 

— Mesmo? Parece tão cedo — Alexia falou, tentando ganhar tempo, sem realmente saber o porquê. 

Ela não tinha ido até o Martínez para terminar no banheiro conversando com alguém que definitivamente tinha visto o rosto em outro lugar, ainda que não conseguisse recordar exatamente onde. Então, a garota ainda uma desconhecida, mas não exatamente. O ponto era que naquela noite, ela tinha se programado para que pudesse comer frutos do mar e paella, pratos que eram tipicamente comidos na praia, mas que tinham o mesmo sabor na metade do caminho para cima de uma montanha, onde o Martínez ficava.

Alexia deveria estar do lado de fora, com o prato fumegante de arroz e tapas em um deck gigante de madeira com vista para Barcelona, ​​​​o porto e o mar, durante a noite, tomando uma bebida forte, mesmo que normalmente não bebesse nada alcóolico durante a temporada.

Mas não, ela estava no banheiro. 

Naquele momento.

*

Quando Alexia voltou para a mesa, mesmo sem querer, viu Gisèle indo para o outro lado e se sentando na cadeira ao lado de uma garota de cabelos escuros, algumas mesas adiante.

Alba se moveu para comentar que estava indo embora pouco depois disso, mas Alexia chamou o garçom de lado antes que ela pudesse realmente pagar a conta. Ela olhou para Gisèle do outro lado, muito mais tempo do que deveria, e, sem muita cerimônia, pediu que uma das pequenas sobremesas fosse levada para a mesa da garota inglesa. Mas que ele fizesse isso assim que ela fosse embora.

Alexia já tinha saído há pouco mais de dez minutos, quando a sobremesa chegou à mesa de Gisèle. A escolha foi uma 'La Lionesa', que era basicamente profiteroles com creme branco e uma calda de maracujá.

A sobremesa já estava pela metade quando Gisèle tirou a carteira da bolsa e puxou o cartão de crédito, passando-o pela mesa para o garçom que havia retornado para fechar a conta, foi então que os olhos da garota caíram no pequeno pedaço de papel na parte de baixo do prato, que havia sido colado perto da borda, dobrado e, na verdade, preso com uma fita adesiva minúscula, rosa. As letras foram escritas em caneta preta, indicando um passo à frente para alguém que tinha acabado de conhecer. Apesar do comportamento amigável da garota, realmente parecia uma surpresa.

Você poderia me dizer se deixar meu número de telefone em um pedaço de papel é demais? Se for, e você acha que estou dando um passo além do que deveria... me ligue de qualquer forma! ;)

+34 93 4630 29818

Alexia.

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