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Ode a Alma Inocente

O intoxicante perfume de morte permeava o ar gélido da pós batalha — uma misteriosa atmosfera de perigo se espreitava lacônica e virulentamente entre o Nephilim e a mulher cuja figura delgada encoberta pelo preto remetia aos míticos contos de bruxas com toda vestimenta e acessórios baseados na percepção de escuridão, que facilmente a camuflava nas sombras. Dante não desviou o olhar dela, acompanhando seus movimentos com interesse, algo que não passou despercebido pelo alvo de sua busca. Ela não projetou nenhum sentimento revelador em seu semblante apático que pudesse identificar nos minutos que se encararam — no que deveria ser uma troca simbólica que destacaria a profundidade um do outro —, nada que tivesse como trabalhar e ter consciência de como agir.

A brisa úmida fugaz trouxe um aroma agourento e uma tensão quase palpável que os cercava e os impelia a nunca desviar a atenção de seus respectivos objetivos. Aquela chuva não cessou completamente, sua intensidade diminuíra conforme as horas transcorriam, mesmo assim, as roupas ficaram inevitavelmente molhadas. A fragrância de jasmim que ela exalava se misturou com a corrente de ar fresca e a tornou estranhamente convidativa, encorajando-o inconscientemente a se aproximar. Suas pernas obedeceram ao estímulo sensorial, entretanto, parou antes de se inserir em uma situação complicada. Sem mostrar afetação, ela guardou as armas e se moveu com a ideia de sair dali antes que fosse vista.

Um ser das sombras deve permanecer nelas, ela pensou impassível. As pessoas tentam retomar uma normalidade que já não existe e não queria lhes arrancar essa fagulha de esperança. Por mais que agora os humanos e os demônios estejam no mesmo plano, eles ainda tentam sobreviver a adversidade que essa nova condição lhes foi imposta.

— Ei, podemos conversar? — o rapaz perguntou.

Um grasnou alto rasgou o ressoar do vento e um lustroso e veloz corvo passou pelo Nephilim, sobrevoando sua cabeça com destreza, o que enviou vibrações mórbidas ao rapaz que imediatamente sacou suas pistolas para disparar no desdenhoso pássaro negro. Sem temor, ele pousou sobre o braço estendido da mulher buscando refúgio em sua mestra que o recebeu de bom grado como se fosse treinado para tal feito.

— Deveria ter cuidado com seu saco de penas, podia ter atirado nele. — o corvo mexeu as asas em desacordo com seu aviso.

— Não o subestime, acabará pagando pela sua língua. — entoou com apatia.

— Acho muito difícil esse frango ser um desafio. — deu de ombros, guardando Ebony e Ivory. — Não estou aqui pra conversar sobre pássaros, vim falar com você...

— Não tenho interesse. — respondeu sem que o rapaz concluísse o raciocínio, afagando a cabeça do corvo e o deixando retomar seu vôo.

Cogitou que seria mais prático lidar com demônios que manifestavam mais impulsos em ações ofensivas que uma pessoa que mal lhe devolvia uma reação que não fosse gerado pelo estranho contato. Sem perder a postura, a enigmática mulher caminhou lentamente e passou por ele como se sua mera presença ali não fosse nada que merecesse devida atenção. Antes que ela se afastasse em definitivo, agarrou com sutileza seu braço, sem aplicar força e somente para detê-la momentaneamente enquanto tentaria argumentar com ela para que juntasse a causa. Não era um tolo ingênuo para não saber que isso traria alguma consequência e que ela revidaria o ato inesperado, e foi justamente o que aconteceu, pois do instante que encostou nela, a jovem girou o corpo e quase o atingiu com um punhal que emanava uma poderosa energia sombria. Pela manobra que ela executou para o ataque traiçoeiro, ficava nítido que foi um golpe de alerta — uma advertência para que não repetisse a dose se não quisesse acabar com um corte bastante grave.

Dante enxergou o repto naquilo e prometeu a Kat que convenceria a estranha mulher a, pelo menos escutá-la e conversar com ela, e se para isso tivesse que usar os punhos para dialogar, não hesitaria. A jovem se preparou para um eventual combate até o corvo grasnar alto novamente para lhe chamar.

— Não tenho tempo pra isso. — rematou, vendo o pássaro desaparecer pela noite.

— Eu não vou tomar muito tempo.

— O que quer comigo, Nephilim? — perguntou sem rodeios, os olhos emitiam um fulgor nefasto.

Franziu o cenho com a rápida dedução dela acerca do que é. Apesar da aparência frágil e o modo pouco receptivo no qual o tratava, ela parecia ter bastante conhecimento que talvez seria útil se conseguisse a cooperação dela. Por um breve instante, recordou de si mesmo quando conheceu Kat, com seu sarcasmo e provocações demorou para confiar nela e se abrir, contudo, graças a convivência e o objetivo em comum que desejavam alcançar, aos poucos, desenvolveram uma conexão e um relacionamento que perduraria por anos. Obviamente não tinha o mesmo tato que Kat para persuadir gentilmente a bruxa tampouco saberia escolher as melhores palavras para que ela não tivesse anseio de querer uma represália.

— Meu nome é Dante, faço parte de uma pequena resistência em prol da humanidade. — o Nephilim franziu o cenho de como ele soava mecânico e antinatural e que certamente ela notaria. — Olha, diplomacia não é muito a minha especialidade, mas não estou aqui pra brigar. Escutamos boatos sobre você e gostaria, se quiser, de se... Porra, essa merda não é comigo.

— Você é péssimo em comunicação. — ela declarou, o mirando com frieza. — E não trabalho em grupos.

Dante sorriu não ironicamente. Eles tinham mais semelhanças do que concluiu a princípio, escutou essa frase, há tempos, saindo de sua própria boca. Cresceu tendo que conviver em um ambiente hostil onde todos o enxergavam como um inimigo e, na opinião pública, um terrorista agente do caos. Não pôde confiar em ninguém e por conta desse ressentimento não tinha boas relações. Muito disso mudou, porém ainda possuía sua parcela de bom senso para saber até onde deveria acreditar e em que depositar confiança.

— Se você está ajudando os humanos significa que estamos do mesmo lado. — arriscou mencionar esse ponto de discussão para fazê-la reconsiderar. — Poderíamos conversar em outro lugar?

Ela suspirou.

— Dez minutos. — disse com firmeza.

Dante a seguiu para uma área mais afastada, escondida de possíveis expectadores.

— Diga. — murmurou, fitando os arredores com cautela. Por mais que tentasse ignorar essa estranha e excessiva prudência, ficava difícil assimilar a tensão que observou nela a medida que se infiltravam mais no beco.

— Precisamos da sua ajuda. — falou direto, sem mais florear sua real intenção. Era uma proposta simples afinal. — Estamos reunindo pessoas com o propósito de proteger os humanos dos demônios. — torceu o nariz com o quanto soou pouco confiante.

— Não acho que sou a melhor pessoa para esse tipo de... Coisa. — respondeu indiferente. — Como eu disse antes não... — sua íris perdeu a tonalidade indo de claro a um escuro vago e sua fisionomia abatida se converteu a uma mais rija, endurecida a medida que vislumbrava o cenário em seu entorno se desfazer e refazer com traços mais grosseiros e aterradores. O chão se moldando a um aspecto de grades e chão incompleto que não aparentava a mais segura das estruturas, as paredes se decompondo em uma massa de metal derretida com um aroma pútrido que inquietava até a alma mais ignorante.

— Ei, você está bem? — sua mão alcançou novamente o braço dela e, tal como a bruxa, ele viu como o mundo que o cercava se desmanchava e em seu lugar, para substituí-lo, estava uma cópia construída com paredes sujas, revestidas com sangue e ferrugem. O chão era metade asfaltado e a outra de grades e terreno oscilante e irregular. As trevas reinavam absoluta e escutava, de longe, grunhidos molhados e movimentos arrastados. — Mas que merda está acontecendo?

— Solte-me. — exigiu imperativa, Dante não teve outro remédio senão libertá-la de seu agarre.

— Você é bem difícil. — cuspiu sem tanta paciência. — E o que aconteceu?

— Estamos no Pesadelo.

— Pesadelo? — repetiu, esquadrinhando a área com uma enorme interrogativa. — Isso é algum tipo de mundo alternativo?

A bruxa, atenta ao ambiente, desenvolveu uma estratégia rápida e de curto prazo para retornar ao plano original — precisava ser cautelosa para não atrair presenças indesejadas e não cair frivolamente em armadilhas. Equipada com um artefato de luz provinda de um bracelete, servindo como uma lanterna, se dirigiu a uma seção da rua próxima.

— Olha, já percebi que não vai com a minha cara, não me importa de qualquer forma, mas se estamos presos nesse lugar, seria bem mais prático se me informasse com o que estamos lidando.

Ela o ignorou, indolente a sua atitude vulgar.

Para todos os efeitos, não existia um conceito mais explicativo para aquele lugar se não fosse “inferno particular”, uma realidade moldada para desafiar sua lucidez e quebrar sua sanidade. Como o nome sugere, este se dedica ao pecador seu respectivo círculo, de acordo com suas ações profanas em vida, Desirée se resignou com o purgatório em vida no qual fora condenada. Não recordava quando exatamente esse lugar se fez presente, sequer sabia como era antes de tal tormento, tudo que conheceu durante anos foi os mundos, as realidades que alternavam entre si, divididos que se chocavam eventualmente para compor aquilo.

Não querendo mais debater, despender tempo e energia, com o nephilim insistente e arrogante que ainda estava em seu encalço, a bruxa se deslocou para um dos trajetos possíveis e que possuíam estabilidade para andar sem o risco de ser engolido. O rapaz, sem ressalvas, permaneceu atrás, não muito disposto a abandonar seu intuito para convencê-la a se juntar a ele e seus defensores ou o que quer que fossem.

— Pretende mesmo ficar me seguindo?

— Não tenho outro lugar pra ir. — rebateu com acidez.

— Avisei para não encostar em mim. — parou, olhando-o sobre o ombro. — Poderia estar morto agora.

— Não seja por isso — se alinhou a bruxa. — Não deveria me subestimar, pode se surpreender.

— Duvido muito.

— Não tinha como adivinhar que isso acabaria acontecendo. — Dante saltou para outra área gradeada. — Você me deve.

— Te devo?

— Ter te ajudado e por estar nesse lugar com você.

— A culpa é sua por ter ficado. — seguiu para um caminho divergente ao escolhido pelo Nephilim. — Vou te ajudar a sair daqui, mas não espere nada mais que isso.

— Não sou de abandonar uma missão tão facilmente. — alegou, parando de tagarelar por um vago momento ao escutar, há uns metros, uma música repetitiva e ininterrupta. — Está escutando isso?

Ela assentiu.

Não era comum, pelos anos que esteve navegando de uma realidade a outra, ter sons que não fossem grunhidos, ruídos de carne arrastada e outras cacofonias perturbadoras de entidades que se deslocam nas sombras preparadas para matar quem entrasse nós domínios das trevas.

— Eu disse meu nome, mas ainda não sei o seu.

— Desirée. — respondeu mecânica.

— O que devemos fazer, Desirée? — ele indagou com um tom de graça bastante surreal pelas circunstâncias. Cheio de si, Dante parecia não se afetar pela atmosfera pesada, a fragrância de morte que empesteava o ar, tampouco o que se depararia ao se imergir naquela realidade sombria. Bastante confiante em suas habilidades, ele mostrou ainda mais sua personalidade atrevida ao pousar frente a Desirée.

— Se souber como sair daqui. — espetou sem se deixar abater com a neutralidade esboçada na fisionomia da bruxa.

— Quem precisa sair daqui é você, já estou acostumada. Posso ficar dias nesse mundo e ainda sair inteira. Se é tão competente como sugere, não fique levando isso como um passeio no parque. — esbarrou deliberadamente no Nephilim. — Se demorar demais... Será devorado pelas trevas. — apontou para a mancha estranha no pescoço de Dante, ela aumentou de tamanho, indo de um sinal relativamente diminuto, a uma marca grande que seria identificada prontamente sem ser necessário uma análise profunda.

— Mas que merda é essa?

— Você foi marcado. — disse com apatia. — Todos aqui são marcados, o tempo que leva para a escuridão cobrir seu corpo é o mesmo que precisa para sair daqui.

— Não parece preocupada. — replicou, procurando nela alguma rastro de trevas.

— Eu posso andar livremente por aqui, por isso disse que o inferno era meu. — Desirée virou bruscamente, avaliando o estágio da corrupção. — Não temos muito tempo a perder. Vamos atrás da música e, de lá, iremos sair dessa realidade.

— A madame que manda. — Dante deu de ombros.

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