Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 55


Eu e Thomas estávamos deitados no colchão de casal, abraçados, enquanto ouvíamos as gotas caírem no teto de metal do terraço. 

Em um primeiro momento, Thomas se assustou com o barulho forte da água contra o aço, o que foi fofo, mas depois logo se acostumou. A chuva havia começado forte, mas agora estava serena, e deixava um clima úmido e fresco na madrugada, o que nos permitiu que vestíssemos nossos moletons. A coisa mais graciosa disso tudo é que Thomas pegou me moletom surrado da Ecko, que eu achara há muitos anos em um brechó e o usava desde então. Insisti que ele já estava velho e desgastado, mas ele disse que tinha meu cheiro. Então agora, eu usava o seu moletom. Básico, preto. Mas que tinha o cheiro dele. Era dele. Trocar as roupas era algo tão íntimo quanto ficar nu.

Os cabelos dele ainda estavam úmidos e caiam no seu rosto, e seus cílios ficavam ainda mais destacáveis quando molhados. Ele estava com uma aparência serena, e se não fosse por alguns machucados no rosto, poderia dizer que a noite fora feliz e agora só restava plenitude no seu semblante.

Thomas era forte. E corajoso. E lindo.

Ty também tinha a mesma aparência serena enquanto dormia, apesar de estar só um pouco mais agitado que o normal, comentou Thomas. Dissera que o irmãozinho não se mexia tanto ou franzia tanto o rosto enquanto dormia.

- Deve estar tendo pesadelos depois de hoje. -Thomas finalizou.

- Tom...

- Está tudo bem, vamos ficar tranquilos, ok? -Ele se virou e pegou o celular e os fones de ouvido que estavam em meu criado mudo. Me deu um dos lados do fone e eu coloquei. Começou a tocar Daddy Issues do The Neighbourhood nos fones e eu engoli em seco.

- Meio pesado, não?

Thomas deu um sorriso de escárnio.

- Música para quando seu relacionamento com o pai é uma bosta.

Fiquei calada, séria. Não sabia como reagir diante da piada e o momento. Não parecia ter nada certo para dizer.

- Ok, eu vou trocar antes de ficar um clima muuuito pesado. 

Dei um sorriso, com a introdução de uma nova música, dessa vez mais animada. Eu não conhecia a melodia. Nem quando a primeira frase foi cantada.

"A primeira viagem, a gente não esquece dentro da caixa..."

- Que música é essa? - Estranhei num primeiro momento. Eu conhecia algumas músicas nacionais, mas de poucas eu gostava. Porém a melodia e a letra dessa era ótima.

- Órfão, da dupla Scatolove. Depois mando mais músicas deles para você. 

- Preciso conhecer a beleza das músicas nacionais.

- Precisa mesmo. Mas teremos tempo para isso, não? -Ele me abraça com força e eu entrelaço meu braço no dele.

- Eu espero.

Presto atenção no que a música diz. Apesar do ritmo agitado, a letra ainda assim era pesada e condizia em algumas coisas com o momento. Mas resolvi não comentar e apenas curtir.

- Às vezes penso se foi a mulher com quem ele estava saindo... -Thomas falou aleatoriamente.

- O quê?

- Aquela mulher do trabalho do meu pai. Ele estava saindo com ela. Pelo menos, eu achava que estava, não sei. Se ele ainda estivesse vendo ela, não sei, talvez não teria... Ah, droga isso é muito egoísta e errado. -Ele suspirou e afundou o rosto no meu cabelo.

- Ei, tá tudo bem. -Afago seu cabelo. - É normal nós pensarmos nos "e se's", mas acho que de certa forma, mais cedo ou mais tarde, a bomba do relacionamento abusivo  e tóxico que vocês tinham ia explodir, Tom. Não se apegue a isso. Foque no agora, ok?

Ele beija o topo da minha cabeça, beija minha bochecha e sussurra um "obrigado" que fez arrepiar meus pelos na nuca.

- Ah, outra notícia boa. Amanda está indo muito bem. Catarina tem me dado alguns "updates" dos encontros da AMF. Eu não comento nada com você porque...

- Não precisa se explicar. Você sabe. É o suficiente. -Ele sorri de maneira triste. - Queria ter feito mais por ela, mas como você disse, não vou me prender ao "e se's". Não mais.

- Não mais.

Adormecemos na música seguinte, enquanto tocava o clássico "All I Want For Christmas Is You", obviamente, na versão de Glee.

                                                                              ***

Antes do dia amanhecer, Thomas me acorda e eu pulo num susto. 

- Desculpa. -Ele sussurra, rindo baixinho.

Ainda grogue pelo sono, mal consigo formular uma pergunta sobre o que está acontecendo.

- Troca de lugar com o Ty. Vou abrir a porta. 

- Por que?

- Seus pais.

- Aaaaaaaah.

Não estava acordada o suficiente para argumentar com Thomas que meus pais provavelmente não ligariam, mas apenas peguei meu travesseiro e cobertor e fiz a troca com Ty.

Não foi um sono tão bom quanto o primeiro ao lado dele.

Depois disso, acordo por volta de 11 horas, ainda meio desorientada. 

O colchão já não estava mais no chão, e sim encostado na parede oposta a minha cama. As roupas de cama dobradas cuidadosamente ao lado. E havia vozes na cozinha. 

A ideia de deixar Thomas e Tyler com meus pais, a sós me apavorou a princípio, mas lembrei que eles tem muito a resolver e conversar.

Quando saio do meu quarto e vou até a cozinha, Thomas toma café com a minha família enquanto Tyler comia pipoca assistindo séries da Disney. Ele lembrava eu mesma, quando jovem. Sorrio com esse pensamento.

- Feliz Natal! -Thomas levanta a caneca me saudando. 

- Aqui em casa é sempre assim, Thomas. Lilian sempre acorda tarde. Não sei de onde tira tanto sono. Não faz nada.

Reviro os olhos.

- Bom dia e feliz natal para você também, mãe.

- Sua mãe não acordou não tem nem uma hora, Lil. Ela gosta é de falar demais. -Meu pai comenta. E eu rio.

- Estávamos vendo suas fotos antigas, Lily. -Thomas comenta.

- AI. MEU. DEUS.

- Não fica assim. Você era o bebê mais fofo do mundo. - Comentou ele rindo.

- Eu queria levar ela para fazer comerciais. Mas ela era tão nova, e tão linda. Eu tinha medo das pessoas te roubarem na rua, sabia? -Minha mãe falou contando as histórias da minha maternidade e infância.

- Só você, mãe...

- Quando você for mãe, você vai entender.

- Ah tá. -Não insisto na discussão de "eu não necessariamente preciso ter filhos", porque bem, era Natal. Sem confusões hoje. Ou pelo menos, tentar.

- Vamos subir lá para o terraço, fazer um churrasco. Depois vocês sobem lá para comer um pouco. -Avisou meu pai subindo as escadas com um saco de carvão. - Apesar de a Lily não abrir mão do café da manhã.

- Não mesmo. -Digo já me sentando ao lado de Thomas, e pegando um pouco de café e alguns pãezinhos.

Minha mãe logo subiu com meu pai, nos deixando sozinhos na cozinha.

- Eu bem achando que vocês estavam discutindo altas coisas complicadas, judiciais, legislativas, e tal. E agora, vejo que estavam me vendo tomando banho quando neném.

Thomas deu de ombros.

- Acontece. Acho que hoje só vamos ficar tranquilos. É natal sabe? Amanhã nós nos preocupamos com isso.

- Parece até outra pessoa.

- Completamente. -Thomas sorriu, mas de repente ficou sério. - Obrigado, de verdade Lily. Obrigado por me acolher. Eu não sei como vou te compensar por isso. 

Ele parecia meio nervoso, então aproveitei que meus pais não estavam e dei um beijo nele. Dessa vez, de verdade. 

- Não precisa me compensar por nada.

Ele sorriu, meio que aliviado.

- Pensando bem, tem uma coisinha que você poderia fazer sim...

- O quê?

- Me ensina a tocar violão? Eu prometo ser uma ótima aluna.

Thomas abriu um sorriso e me beijou de volta.

- Com prazer.

- E outra. Ligue para os seus avós. Não custa nada. Bom, exceto a ligação internacional, isso vai custar um pouquinho, mas poxa, é Natal!

Thomas assentiu concordando.

- Eu vou. Só que ainda está cedo por lá. Ligarei mais tarde, tudo bem?

- Tudo bem. Olha, vou trocar de roupa, está um calor do caralho aqui. O que aconteceu de ontem para hoje?

- É verão. É o Brasil. É tropical. Você sabe. As coisas são doidas aqui.

Eu rio e saio em direção ao meu quarto para vestir um shorts e uma camiseta. 

A campainha toca bem quando volto a cozinha, encaro Thomas e Ty que agora assistiam desenho juntos e franzo a testa.

- Que estranho. Quem seria agora?

Thomas dá de ombros e então corro para atender a porta.

Quando chego no portão, vejo o carro do meu irmão e ele e Helena e mais umas 10 pessoas da família tirando sacolas do carro e colando na calçada.

- Lily! -Gritou Dave. - Surpresa! Feliz natal!

- A mamãe vai infartar. Ou te matar. Ou os dois. -Digo enquanto abro o portão rapidamente.

- Também te amo. -Ele me abraça e bagunça meu cabelo.

- Feliz Natal, Lily! Tá tão linda. -Helena me abraça e me beija na bochecha. - Eu falei para o seu irmão não chamar praticamente a família toda que mora por perto, mas ele insistiu em fazer uma surpresa para os seus pais. Disse que sua mãe ficou bem triste por ele não ter passado a ceia com vocês.

- Nem fala! Ela está irada. Mas você sabe, ela tem coração mole, vai perdoar.

Ela riu e passou carregando algumas sacolas, com cerveja, refrigerantes e carnes. 

Enquanto isso eu cumprimentava cada primo e tio que passava pelo portão, meio desesperada, meio feliz. 

Ainda estava um clima super ruim de ontem e não sabia o que Thomas pensaria do Batalhão da Família Costa Gomes chegando, mas a maioria já havia passado pela sala e Thomas provavelmente já deveria ter se apresentado como o amigo de Lilian e estaria tudo bem. Thomas era gentil. Mas ainda assim, minha família, quando juntava, conseguia ser bem cansativa.

Adentrei na sala e Thomas não estava mais lá. Apenas Ty, ainda assistindo TV.

- Todo mundo está lá em cima? -Perguntei para Ty.

- Aham.

- Esperto foi você de ter ficado aqui em baixo.

Ty deu um sorriso tímido e voltou a sua concentração para a televisão. 

Eu subi as escadas a contragosto de ter que deixar o garotinho lá embaixo. Ele parecia tão deslocado ali. Certamente Thomas deve ter conversado com ele sobre o pai, mas ainda assim... Fiz um lembrete mental de conversar com ele mais tarde.

Chegando lá no terraço, com o cheiro de carne assando e música dos velhos tempos no último volume, me deparo com a cena mais engraçada e inesperada possível. Meu irmão, Dave, estava abraçando Thomas de lado, enquanto falava algo para ele, e Thomas tinha um copo lagoinha com cerveja pela metade. 

Thomas estava mais enturmado na minha família do que eu.

Assim que ele me viu, se endireitou.

- Em minha defesa, foi eles que me ofereceram. Eu nem gosto de cerveja.

- Ah, qual é mano, vai fazer 18 daqui 3 dias. Bebe ai. -Defendeu meu irmão.

- O que está acontecendo? O que eu perdi nesses míseros 5 minutos? -Perguntei inconformada, mas ainda em tom de brincadeira.

- A cara da sua mãe quando esse tanto de gente chegou, Lily, foi impagável! -Thomas disse rindo. Ele parecia tão feliz e confortável ali que encheu meu coração de alegria.

- Vocês deveriam ter filmado. -Comentei.

- Esqueci de pedir meu pai. -Dave comentou. -Eu só combinei com ele ontem que ia vir com o pessoal fazer o churrasco, mas pedi para não contar para vocês pela surpresa. Nós estávamos também conversando sobre Thomas e a situação dele.

- Pera, então você sabe? -Perguntei.

- É, claro. Até parece que o papai não ia me contar correndo assim que tivesse a chance. Até tava pedindo desculpas o Thomas aqui por me intrometer, mas quero ajudar. Estava só dando uns conselhos para meu futuro cunha.

Eu fico parada com a boca aberta sem saber o que dizer. Thomas sem graça, apenas bebe um gole da cerveja.

- Bem, divirtam-se. Sei que já está doida para se isolar lá embaixo, Lilian. Mas deixa o Thomas com a gente, ele não é diferentão igual você.

- Meu Deus, você não viu nada... Hoje por acaso é o dia de implicar com a Lily?

- Eu sempre implico com você, maninha. -Dave dá um beijo na minha testa e sai para conversar com o resto do pessoal.

- O que acabou de acontecer? -Pergunto embasbacada. 

Dave não só sabia da situação parental de Thomas, como combinou um churrasco com metade da família e ajuda do meu pai, e agora era best friend forever do Thomas depois de terem se conhecido não tinha nem uma hora?

- Eu não sei, mas eu já adoro sua família. -Thomas disse rindo.

- Eles gostam de você mais do que de mim!

Thomas apenas deu de ombros.

- Poxa, Tom, era para sermos os "diferentões" juntos. Os excluídos. Os outsiders. O que aconteceu? Vai me trair com eles?

- Talvez... -Ele sorriu, bebendo mais um gole da cerveja.

- O que você se tornou... -Finjo indignação, mas no fundo estou feliz e me sinto também incluída no ciclo familiar pela primeira vez em muito tempo.

                                                                                       ***

Thomas havia cumprido sua promessa e não bebeu mais, para não me deixar excluída, já que eu só faria 18 anos no segundo semestre do ano que vem e para minha família eu era completamente inocente e pura. 

No entanto, passamos boa parte da tarde conversando com os parentes e curtindo o momento, mesmo as músicas sendo péssimas, mesmo havendo muita gritaria, mesmo aguentando perguntas constrangedoras para saber se namorávamos (que a gente sempre desviava do assunto), mesmo tendo gente bêbada para todo o lado. Foi divertido. Era fofo ver Thomas reagindo as gracinhas da minha família pela primeira vez.

Quando o sol estava começando a se por, tornando a vista do terraço magnífica, Thomas resolveu descer para ligar para seus avós e obter um pouco de paz depois de toda aquela algazarra. Eu também desci para conversar com Ty e ver como ele estava.

Thomas sinalizou para ver se podia entrar no meu quarto, para abafar ainda mais o barulho e eu assenti. Ele fechou a porta e me sentei no sofá da sala com Tyler.

- E aí, Ty. Como você está? 

Ele apenas mexeu os ombros, indiferente, ainda assistindo TV.

- Você está assistindo televisão tem um tempão. 

- É.

Reviro os olhos. Parece até meus pais falando comigo.

- Quer falar sobre o que aconteceu ontem? -Fui direta.

Ele deu de ombros, novamente.

- Não sei o que pensar.

- Sobre?

- O papai.

- Ah sim.

- Quero dizer, o Rafa também não tem pai. Ele o abandonou, sabe? Poderia ter sido pior.

Poderia ter sido pior. As palavras doem.

- Tipo, ele e Thomas brigavam o tempo todo. Mas eu não sabia que era tão errado gostar...

- Não é errado gostar de ninguém, Tyler. Lembre-se disso. -Digo firmemente antes mesmo dele terminar a frase.

- Thomas disse o mesmo, mas sei lá. 

Ele fica quieto e não me encara. E eu fico com um aperto no peito assimilando a discrepância entre esse garoto de agora e o garotinho sorridente e audacioso que eu havia conhecido alguns meses atrás.

Não sabia o que falar para ele. Como alcançar um garoto de 10 anos que acabou de sofrer um trauma? Pesquisar.

- Acha que eu vou vê-lo de novo, Lily? -Ele pergunta depois de alguns segundos de silêncio.

- Acho que não cabe a mim responder isso, Ty. -Suspiro, tão inconformada quanto ele. - Mas eu posso te garantir uma coisa: agora as coisas podem estar confusas e tristes, mas é só momento, vai passar, viu? O sol vai nascer e a gente vai tentar outra vez. Você ainda vai ser muito feliz de novo.

- Você está citando Twenty One Pilots para mim? -Ele me indaga, mostrando o primeiro sorriso no rosto desde que chegou aqui.

- Você conhece Twenty One Pilots?

- Por favor, meu irmão é o Thomas. 

Então nós rimos e nos abraçamos, bem na hora que Thomas saiu do meu quarto e se depara com essa cena na sala.

- Vovô e vovó querem falar com você Ty. Se lembra deles?

Tyler se levanta.

- É claro que sei quem eles são. - Disse ele com um quê de soberba e queixo erguido, me fazendo lembrar da primeira versão dele que eu conheci.

Também reparo que ele sabe quem são, mas não diz se lembrar. Como se, é claro que ele sabe quem são seus avós e que estão vivos, mas não há muitas lembranças deles.

Ty pega o celular da mão de Thomas e se enfia no meu quarto.

- Que mágica você fez para ele gargalhar assim? -Thomas perguntou se sentando ao meu lado.

- Ah, você sabe. Um mágico nunca revela seus segredos. -Digo, fingindo mistério. -Como seus avós estão?

Thomas passa as mãos pelo cabelo e solta o ar pela boca.

- Olha, muitos anos afastados... Não é a mesma coisa, mas eles estão interessados em saber os detalhes da história, querem que eu os visite e estão de portas abertas caso a gente precise de um lar. Mas é complicado, você sabe.

Concordo com a cabeça.

- E no momento, não tenho interesse em ir para lá. Quero ficar aqui. Bem onde você está, e minha vida, por mais pequena que seja, está aqui.

- Sua vida não é pequena, Thomas...

- Você entendeu Lily...Enfim, mas eles estão felizes, animados e preocupados. Acho que estão querendo nos visitar ano que vem. Eu disse que ainda não temos casa, mas vamos resolver isso aos poucos.

- Você tem casa.

- Não quero voltar para aquela casa.

- Não. Você tem a mim. Enquanto tiver a mim você não estará sem lar.

Ele sorri e me beija.

- Isso foi muito poético, sabia? -Ele comenta.

- Faço o que posso. -Me aconchego nele, pronta para beijá-lo novamente....

Porém a campainha resolveu tocar pela segunda vez naquele dia de Natal.

- Eu juro que eu vou... 

- Calma. Fica aqui. Eu atendo. -Thomas me acalmou, se levantou, pegou as chaves e foi no portão.

Em menos de um minuto, Catarina entra na sala com uma garrafa de champanhe e uma touca de papel noel na cabeça.

- FELIZ NATAL, LILY! -Ela me abraça com força e eu retribuo. -Vou fingir que não fiquei com raiva de você chamar o Thomas para o churrasco de Natal da família e eu não, afinal, espírito natalino, né?

- Desculpa, é que...

- Estou brincando, óbvio. Thomas que me enviou uma mensagem. -Catarina fala se abanando,  devido ao calor e tirando a touca de papai Noel.

- Você...-Olho para Thomas e ele dá um sorrisinho.

- Surpresa!

Dou um abraço coletivo nos dois. 

No momento em que nos separamos, encaro Thomas por um milésimo de segundo para saber se Catarina sabe. Mas é óbvio que ele não contou. Não teria dado tempo. Ele deve ter arrumado uma boa desculpa. De qualquer forma, -já estava ficando repetitivo- era Natal.

Então subimos para o terraço novamente. Catarina com sua empolgação contagiante já conhecia alguns membros da família e outros não, mas conversou com todo mundo, e não se desgrudou de Helena, conversando sobre os direitos das mulheres e feminismo. Ícones.

Por fim, Ty tomou coragem e também se juntou à nós, ainda meio que tímido, ficou grudado em Thomas. Então Catarina também chegou para perto do único grupinho jovem dali e começou a tirar várias fotos e selfies. Tyler ficava fazendo caretas e Thomas fazia chifrinhos em mim e em Catarina. 

A última foto fora tirada por Dave, de nós quatro virados de costas, olhando o restinho do pôr do sol. Bem tumblr, com diria Cat.

Depois dessa foto, Catarina puxou Ty para conversar num canto e a agradeci com o olhar por me dar esse momento com Thomas. 

Minha família já estava alterada demais para ligar se eu e Thomas estávamos abraçados.

- Obrigado pelo melhor Natal de todos, Lily.

- Que isso... Isso aqui, é um caos. Eu tenho é que te pedir desculpas por isso tudo, ainda mais agora...

- Não. Sério. Não fala assim. Era tudo o que eu precisava. Me distrair e me lembrar que família pode ser boa, apesar de todos os defeitos.

- Tem sempre um ou outro que destoa. -Dei de ombros, lembrando de certos parentes...-Obrigada por chamar a Catarina.

- Amigos também são família, certo?

- Amigos são o nosso lar. -Respondo.

Catarina, já um pouco bêbada de champanhe, havia escutado o que eu disse, e emocionada, chegou abraçando nós dois por trás. Thomas deu um puxão em Tyler que também nos abraçou, meio que a contragosto, mas gostando ao mesmo tempo. 

E naquele momento eu senti o que era ser feliz.




Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro