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⊹⊱5⊰⊹

Eu sei que eu sonhei com você um pecado e uma mentira
Eu tenho minha liberdade, mas não tenho muito tempo
A fé foi quebrada, lágrimas precisam ser choradas
Vamos viver algo depois de morrermos
Wild Horses - Rolling Stones

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Saí apressado da casa, não porque não aguentava a companhia dela, mas porque senti companhias por perto que não me agradavam.

— Zagreu, como ficou lindo com essas roupas — a voz de uma mulher chegou sussurrada em meus ouvidos mesmo antes da sua mão me tocar.

Olhei para onde ela estava, seus cabelos, da cor do trigo, caíam em ondas sobre seus ombros, e seus olhos, como safiras cintilantes, brilhavam como nunca.

— Tyche, o que vocês querem aqui? — perguntei indo direto ao ponto.

Todos se fizeram presentes e aparentes: Zeus, meu odiado tio, e sua mulher Hera. Poseidon, meu outro tio, com sua pose orgulhosa e arrogante de sempre. Minha avó Deméter, Atena, Ares, Apolo, Ártemis, Afrodite, Hermes, Héstia, Eros, Hebe, Niké, Morpheus, Hypnos...

Engoli em seco. Thanatos estava presente também, ele havia feito a última união entre a vida e a morte. Pouca coisa ao lado dele, estava minha mãe, Perséfone e meu pai Hades.

Todos eles...

— Por que estão aqui? — perguntei de novo, afastando as mãos de Tyche de mim.

— Zagreu, não temos mais tempo — meu pai falou, eu já estava acostumado com a sua voz fria, mas naquele momento, eu soube o quanto ele estava se esforçando para não abandonar aquela missão.

Eu sabia, meus pais eram contra aquilo, mas como reis do submundo, não podiam deixar uma catástrofe acontecer, e desde que eu havia sido escolhido para abdicar do meu coração para manter a ordem, eles sofriam em silêncio.

— Como não temos mais tempo? — perguntei apertando os olhos — até hoje mesmo eu tinha muito tempo, como de repente não tenho mais? — ninguém respondeu e apenas por isso me virei para um dos meus poucos amigos naquele meio — Thanatos, sempre fomos amigos, então por favor, me fale.

— A energia dela emanou de maneira muito forte. Nunca tínhamos sentido tanta energia assim.

Eu não havia sentido, mas não me estranhava isso. Ocultando de maneira tão intensa minha aura, eu não era capaz de sentir quase nada mesmo, assim como Evander.

— Quem mais sentiu? — eu já havia entendido em partes o problema e aquilo não era bom.

— Anúbis sem dúvidas — Hypnos continuou, já que percebeu que ninguém mais queria falar sobre aquilo — sentimos a aura dele de uma maneira intensa logo depois. Veles (Mitologia Eslava) também sentiu.

— Eles a querem, não é? — senti um calafrio.

— Todos a querem — Apolo sorriu com malícia me fazendo torcer uma careta — mesmo eu iria querer um pouco daquele brilho.

— Não importa se você a quer ou não, Apolo. Vamos nos concentrar no real problema — Hades falou com raiva — É o seu coração, Zagreu, que está enterrado no submundo para que esse equilíbrio siga, mas assim como o ciclo da vida precisa continuar, você também precisa do coração dela para que isso funcione. Você é o príncipe do submundo, é o seu dever manter esse equilíbrio, assim como o dela.

O ar vibrava com a presença dos deuses reunidos. Todos os olhos estavam fixos em mim.

Tyche novamente se aproximou, seus dedos roçaram nos meus. Em qualquer outra circunstância, eu teria gostado da provocação dela.

— Zagreu — ela sussurrou com sua voz doce como mel — só arranque o coração da mortal. Para que esperar que ela ofereça para você? Se case, una as suas vidas e arranque o coração dela.

Se case... talvez se eu me casasse sem consumar, me desse ligação o suficiente para conseguir seguir com o ritual. Mesmo sem querer, Tyche havia me dado uma ideia, mas o tom que ela usou, me irritou.

— Quer que ela morra? — novamente afastei minha mão das suas.

— Após vocês serem um, o que importa será o coração dela seguir batendo e não ela estar viva — ela me olhou com intensidade como se me estudasse por dentro e depois sorriu mais abertamente me fazendo conter um calafrio — Eu entendi, você quer que ela viva, por isso quer que ela ofereça o coração a você.

Engoli em seco. Não necessariamente queria ficar com ela, só não queria que ela morresse por conta disso.

Désirée era a chave para o equilíbrio entre o Submundo e o mundo dos vivos. Sem ela, a ordem seria caótica, a vida e a morte se entrelaçariam em um turbilhão de destruição. Eu sabia que apenas o meu coração não era o suficiente para manter esse equilíbrio. A luz precisava da sombra e a sombra precisava da luz, a vida precisava da morte e a morte precisava da vida, para que o ciclo continuasse.

Se eu me casasse, um fio nos uniria, um fio tecnicamente temporário a não ser que ela se entregasse a mim, algo que sem dúvidas ela não o faria e eu não a forçaria.

Sem a consumação do nosso casamento, esse fio eventualmente se desfaria, mas talvez fosse o tempo necessário para que eu conseguisse convencê-la.

Se eu estivesse casado com ela, poderia manter Anúbis e qualquer outro longe, pelo menos por um tempo.

— Como posso forçá-la a fazer isso? — no meio do caos que estava a minha cabeça, acabei falando o que eu deveria estar só pensando — Ela tem o direito de escolher seu próprio destino.

— Zagreu, o amor não pode ditar o destino do mundo — Hebe respondeu meu pensamento com severidade — Você precisa fazer o que é certo, mesmo que seja doloroso.

Apertei os punhos, lutando contra a raiva e a frustração. Olhei para os meus pais, buscando algum conforto em seus olhos, mas eles apenas abaixaram a cabeça mantendo seus rostos sombrios.

Eu estava sozinho. Eu já havia aceitado esse destino, mas tê-lo ali perto, a ponto de tocá-lo e realmente deixar com que esse destino entrasse na minha vida estava sendo pior do que eu imaginava. Eu não queria forçá-la a nada e não queria fazer aquilo, mas eu estava sozinho com esse pensamento. Os deuses, meus pais, todos eles estavam de acordo. Não tive coragem de olhar para Thanatos, ele já havia passado por aquilo, mas nunca tocava no assunto. O coração da mortal seguia batendo em seu peito, mas ela sumiu como poeira ao vento, deixando apenas lembranças amargas para ele.

— Está bem — falei com a voz embargada — No fim,eu já sabia que isso iria acontecer. Acredito que, para a reunião repentina detodos, vocês já vieram preparados, não é? Mas quero pedir algumas coisas antese espero que levem os meus pedidos em consideração.

━───────⊹⊱V&M⊰⊹───────━

Ele sumiu porta afora. Não sei quanto tempo fiquei parada no mesmo lugar até decidir ir até o sofá.

Minhas pernas estavam bambas e de repente eu senti um frio imenso, me fazendo encolher de medo novamente.

— É só a minha imaginação, é só a minha imaginação... — repeti diversas vezes para mim mesma, me deitei e me forcei a fechar os olhos.

Pensei em coisas aleatórias para espantar o medo, nem mesmo a porta da casa eu lembrei de trancar.

Impossibilitada de dormir, liguei a tv e deixei em um canal aleatório. Minha cabeça doía a um ponto enlouquecedor, mas mesmo me levantar para buscar o remédio me pareceu difícil.

Eu não conseguia pensar... abracei uma almofada e fechei os olhos com força de novo... eles não estavam ali, não havia nenhum deus para me levar embora.

Nunca tinha torcido tanto para que o amanhecer chegasse como naquela noite. Eles quase nunca faziam nada durante o dia.

O frio pareceu intensificar e uma aura extremamente sombria me fez abrir os olhos assustada.

Me sentei rapidamente, com o coração acelerado, parecia que sairia pela boca a qualquer momento.

Olhei ao redor, não tinha ninguém. Um estalo repentino me fez olhar para o lado e algumas pequenas chamas azuis começam a aparecer.

— Quem... quem está aí? — minha voz saiu trêmula e falha.

Na minha frente um homem apareceu. Seus olhos eram como poços negros sem fundo, como a noite mais escura, cravados em mim com uma intensidade que gelava meu sangue. Seu rosto era pálido como a lua, esculpido em ângulos impiedosos e severos. Uma coroa de ferro negro adornava sua cabeça, deixando-o ainda mais sombrio.

Seu corpo era alto e musculoso, envolto em vestes negras como a noite, adornadas com detalhes em dourado que brilhavam com um brilho sinistro. Em suas mãos, ele segurava um cetro de obsidiana, emanando uma energia escura e poderosa. Um bidente que eu fui capaz de ver em todos os meus piores pesadelos.

Mas o que realmente me aterrorizava era a aura que eu sentia vinda dele. Uma mistura de poder, crueldade e escuridão que me oprimiu como um peso físico, me deixando sem ar. Era como se ele fosse a personificação da morte, do frio e da solidão.

Cada passo que ele dava em minha direção era como um presságio de dor.

— Hades — sussurrei de maneira sufocada, minha voz estava tremida e mesmo que eu tentasse falar mais alto, o medo era tão terrivelmente audível que ele nem devia ter feito esforço para me ver petrificada.

As chamas azuis dançavam no ar, formando figuras sinistras que se contorciam em um ritmo hipnotizante em volta dele. A aura sombria se intensificou, pesando sobre meus ombros como um manto de chumbo. Meu medo era palpável e eu comecei a sentir o gosto amargo da bile na boca.

— Devo parabenizá-la, Désirée — sua voz era profunda, firme e grossa — Você conseguiu escapar por muito tempo, algo que nem mesmo muitos deuses conseguiram, mas agora precisa aceitar seu destino. Resistir é inútil. Venha comigo, e o tormento que a espera será ameno.

A voz era poderosa, inegável, e eu me senti impotente diante de sua presença. Meus músculos se recusavam a me obedecer, me prendendo ao sofá como se estivesse enraizada.

Eu precisava de forças. Fugi por muito tempo e não podia me entregar com tanta facilidade. Respirei fundo, tomando todo o ar que eu podia e quando ele se aproximou um pouco mais, eu enfim gritei com toda a minha força de vontade:

— Não! Eu não vou com você!

— Você não tem escolha — sua voz saiu como um trovão — Seu destino está traçado. Você pertence ao submundo.

— Nunca! — eu o desafiei, erguendo a cabeça com o máximo de ousadia que pude reunir, apesar de claramente seguir tremendo — Eu nunca vou me submeter a você!

Hades riu, um som frio e cruel que me fez arrepiar.

— Você é tola, Désirée. Acha que pode me desafiar? Eu sou o mestre do submundo, e você é apenas uma mortal insignificante.

— Se eu fosse insignificante, você não estaria aqui. Posso ser mortal, e provavelmente não sou forte, mas eu nunca vou desistir de fugir de você.

Será que uma arma de fogo funcionaria pelo menos para distraí-lo? Acho que não custava tentar.

Puxei a arma que seguia comigo, engatilhei e disparei no lustre acima dele, um dos poucos que seguia intacto após o acidente da noite. Sem dúvidas foi por pura sorte que acertei onde eu queria.

Assim que ele se distraiu com o lustre, eu corri. Eu não teria chances, mas como havia dito, também não desistiria.

Ele estava praticamente bloqueando a porta, o que me fez correr escadas acima. Será que se eu me jogasse da janela, a morte seria rápida?

Esse pensamento me passou pela cabeça até se tornar tentador o suficiente para eu não me impedir. Subi todos os lances de escada possíveis de dentro da casa, cheguei ao sótão e sem pensar por nem um minuto sequer no que iria acontecer, eu me lancei janela afora, de cabeça no chão. Eu morreria, mas não me entregaria a ele. Se eram da minha vida que precisavam, então eu acabaria com ela antes de deixar que eles me usassem.

Fechei os olhos, esperando a morte, mas caí como uma pena, devagar e sem impactos nos braços de alguém.

— Sinto muito, Désirée — escutei uma voz conhecida, mas não conseguia dizer de onde eu a conhecia — Você ainda não pode morrer.

Eu conhecia aquele cheiro e aquela voz, mas não conseguia me lembrar de onde.

Eu não consegui abrir os olhos, e naquele momento nem sei se teria coragem de fazê-lo. Escutei alguém rindo próximo a nós. Eu estava enjoada e as lágrimas de frustração começaram a sair de maneira involuntária.

— Tenho que admitir que ela é muito corajosa, Zagreu — alguém falou ainda rindo — ela realmente prefere morrer? E onde ela achou que iria parar após a morte?

— Faça isso logo, Hypnos — o homem que me segurava falou de maneira cortante.

Senti como ele encostava sua testa na minha antes de sussurrar somente para mim.

— Não chore. Eu não quero te fazer nenhum mal...

"Eu não quero" e não "eu não vou". Naquele momento eu soube que eu havia perdido. A partir daquele momento, o submundo me tinha.

Perdi a consciência.

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