⁰⁸|Uma vez eu tentei
Eu sei que eu já comentei algumas vezes que eu já pensei em desistir de tudo isso, amor. Mas, eu, que nem sou religiosa ao ponto, dou graças por não ter caído na tentação de deixar tudo, de desabar e acabar por fazer sei lá o que da minha vida.
Por isso eu peço a você bae, faça o mesmo por mim, sim? Não desista, seja resistente como sempre foi e volte pra mim meu bem.
Isso me lembra que, você ainda tem de me explicar sua visão sobre o amor bae. Eu pesquisei sobre, aprendi muito, e eu quero voltar ao nosso debate sobre assuntos que são banais aos outros, mas que se tornam objetos de observação seus.
Eu desejo voltar a debater com você, toda cheia de argumentos. Assim como naquela vez, tomando sol no terraço da escola, nós duas e a brisa de verão, juntando opiniões sobre o que seria o amor, seus cabelos preso pela tiara de pano, sua franja espalhada em seu rosto, sua pele brilhando à luz do sol. Ah, tão bela.
Seria o amor uma nomenclatura para um sentimento apenas?
Um nome para definir um sentimento que se difere a cada pessoa?
Um sentimento dividido em três? Ágape, Eros, Philos.
Talvez uma bela junção dessas opções, dependendo o ponto de vista. Acredito que seria isso que você diria, meu bem.
Sinceramente, por mim eu não sei qual o certo. Sei apenas que há uma pessoa a quem eu entrego toda a descarga de emoções e ligações nervosas de meu corpo, a causa sempiternal do que eu chamo de amor. Somente você.
Eu sempre odiei, desde cedo, que diminuissem algo genuíno que eu representava, seja emocional, físico ou o que for. Mas percebi o quão hipócrita eu era, assim que notei que eu mesma fazia isso comigo mesma. Eu diminuía meus sentimentos por você bae, eu tinha medo da intensidade, da grandeza e da genuinidade do que eu sentia por ti. Eu nume me deixei demonstrar 100% pra você, mesmo que nunca tenha te tratado mal. Notei isso depois de começar a minha tal pesquisa, e de refletir durante meus momentos de uns tempos para cá com você.
Imagino hoje, como tudo seria se eu tivesse demonstrado ao menos um pouco mais para você. Teria me deixado? Teria enjoado de mim? Teria me rejeitado?
Eu não sei.
Bem como não sei se quero saber sobre como seria. Isso soou engraçado, mas é como eu penso.
Pensar... se tornou tão corriqueiro pensar, para mim. É algo que faço inevitavelmente, querendo ou não, passo mais tempo pensando do que falando, diferente de antigamente. Se eu chegasse a comentar tudo o que passa pela minha mente ultimamente, você se assustaria amor. Lembranças, teorias, dúvidas, há de tudo. Se analisar tudo o que falei para você até agora, devo ter passado por mais de três assuntos.
Ultimamente tenho tido sonhos estranhos. Todos com praticamente os mesmos protagonistas e de mesmo tema. Um gato preto, eu, você e uma pessoa encapuzada com uma arma em mãos. O mais engraçado é o ponto de vista que eu tenho, é como se eu fosse invisível, aquilo fosse uma memória e eu estivesse vendo como uma pessoa de fora e não como... eu. É assustador, mas no fim eu me recordo somente desses detalhes, nunca do que acontece em si.
É como se não fosse para me lembrar.
Uma vez eu tentei desistir de você, mas, senti em meu âmago que não deveria. Um filme com nossas memórias passou por minha mente assim como aqueles que dizem acontecer quando a pessoa está frente a morte. Algo me dizia que não era a decisão certa, e no fim, eu acabei com o rosto banhado por lágrimas involuntárias demais para a situação. Não tinha uma razão exata para o choro. Eu apenas deixei sair. Foi um pedido de socorro.
Que não vinha exatamente de mim.
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