¹¹|Uma vez eu te disse
Escrevi esse cap, ouvindo essa música ( eliot moss, without the lights), recomendo ouvirem ela e lerem a tradução sksksk Este e o último cap vão ser narrados pela Jen, vai ser narrativa mesmo sksks sofram
Eu particularmente não estou contente com o jeito que este cap ficou, mas não quero atrasar mais. Provavelmente eu irei reescrever esta fic depois de concluir os novos projetos.
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Entrar por estas portas todos os dias me traz uma angústia arrebatadora, parece que o peso da culpa que carrego sobre meus ombros cresce exponencialmente. É tudo tão branco, frio, e... triste.
Mas mesmo assim, eu crio forças para seguir adiante por entre os corredores, até chegar ao quarto em que Lalisa está. Para então, mais uma vez, eu me sentir horrível.
Eu vejo seu corpo adormecido, debaixo de lençois brancos, seus cabelos que, mesmo diante toda amargura e no meio dessa situação, permanece brilhoso e sedoso, sendo uma das únicas coisas que trazem calma para aquele lugar cheio de ansiedades e tristezas.
Hoje não foi diferente das outras vezes que vim aqui. Numa rotina massante, onde eu entro, me sento na poltrona, e fico observando Lalisa, me auto-sabotando de que ela está somente dormindo normalmente e que em alguns minutos irá abrir seus lindos olhos e me desejar um bom dia com sua voz doce e grogue de sono.
Eu sinto meu corpo pesado.
Tento me aconchegar na poltrona, desviando meus olhos da cama por um momento, passando a observar a janela. Consigo ver as partículas de poeira flutuando no ar, através da luz que adentra o quarto. Analiso cada detalhe desta sala, desejando que tudo mude, e que sejam as paredes de nosso quarto, onde as cortinas brancas parecem dançar com o vento, diferente daqui, onde há persianas e nengum movimento ou cor diferente do habitual branco.
O que me resta é suspirar, já que não há como Lalisa voltar para mim, somente com a minha força de vontade e saudade, nem com somente o meu amor. É desgastante, mas eu enfrentaria o mundo se isso fosse a condição para que minha garota acordasse, para que eu pudesse lhe dizer e demonstrar tudo o que sinto por ela, o quanto prezo pela sua existência.
Começo a relembrar tudo, desde quando nos conhecemos, até aquele momento. Penso no quão doce minha princesa é, preocupando-se com todos e o mais importante, diferente de mim, demonstrando e sendo sincera com os outros sobre seus sentimentos. Eu sempre soube que tinha muito a aprender com ela, mesmo tão nova, tão matura, gosto de dizer que Lalisa é o meu exemplo a quem sigo. E isso não afeta em nada meu orgulho, pelo fato de ela ser mais nova que eu.
No meio disso tudo, minha atenção torna a se voltar para Lalisa, assim que meus ouvidos captam o estridente som agudo e contínuo daquela maquina responsável por demonstrar a sua frequência cardíaca. Lalisa estava em seu fim.
Eu me sinto desmoronar. Mayday, a minha muralha está ruindo.
Posso ouvir meu coração retumbar em meus ouvidos, bombeando sangue fortemente para meu corpo. Silenciosamente desejo que este fosse o caso do coração de minha garota. Eu estou em choque. Não consigo me mover.
Sinto minha garganta trancar, prendendo um grito de dor psicológica que insiste em querer sair. Mas nem isso não consigo fazer. O ar prende em meus pulmões. Pareço ter ficado surda, pois, meus ouvidos não recebem mais nenhum som. Meus olhos focam em enfermeiros e mais enfermeiros entrando no quarto. Tentam reanimar Lalisa de diversas formas, e eu permaneço no mesmo lugar, sentada na poltrona. O que eu vou fazer se ela me deixar?
Flashbacks inundam minha mente.
Lalisa correndo na neve. Lalisa sorrindo com uma caneca de chocolate quente em mãos. Lalisa se jogando num monte de folhas secas no outono. Lalisa correndo em direção à água na praia. Lalisa dizendo que me ama. Lalisa sorrindo para mim, caminhando em minha direção, me esntendendo sua mão enquanto com a outra mantém a tiara de flores em seus cabelos brilhantes.
Por quê? O que há com isso tudo?
Não faz sentido eu permanecer aqui, minha vontade é de lhe pedir para que segure minha mão, e me leve consigo.
Minha mente se foca no sorriso brilhante de Lalisa, consigo ouvir sua voz me dizendo " eu ainda vou estar aqui para você Jen, não vai ser tão facil assim você ficar sem mim" , e tudo começa a ficar cada vez mais claro, até tudo que eu consigo ver, não passar do tom branco.
E então de supetão, eu abro meus olhos.
Lalisa ainda está conectada por varios fios, a maquina ainda distribuí seus bipes pelo quarto, e eu ainda estou na poltrona.
Olhando para meu relógio no pulso, percebo terem se passado duas horas desde que cheguei aqui e pelo que minha mente acabou de clareas e relembrar alguns detalhes, eu fui sedada pelos enfermeiros que atenderam meu pedido e me deixaram aqui, ou seja, tudo não passou de um sonho, do meu subconsciente pregando uma peça em mim. Está tudo tão claro, como água cristalina, porém ainda embaçado e confuso, como um tornado. Não consigo prestar atenção em nada com clareza, provavelmente efeito do sedativo, afetando minha audição e outros sentidos.
O quarto permanece o mesmo, afinal, não há motivos para algo mudar. A luz ainda entra pela janela, ainda que fraca, e ainda consigo observar as partículas do que suponho ser pó, quase como no sonho.
Me sinto cansada. Porém, devo me agarrar ao pingo de esperança que ainda tenho. Devo suportar isso tudo.
Apoiando minha testa na palma de minha destra, com a canhota agarro a mão de Lalisa, resolvo por fim iniciar mais um monólogo com ela, como todas as vezes em que estive aqui - Meu amor por você é tanto, que eu não estou mais aguentando dentro de mim. Você deveria ter me avisado as consequências de me relacionar com você, babe. - da uma curta e baixa risada de sua piada, que fazia mais sentido para si do que para qualquer outra pessoa, enfim suspirando e continuando - Eu sonhei que uma vez você me disse que ainda estaria aqui para mim, e que não seria tão facil que eu ficasse sem você - faço uma breve pausa para suspirar, e só então noto um pequeno detalhe - Engraçado, parece que eu acabei de ouvir esta frase.
- Jennie? Eu ainda estou aqui para você, não vai ser tão facil ficar sem mim, você me ouviu agora? - no momento em que percebo estar ouvindo a voz calma e falha de Lalisa, me sinto congelar, meus olhos arregalam e aparentemente meu sangue sumiu de meu rosto.
-Lizi? Mas, c-como assim? O que?
- Eu mesma pabo - deixa sua cabeça pender para o lado, me oferecendo seu mais doce sorriso. E é neste momento, em que tudo que eu vinha guardando, começa a transbordar, como um copo cheio de água que está continuamente recebendo mais e mais do líquido, transbordando por suas bordas e inundando ao seu redor. - gostaria de poder ver seu rosto, mas eu não estou conseguindo, bae. O que há?
E eu não consegui lhe responder, apenas apertei sua mão contra meu rosto, e deixei que as lágrimas tomassem meu rosto. Lili voltou para mim, bem como as cores da vida, o sentido de tudo, sinto em meu peito crescer um calorzinho bom.
É felicidade, certo?
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