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21 | Battement


Oiiiiiiiiiii faccionáries! Que saudades do caralhooooo hjfdkalfhdkajls 😭 como vocês estão?? Eu tô tão feliz de estar postando para vocês!!

Uai, ikus, de novo??? As postagens de USFDB não estavam pausadas? Sim, essa é uma postagem especial em comemoração ao meu aniversário! Sempre gosto de fazer algum mimo no meu niver e deixei vocês votarem no meu insta qual att queriam e a de USFDB venceu!!

Boa leitura e, se possível, comentem, por favorzinho! Me deixa muito muito feliz saber o que vocês estão achando da história!

#EstrelandoOCoadjuvante

»»🩰«

Gostavam-se tanto que era estranho.

As cabeças estavam entorpecidas de tanta querença. Entorpecida, boba, lerda. Porém, as respirações eram afoitas e nervosas, como se não houvesse ar o suficiente para suprir toda aquela vontade. Respira, respira, respira. Como se estivessem prestes a desmaiar a qualquer momento.

Se tudo parecia nublado, por que, ao mesmo tempo, todos os detalhes do rosto a centímetros do seu eram tão evidentes? Tão lindos? Vontade, desejo, querença. Tudo estava muito, muito estranho. Sem lógica, até mesmo paradoxal. Existia só uma certeza.

Queriam. Gostavam. Gostavam e queriam. E muito.

Jimin fechou os olhos, deixando o nervosismo que os marejara se derreter e fugir em trilhas úmidas pela face rubra. Escondido no seu mundo, fora daquela realidade externa que o obrigava a engolir medos e inseguranças como se fosse proibido de sentir, suspirou, mais tranquilo. Pois ali, a portinha do Jimin que desejava ser se abria e só sobrava sua vontade. Só sobrava seu coração, nu. Sua verdadeira essência, crua.

E foi essa essência quem bebeu o arfar desejoso daquele acomodando seu corpo tão bem em um abraço, que o fazia acreditar que ser acolhido daquela forma era o objetivo primordial da existência. Jungkook não estava certo de ser capaz de suportar a intensidade daquela entrega, mas decidiu prová-la mesmo assim.

Enfim o ar estático entre os lábios tornou-se inexistente, trocado por aquele afoito nascido no fundo dos pulmões desesperados. Como era o coração a representação do amor, se o corpo inteiro amava? Os pulmões agitados, a pele queimando, o estômago que parecia ter pegado carona em uma espaçonave e fugido da órbita da Terra para todo sempre, junto ao cérebro.

E nem sentiam saudades de pensar.

Porque a boca de Jimin contra a sua era a sensação mais incrível já experimentada por Jungkook. Porque Jimin mergulhava naquela bolha de segurança presenteada por Jungkook.

Jimin nunca sequer imaginara em se sentir tão bem em dar, tão completamente, um pedaço seu a alguém. Não tinha o que pensar. Não tinha o que se preocupar. Que todos os pedaços de si pudessem aproveitar agora. Poderiam ter sido três segundos ou três horas daquele toque, não sabiam.

Separaram-se.

Foi um belo beijo.

E, por causa disso, Jungkook buscou mais um. Os dedos de Jimin afundaram por completo no cabelo preto e macio, implorando por mais e mais. E um pouco mais. Que ignorasse o pulmão, ele precisava de mais. Só mais. Mais outro.

Era difícil distinguir, na verdade, se davam belos beijos, belos selinhos, belos toques, belos... nem saberiam dizer. Nem se eram belos mesmo. Poderiam ser desajeitados ou feios também. Não importava. Apenas queriam saber se teriam mais. Se poderiam se experimentar mais.

Uma hora, Jungkook percebeu que suas mãos, antes na cintura alheia, tocavam as bochechas quentes. Outra hora, a nuca emoldurada por fios rosa. E outra, os cabelos; outra, os ombros; outra, as costas. Suas mãos encontravam-se tão agitadas quanto a própria boca.

E Jungkook deixara, há muito, de ser a única origem da iniciativa. Também teve o corpo tateado, como se ambos quisessem ter certeza de que toda aquela existência, tão abundante, realmente estivesse lá: oferecendo aquela infinitude para que provassem, compartilhassem e crescessem. Piscaram, e Jimin percebeu-se sentado nas coxas de Jungkook que, por sua vez, deveria estar sentado na grama, mas apenas se sentia navegando em um espaço em branco. Só ele e Jimin. Segurando o corpo do outro como âncora, como navio, como um oceano de éter inteiro.

Mais beijos que poderiam ter durado segundos ou horas. Quando separaram as bocas, abriram os olhos, desesperados para admirar a existência alheia. Jungkook ofegou, preocupado, ao ver lágrimas abundantes correrem pelas bochechas de Jimin. E Jimin, ao ver a reação dele, apenas sorriu, sorriu tanto que mais lágrimas escorreram. Dessa vez, Jungkook as aceitou, enxugando-as com os dedos e com os lábios enquanto sentia Jimin agarrar suas costas com uma firmeza cheia de querer.

Não eram lágrimas de tristeza, e sim de amor. Amor por Jungkook, amor pelos seus próprios sentimentos por ele. Eram tão lindos, tão doces. E Jimin quis tanto, por tanto tempo, entrar em contato com sua própria doçura que foi tomado de alívio. Alívio também da tensão construída até culminar naquele beijo. Sentia-se como uma muralha abandonada que, depois de tanto aguentar em silêncio, ruiu, permitindo o encontro de sentimentos milimetricamente separados. E foi a melhor coisa que já havia sentido.

Então, bagunçado pelos sentimentos outrora calados pelo seu orgulho, mas enfim em festa, Jimin segurou o rosto de Jungkook e o beijou inteiro. Não aguentava de vontade. Amava-o tanto, de tantas formas; era irreal aquilo tudo estar partindo do próprio corpo.

— Ah... — Suspirou, ainda absorto, ao parar a fim de observar o rosto de Jungkook mais uma vez. O sorriso nos lábios dele era pequeno, mas não precisava ser grande. Os olhos de jabuticaba eram uma janela para seu coração, intenso, tão intenso que toda vez desestruturavam Jimin. Mas havia um brilho diferente em Jungkook: a pele cintilava. — Eu... eu estava de gloss.

— Eu já disse... — Jungkook murmurou, acariciando as bochechas de Jimin. — Lambuzar só um pouquinho não faz mal...

— Foi mais do que um pouquinho...

— É mesmo? — Jungkook perguntou. Sentia o grude no rosto, mas se recusava a soltar Jimin para averiguar.

— É...

— Hm. Quero mais, então. Lambuzar tudo não faz mal também.

— Você...

— Eu?

— Quer mesmo? Mais?

— Quero. — Jungkook assentiu, seriamente. — E você?

— Estou tentando descobrir como fazer o dia voltar ao normal se tudo que quero é mais... — Suspirou. E, ao perceber sua confissão, estremeceu. Ainda ficava morto de medo, mas a satisfação em dizê-lo era tão maior...

— Você sempre pensa muito na frente... — Jungkook murmurou enquanto ajeitava os fios rosa e deixava mais um beijo, dessa vez no nariz pequeno.

— Desculpa...

— Eu vou pensar junto! Vamos ver... Uma hora a gente vai ser obrigado a parar, né? Mas aí dá pra combinar outro dia pra mais. E aí quando esse outro dia acabar, a gente marca outro... e aí outro. Você quer, não quer? Mais. Comigo.

— Eu te quero, Jungkook. — Jimin soltou, soando, de novo, mais como um suspiro do que uma fala. Era difícil e assustador, mas queria tanto. Se o preço fosse suspirar cada frase, ele o faria.

— Todo? — Jungkook arregalou os olhos. Não esperava algo tão direto vindo de Jimin. Sentiu-se tão desejado que, com mais um pouco, desmaiaria. — Eu te dou.

— Quero tudo que você puder me dar e não tire de você.

— Jimin, acho que é impossível você tirar alguma coisa de mim. Tudo que eu dou pra você, você pega e devolve mil vezes maior. Te dei meus sonhos, e agora você cuida deles comigo. Eu te dei meu dia, e parece que finalmente sou feliz vivendo ele. Eu fico desesperado, sério! Tenho que me segurar, porque quero me dar todo pra você. E quero te pegar pra mim, pra te devolver maior.

— É sério? — A voz de Jimin embargava.

— O quê? — Jungkook tombou a cabeça. Novo e orgulhoso detentor de passe livre, beijou a bochecha alheia, macia e quente.

— Nem sei por onde começar...

— Começa por onde quiser. Eu ouço tudo, tudinho! — As mãos de Jungkook subiram pelas costas de Jimin, dando suporte.

— É sério que eu te deixo maior?

— Maior até que... — Jungkook torceu o nariz. — Qual é a maior construção do mundo? Acho que eu sou ruim em ser romântico...

— É o Burj Khalifa, um arranha-céu em Dubai — contou, em um tom manso.

Jungkook, sem aguentar de tanto afeto, colou as bocas mais uma vez. Jimin suspirou, amava tanto senti-lo daquela forma... Era irreal. E ameaçava chorar de tanta felicidade, por deixá-lo maior. Sentia-se tão bem, tão importante. Sempre gostou de crescer com quem amava.

— Você me deixa maior do que o Burj Khalifa! Sério. Até pra me deixar mais romântico, você me deixa! Consultoria de cuidar da vida dos outros e de ter a resposta de tudo...

— Queria eu saber responder tudo... — Jimin riu de leve, mas logo sua expressão cedeu para uma certa apreensão. Apreensão de não saber tudo, mas principalmente o que era mais importante para si no momento.

— E o que você não sabe responder?

— Se eu posso gostar tanto assim de você...

— Pode!

— Sério?

— Por favor, eu quero muito. Eu gosto tanto de você!

— Então... Acho que eu posso, né?

— Claro! O que tá te preocupando tanto?

— Não sei. — Um suspiro frustrado, um dar de ombros e um novo beijo recebido. — Acho que parece bom demais para ser verdade.

— Eu também acho bom demais, mas é por isso que quero que seja verdade!

Jimin encolheu-se para apoiar o rosto no peito dele, sentindo-o enlaçar seu corpo com ainda mais ternura. Parou um tempo para respirar e absorver a paradoxal grandiosidade e simpleza da lógica de Jungkook. O coração martelava tanto no peito, mal ouvia os próprios pensamentos.

Mesmo mergulhado em cada pedaço do corpo e das confissões de Jungkook como estava, respirou fundo. Não fazia a mínima ideia do que queria e do que esperava, além de continuar beijando-o pelo resto do dia. E, em teoria, precisava esperar e pensar em mais do que isso, não?

Na verdade, Jimin possuía um desejo. Queria que fosse de verdade, assim como Jungkook. Só não sabia como agir diante disso. Então, sem pensar muito, apenas sussurrou:

— Você realmente quer me deixar maior de volta?

— Sim, mil vezes sim! Maior do que a próxima construção maior que o...

Burj Khalifa.

— Isso! Quando ele for menor do que alguma coisa, quero te fazer maior que aquela outra coisa!

Jimin mordeu os lábios e afundou-se mais no peito dele. Queria a leveza de cada palavra de Jungkook. Queria a libertação de seu timbre enfeitado de pura animação. E, enfim, notou por que não as tinha.

— Eu sou medroso, Jungkook.

— Quem não é?

— Você é? Nem parece.

— O Taehyung literalmente me apelidou de bunda mole...

— Mas não é por medo... Você me disse antes que é só porque prefere evitar esforço.

— Com você e com o Taehyung é mesmo. Mas dos meus pais, das pessoas que podem me ver e contar pra eles sobre mim... eu tenho medo, muito.

— Justo... — Jimin respondeu, apenas.

Nenhuma das palavras mudou aquele medo estranho em seu peito. Uma coisa era Jungkook ter medo dos pais, com um relacionamento tão desgastado e doloroso. Era outra, completamente diferente, Jimin ter medo de Jungkook e de ter algo com Jungkook. Não aceitava ter feito Jungkook fonte de medo e insegurança, pois ele sempre foi fonte de amor e confiança.

Diante do silêncio de Jimin, Jungkook mordiscou os lábios também. Acariciou as costas alheias por longos segundos de silêncio não hostil, mas delicado. Tentava pensar e racionalizar todas as palavras ditas, buscando algo que funcionasse para Jimin.

— Jimin... a gente já não era o adubo um do outro? Acho que a gente meio que tá fazendo combinados sobre coisas que já acontecem entre a gente. A gente ainda quer se fazer crescer.

— É verdade... — Jimin concordou.

Desencostou-se do peito de Jungkook e aprumou-se em seu colo, para observá-lo de frente. Sabia que Jungkook o encorajava, então aproveitaria todos os detalhes daquela plenitude tão bonita do amigo... que beijara.

Como se lesse os pensamentos de Jimin, Jungkook arriscou completar:

— Mas aí a gente pode ser adubo que se beija.

Jimin queria...

— ... ah...

Como queria.

— Você quer?

Sim, queria.

— Você realmente vai me fazer pedir? — Jimin tentou assumir um tom de revolta, talvez de deboche, mas a frase saiu banhada de timidez.

— Vou! Mas você pode só me puxar pra um beijo também.

Jimin aproveitou o desejo avassalador para calar, ao menos naquele segundo, seu medo. Deixou as mãos mergulhadas no cabelo negro o guiarem para mais perto. Perto e perto, até juntarem as bocas mais uma vez. Adorava o beijo de Jungkook, porque era cuidadoso. Quando Jungkook o beijava, sentia-se a pessoa mais querida, mais desejada, mais... tudo. Queria ser capaz de correspondê-lo na mesma intensidade, apesar de tudo ser muito novo e muito estranho. E muito assustador.

Jungkook notou quando o arfar entre os seus lábios reverberou mais trêmulo. Afastou os lábios, mas deixou alguns beijos castos na bochecha e acarinhou os fios rosa. Com seu tom de voz mais doce, Jungkook perguntou:

— Tá com medo, né?

— Uhum... Desculpa.

— Não é para se desculpar por isso! Nunca!

— Mas eu quero me desculpar... E te beijar também.

— Jimin... Tem certeza? Quer beijar mais mesmo? Ou você tá muito assustado? A gente pode fazer uma listinha de medos, você gosta de listas, né? Eu não tô com pressa nenhuma! Vamos fazer uma lista.

— Não, não quero.

— Por quê?

— Porque é idiota eu estar com medo de algo que eu quero tanto...

— Eu também tô com medo. Com muito mesmo, mas acho que eu tô com mais vontade de te beijar. Pelo resto do dia. E aí depois mais no dia seguinte. E aí no outro...

— Bobo.

— Por você.

— Droga! Mas eu... também me sinto assim.

— Eu te amo. Muito.

— Droga, você sabe que eu te amo também...

— Sei. Mas se quiser, pode me falar mais vezes. Eu gosto. — Jungkook riu. E seu riso despertou em Jimin o ímpeto de fingir uma falsa revolta.

— Desde quando você é tão espertinho?

— Desde que você me libertou.

— Droga... Te amo.

— Amo sua voz, sabia? Ainda mais falando isso.

— Te amo... muito.

— Obrigado.

— Pelo quê?

— Me contar, apesar do medo. — Jungkook voltou a acolher as bochechas quentes com as mãos. Olhos marejados encaravam-se. — Eu sei que é muito difícil pra você. E, por isso, fico muito, muito feliz mesmo de ouvir.

— Você merece.

— Sério?

— Uhum. Foi você que me fez crescer desse jeito.

O rosto de Jungkook terminou de iluminar-se com um sorriso. Gigantesco, daqueles que faziam seu corpo inteiro vibrar de felicidade e que hipnotizavam Jimin, por admirá-lo tanto. Por querer tanto aprender a ser daquela forma. Por orgulhar-se de apoiar Jungkook a ser aquela sua versão, tão intensa.

Jimin, ao encarar aquele sorriso, encheu-se de convicção. Amava-o, claro. Mas enfim seu coração parecia convencido de que podia amá-lo tanto, sem esperar algo errado, sem esperar algo ruim. E aquele mesmo ímpeto de querença que encorajara o primeiro beijo, agora o encorajava a admitir, com todo seu ser, que era ali onde queria e podia estar.

E tal convicção orquestrou suas mãos a repousarem no peito alheio enquanto inclinava-se em sua direção. Jungkook, sem querer, cedeu e acabou deitado na grama mais uma vez, junto a Jimin. Bateram as testas e começaram a rir. Mas enquanto as bocas ocupavam-se em rir, as mãos mostravam-se diligentes em sua missão. Mapeavam cada pedacinho do corpo alheio ao alcance.

E quando a risada foi suficiente, Jimin enfim concluiu sua intenção: beijá-lo. Uma conclusão que abria portas para vários outros inícios. De beijos, de reciprocidade em todos pequenos detalhes. De vontade, completamente liberta das amarras do medo.

— Sem lista então? — Jungkook ofegou entre beijos, desnorteado com tamanha intensidade e bravura, mas bebendo o real significado de todos.

— Sem lista.

-💋-

Quando Jimin marcara de furar as orelhas com o irmão do Yoongi, não esperava estar viciado na boca de Jeon Jungkook. Droga. E no momento, sentado ao lado da mãe no banco da frente do carro, esforçava-se para não encará-lo pelo retrovisor e não ser tomado pelo desejo de acomodar-se em seu colo e afogá-lo de beijos.

Paixão... era algo estranho.

Ouviu o estranho tique-taque da seta do carro e, só então, percebeu que a mãe encostava na rua em frente à casa do Hoseok. Observou Jungkook pelo retrovisor de novo e quis desmaiar com o quanto o achava adorável daquele jeito: atento ao lado de fora e com um sorriso esboçado nos lábios devido aos gnomos de jardim. Era como se nada perdesse a graça para ele.

Paixão... era algo estranho mesmo.

Detestava na mesma medida que amava estar tão bobo.

— Oi, tia Jina! — Hoseok entrou pela porta de trás, mas se inclinou para frente a fim de deixar um beijo na bochecha da motorista, que sorriu. Ao Jungkook, restou a tarefa de encarar a bunda de Hoseok até ele se acomodar direito no banco de trás. — Que saudades que eu tava de você! Mais até que do Minnie!

— Oi para você também, Jung Hoseok — Jimin rosnou.

— Jung Hoseok? Quem é esse? — Fez drama o dono do nome. — Só conheço um tal de Hobi... Vamos lá, Minnie, você não pode me culpar por sentir saudades da tia Jina. Aposto que você também sentiu mais saudades da minha mãe do que de mim.

Jimin permaneceu quieto, esperando deixar o mistério de sua resposta pairar entre eles, mas só pareceu bobo; percebeu ao ouvir a mãe rir. Precisava dar o braço a torcer... sentia muita falta da tia Jung e, de fato, se fosse Hoseok, sentiria falta da Jina.

Logo Jungkook tratou de ocupar o silêncio conversando sobre matemática com Hoseok, que gostaria de conversar sobre tudo, menos matemática, já que a prova passara. E um pequeno embate de assuntos começou.

A última parada foi perto da saída da cidade, onde Taehyung dissera que esperaria para pegar carona. Jimin tentara convencê-lo de passar o endereço de sua casa para facilitar, mas parecia que Taehyung preferia "levar três tiros no pé do que ouvir a encheção de saco de seus pais e o choro dos irmãos mais novos só por entrar em um carro". O dia estava quente. Tão quente que até o gótico usava um colete sem mangas — preto, de couro falso e cheio de spikes, claro, mas sem mangas.

— Eu não quero sentar no meio! — ele rosnou ao que Hoseok saiu do carro para abrir passagem.

— Quem entra por último não escolhe! — Hoseok falou em seu tom eternamente simpático e ambíguo.

— Mas aí é injusto, eu sempre vou ficar por último! — sibilou Taehyung, apesar de não conhecer Hoseok de fato, apenas de vista. — Tá quente pra porra, eu não quero ficar sendo esmagado por vocês!

Ninguém falou mais nada, então Taehyung deu a volta no carro, quase foi atropelado porque do outro lado estava a rua — Jina quase morreu do coração —, abriu a porta e deu um chega-para-lá em Jungkook, que acabou ficando no meio. Jimin, espectador da cena pelo retrovisor, duvidava que Jungkook fosse lutar pela honra de seu assento.

E não lutou. Logo era ladeado por Hoseok e Taehyung. Sua expressão era impassível, como se nada houvesse acontecido. Jimin recebeu um olhar questionador da mãe e deu de ombros. Jungkook era daquele jeito: terrivelmente teimoso quando tinha interesse no assunto, uma gelatina quando não.

Zarparam para a cidade de Yoongi. Era longe o suficiente para ser um saco pegar o ônibus intermunicipal e perto o bastante para ser uma viagem rápida. Jimin passou a estrada inteira pensando que, apesar do calor, gostaria de estar agarrado ao Jungkook. Que droga. E, quando arriscou olhá-lo pelo retrovisor, quase entrou em combustão ao ser encarado de volta pelos olhos de jabuticaba, sempre afáveis, e agora estranhamente intensos.

Droga. Que arrependimento. Queria muito ter ficado em casa para trocar beijos enquanto a matéria acumulada de geografia era ignorada. Era ótimo. Perdiam noção do tempo mergulhados na presença um do outro, e depois eram tomados de adrenalina ao notar que precisavam estudar logo. Então, ensinavam o que lembravam da matéria um ao outro, tentando não se distraírem com toda aquela vontade de beijar alimentada por notarem demais os lábios que ditavam a geopolítica dos Tigres Asiáticos.

A cidade vizinha era maior e mais populosa comparada a Busan, mas tinha aquele ar de cidade que cresceu sem querer: prédios desarmoniosos entre si, mais carros do que rua e sinalização confusa. Felizmente, o estúdio do irmão do Yoongi ficava na garagem da casa deles, garantia de uma paz de área residencial.

Os únicos objetivos de Jina eram dar carona e assinar o termo de responsabilidade permitindo ao filho furar a orelha, este último foi entregue ao Yoongi, que os encontrara na calçada da rua. Como não queria atrapalhar os meninos — achava-se muito jovial, mas tinha noção de que não era a mesma coisa —, deixou um beijo no filho e nos seus amigos — Taehyung, desacostumado, passou um bom tempo com as bochechas vermelhas — e despediu-se. Aproveitaria sua visita à cidade para ir a uma cafeteria famosinha para qual sua amiga lhe convidava há tempos. Deveria levar um croissant para Bongcha. Ele reclamaria muito da quantidade de açúcar, mas amava um croissant.

Trâmites feitos, Yoongi foi buscar o irmão dentro de casa. Claro, deixou antes um selinho no namorado, que reclamara "estar parecendo profissional demais". Jimin, com sua vontade louca de beijar Jungkook atiçada, aproximou-se timidamente deste.

Mal sabia Jimin que Jungkook o desejava de volta do mesmo modo — ou talvez soubesse, e isso deixasse a atração entre os dois ainda mais gritante. Jungkook, vendo a abertura, arriscou abraçar Jimin por trás e apoiar o queixo em seu ombro. Tentava não ultrapassar limites por não saber se incomodaria Jimin estarem tão próximos em público, mas ficou feliz de conquistar o toque singelo.

Taehyung, que não sabia se o calor sentido era por causa do dia infernal ou por ser transformado em uma bela vela, distraía-se olhando os modelos de piercings e desenhos de tatuagens colados nas paredes da garagem até Yoongi descer com o irmão.

Ah, e o cara era lindo.

— Nossa, você parece um modelo! — exclamou Jungkook, desinibido como sempre. Devido à distração, suas mãos tomaram controle da razão e, antes de perceber, acariciava a pele de Jimin que o cropped deixava exposta. Jungkook adorava o toque quente e macio e quase puxou Jimin para um beijo, sem querer. Só acordou para a vida quando ele se desvencilhou de seus braços.

Foi difícil, Jimin não negaria. Sentir os dedos de Jungkook contra o corpo tirara a força de suas pernas e o fizera suar além do justificável pelo calor. A lembrança de como ele roçara até por baixo do tecido leve de suas roupas, apesar de sem segundas intenções, era capaz de fazê-lo desmaiar.

Alheios à tensão entre aqueles dois, Hoseok abraçava seu "cunhadinho modelo" enquanto Yoongi bufava. Taehyung estava quieto, estático, e mal despertou de seu choque apesar de ter sido chamado pelo nome quando todos foram apresentados ao bodypiercer.

— Então, gente, esse é o Seokjin, meu irmão mais velho — Yoongi resmungou em falsa impaciência. — Sim, ele é lindo, e sim, eu não tenho cara de modelo porque a gente é só meio-irmão, caso forem perguntar.

— Eu te acho lindo, amor! — Hoseok retrucou. Yoongi revirou os olhos, mas sorriu ao ser puxado para um beijo.

— Até que dou pro gasto mesmo. Mas ter cara de modelo é outra coisa, né? Nem altura eu tenho.

— Então, vocês vão falar normal comigo, ou só me tratar que nem obra de arte mesmo? Até sou, mas não custa nada ter um diálogo normal — Seokjin enfim pronunciou-se. Escaneou todos os garotos em seu quintal e seu olhar congelou em Taehyung. — Ei, emo! Você tem cara de querer um piercing.

— Gótico, não emo. Mas, sim, até quero. — Taehyung deu de ombros, tentando parecer desleixado, mas engolia em seco. — Mas sou menor de idade. Se você fizer um bom trabalho com o Bratz aí, apareço aqui no dia do meu aniversário.

— Quando?

— Dezembro.

— Hm... Bom saber! Vou tirar uma nota de você, sério, já consegui te imaginar com todas as joias possíveis.

— Não acho que seja muito difícil. Mas a Bratz vem primeiro.

Bratz é você? — Seokjin apontou para Jimin, que assentiu, parecendo um pouco envergonhado. Será que alguém percebera ele e Jungkook? Por que isso seria ruim? Ele poderia contar? Mas o que eram? Amigos que se pegavam? Hoseok e Yoongi observaram, curiosos, o constrangimento dos outros, tentando entendê-lo.

— Sim — Jimin confirmou enquanto observava o garoto mais velho aproximar-se para olhar sua orelha. Recebeu uma pasta de capa preta com folhas plastificadas; um catálogo.

— Já tem ideia do que você quer fazer? — perguntou Seokjin, olhando a orelha e o estilo de Jimin: uma saia de cintura alta preta, um cropped branco bem levinho, quase esportivo, e uma maquiagem discreta. Estava calor demais para usar algo pesado, mas o gloss, como sempre, decorava seus lábios. — Tenho tanto joias mais fofas quanto aquelas que já te deixam pro look pronto para desfilar no cemitério. Alguma preferência?

Todos na sala riram pelo breve deboche, o que acalmou um pouco os ânimos tão nervosos. Yoongi e Hoseok fingiram ir preparar um lanche para todos — com certeza iam passar parte do tempo se pegando — e Taehyung sentou-se em uma cadeira no cantinho da garagem, em uma espécie de sala de espera improvisada.

— Ah... Eu estava pensando em só furar para usar brincos, no lóbulo. Dois furos em cada orelha. Faço artes marciais, acho que um piercing de verdade poderia atrapalhar — falou, sem graça. — Será que para algo simples assim eu deveria ter ido à farmácia?

— Não, não, fazer aqui é melhor mesmo! — Seokjin o acalmou e pousou as mãos nos ombros dele, guiando-o até uma maca e sentando-o lá. — Pistolas de farmácia são de plástico, então não aguentam o calor da esterilização, então só os brincos aplicados são esterilizados. E em geral, o farmacêutico nem é especializado nisso. Ah, e as pistolas são um tanto mais brutas. Vem comigo que é sucesso!

Seokjin inclinou-se para pegar uma caixinha aveludada, abrindo-a para Jimin, que olhou curioso os brincos sendo expostos.

— Pode escolher qual você quer — falou Seokjin. — Não tem nenhum muito chique assim, porque é melhor que o brinco depois de furar e para a cicatrização seja mais simples. Depois, você pode fazer a festa.

Jimin escolheu dois pares discretos, prateados e sem adornos. Seokjin fechou o mostruário e pegou réplicas dos pares, embaladas.

Jimin começou a ficar nervoso. Jungkook, notando, aproximou-se para segurar sua mão. Jimin continuou nervoso, um nervoso diferente. Ficou ainda mais à flor da pele quando sentiu o polegar de Jungkook fazer movimentos circulares contra sua palma.

Sentiu um friozinho na orelha quando Seokjin a limpou com álcool e marcou com uma caneta onde faria os furos para que verificasse se estavam na posição desejada. Ouviu o bodypiercer explicar pacientemente o procedimento completo, mostrar as ferramentas esterilizadas e acalmá-lo dizendo que lóbulo eram furos tranquilos. Mas tudo que Jimin conseguia prestar atenção era no quanto a palma da sua mão suava contra a de Jungkook. Fazia de tudo para não pensar demais nele, mas aquela mão... atrapalhava todo seu esforço.

— Sobre artes marciais, dá para escolher alguns furos e piercings que sejam mais fáceis de tirar e colocar — explicou Seokjin enquanto ajeitava Jimin deitado, para distraí-lo. — Mas durante o período de cicatrização é ruim mesmo ficar tirando e colocando. Aí é bom você fazer quando for tirar umas férias das aulas mesmo.

Seokjin fez o primeiro furo enquanto conversava, e Jimin não notou. Se era por causa da distração do bodypiercer ou de Jungkook, logo ao lado e estranhamente quieto, não sabia. Será que Jungkook estava magoado com alguma coisa? Que vontade de beijá-lo. Tanta que até evitava olhar para o rosto dele.

Pouco tempo depois, Seokjin estendia um pequeno espelho para Jimin, que o usou para observar os brincos reluzirem nos lóbulos um pouco avermelhados. Gostou da reflexão e a admirou ao som das orientações de Seokjin para cuidar dos furos, mesmo já ditas antes.

Como que avisados do fim do procedimento, Hoseok e Yoongi apareceram pela porta da garagem para avisar que o lanche estava arrumado na cozinha. Hoseok trazia um pedaço de bolo na mão e foi enxotado da garagem por Seokjin, pois não queria nenhum tipo de sujeira ou farelo em seu estúdio. Taehyung, folheando maravilhado o catálogo de piercings outrora observado por Jimin, levantou-se de pronto, sempre disposto a comer, ainda mais quando não era ele quem cozinhara.

Seokjin avisou que se juntaria depois, por ter outro cliente em breve. Jimin soltou a mão de Jungkook e pulou para fora da maca do procedimento. De fato, estacionava na entrada da garagem uma bicicleta, cujo dono tinha um belo sorriso afável de covinhas.

No caminho para a parte de dentro da casa, Jimin virou-se para trás, temeroso. Será que a quietude de Jungkook vinha de interpretar mal alguma coisa? Jimin só estava muito nervoso. Não queria parecer tão estranho. Droga. Porém, tudo o que encontrou na expressão de Jungkook foi um sorriso de orelha a orelha e aquele olhar sincero capaz de desarmá-lo em qualquer situação.

— Você tá lindo — sussurrou Jungkook, e Jimin enrubesceu ainda mais. E sorriu. Queria tanto abraçá-lo e beijá-lo... queria passar o dia coladinho nele.

— Eu... eu não te chateei? Desculpa, estou muito nervoso...

Atravessaram a porta da garagem, que dava diretamente para a cozinha, onde os amigos esperavam com certa impaciência, doidos para comer — exceto Hoseok, já empanturrado de bolo. A conversa entre os dois morreu.

Jimin e Jungkook acomodaram-se em cadeiras vizinhas. E Jungkook, privado de sua resposta, buscou a perna de Jimin com a sua mão, deixando um carinho desajeitado.

Ou, ao menos, deveria ser. Sentir as coxas macias rentes à barra da saia fez sua cabeça decolar para longe. Jimin, por outro lado, buscou até um copo de suco para beber e tentar arrefecer seu corpo. Tudo, tudo queimava. Os dedos de Jungkook pareciam tatuados em brasa em sua pele, subindo pelo corpo.

Em um misto de desespero e frustração, Jungkook afastou a mão. Queria, no fundo, mantê-la lá, tatear mais pedaços de pele. Mas não era aquela sua intenção. Então, buscou a perna de Jimin com a própria. Dessa vez foi, de fato, um carinho desajeitado e singelo. Jimin sorriu para ele, tímido, enquanto tentava aplacar toda a sua vontade de se entregar a Jungkook buscando um pedaço de bolo de chocolate.

— Minnie, bolo é uma comida inflamatória, tá? — Hoseok interrompeu-o. Jimin e Jungkook, de volta ao planeta Terra, piscaram algumas vezes, constrangidos como nunca. Será que alguém notara... tudo?

— Ah, verdade... — concordou Jimin e pigarreou, nervoso. Respirou fundo, para voltar à normalidade. — Será que daria muito problema na cicatrização?

— Eu comeria. — Yoongi deu de ombros. — Ainda mais em furo no lóbulo... é tão tranquilo.

— Não cospe nas palavras do seu irmão!

— Eu não me responsabilizo por nada! Cada corpo é diferente, ainda mais em processo inflamatório...

Se perguntassem a Jimin qual foi seu aprendizado na discussão sobre comer ou não um bolo de chocolate depois de furar a orelha, não saberia dizer. Mal se lembrava se ao menos tinha comido ou não o bolo. Talvez alguma fruta. A perna de Jungkook encostada na sua o deixava igualmente distante e à flor da pele. A lembrança da mão, então...

Jimin foi o único que não notou Taehyung quase cair para trás quando Seokjin se juntou a eles e sentou ao lado do gótico. Mesmo mal tendo coragem de encarar Jungkook, a presença dele não se dissipava. Quis segurar a mão dele por debaixo da mesa. Quis enchê-lo de beijos. Queria tão urgentemente voltar para casa, saciar-se de seu beijo, e despejar todas palavras que não conseguia no momento e das quais precisava por ser tudo tão novo, tão estranho e que deveria ser tão normal. E, por estar tão distante de si, não se sentia capaz de levar o dia com naturalidade. O tempo parecia estranho. Os acontecimentos. As conversas.

Será que Jungkook também estava daquele jeito? Pelas conversas trocadas à mesa, ele parecia o de sempre. Mas Jimin também parecia. Apenas sabia, ele com ele mesmo, que estava em piloto automático.

Nossa, como sua mãe estava demorando.

O dia todo foi estranho para Jimin. Com uma pressa imposta por ele mesmo. Desconectado da realidade, urgente de algo que não sabia explicar muito bem. Uma hora ouviam Yoongi tocar piano, e Hoseok cantarolar do lado. Outra, Hoseok e Jungkook mostravam suas preparações para a competição de dança no quintal. Outra, tagarelavam com os clientes de Seokjin. Outra, riam da petulância que Taehyung tentava manter, mas não conseguia. Ufa, estava no carro, com sua mãe. Achava que ela tinha falado algo sobre croissant. Não sabia.

Tchau, Taehyung. Tchau, Hoseok. Oi, pai. Boa noite. Vamos subir para o quarto. Banhos tomados. Dentes escovados. Cada atividade deixava Jimin mais próximo de explodir. Ele não saberia explicar. Tão nervoso. Tão urgente.

Pela primeira vez no dia, Jimin tomou coragem de encarar Jungkook. Cara a cara. E não conseguiu evitar a onda de desejo que o afogava. Sem pensar direito, fez Jungkook sentar em sua cama e acomodou-se logo ao lado. Segurou o rosto dele. A expressão confusa, mas ansiosa, dele era emoldurada pelos longos fios negros e úmidos. Os favoritos de Jimin, que finalmente soltou um suspiro satisfeito.

— Jungkook... Acho que você me deixou doido.

— Doido? — Jungkook arregalou os olhos, preocupado. — Você tá bem? O que eu fiz?

Jimin riu e o puxou para um beijo. Suspirou. Finalmente.

— Doido por você...

Finalmente.

»»🩰««

GRITO, CHORO, ESPERNEIO, MAIS CHORO, MAIS GRITO 😭😭😭😭😭😭😭😭😭 

Ah, não se esquece de deixar seu votinho! 💜 

Sério, até agora esse capítulo me deixa todo ablubleble das ideias pelo amor de deus o beijinho deles 😭 Qual foi sua cena favorita e por quê? Acho difícil não ser o beijo porque é o meu também, confesso hsauhasu amo que a descrição do beijo deles foi beeeem diferente da das minhas outras histórias e foi de um jeito tão natural, sabe??? Só saiu. O Jimin todo se derretendo PELO AMOR DE DEUS. (e sim, com papinho pós e entre beijos pq são jikook mto comunicativos!!)

Como sempre, muito, muito, muito obrigada mesmo a todo mundo que lê, comenta, vota e surta comigo lá na #EstrelandoOCoadjuvante! Detesto estar meio ausente do twitter e sinto mta falta de vcs :( ando mais presente no meu insta (callmeikus também) caso vocês queiram me encontrar por lá! Saudades!

Beijinhos de luz e 03/06 às 19:00! Amo vocês!

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